A Seleção da Herdeira escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 49
Você tem um Amigo em Mim | A Escolha


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA MAIS UMA RECOMENDAÇÃO AAAAAAAAAAAAAAAA SWEET EU TE AMO AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA OBRIGADA AAAAAAAAAAAAAAAAA E TIVEMOS MAIS COMENTÁRIOS AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA OBRIGADA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
PESSOAL! Olha eu aqui, né, a princesa sumida, desaparecida total real, eu sei, assumo completa e inteiramente, mas eu garanto que irei responder cada uma de vocês, mesmo que leve muito tempo, eu vou responder, inclusive agora, depois de postar esse capítulo. Eu tenho dado bobeira nas coisas mais simples que vocês podem imaginar na vida, até de passar creme de pentear antes de pentear o cabelo, por exemplo, o que é bem tenso, por conta do stress.
Mas aqui nada disso importa, o que importa é que, outra vez, eu me decepcionei porque escrevi muito mais do que eu planejei, isso me deixa um poço de raiva. Não queria pesar nesses capítulos finais, porque o capítulo de antes da Escolha, ele já está muito pesado por si só (muito mesmo, sozinho, só uma parte do capítulo, tem mais de seis mil palavras), mas se eu dividisse esse, não ia dar certo, porque o bônus (o mais esperado por vocês, acredito eu...) está insano, e vai ser um dos capítulos mais difíceis para eu escrever, já que está na metade, eu posso dizer o quanto de dificuldade estou tendo para entrar nas fases de espírito, assim como o dos dois próximos capítulos, a partir desse, e se preparem, pois o FIM ESTÁ MUITO PRÓXIMO. Mais do que vocês podem imaginar, mas mais distante do que imaginam também. Eu escrevi essa reta final, para terem noção do que é planejamento, em FEVEREIRO de 2016 kkkkkkkkkkkkkkkkk eu estou há dois anos arquitetando como eu vou fazer. Bem, é isso, espero muito que gostem, eu fiquei muito boba quando fiz até uma playlist no YouTube, para vocês ficarem ainda mais dentro do clima desse capítulo, que eu pretendia postar no natal, mas com certeza não deu, porém aqui está ele, na vibe meio sad, meio feliz, eu achei bem maneiro escrever e mostrar um pouco mais de outros Selecionados, especialmente nessa fase final mesmo. Eles moram juntos, mas eu não vi nenhum cuidado da minha parte em como essa amizade aconteceu, sabe? Mas aqui vai um pouco mais do Blane, da família da Katniss, que eu não vou poder tratar muito depois, e o final... é em homenagem ao Avicii, um dos meus DJ's favoritos, e me deixou completamente triste a morte dele, então resolvi deixar compartilhado duas músicas muito especiais para mim, mesmo que sejam as mais famosas, eu admirava muito, gostava demais mesmo... fiquei arrasada. Mas eis aqui um tributo também _|||_

PLAYLISTS DO CAPÍTULO>>>>>>> (Para a festa dos meninos, e o clima que foi)

https://www.youtube.com/playlist?list=PLIcu_gnglEY4N-GximW_AtjV7cl3ed7Rn

(Para a festa de natal com a família da Katniss)

https://www.youtube.com/playlist?list=PLIcu_gnglEY7KsrH1BSaUJ_fOfVVSmTcs

É issssssso, pessoal, espero muito que aproveitem! ♥ Beijos! *jogando purpurina para o alto, sumindo no meio dos paetês prateados*
NOTAS FINAIS MUITO IMPORTANTES, E COM UMA SUPER INDICAÇÃO DE LEITURA!



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Você tem um amigo em mim
Você tem um amigo em mim
Quando a estrada parece difícil adiante
E você está a milhas e milhas de sua cama quentinha.
Lembre-se de que seu velho amigo disse
Rapaz, você tem um amigo em mim
Sim, você tem um amigo em mim

Você tem um amigo em mim
Você tem um amigo em mim
Você tem problemas, então eu também tenho
Não há nada que eu não faria por você
Se ficarmos juntos, podemos ver através disso
Porque você tem um amigo em mim
Você tem um amigo em mim

— You Got a Friend in Me, Disney.

Quando cheguei, quis paz. Paz no sentido literal, no sentido de sossego, tranquilidade, mas mal cheguei, deitando na cama, afundando minha cabeça no travesseiro, que meus amigos invadiram meu quarto, todos muito bem agasalhados, como eu estou, como se o inverno rigoroso tivesse vindo de Santa Cloud, fazendo a temperatura aqui na Capital despencar para 13ºC.

Junto com eles veio confetes e balões de gás hélio.

— VOCÊ NÃO VAI FICAR AQUI NEM PAGANDO — Blane gritou, me arrastando da cama, rindo, sendo ajudado por Calvin. — Vamos agora, mané! Nada de mimimi!

— Levanta, Peeta, temos que comemorar esta bela manhã de Natal! — Gale exclamou, sorridente. — Não queremos comemorar isso sem você, que está nitidamente só o pó.

Acabei rindo, por causa do tom que ele usou.

Cato estava apenas mexendo em seu Smarter, como se a gente nem estivesse aqui, mas como um ser evoluído, leu nossas mentes.

— Peeta se você não tirar a bunda daí eu vou te puxar na pancada — sequer desviou os olhos. Falou completamente natural.

— Mas gente, tudo aconteceu ontem, eu não quero sair e — só vi uma almofada acertar bem no meio da minha cara, e eu suspirei de dor, caindo de costas na cama. — Isso machucou! Mas isso machucou muito!

— Eu avisei, seu otário! — Cato exclamou, começando a bater de verdade em mim com um travesseiro. — Levanta, levanta, levaaaaaaaantaaaaaa!

— Mas que inferno! — gritei, dando um chute forte nele, que apenas riu. Bem, ele pode, sendo mais forte que eu, com certeza, por fazer crossfit, e mais umas coisas ai, que eu não tenho paciência e disposição para tais. — Me deixem em paz!

— Claro que nós não vamos! Sua vida é um lixo, cara! Ninguém merece passar por tudo isso! Anda, vamos nos divertir! É isso o que os seus irmãos simpáticos iriam querer que você fizesse! — Calvin contestou, puxando meu pé, mesmo eu me debatendo. Fiquei revoltado quando ele tirou minhas meias grossas, que ganhei da tia Effie.

— Maldito — resmunguei, socando Gale. — Otário.

— Pode xingar, você tem exatamente três segundos antes de apelarmos para a tia Effie! — Blane gritou, irritado, dando travesseiradas em mim.

Respirei fundo, balançando minha cabeça, vendo minha cama, antes toda arrumada, uma verdadeira zona. Imagina tia Effie no meio.

— Uma hora, e eu volto.

— É o que veremos, bebê — Gale disse, rindo, enquanto me escoltaram para o Salão Principal, depois que me fizeram parecer menos como um Sete, de pijamas.

Me fizeram vestir uma calça jeans clara, uma blusa natalina, mas não ridícula, como as que vemos nos filmes, e uma jaqueta com o colarinho diferente, com pêlos. Até que ficou legal, mas de raiva, peguei o tênis que me deram e taquei na cabeça do Cato, que jogou de volta, e quase me acertou.

— Não fui eu quem mandei você usar isso, seu lixo! — exclamou, irritado, por ter sido certeiro em sua testa. — A gente foi mandado pela Wanda!

— E eu tenho o quê haver com isto? — perguntei de volta, saindo no banheiro, sem nem arrumar meu cabelo. — Estou pronto.

Calcei meu chinelo, e eles apenas deram de ombros, me empurrando, e eu quase caí das escadas, mas logo minha carranca sumiu, porque não tem como ficar sem rir do lado deles.

— Feliz natal! — Dissemos nós cinco juntos para um grupo de criadas e guardas, que estavam por perto das portas do Grande Salão.

Quando entramos, eu tive noção do que é ostentação fora do normal.

— Sangue do menino Jesus tem poder, mas o que é isso? — Blane perguntou, sem acreditar, boquiaberto, como eu. — Cara… eu não estou acreditando.

Imagina eu, mano, pensei, ao deslumbre de uma árvore branca, com luzes douradas, azuis, cheia de detalhes, com nada mais, nada menos, que pelo menos cinco metros. A que vemos na entrada é metade desse tamanho.

— Que bom que chegaram! — Prim exclamou, vindo correndo em nossa direção, junto com Emily, sua prima de nove anos. — Já vão servir o bolo de limão! É meu favorito! — Abraçou carinhosamente cada um de nós, e então sinalizou imediatamente para a mesa, que nunca esteve tão farta.

Toda a família está aqui, incluindo a prima mais velha, Angeline, se não me engano, de quinze anos, que Katniss não gosta. A rainha, no caso, avó de Katniss, está em uma ponta, com um vestido rosê, e uma tiara fina, porém impõe muito bem quem ela é, nossa representante na Austrália, liderando com mãos gentis, mas fortes, desde que o marido faleceu, há quinze anos atrás, quando Antony Snow herdou oficialmente o trono. Ele já era o rei oficial, junto com a esposa aos 21 anos, porém, seu pai não cedeu o trono até  morte, que foi muito celebrada ao redor de Panem, por sua grosseria.

Mas Rose não carrega nem metade do que o marido carregava.

