A Seleção da Herdeira escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 41
Me deixe entrar | A Escolha


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Tudo bem? How's being your 2018's so far? Graças a Deus esse ano de 2017 acabou, ,nossa, eu estava angustiada kkkkkkkkkkkk só eu que achei que este ano foi um fiasco? Nossa, meu Deus, nunca vi tanta coisa ruim acontecer a uma quantidade de pessoas em um período de doze meses com pessoas próximas e longe de mim. Mas bem, aqui estou eu, quase no segundo dia do ano, gostaria de desejar a todos vocês um excelente 2018, com muita saúde, muita paz, muito Senhor Jesus, acima de tudo, na vida de cada um de vocês, de verdade. Vocês contribuíram para um ano menos pesado e difícil, sem a menor sombra de dúvidas. Obrigada por todos os comentários, recomendações, favoritos, acompanhamentos, mesmo com o final de Jogos Vorazes, muito obrigada por continuarem aqui, um feliz ano novo a todos vocês, com todo o meu coração e gratidão. AH! E EU NÃO PODERIA ME ESQUECER!!!!!!!!!! um super obrigada a todas as meninas que comentaram no capítulo anterior, e um obrigada carinhoso para a Fer, que recomendou a nossa fic, tipo, AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!! ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ Dedico este capítulo de ano novo a todos vocês que continuam lendo essas fics, de verdade. Muita gratidão no coração.



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Há um buraco no meu coração que eu tenho escondido

Eu tenho sido forte por tanto tempo que fiquei cega

Há um lugar que eu posso ir para onde corre o rio solitário?

Onde o medo termina e fé começa

Aleluia, aleluia, deixe-me entrar

Tenho orado, mas eu estou pagando por meus pecados

Você não vai me dar um sinal se eu perder minha mente?

Woah, aleluia, deixe-me entrar

Cada passo me faz pensar que estou mais perto

Mas de alguma forma eu só não chegaram

Quando a nossa esperança desaparece, por favor, proteja-me dos meus medos

Eu preciso de você ao meu lado

— Hallelujah, Alicia Keys

— Por favor, posso visitar Katniss Everdeen? — pedi, na noite seguinte a todos os episódios do ataque e de minha conversa com Amélia, que quebrou meu coração em mil pedaços, mesmo que eu tenha me divertido, afinal, com sua inocência.

— Claro, o rei permitiu sua entrada — a enfermeira respondeu, verificando em um quadro de fundo azul holográfico. — Me acompanhe, por favor.

Segui ela, que começou a me dar instruções.

— Como a princesa não está bem de saúde, tem estado muito sonolenta por causa da quantidade de remédios, está passando por uma bateria de novos exames. É bom que, ela estando dormindo, não a acorde, ok? Ela está muito cansada — concordei, com sinceridade. — Antes de entrar, só precisa lavar as mãos.

Lavei, da forma ela havia instruído. Também pediu para que eu prometesse que não estava com qualquer doce em meus bolsos, pois Katniss está proibida. Contou-me que é normal ela estar mais pálida, para que eu não me aborreça. Tarde demais. Fiquei ofendido com uma declaração dessa vindo de uma enfermeira!

Será que não acreditam na minha sinceridade?! Estou aqui agora pela Katniss, porque nem mais a mesada eu recebi este mês por causa da rainha, que cortou, enquanto meus irmãos estão angustiados dentro de casa! Mas que absurdo!

Fiquei com minha garganta e bochecha  ardendo, e antes que eu me abrisse mediante tal ofensa, ela abriu a porta, revelando uma Katniss com o rosto bem cansado, realmente, mas escutando o que Johanna dizia, com sua bela barriga de grávida.

— Ah, desculpe incomodar… — falei, com vergonha. Katniss piscou três vezes, como se para acreditar que é mesmo eu. Johanna abriu um largo e lindo sorriso. — Volto daqui a pouco.

Fechei a porta, e realmente esperei.

O corredor é largo, com mais vinte portas, pelo menos, com uma boa distância de cada, pois como vi, mesmo que rapidamente, o quarto em que Katniss está aqui, é bem grande. Eu realmente estou surpreso. É maior do que os hospitais em meu distrito. Muito maior. E olha que lá temos quase cem mil habitantes de pessoas do Distrito Sete em Ilínois.