— Rapazes, nem façam reverência! — exclamou, erguendo as mãos, antes que nós chegássemos aos nossos assentos, depois, claro, de reverenciá-los. — Por favor, hoje apenas quero que todos vocês aproveitem o natal!

— Vocês ouviram, é uma ordem! — Frank gritou, e todo mundo riu, indo se sentar ao lado da sogra de sua irmã. Se Frank gosta dela, pelo sorrisão que deu ao se sentar ao lado, sem dúvidas é tão boa quanto parece ser.

— Vovó Catarina, esses são os rapazes da Seleção — Katniss disse, com um sorriso largo. A senhora de deslumbrantes olhos verdes e cabelos ruivos sorriu. Parece mais nova que Rose, mas não muito. As duas carregam uma simpatia enorme.

Não conheci minhas avós, e minha mãe nunca conheceu a dela, enquanto a do meu pai partiu quando ele tinha oito anos, e os meus avôs… meu pai nem sabe quem é o pai dele, e o da minha mãe morreu pouco depois que eu nasci.

Meus tios foram para cantos diferentes do país, um deles conseguiu, inclusive, ir para a Austrália, mas eu nem sei quem é, já que fui criado apenas por meus pais, com meus irmãos.

Não acho que perdi alguma coisa, mas agora, vendo toda a simpatia que os avós de Katniss tem, talvez fosse legal conhecer os meus.

O pai da rainha Clara, pelo o que fiquei sabendo, odeia com todas as forças isso de realeza, então nunca vem, mas talvez, por alguns comentários que ouvi quando almocei na cozinha com os Selecionados, em um dia que a gente estava livre, e fomos almoçar lá, talvez ele apareça para o casamento de Katniss. As pessoas ficaram animadas com a ideia. Talvez ele seja como o rei.

Cumprimentei todos os parentes dela, ao lado de Blane, já que Cato deu pra ficar de conversa com a prima de nove anos de Katniss, junto com a Prim, enquanto o vacilão do Gale foi comer com Calvin.

— Nossa, por que a rainha é a otária que é? Bem, a prima de quinze anos da Katniss é um saco, mas nossa, o resto da família, nunca vi mais simpáticos — Blane falou, baixo, se servindo de um copo de refrigerante, como eu, que quase me engasguei, rindo, por ter xingado o embuste da rainha. Otária foi apenas para não chamar do que ela realmente é.

O mais engraçado é que ela claramente odeia a família, com exceção dos irmãos, Frank e Anastacia. Mas não tem como não odiar os dois. Estão aqui há quase um mês, e são uma das melhores pessoas que eu já conheci na minha vida.

— Ela deve ser adotada, em uma família dessas — ele riu, mexendo no cabelo, olhando por cima do ombro, me dando uma olhada para fazer o mesmo, discretamente. — Que… ah, meu Deus.

Não deu para não gargalhar na visão de Cato com um chapéu verde, enorme para a própria cabeça, com orelhas de duende, e sapatos compridos, como se ele fosse um elfo.

— Cadê meu Smarter! — Blane exclamou, gargalhando, mas é claro que a risada de Gale foi a que fez, definitivamente, todo mundo cair na gargalhada. — Gale é ridículo, mano, papo reto! Meu Deus, plena presença da família real, ele fazendo esse escândalo!

Ri ainda mais, me apoiando no sofá, secando as lágrimas.

— Mas como pode um elfo não dançar?! — A voz do fundo veio de Frank, em um suéter engraçado de hienas, com sua filhinha no colo, rindo, batendo palmas, empolgada. A esposa dele deu um tapa em seu braço, mas ele apenas sorriu mais.

— Frank, coitado do menino, isso é culpa de Prim e Emily, já é demais pra ele.

— Não é não! — Blane exclamou, e eu ri mais, me apoiando nele. — Pode dançar, Cato!

— Isso que dá se esnobar no Just Dance! — Calvin atiçou ainda mais.

Nosso amigo, que já vive avermelhado, por causa da pele clara, ficou ainda mais. Mas umas cinco vezes mais. Coitado, só que não.

— Vamos, vamos, Cato, eu, você e Emily! — Prim exclamou, puxando ele, fazendo o vestido verde dela balançar. Katniss observava tudo em um dos sofás, bem abraçada ao pai, rindo da cena, enquanto sua mãe estava isolada, sentada na mesa, mas nem fiquei olhando muito para a rainha maluca, apenas para meu amigo passando vergonha, pois isso é o mais importante, é claro.

— Não, não sei dançar, e eu nem sei como elfos andam e — fomos interrompidos pelo som do piano, em uma melodia bem animada e agitada, fazendo a gente entrar totalmente na vibe de natal. É óbvio que quem está tocando é Gale.

— Cato vai espancar o Gale só no socão — Blane comentou ao meu lado, se sentando nas costas do sofá. — Eu vou defender o Gale.

Sem olhar para Blane, apenas permaneci olhando para a cena, estendi meu copo de refrigerante, que meu amigo entendeu, tocando com o dele, em um “tim-tim”. Bebemos juntos.

— Toca All I Want For Christmas! — A Rainha Rose pediu, avó materna de Katniss.

— É uma ordem, vossa majestade! — Gale respondeu, imediatamente, mudando os acordes, mas permanecendo de uma forma bem alegre, além do que a própria música já carrega, fazendo todos nós rirmos uma outra vez. Então, ele mesmo começou a cantar, com sua voz incrível. Gale nasceu para ser musicista. Sem a menor sombra de dúvidas.

 I don't want a lot for Christmas, there is just one thing I need… I don't care about the presents underneath the Christmas tree… — Deu uma olhada para Prim, que sorriu, continuando, então, a cantar, enquanto dançava, de uma forma bem pura, com a prima.

I just want you for my own, more than you could ever know, make my wish come true! — Cantou, e em seu tom de doze anos, soou completamente fofo.

— Todo mundo junto! — Gale pediu, com um sorrisão.

All I want for Christmas is you! — Todo mundo cantou, ao mesmo tempo, e eu abracei Blane pelos ombros, indo sincronizados de um lado para o outro, quando Calvin começou, então, uma batida nas costas de um ukulele, possivelmente o de Frank, que vive tocando por aí. Ri ainda mais.

Cato acabou se soltando, depois que começou a rir - de nervoso—, porque as avós de Katniss, que pelo visto são grandes amigas, foram para o lado dele e de Prim e Emily.

Depois dessa música, o clima que já estava leve, ficou ainda mais natalino, pois depois de três músicas clássicas no piano, Gale se cansando, o rei pediu para que três músicos viessem, e começaram a tocar La Vie En Rose, e Katniss começou a correr pelo Grande Salão de meias, com fitas com Prim, que não se cansava nunca, mas Cato caiu praticamente morto de cansaço em uma das poltronas, depois que todos nós sinceramente aplaudimos ele e Gale. Cato dança muito bem mesmo.

— Cara, vai comigo na mesa pegar uns doces, por favor? — Blane pediu, em sussurro, depois de uma rodada de Sueca com Frank, Gale, Calvin e Cato.

— Hm, bom que tenha me pedido isso, porque eu estava morrendo de vergonha, porque a rainha Rose está lá com a rainha — respondi, me levantando, enquanto eles começaram outra rodada sem a gente mesmo. — Acho que para ficar bom, só falta neve. Neva em seu distrito?

Ele sorriu, enquanto cruzávamos o grande salão, que faz jus ao nome.

— Eu me mudei muito, até o falecimento do meu pai — começou. — Até que voltamos para onde eu nasci, na Virgínia. Lá neva até não aguentar mais, uma vez que cai a primeira neve! — Sorri. — Onde você mora eu sei que é o fim do mundo quando neva.

— Ah, meu anjo, lá é nevasca em todo natal. Anteontem mesmo, quase não pudemos pousar, de tanta neve. Tiveram que tirar um pouco do que estava acumulado nas vias — pareceu bem surpreso. — Até quando você se aquece neva.nessa época do ano. É um inferno total, da cabeça aos pés.

Ele riu, pegando um prato, que graças a Deus está distante de onde as rainhas estão. A avó paterna de Katniss não parece feliz com o que está ouvindo, muito pelo contrário, parece aborrecida, a algo que Clara está falando. É como se não acreditasse.

Quis saber o que a mãe de Katniss dizia, para deixar a sogra tão irritada, mas resolvi focar no meu amigo. Eu e Blane acabamos por nos tornamos muito amigos depois do que aconteceu com Finnick, pois eu não era muito próximo de Cato, que sempre foi muito próximo de Calvin, por, naquela época, ter tido a questão da surra que demos um no outro, por conta de um desentendimento que eu sequer me lembro o motivo para ter acontecido, agora, depois de tanto tempo.

Gale se aproximou mais de Katniss, e eu de Blane, involuntariamente, e nós temos muito em comum, desde o fato de sermos os irmãos mais velhos, até nosso gosto musical e culinário.

Ele, embora tenha sido um Dois, a vida não foi tão fácil. O pai era alcoólatra, e por conta disso, se mudavam muito, fugindo de dívidas que ele fazia, e também abusava de sua mãe, mas ele não tinha como fazer muita coisa com apenas nove, dez anos de idade.

Depois da morte do pai, menos de um ano depois, sua mãe estava se casando com um amante, um grande ator de cinema, mas que não é um mau padrasto, como ele mesmo diz, porém desde o casamento da mãe, é como se ele não tivesse mais uma mãe, apenas os irmãos, Jonas e Daniel, gêmeos de quatorze anos, e Brianna, a irmã caçula de oito meses.

Coloquei um cupcake de chocolate e dois pedaços de pizza, sem vergonha pelo prato que Frank tinha montado, assim como todo mundo estava fazendo. Porém não tinha alguém vendo o que estávamos fazendo, realmente, o que para nós está tudo bem.

— Nossa, eu quero logo poder abrir meus presentes, quero poder tirar foto e esnobar meus irmãos, que não tem idade para a Seleção, e nem um dia vão ter — ri, comendo minha pizza, enquanto nos sentávamos no espaço que tinha antes da janela, mas ao mesmo tempo nós nos sentíamos lá fora. — Sei que eu não deveria tocar no assunto… mas como está sendo tudo isso?

Perguntou, sincero, deixando o prato entre nós, com salgadinhos e dois cupcakes de limão.

Dei de ombros, dando outra mordida na pizza de pepperoni.

— É como se não tivesse acontecido, nesse exato momento. Acho que não ter visto o corpo dela para ser enterrado, ajudou em partes — respondi, devagar, não por causa da comida na minha boca, mas porque senti minha respiração pesar, fazendo vir uma pressão estranha no fundo dos meus olhos. — Meus irmãos estão mal pra caramba. Já estavam, não pela minha ausência, mas por causa da mamãe, entende?

Ele suspirou, em um sorriso fraco, assentindo.

— Mais do que eu gostaria, infelizmente… — por ele ser parecido com o pai, uma vez que a mãe se casou, agiu como se ele não existisse, apenas os irmãos mais novos. — Está sentindo como se no fundo tenha sido bom o que aconteceu, não?

Suspirei, sentindo minha mente girar e girar.

— Hm — murmurei, deixando a pizza de lado, olhando para a chuva cair bem forte lá fora. — No fundo, acho que eles precisavam de algo assim. É difícil lidar com isso, e eu estou a todo momento pensando nela, no meu subconsciente, mas estou tentando contornar cada um desses pensamentos o máximo que posso, para não chorar, ficar super deprimido e me dar conta pela milésima vez que ela nunca mais vai voltar… — e lá se encheram meus olhos, como se estivesse chovendo sobre minha cabeça. Um nó começou a querer se formar na minha garganta, mas não deixei que alterasse minha voz, tampouco que caísse lágrimas dos meus olhos. Abri, então, um sorriso, muito espontâneo, olhando para o sol, que ainda estava iluminando o dia, mesmo com as nuvens carregadas. Olhei para os olhos azuis escuros de Blane. — Mas eu sei que ela hoje está ainda melhor do que eu estou nesse momento, entende? É horrível o fato de saber que ela não vai mais acompanhar as novas fases da minha vida, porém seria egoísmo meu querer que ela continuasse aqui sem que ela mesma soubesse a mulher inspiradora que era, que é e que vai continuar sendo.

Dei uma pausa, suspirando, balançando a cabeça.

— É um sentimento que eu não posso colocar em palavras. É horrível. Mas reconfortante, de um outro lado, por saber que agora meus irmãos mais novos, como o Ben e o Stuart, podem ir dormir com a porta do quarto aberta, sem medo da própria mãe, que não os reconhecia mais. Reconfortante por saber que depois de ter dado a vida ao trabalho para nos dar o máximo de conforto possível, ela está descansando. É um verdadeiro desafio estar falando isso, em plenas duas e meia da tarde de natal, mas é a verdade.

Ele sorriu, sabendo que não me deixou mal com a pergunta que fez.

— Mas como está sendo saber que isso daqui vai ser a sua casa daqui poucas semanas? Não é insano? Porque eu acho que é — aliviou o assunto, se escorando na parede atrás de si, dobrando as pernas, colocando o prato entre elas, comendo um salgadinho de uma vez só.

Senti minhas bochechas ficarem roxas de vergonha, enquanto ele ria sinceramente.

— Peeta, fala sério, todo mundo aqui sabe que a Kat vai escolher você. Acho que desde o dia em que aconteceu aquela coisa triste com o Finn, se você não fosse o escolhido, eu teria a obrigação com a humanidade, como um convidado de honra, dizer algo contra o matrimônio, e se por algum caso fosse eu mesmo o Escolhido, eu não iria, ou teria que dizer não quando me perguntassem, e te arrastaria para o altar, cara — ri, pelo jeito tão simples que ele falou, rindo também.

— Meu Deus, eu nem sei o que falar para uma coisa assim — respondi, erguendo as mãos, mas logo ocupando uma com o meu pedaço de pizza, comendo o que sobrava.

— Oras, só estou dizendo a verdade. A Kat ontem falou comigo, e sei que falou com os outros também. Você e Gale quem estão, oficialmente, na Elite, no caso. Nem falamos nada, porque, bem, sua vida está triste demais para receber uma notícia dessas, mas imaginamos que não seja preciso que pense muito para saber que você vai ser o tão esperado Selecionado. O Gale estava comentando, que depois das festas e celebrações, vai ir para a Austrália tirar um ano sabático. Acho que eu vou pegar um bonde também, porque… Deus me livre a vida que você vai levar, mas no fundo, quem me dera, olha só toda essa vida burguesa e de mordomia.

Ele esticou as pernas, preguiçosamente, esticando também um dos braços.

— Olha essa visão de Angeles, cara! Digna de uma foto! Mas eu não tem alguém aqui que vá ser um rei melhor que você, man — ri, mas de nervoso, coçando minha nuca, sem saber como lidar com uma coisa dessas. — Eu vou gritar muito na sua coroação, espere só.

— Pelo amor de Deus, não fica falando essas coisas — respondi, rindo, da expressão dele, rindo também, tirando os fios castanhos avermelhados da frente dos olhos. — Eu nem sei como lidar com uma coisa dessas. Apenas fico feliz pelo fato de nós sermos todos amigos, e na hipótese de eu ser coroado, não pensem que eu vou ficar sozinho por aqui, mas nem que me paguem! Eu vou arrastar todos vocês comigo, principalmente você, que é ótimo com números. Se não fosse a sua cola na prova, nossa… nem sei o que tia Effie me faria fazer, já que ela não dá essa aula para a gente, mas é minha tutora pessoal. Acho que seria ainda pior, ela me mandaria para o Haymitch, e ele me largaria na passar o dia pagando com abdominais.

Blane riu, bem descontraído, partindo o meu pedaço de pizza no meio. Como o pedaço é largo e grande, facilmente dava para tirar quatro pedaços de um único. Não reclamei, quem falaria alguma coisa com certeza seria Calvin, que está sempre comendo. O outro loiro com olhos verdes deve ter um buraco negro em seu estômago, com a menor sombra de dúvidas.

— Mas respondendo sério… — estiquei minhas pernas também, relaxando minhas costas na parede. — Não acho que eu vá conseguir sem vocês por perto, cara.

Com uma expressão cheia de empatia, ele sorriu, tranquilo.

— Peeta, você não enxerga nem metade do que a gente enxerga em você. Você vai se sair bem. Apenas espero que me chame para seus passeios por aí, porque eu quero carimbar meu passaporte, nunca saí pra fora de Panem, e eu quero muito conhecer o Canadá, porque lá é top, top — ri, assentindo, então. Não caiu a ficha do que Katniss disse que está certo, sobre eu ser a sua escolha. Talvez devesse ser errada essa conversa com Blane, no sentido de que ele ao menos deveria estar tentando me avacalhar, mas não está.

Sempre ouvi Amélia dizer de sua aversão às amigas, por conta de que com uma mulher, você nunca pode confiar totalmente, já que a maioria não perde uma oportunidade para fazer uma fofoca, ou desejar mal, fazer algum mal. Ela sempre disse que preferiu a amizade comigo por conta disso, por homens serem menos tendentes à evitar esse tipo de coisa, por primeiramente mentirmos horrivelmente mal, e por não termos paciência para isso.

Não consigo ver algum deles mentindo algo assim para mim. E nem eu para com eles, nem que fosse o contrário, e eu me sinto tão bem quanto isso, que me falta palavras para explicar exatamente o feeling que há no meu coração.

— Ok, eu prometo que assim que tiver uma viagem para o Canadá, você estará escalado — ele ergueu um pouco o copo com refil de um outro refrigerante, com um sorriso enorme. — Mas sem sombra de dúvidas, na primeira oportunidade que vocês puderem vir pra cá, venham, porque — minha fala foi interrompida pela porta batendo de uma forma bem agressiva. Sem querer derramei refrigerante na lateral da calça, pelo susto, a medida que Blane largou imediatamente a pizza, que caiu em seu moletom.

Não se preocupe, eu vou atrás dela — o rei esclareceu, para Catarina, mãe de Clara, a rainha.

Eu se fosse você não iria, Antony. Ela tem que se colocar no lugar dela! — Pude ouvir Rose ralhar. Troquei um olhar com o cenho franzido para Blane, que estava tão curioso como eu, e com a mesma expressão. Todos os outros, depois do susto com o barulho da porta, voltaram a ficar alheios ao que estava acontecendo. Não eu e Blane, por nosso sensor de tenho que saber o que foi que aconteceu ou eu não vou ter paz, simplesmente. — É uma dondoca mesmo! Cat, não sei como ela pode ser desse jeito, se Frank e Anastacia são pessoas maravilhosas!

Blane levou uma mão na boca. Eu quase fiz o mesmo. Inacreditado.

Ah… bem, nem eu sei o porquê de toda essa situação — Catarina respondeu, dando um passo a frente, impedindo que o rei saísse da sala. — Deixe-me ir, para você aproveitar com as meninas, Tony.

— Não, senhora, Prim e Katniss amam o natal porque vocês duas vêm para cá. Fiquem, eu vou falar com ela. Não quero que as crianças saibam o que está acontecendo — sua mãe, Rose, suspirou, franzindo o cenho em desaprovação com o querer do filho, mas então colocou uma mecha dos cabelos curtos no ombro, bem encaracolados na cor preta, atrás da orelha, e tocou no ombro dele, com sua mão bem morena.

Não deu pra escutar o que ela disse, mas Catarina concordou, enquanto ajeitava a fina tiara sem cristais nos cabelos ruivos, como uma verdadeira Lady. Não é de se admirar que seja uma pessoa muito querida na Inglaterra, ela tem toda uma postura. Ouvi dizer que ela toca violino como ninguém, o que dá uma boa e decente explicação para sua postura invejável, assim como a de Frank e Anastacia, que embora hoje sigam profissões completamente diferentes, ainda resta maneiras da vida antiga que levavam, antes da irmã mais velha assumir o trono de Panem.

O rei ouviu atenciosamente ao que a mãe lhe dizia, e depois o que a sogra acrescentou, para então sair, fechando a porta, mas de uma maneira muito mais educada e gentil.

Gente… — Blane sussurrou, com um sorriso enorme, mas discreto, por cobrir um pouco a boca com a mão.  — Cato! Calvin!

Ri na mesma hora, pela rapidez do meu amigo.

O loiro, ainda com o chapéu de elfo, veio rindo, com uma taça de vinho na mão, e os lábios arroxeados. Claramente ele estava bebendo com Frank, tio de Katniss, que está tentando montar uma casa de cartas com Gale, mas os dois rirem em uma conversa bem animada, com as taças de vinhos bem cheias.

Enquanto estávamos jogando sueca com eles, eu e Blane éramos os únicos que não estávamos bebendo algo alcoólico. Gale sempre foi muito, muito fraco para isso, mesmo que os vinhos sejam bem naturais, então é bem possível que, por estar sorrindo ainda mais que o normal, esteja bêbado, por conta da má influência do tio simpático de Katniss.

— O que houve? Gale está completamente fora de si, bebeu um outro vinho que o Frank trouxe — Calvin chegou, rindo, dizendo o que eu já desconfiava. — Me dá um pedaço aí, cara.

Eu estava levando meu cupcake na boca quando o infeliz pediu um pedaço. Suspirei profundamente, mas então passei para ele, que mordeu, então me devolveu, e eu pude comer, por fim.

Cato me empurrou, quase me espremendo na janela, para sentar-se também.

— Então, o barraco que teve foi que — Blane, em um tom cúmplice, contou o que tínhamos ouvido, e eu acrescentei o que tinha visto, a rainha Rose aborrecida com algo que a rainha Clara dizia.

Calvin, que estava escorado no pilar que mantém a janela, ficou com as sobrancelhas arqueadas o tempo todo, enquanto comia um pedaço de Pizza que estava no prato que Cato trouxe.

— Rapaz, que doideira, hein — Cato comentou, pegando um dos meus docinhos. — Ainda bem que eu não vou ficar nessa família. Sinto muito por você, hein, Peeta.

Os três assentiram, tranquilamente.

— Mas que conversa fiada é essa que vocês trouxeram do nada?! Eu fico um dia longe que agora todo mundo tá agindo diferente comigo!

— Porque a Katniss veio falar com geral que você e Gale foram para a Final, ô seu otário. Até o Gale sabe bem que é você quem vai ser o escolhido! — Calvin respondeu, baixo, é claro, embora não tenham muitas pessoas na família real.

Há apenas as avós, o avô materno (que não veio, por odiar o palácio e a realeza), Frank e Anastacia (os tios de Katniss, que eu me desdobro para não chamar de tio e tia também), Brianna, a filha de Frank, a esposa dele, a esposa da Anastacia, e suas duas filhas, Emily e Kate, e só. O rei não tem irmãos, apenas um por consideração, mas por ocupar um cargo significativo, está no México, pelo o que pude escutar, e infelizmente não pôde estar aqui presente.

— Ah, meu Deus — balancei a cabeça, sentindo dores. — Vocês são muito idiotas.

— Idiota vai ser você se depois que for coroado meter o  caô e sumir por aí, eu já disse que quero minha viagem para o Canadá, mané — Blane disse, rindo, bebendo mais de seu refrigerante. Do meu, na verdade, pois o dele acabou no meio da história sobre o barraco na família real.

— Eu já disse, se eu me ferrar eu levo todos vocês comigo! — falei, em resposta. — E o Gale tá no meio também!

— Até parece que eu vou vim aqui para te fazer companhia — Cato falou, cruzando as pernas, arrumando o cabelo. — Eu vou é partir para a Inglaterra, já estou te comunicando. Te vejo em Março na Alemanha, porque faça-me o favor de não me tirar desse meio, eu realmente gostei do Nicolau, e eu quero ir para a França ver Gale tocar em Nice com o Calvin.

Franzi o cenho, confuso.

— Como assim Gale e Calvin vão tocar em Nice? — perguntei.

Blane riu.

— Os europeus são doidos por um vinho, como você já deve saber — Blane começou. — E apaixonados por música, e grandes amigos da Kat. Ouviram Gale tocar piano, cantando o que o marido da princesa Glimmer ama, Bella Ciao, e Calvin acompanhando na flauta, que é o único instrumento que sabe tocar.

O loiro citado assentiu, orgulhoso de si mesmo. Sorri.

Com certeza não vou perder esse momento com eles.

— É tão estranho, de um modo, pensar que no início a gente nem se falava, e hoje sejamos melhores amigos, nesses últimos seis meses. Eu mal posso acreditar que daqui a pouco um de nós vai ser o marido da princesa, e que cada um vai viver uma vida diferente.

Calvin disse, se sentando, no espaço que Blane cedeu ao seu lado. Ficamos nós quatro na janela gigantesca.

A chuva apertou lá fora, mas ouvíamos bem levemente os raios lá fora.

— Ah, nem me fale. Esses seis meses parece que duraram uma verdadeira eternidade. Vamos completar sete meses aqui no dia do anúncio, e é tão bizarro. As coisas mudaram tanto. Hoje já é natal. Nem vi o tempo passar.

Cato falou, e é algo para se concordar. Nossas vidas de antes simplesmente deixaram de existir, hoje somos pessoas completamente diferentes. Senti um alívio por isso.

— Ah, gente, vamos sair desse clima melancólico, vamos, porque é um dia que deve ser feliz para o Peeta! — Calvin exclamou, vendo que todos nós ficamos calados, pensando nisso. — Vamos, vamos, a tia Anastacia nos chamou para jogarmos Banco Imobiliário!

Depois de tirarmos Gale das mãos de Frank, que está completamente alegre com o natal, e por causa da bebida, nos juntamos para uma partida com todos que estavam no Grande Salão, servidos por criados que eu só conheço de vista, mas todos estão bem descontraídos.

A esposa de Frank, eu ainda não tinha conversado com ela, mas durante o jogo, pude ver o quão bonito é o relacionamento dela com ele, e dos dois com a filha, que parece ver palhaços em todo lugar, de tanto que ri, mesmo com três anos de idade. Com seu jeito bem Prim, que tem cara de ter sido assim como criança, chorou apenas uma vez (mas agindo como se fosse o fim do mundo, claro), quando Katniss sem querer, quando comemorou por  ter recebido de todos os jogadores uma quantia de dinheiro, aí acertou a mão na cara da menininha.

Eu ri. E todo mundo também, até a mãe da pequena, por ter sido totalmente sem querer.

Vieram para tirar inúmeros registros desse momento, principalmente quando nos emprestaram uma câmera para selfies, mas pedi para que nos mandassem algumas fotos, que ficaram muito legais. Sem a menor sombra de dúvidas eu vou morrer de saudade desses momentos e dos meus amigos.

Quando chegou a hora de abrirmos os presentes, não deu, já que era hora para uma tal tradição familiar, onde apenas os membros oficiais da Família Real participavam, então nos despedimos todos, e Katniss pediu para que nossos presentes fossem levados para o quarto do Gale, que tem o maior quarto, para nós darmos continuação nas celebrações de natal.

Toda a família de Katniss é tranquila, com exceção da filha mais velha de sua tia Anastacia, que é bem boba e fica comentando sobre coisas que não são do interesse de alguém, mas ainda sim, não parecia ser uma pessoa tão mal quanto a Rainha. Mas para a terceira na linhagem de sucessão do trono, talvez seja algo para se preocupar, pelo descaso com os criados que nos serviam. Mas ignorei ela, e tudo correu bem.

Meus amigos estavam indo na frente, mas me retive para poder buscar meu Smarter, já que Amelia ficou de me mandar como meu pai e Ben estão reagindo, assim como todos os nossos outros irmãos, inclusive ela. Não vi ninguém, além dos criados limpando a bagunça, e eu me senti um pouco culpado, tendo passado bem sem jeito até a janela, pegando meu aparelho, saindo de fininho, ignorando as reverências, porque eu não sou nada além de um dos finalistas na Seleção, que desde o início, é uma competição. Nunca vou me sentir digno de receber reverências de pessoas que estão na mesma situação que a minha família, ou menos como eu era, meses atrás, não acho justo. Mas a caminho do quarto do Gale, uma mão me puxou do nada para um corredor escuro, rindo, e eu logo entendi que é Katniss, me dando um beijo surpresa, mas que retribui praticamente no mesmo segundo, rindo.

— Nossa, isso que é susto, mas com uma boa surpresa — falei, rindo, puxando-a para mais perto, e ela veio, deixando seus fios ruivos acastanhados balançarem levemente, em seus ombros, e nas costas. — Está voltando a ser morena?

Sorriu. Sei por conta da sombra de seu sorriso. Ela com certeza alterou a luz através de seu relógio, que pode fazer praticamente qualquer coisa.

— Estou sim, esse ruivo está me enxendo a paciência, eu tenho que ficar usando hidratante quase sempre, é muito chato… mas estou pensando em um loiro, agora.

Mantive meu sorriso, tranquilo, sentindo seu carinho em meu cabelo que já estava bagunçado.

— A cor que você quiser vai ficar excelente, Madame, não se preocupe com o que eu vou achar, você fica ótima com todas as suas cores.

E a beijei outra vez, mais demoradamente, sabendo que ninguém está nos vendo, nesse momento. Por que tão linda?

— Bem, então vai ser o loiro mesmo… acho que todas as cores que eu sou por dentro ainda não foram inventadas. — Outro beijo, com ela nos puxando, no meio do beijo, para ainda mais dentro do corredor, sentindo seu sorriso, com o meu. — Você sabia que faz um tempo que eu não te chamo de querido? — franzi o cenho, então parando para pensar que é verdade.

— Graças a Deus, porque os outros Selecionados ainda são seus queridos — brinquei, e ela riu.

— Outra vez, certíssimo, mas querido, você é o mais querido. E eu estou muito feliz que minhas avós tenham gostado de você. Obrigada por não ter feito nenhuma bobagem!

Ri, sinceramente, mas ela cobriu minha boca com sua mão, com um olhar engraçado, mandando eu falar baixo.

Mesmo com a pouquíssima luz, é possível ver o brilho de seus olhos.

— Olha, eu amo estar com você, meu querido, mas eu tenho que deixar tudo pronto para amanhã, já que você é o meu convidado e par na festa de natal dos criados, né, bebê, eu preciso deixar tudo em odem, seguindo a tradição com minha família. Espero que você esteja bem você amanhã. Vai ser como uma despedida desse ano.

Agora, seu tom começou brincalhão, mas depois ficou doce, fazendo carinho na minha nuca, de uma forma bem casta. Dei um sorriso torto, sentindo sua respiração suave. Tão perto, pude ver seus lábios avermelhados, como na cor de morangos, um pouco borrados, mas ainda aceitável. Estar tão perto dela me faz perceber que seu cheiro é algo de frutas vermelhas, bem doce, mas bem Katniss.

— Eu tinha me esquecido de amanhã… não me sinto tão bem no meio de tantas pessoas, mas pode ter certeza que, por ser seu par, vossa alteza, eu terei o imenso prazer de acompanhá-la.

— Eu pedi para que deixassem você bem a vontade… espero que tenha sido um dia bom para você. Mas caso você acorde indisposto, Peeta, por favor, avise, que não vou a lugar algum, mas te dar todo o espaço que você precisar ter, pode ficar despreocupado quanto a isto. — falou, baixo, mas eu pude sentir toda a sua sinceridade.

— Katniss, está tudo bem… — menti um pouco. Tudo o que eu queria, embora o dia esteja sendo bem animado, é estar em casa, com meus irmãos, sem pensar em coroa, casamento, Seleção, porém com ela, meus amigos, não minto que as coisas vão ficar boas. Tenho certeza de que tudo vai ficar bem no final. Não tenho a menor sombra de dúvidas quanto a isto, sinceramente.

— Eu… — ela se aproximou para dizer alguma coisa, mas foi interrompida por sua avó Rose, procurando-a. — Ah, acho que essa é minha deixa para ir…

Suspirei, claramente frustrado. Todos os segundos com ela são especiais. Mas aproveitei que sua avó não havia nos visto, e cerquei sua cintura com meu braço, pondo-a para mais perto ainda, e o outro em suas costas, me apoiando na parede, roubei um outro beijo, mais demorado, com suas mãos bagunçando ainda mais os meus fios loiros.

Senti seu cabelo fazer cócegas em minha mão, mas só me fez dar um sorriso, sincero, abraçando-a no meio do beijo, enquanto uma música tocava, nos corredores, Meant to Be, deixando tudo ainda mais apaixonante. Eu nunca poderia imaginar que, sete meses atrás, eu fosse ser tão apaixonado pelos beijos de uma outra pessoa, a não ser Delly. O que eu fiz para ter dado toda essa mudança na minha vida, sinceramente, não sei.

Eu não queria soltá-la de forma alguma. Foi como se eu soltasse ela, não fosse nunca mais tê-la de volta. Quase chorei, mas não o fiz, me permitindo arrepiando, quando sua avó chamou o nome dela outra vez.

— Amanhã, depois da festa, posso dormir no seu quarto… — disse, espaçosamente, deixando eu beijar seu pescoço, mas não de uma forma maldosa, apenas porque não temos fôlego para continuarmos nos beijando. — Meu pai me liberou totalmente, já que adiantamos, e vamos fazer um anúncio surpresa…

— Uhum, acho uma ideia muito, muito boa… — respondi, deitando minha cabeça em seu ombro, apoiado na parede, e ela em mim, bem abraçados um no outro. Ela afagou meus cabelos, gentilmente, cheia de amor na palma de suas mãos.

— Então, vamos ficar combinados assim. — ela disse, e eu assenti, ainda com meus olhos fechados. Senti que ela está da mesma forma. — Querido, você precisa me soltar, antes que a minha avó me encontre. Ela é a mãe do meu pai, logo, não vai demorar muita coisa para ela nos encontrar aqui.

E outra vez sua avó lhe chamou.

Mas não a soltei, dando um beijo demorado em seus lábios, sem nada além, e ela depois pousou a cabeça no meu peito, enquanto a minha repousou sobre a sua, suavemente, nós dois aproveitando nossas respirações, e minhas mãos deslizando por dentro de seu suéter, mas não procurando algo a mais. Apenas para sentir sua pele, de alguma forma, sentindo seus batimentos cardíacos tão suaves.

O silêncio é tão acolhedor.

— Oras, mas por quê essas luzes apagadas aqui e — antes que sua avó ligasse as luzes, nós nos separamos, no susto, pela voz dela, pronta para nos flagrar. — Ah, meu Deus, Katniss e Peeta! Eu não sabia que vocês eram tão apressados quanto Tony me disse!

A rainha exclamou, rindo, vindo calmamente até nós, com o filho logo atrás, rindo bem alto.

— Olha, dessa vez, a gente realmente só estava se abraçando — falei, imediatamente, quase pegando fogo, de tanto que minhas bochechas ficaram vermelhas.

— Eu não disse que eles ficam com a mesma expressão, mãe? — O rei comentou. — E eu disse que, se queria encontrar um dos dois, saiba onde o oposto está, que certamente estarão juntos.

— O quê? O senhor contou do esconderijo para a vovó?! — Katniss perguntou, bem ao meu lado, sem acreditar na “traição” de seu pai, assim como eu. Fiquei desacreditado. Misericórdia.

— Mas é claro que eu contei! Prim contou para a Cate, e eu poderia fazer o quê? Seus tios sabem, meu anjo, e não era minha mãe quem ia ficar de fora — a senhora riu, elegante. Ela é uma senhora muito bonita, com a pele morena, mais para negra, e os cabelos bem cacheados, mas os olhos marcantes, em um tom idêntico ao do filho e da neta, que está prestes a ter um colapso de nervosismo, como eu. Quando ela desmaiar, eu caio logo atrás. Meu Deus, quantas pessoas mais devem saber?

Não é vergonha de ter sido achado seminu com a Katniss, mas sim de toda a situação. Eu, ela, enquanto o palácio era pixado da cabeça aos pés, por sulistas, embora tenham vindo apenas para tocar o terror e rabiscar estamos chegando com uma tinta bem permanente, que levou uma semana para sumir das paredes, eu e ela estávamos nos beijando e trocando segredos, como se nada importasse.

E o problema é que, em nossa mente, realmente, nada demais estava acontecendo. Existia apenas eu, ela, e nosso esconderijo enquanto o mundo caia sobre nossas cabeças. Acho que não é uma boa manchete.

— Bem, vocês dois juntos, eu devo admitir que nunca achei muito provável. Na verdade, acho que ninguém poderia imaginar que seria esse o resultado — a senhora começou, carinhosamente. — Mas até que vocês são um casal bem bonitinho. Nem posso acreditar que da última vez que eu vim aqui nesse lugar, Katniss, você tinha dezesseis anos, e agora eu vou ver você se casar!

Katniss realmente ia ter um colapso de nervoso. Como eu posso impedir isso, ou ficar ainda mais nervoso, para, quando ela apagar, eu ir junto? Tenho três segundos para pensar.

— Mamãe, mas agora a senhora conhece o Peeta, é o Escolhido dela desde o terceiro mês. O que acha de irmos agora para a nossa reunião de família, e depois a senhora marcar com eles dois?

A senhora pareceu aprovar a ideia, mas eu realmente não entendi, então, o rei percebendo a minha confusão e desconforto, assim como de Katniss, deu um sorriso compreensivo.

— É normal que aja uma conversa assim antes do casamento — ele começou. — Mas depois dos anúncios oficiais. Daí há algumas tradições bem simples, algumas fotos, mas uma conversa realmente reservada com os governantes atuais e passados.

— Espero que não seja algo para encontrarem motivo para nos envergonhar mais uma vez! — Katniss exclamou, parecendo verdadeiramente aborrecida com o pai e a avó, mesmo sem culpa do filho tê-la contadp algo. — Vão indo, porque quando eu quiser, eu vou!

Imediatamente entendi que é a deixa para pegar em sua mãp, e tirá-la dali, mas antes, um meio sorriso, completamente envergonhado, e também me sentindo traído pelo rei.

Eles riram da nossa atitude, mas continuei “puxando “ Katniss bem ao meu lado até chegarmos no elevador. Vou parar no andar dos quartos dos Selecionados, e ela, então, vai continuar até onde acontecerá a reunião familiar.

Quando as portas se fecharam, ela suspirou profundamente, deixando eu envolvê-la castamente por trás, beijando o alto de sua cabeça. Passei os braços na frente dos dela, apertando-a em conforto.

— Pelo menos nós estávamos usando todas as roupas dessa vez — brinquei, andando abraçado à ela, e ela à mim, como se fizéssemos isso todos os dias. — Acho tão engraçado o fato das nossas cores de pele.

Ela riu, divertidamente, do nosso contraste. Sua pele é morena clara, e a minha branca, como se fôssemos um chocolate de dois sabores. E achei muito bom.

— Acho que se não fôssemos assim, nós não seríamos tão assim.

— Eu acho que talvez você bebeu muito refrigerante, vossa alteza — beijei seu pescoço, rindo, abraçado à ela por trás, enquanto ela abraçava meus braços. Uns jornalistas bem quiseram se aproximar, mas foi nítido que por estarmos no meio do corredor, os guardas não deixariam. Sentimos alguns flashes. — Tomara que eu não esteja de olhos fechados nas fotos.

Ela riu, outra vez. Hoje parece ser um dia realmente feliz para ela.

— Ah, isso eles nunca pegam, só as caretas quando querem criticar o governo. Mas de você é impossível — disse, olhando para cima, para encontrar com meus olhos. — Impressionante. Peeta, seus olhos estão completamente azuis. Parece um céu.

Sorri, beijando sua testa, aproveitando meus cinco centímetros mais alto que ela, para então continuarmos andando como um casal normal.

— Você quer ir para nossa festa de natal? — convidei, ao nos aproximarmos do quarto de Gale. Ela pareceu ficar ansiosa. — Aconteceu alguma coisa que eu não entendi?

Perguntei, franzindo o cenho, confuso.

— Não, não… nada demais. Está tudo bem. Apenas acho que eu deveria voltar para… você sabe, a reunião de família. É legal, eu vou tocar… — dedilhou meu braço, ainda comigo abraçando-a por trás. — Pode acreditar que ano que vem você vai estar conosco?

Senti um frio na barriga, e certo mal-estar.

— Prefiro não pensar nisso ainda — respondi, com paciência. — Acho que uma vida onde você esteja presente já é o suficiente.

Sorriu. Não menti.

— Peeta — se virou, ficando de frente para mim, antes do corredor dos quartos. Seus olhos estão deslumbrantemente cinzas. — Se eu puder fazer alguma coisa para… ajudar você, com o cargo, no caso, quando você assumir… — ela piscou, meio perdida, ficando de frente para mim, sem saber, exatamente, como fazer, como falar.

Apenas beijei sua bochecha, sem esperar nada em troca.

— Está tudo bem. Até porque nós não vamos simplesmente herdar o trono, desesperadamente, com os sulistas loucos para invadir o palácio, depois de assassinar tudo e todos, e nós em menos de um ano precisamos resolver o que ninguém resolveu em duzentos anos… — acalmei-a. — Acho que vamos precisar tirar um tempo desse país.

Ela deu um sorriso carinhoso.

— Nossa lua-de-mel vai durar bastante, fica em paz. Eu escolhi há um mês — respondeu, rindo. Eu fiquei surpreso, mas sentindo minhas bochechas queimarem ardentemente para poder saber o lugar, e como as coisas acontecem, já que eu já estive, uma vez, exatamente uma peça e meia de roupa com Delly, aqui no palácio, para saber como acontece.

Meu coração acelerou, minhas respiração pesou, e minha cabeça doeu, mas logo fiz o favor de me afastar levemente, para que ela não perceba algo demais.

Nosso “relacionamento” é totalmente diferente dos que as pessoas normais têm, e eu evito, com todas as minhas forças, a não pensar sobre o assunto.

Eu me esforço ao máximo para não pensar nisso, e realmente, estando com ela, na forma da qual nosso relacionamento é, não temos também muita liberdade para conversarmos sobre o tema.

Tão perto de um anúncio de casamento, acho que isso é o mais adequado mesmo, afinal. É bom que não conversemos agora sobre isso.

— O que foi? Ficou vermelho depois igual papel do nada, querido — disse, se afastando um pouco, para poder olhar melhor em meus olhos, enquanto eu praticamente entrei em pânico, sem razão alguma. Engoli em seco.

— Nada, não foi nada, apenas estão me ligando aqui e — realmente, Gale me ligou agora. Mostrei rapidamente para ela, então deslizei, para atender. — Cara, eu já estou chegando, não deixa o Calvin comer os bolinhos.

A risada alta e simpática de Gale fez eu e Katniss rirmos. Mesmo depois de tanto tempo, ele é inigualavelmente um ícone.

— Não, nem liguei pra isso, mas pra pedir pra você pedir para algum criado uma câmera profissional, aquelas da aula de fotografia, que a gente tudo faz! — franzi o cenho, mas no instante seguinte minha mente se abriu, entendendo.

— Ah! Sei! Querem aquela que o Cato prefere? — me refiro a uma pequena, mas com uma lente enorme. As imagens saem reveladas em uma definição de quase mil pixels.

— Essa mesma, leke, agora corre, porque o Calvin não pode ser segurado por muito tempo, bebê, e o Blane tá bebendo todo o nosso refrigerante, corre! — Desligou, e eu guardei, então, o smarter no bolso.

— Você ouviu… — ela sorriu, calma. — Tenho que ir lá, só vou mandar uma mensagem para meu pai antes, ele estava querendo passar o dia de natal sem comer nada… — suspirei, e foi impressionante em como meu humor mudou. Como se um redemoinho me envolvesse, me nocauteando com a memória de que minha família está péssima, e minha mãe não está mais aqui.

Katniss não disse mais nada, somente se aproximou, envolvendo minha cintura com os seus braços.

Sua cabeça fica exatamente na altura do meu ombro, e assim se encaixou, como uma peça perfeita.

Suspirei profundamente.

— Está tudo bem, eu entendo… — disse, baixo, quando eu a envolvi em um abraço também. — Está tudo bem… Peeta, vai ficar tudo bem…

Fechei os olhos com força, para não deixar nenhuma lágrima cair, mas eu não consegui. Não chorei hoje, ainda, e é claro que eu não passaria sem sentir como se minha carne fosse arrancada brutalmente, com os dentes de um animal selvagem.

— Acho melhor eu ir logo, vai ser melhor do que parar no meu quarto e ficar pensando… — falei, para Katniss, suspirando profundamente. — Obrigado, Katniss.

Ela suspirou profundamente, também. Uma tristeza muito grande cruzou seus lindos olhos cinzas azulados.

— Eu queria poder resolver essas coisas… posso governar um país, ordenar que façam qualquer coisa que eu queira, mas o mais importante, que é o coração, eu sobre nada tenho algum controle. Me perdoe por isso, querido. E não somente me refiro a você, mas com todos que eu amo de verdade, ou meus amigos… mas, bem, Deus pode, através do tempo, e pelas pessoas ao nosso redor. Quando você precisar de mim, é só chamar. Sabe onde me achar.

— Eu sei sim, princesa — respondi, com um sorriso torto, encarando seus olhos. São uma tempestade destruidora de todas as boas coisas no mundo. Eu posso passar por um caos. Mas os olhos de Katniss sempre me jogam para o olho do furacão.

Abracei ela novamente, carinhosamente.

Depois de cinco segundos, me afastei bem pouco, para poder ter acesso para beijar sua bochecha.

— Obrigado, Katniss.

Falei, outra vez, completamente sincero.

Katniss não me respondeu. Inclinou-se mais uma vez, nos fazendo encontrar em um beijo casto e gentil, como se não houvesse mais alguém do que nós dois. Bem, não há muito mais do que nós, já que há um guarda a cada três metros, e não estamos no foco visual de algum.

Depois, ela simplesmente saiu, sorrindo, acenando, me deixando da mesma forma, embora um pouco sem ar. Como minha vida pôde ter mudado tanto assim? Suspirei, mas com um sorriso torto, indo andando para o quarto de Gale, depois de pedir para uma moça que passava, a câmera que me pediram.

Nossa noite começou de tarde.

Músicas incríveis tocaram, a noite toda, aos risos, taças de refrigerante e água, entre biscoitos de natal, hambúrguer, batatas fritas, com muitas besteiras, que provavelmente vão me inclinar completamente para uma overdose de gordura, mas no meio de músicas antigas dos Dias Escuros, eu simplesmente não me importei, só ria, entre os jogos de cartas, apostando nossos salgadinhos de queijo.

— Olha, você está roubando, Gale! — Cato gritou, começando a bater no moreno, que está bem mais sóbrio, por nós não termos permitido ele beber vinho. — Safado!

Gargalhei, comendo mais uma bolinha de queijo.

— Parem com isso, quem roubou foi o Peeta! — Quase engasguei quando Blane me acusou.

— Mas eu nem estou nessa rodada! Só vocês quatro! — Me defendi, sem acreditar.

Começou-se uma discussão, que terminou em guerra de pipoca entre eles, porque eu fui para a cama enorme de Gale, me deitar, tonto de tanto que eu comi. Respondi uma foto engraçada do Stuart em uma pegadinha, e fiquei, com o olhar perdido, com a cara de quem comeu muito e está se sentindo péssimo por ter comido tanto, mas com raiva por não ter comido o suficiente.

No meio da discussão deles, entre risadas, eu me dei conta de algo, um símbolo em uma pasta de Gale. Um tordo, em chamas.

Parece com o broche que Caesar tem, assim como eu já vi na roupa do Troy, um dos guardas da Katniss. Dei de ombros, fechando os olhos, me sentindo péssimo pela dor de estômago.

Mas esse é exatamente o mesmo que Max e Lucia usam. É o símbolo da Revolução. Ah, meu Deus.

Depois de encarar aquilo por mais dez segundos, eu tive a certeza de que Gale muito provavelmente é um espião, um dos que eles mesmo disseram que infiltraram aqui no palácio para tomar conta de Katniss e do que poderia acontecer, ou em quais momentos vão agir.

Vi que ele foi para o banheiro, rindo, para lavar as mãos, que estavam cheias de milho, por conta dos biscoitos, e eu fui logo atrás. Sabendo a anatomia do banheiro, gigantesco, fechei a porta, para que ninguém ouvisse nada. Ninguém sequer se deu conta, o que foi ainda melhor.

— Você é da Guarda Escarlate! — exclamei, e na mesma hora ele parou de lavar as mãos. Devagar, fechou a torneira. — Você é um deles e nunca sequer disse nada! Você enganou todos nós esse tempo inteiro!

Suspirou profundamente, se apoiando na pia.

— Como você descobriu? — perguntou, bem abalado.

— O símbolo na sua pasta. No broche do Troy, do Caesar. O que eu não posso acreditar é que todos vocês são! — embora eu esteja exclamando, é em um tom bem mais baixo do que eu mesmo gostaria de estar lidando com essa situação.

— Peeta, você não pode contar isso para ninguém. Nem para a sua família! Tudo isso é para proteger a Katniss, e garantir que os sulistas não façam pior do que estão fazendo! — respondeu, então, como se despertasse para o que está acontecendo. Gale é um pouco mais baixo do que eu, é bem na altura de Katniss, porém quando ele ergue a voz, não tem quem não fique com certo medo. — Tudo isso é completamente secreto. Nós estamos encontrando espiões sulistas, e protegendo a integridade das famílias dos nossos amigos, inclusive a sua e da família real.

— Eu não vou contar para alguém, até porque eu apoio a causa — falei, erguendo as mãos, mas sem acreditar. — Katniss sabe disso, não sabe?

Semicerrei os olhos, esperando um sim como resposta. O silêncio e suas bochechas vermelhas foram o suficiente para interpretar um sincero não. Fiquei ainda mais sem acreditar.

— Você mentiu e escondeu isso todo esse tempo! Nossa! Gale!

Ele suspirou, balançando as mãos.

— Eu fiz isso porque eu deveria fazer, tá bom? Ser um espião contratado, onde o único pagamento é que, caso você faça um bom trabalho, é ver uma nação que vai ser livre da escravidão causada por Distritos, não é algo que nós contamos para os sete ventos, Peeta. Nem sei com precisão quando eu entrei, quando entrei na Guarda, já estava engajado demais para sair, e é isto. Agora você sabe.

Respondeu, mas seu tom não trazia a alegria e a honra de seu trabalho. Parecia um tanto arrependido, mas orgulhoso de sua função, ao mesmo tempo.

Suspirei, me apoiando na porta, em rendição.

— Desculpe, eu cheguei aqui te acusando… mas nem é dessa forma, na verdade. Eu apenas não podia imaginar que você seria da Guarda. Gale, se te descobrem, morrer para você vai ser o maior dos paraísos e absorções.

O assunto aparentemente mexe com ele o bastante para ter que piscar várias vezes para que as lágrimas que se formaram nos seus olhos não caiam, mas já é tarde para escondê-las, embora nenhuma tenha caído, pois seus olhos ficaram esverdeados, como os de Katniss ficam quando isso acontece.

— Eu não sei o que eu posso dizer. Ia contar para você e a Katniss, principalmente depois que vocês foram ao esconderijo da Guarda em Santa Barbara. Mas como eu contaria que fui colocado aqui para garantir que ela fizesse a melhor escolha para herdar o trono, e não algum infiltrado que poderia haver sendo adepto à causa do Sul?

Silêncio.

Sai logo daí, Gale, eu preciso escovar os dentes! Meu quarto é muito longe para eu ir lá só para fazer isso! — Blane gritou, dando um tapa na porta.

Outro suspiro de nós dois.

— Não vou contar sobre o que aconteceu. Mas apenas me confirme uma coisa… Troy e Caesar também são da Guarda? — ele ponderou, mas assentiu.

— E mais gente do que você poderia imaginar.

Olhou-me bem nos olhos. Não vi qualquer maldade em Gale, sinceramente.

— Gale! — Blane gritou de novo.

— Você, está me devendo uma bela de uma conversa.

Apontei para o moreno, em um tom de brincadeira, para aliviar as coisas, então abri a porta. Blane entrou, com sua escova de dentes.

— Nossa, mas que demora foi essa, os dois estavam fazendo o quê, hein? Querem bater papo, faz isso lá fora! Chegou mais chocolate, da Bélgica, e eu tô sedento pra comer, mas com gosto de pão de alho.

Abri um sorriso, saindo do banheiro, então, com uma música que eu ainda não conhecia tocando no máximo. Me arrepiei com a intensidade da música, o quão boa e envolvente.

Ele disse: Um dia você deixará este mundo para trás

Então, viva uma vida da qual você irá se lembrar

Meu pai me disse, quando eu era apenas uma criança

Estas são as noites que nunca morrerão

Meu pai me disse

— Qual o nome disso?! — perguntei, prestando atenção na letra.

— The Nights — Calvin respondeu, sorrindo, comendo pipoca, sentado em uma das poltronas no quarto de Gale. — Gente, cadê esse amigo do Gale que não chega para tirar uma foto nossa, hein? Misericórdia.

— É mesmo, né, ele nem apareceu, cara! — Falei, pensativo, pondo a música no replay, quando Blane e Gale se juntaram a gente. O moreno de olhos cinzas estava com uma expressão indecifrável. Não sabia se era de alívio, ou de medo, por eu saber.

Porém para não levantar ainda mais suspeitas, eu fui até sua pasta, como quem não quer nada, e coloquei um casaco por cima, como se estivesse incomodado com ele em cima da cama. Ele percebeu, e depois, pareceu mais tranquilo. Dei um meio sorriso, indo para o lado de Cato, vendo alguma das fotos, que ficaram muito engraçadas, mas queríamos umas tiradas por outra pessoa.

Quando o criado de Gale entrou, nós comemoramos, e ele riu, o que foi legal, porque já era quase nove e meia da noite, nós meio cansados, porém nós o localizamos no meio das nossas conversas de esportes, filmes, jogos, principalmente jogos.

Ele tirou umas fotos nossas, todas completamente espontâneas, embora a gente mudasse de pose, o que deixava tudo mais divertido, e ficaram ainda melhores, depois, chamamos Stefan, e nossos criados homens, que são todos na nossas faixa de idade, e levamos a festa até às três da manhã, até que depois de muitas gargalhadas, e novas amizades, eles tiveram que ir para os seus quartos, mas com os dons de Hacker do Calvin, conseguimos imprimir cinco cópias da melhor foto, onde estamos nós cinco juntos, com cara de "é nóes, o melhor squad".

— Peraí, mas sem legenda, galeres? Como assim? Não pode ser assim, tem que ter uma legenda top — ele disse, com nós quatro atrás da poltrona, enquanto ele mexe no laptop de Gale. — Nada de menininha, aquelas coisinhas de melhores amigos pra sempre, porque o Cato nem gosta da gente.

Ri, com a reação do outro loiro, totalmente convencido.

— E eu não gosto mesmo… nunca disse que gosto de vocês. Saudades dos meus amigos famosos… — revirei os olhos, sorrindo.

— Cara, pode ser a música da noite. Aquela do Avicii, acho esse o nome do cantor, de antes dos Dias Escuros — Blane sugeriu, se sentando na mesinha de centro, depois de termos limpado, para não deixar nada para o pessoal limpar amanhã, mas ainda sim, ele precisou afastar umas sacolas cheias de papel. — So, live a life you will remember.

— Blane, finalmente você prestou para alguma coisa — Cato disse, rindo, recebendo um copo de plástico na cabeça. — Desgraçado.

— Meu Deus, minhas bochechas estão todas vermelhas e doloridas por causa de vocês — falei, balançando a cabeça. Todo meu rosto está ardendo, e vermelho por conta de todos os risos, cantoria, e comilanças de hoje.

— Terminei, tudo mec, galeres, só imprimir, e geral assinar, presentinho de natal um pro outro, pra poder enquadrar. — Calvin anunciou. Em menos de trinta segundos, as fotos saíram de um dispositivo fino, mais ou menos na espessura de uns dois dedos, no comprimento de uma folha normal.

No entanto, com a qualidade da câmera, e da tal impressora, a foto saiu como se fosse as nossas fotos de criança, que sempre que a gente olha, ri, e fica feliz, mesmo com um tom amarelado.

— Imprimi um pouco maior mesmo para dar para a gente escrever alguma coisa também, pessoal — Cal lembrou, desligando o laptop. Ele colocou também uma borda que antigamente chamavam de polaroid, o que fazia a foto ficar ainda mais legal, porque dá para ver claramente o quanto a gente está feliz e descontraído.

Assinei algo especial, mas zoado na foto de cada um, e escolhemos não ler o que cada um escreveu, para deixarmos isso para depois que a Seleção acabar, e quando, segundo o trato, todos já estiverem longe uns dos outros.

— Pronto, dois dormem na cama, e três aqui no chão, quem vem? — Cato chamou, bocejando, depois que todos nós colocamos pijamas, que nada mais são que calças de moletom, por realmente estar fazendo muito, muito frio.

— Ah, eu fico no canto — falei, me deitando na ponta, para a  porta, completamente confortável. Blane se deitou do meu lado, ficando entre eu e Cato, enquanto os outros dois ficaram na cama.

Nem deu tempo para desejar boa noite, todo mundo apagou antes de qualquer outra coisa, mas no fundo ficou tocando Wake Me Up, que me deixou ainda mais calmo.

 

Não sei dizer onde a jornada vai acabar
Mas sei por onde começar

Dizem-me que sou muito jovem para entender
Dizem que estou preso em um sonho
Bem, a vida vai passar por mim se eu não abrir meus olhos
Bom, por mim, tudo bem

Então, acorde-me quando tudo isso acabar
Quando eu for mais sábio e mais velho
Todo este tempo eu estava procurando por mim mesmo
E não sabia que eu estava perdido

Gostaria de poder permanecer jovem assim para sempre
Sem medo de fechar os meus olhos
A vida é um jogo feito para todos
E o amor é o prêmio

 


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Notas finais do capítulo

Então, irmões, foi, isto! Espero muito que vocês tenham gostado, de verdade, é muito importante para mim saber o que estão achando. O capítulo anterior teve alguns comentários a mais, e eu amei ler cada um, eu amo, amo muito mesmo ler cada palavra que vocês me mandam, seja por mensagem privada (salve, salve, Lalá! ♥) como por um comentário aqui, ou no WhatsApp, etc. Obrigada pelo carinho de cada um de vocês, com todo meu coração.
E gostaria também de deixar, porém, um MASTER OBRIGADA para a Sweet, que sempre faz jus ao nome, com seus comentários amores, e agora, depois de tanto tempo, a fic recebeu mais uma recomendação AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA FIQUEI E AINDA ESTOU FRENETICAMENTE FELIZ! MUITO OBRIGADAAAAAAAA AAAAA AAAAA OBRIGADA DEMAIS, DEMAIS, DEMAIS, MANO, NOSSA, OBRIGADA TOTAL REAL!!!!!!!!!!!! Eu pensei que ninguém recomendava mais kkkkkkkkk e não estava mesmo uma recomendação, nossa, muito obrigada pelo carinho, bb!
Quem quiser fazer uma também, na page inicial dessa fic, tem, no canto, ou embaixo, depende por onde está lendo, uma opção, para recomendar, caso alguém se interesse, mas ninguém é obrigado a nada, apenas fico muito, muito feliz quando recebo, ou uma mensagem, ou um comentário, porque isso só acontece por ter alguém que comenta, que pede para eu continuar postando, que pede para eu continuar atualizando, não desistir, e cada palavra conta, sério, pessoal, e para vocês que sempre doam um pedaço do tempo de vocês, muito, muito, muito obrigada, que Deus abençoe muito cada um, assim como todos que acompanham essa história!
QUEM QUER SPOILER????? HMMMMMM!!!!!!! SE PEDIR EU DOU HEINNNNN

Música: Amei te Ver, Tiago Iorc (SIMMMMM AAAAAAAA)
Trecho: "— Olha, mas não é a princesa por aqui? — brinquei, liberando a passagem do elevador, assim como ela, e logo entrelacei uma de nossas mãos, com um sorriso torto. — Você está linda.

Como sempre, completei em minha cabeça, e era verdade, mas hoje está tão adolescente, que eu me senti como se a conhecesse pela primeira vez. Com uma saia pregada vermelha, blusa tomara que caia jeans e os lábios da cor da saia, em um tom diferente dos seus fios pintados, parecia uma rosa, simples, mas marcante e inegavelmente linda. Ah, isso porque não mencionei que o que fechou com chave de ouro a sua roupa foi seus tênis de cano curto.

— Obrigada, mas precisei de ajuda — disse, modesta, segurando a ponta da saia, cruzando um pouco as pernas como um agradecimento em reverência, me fazendo rir, desejando poder beijá-la logo agora, mas infelizmente eu não podia. Não agira.

— Era de se imaginar, está natural demais para ser uma princesa — alfinetei, cínico, quando começamos a caminhar para o grande centro no meio do pátio fechado, coberto por uma cúpula de vidro uns dez andares sobre nós, cheios de pequenas "casas", na verdade, acomodamentos.

— Não só uma simples princesa, Selecionado — respondeu, na brincadeira, com um sorriso no canto do rosto esperto. — A futura rainha de Panem.

Sorri, fazendo carinho nas costas de sua mão com meu polegar, e com a outra mão livre, peguei um copo de refrigerante que tinha em uma mesa bem grande."

Eu sei, bem sem gracinha (sujeiito à alterações, porque eu escrevi em NOVEMBRO de 2016), mas é para não revelar o que está por vir....... se preparem. SE PREPAREM! Katniss e Peeta vão estar no clímax da adolescência no próximo capítulo, de uma forma tão linda, que eu quase chorei escrevendo, de tão bb que está, mal posso esperar para vocês lerem! ♥ ♥ ♥ ♥

EU AMO MUITO A RAINHA VERMELHA, E ESTOU ESCREVENDO UMA FIC SOBRE, UM PÓS-GUERRA, MARE E CAL NO CONTROLE DE TUDO, COM MUITO AMOR, UMA SHORT fic sobre como, bem rapidamente, as coisas ficaram, e como foi todo aquele momento da Mare grávida, do Cal, um prateado, ela uma vermelha e sanguenova, eu estou super feliz escrevendo, mas eu não sei se posto, por não saber como é o público desses livros então, O QUE ACHAM DE EU POSTAR? Se disserem que sim, eu posto, só vou escrever um pouco mais, visualizar melhor a fic na minha mente, para poder não vir aqui, postar, e depois abandonar, isso nunca.

EU VOU REPOSTAR A PROPOSTA MUITO EM BREVE, FIQUEM ATENTOS!!!!!! E REFORMADA!!!! (Só estou na dúvida se jogo no ar de novo, ou se reposto cap por cap, para que vocês sintam melhor todas as mudadnças que estou fazendo...... o que acham melhor para vocês?)

EU ESTOU COM UMA FIC QUASE TODA ESCRITA, EM UNIVERSO ALTERNATIVO, DE JV, COM PEETA E KATNISS NO FINAL DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL NA POLÔNIA/ALEMANHA, O QUE ACHAM DE EU POSTAR? E UMA QUE OS PROTAGONISTAS SÃO ADOLESCENTES, MAS COM DIAGNÓSTICOS DIFÍCEIS, E JUNTOS QUEREM SUPERAR TUDO? O CHORO VAI SER LIVRE. O QUE ACHAM?

QUEM ESTÁ SENTINDO FALTA DE ACOMPANHAR UMA FIC DE JOGOS VORAZES? UMA AMIGA MINHA ESCREVE MUITO BEM, AQUI O LINK, PARA QUEM QUISER LER, PROMETO EMOÇÃO MUITO EM BREVE! A FIC JÁ É TOP MAS VAI FICAR AINDA MAIS!!!!

https://fanfiction.com.br/historia/752590/Os_Anjos_Caem/

Sério, pessoal, eu tô muito animada para os próximos capítulos, e quanto mais gente ir lá, ler, mais inspiração a Sil vai ter, para sempre estar postando um capítulo novo. Eu tenho muitos spoilers, e o que eu posso garantir é: vocês não vão se decepcionar! Não mesmo!


OBRIGADA POR TUDO, e por hoje é só, mas logo mais, provavelmente até metade de maio, sai o novo capítulo, pessoal. Beijos! Beijos! ♥

LINKS!!!
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