— Pode entrar — Johanna disse, piscando. — Ela só está falando baixo. Melhor começar se desculpando.

Ela estava brincalhona, e eu sorri, mais aliviado.

Logo depois de um simples cumprimento, ela saiu.

—  Oi — falei, com um sorriso. Katniss parecia mesmo bem cansada, detenta em meio a muitos fios. Mas estava linda. Ainda é Katniss.

— Otário — ela resmungou. — Estou aqui por sua causa!

Parecia querer me estapear, quando me sentei de frente pra ela em sua cama de hospital. Um de seus braços carrega uma agulha diretamente ligada a uma bolsa com algo transparente. Mas não parece ser apenas soro. Em seu peito, carregava alguns adesivos, monitorada por três aparelhos, meticulosamente. Estava sem sutiã, na regata fina e branca que veste. Meu Deus, meu Deus, não acredito que tive a indecência de reparar nisso.

Que belos seios, aliás, uma voz disse em minha própria cabeça.

— Katniss, eu estou tão constrangido, que me faltam palavras. — falei, de uma vez, olhando bem em seus olhos. — Não queria ter ido na direção da floresta, o que aconteceu foi que eu congelei, estava morrendo de medo, ainda mais que uma bala passou arranhando em meu ouvido.

— Você é um grande otário — disse, com a voz baixa mesmo, mas agora não parece estar tão irritada. — Agora que sabe como estou, pode ir.

Balancei a cabeça em negativa, cruzando os braços com um sorriso.

— Não vim só te ver e me explicar — desta vez foi ela quem corou.

— Ah, Peeta, sai daqui — pediu, indicando vagamente a porta. — Minha mãe não pode vir aqui mais, mas eu estou com raiva ainda, sai.

Não dá para levá-la a sério, apenas ri, e sem avisar, fiz carinho em uma bochecha, me inclinando para beijá-la, com saudade.

Ela nem me beliscou, como eu imaginei que faria, apenas sorriu em meio ao beijo, como eu.

— Eu quem fiquei preocupado com você. Sou um Sete, não precisa se preocupar comigo, Katniss. Eu sei bater.

Ela riu, mas vi as lágrimas em seus olhos, e me olhando, começou a chorar, e eu fiquei emocionado por causa dela, envolvendo-a como eu podia em um abraço.

— Eu pensei que você tinha morrido — falou, soluçando, com o rosto escondido em meu pescoço. Escutei seus batimentos cardíacos acelerarem na máquina, então tratei de tentar acalmá-la. — E esse machucado no seu braço! Peeta!

E chorou mais, me deixando desnorteado.

— Katniss, calma, eu estou aqui — falei, abraçando-a mais contra mim, desejando que ela fique bem. Meu coração disparou, aflito. Beijei o alto de sua cabeça.

— Mas podia não estar! E eu quero enfiar uma faca em você! — exclamou, mesmo que a voz esteja bem fraca. — Nunca mais faz isso, está me ouvindo?! — pediu, nos separando um pouco.

Assenti.

— Nunca mais, eu prometo — levantei uma mão, como em juramento. — Mas talvez tenha algo que vá te interessar, que aconteceu.

— O quê? — perguntou, se acalmando, e eu de forma espontânea passei os meus polegares por seu rosto gentilmente, para tirar os vestígios das lágrimas. — Obrigada.

Sorri.

Contei, então, brevemente, sobre o que aconteceu, que eu esbarrei em uma garota, que não me atacou, mas estava transbordando de livros, e que eles estavam buscando algo em especial, e todos desarmados.

— Deve ser o diário de Antony Panem, já que você confirmou que eles existem — falou ela, pensativa, repousando sua cabeça em meu peito, pois tirei meus sapatos e me deitei ao seu lado, sem mexer em nenhum de seus aparelhos médicos.

— Também desconfiei disso. Pareciam inocentes, no sentido de não quererem fazer mal, sabe? — balançou a cabeça, concordando. — Eles com certeza não passam de 24 anos o mais velho que eu vi, todos são jovens. Muito jovens.

— Agora tudo faz mais sentido — murmurou. — Preciso contar para meu pai.

— Não sei se agora seja o instante certo, mas acho certo que compartilhe isto. Desculpa outra vez.

Ela riu, e se inclinou para mim, comigo a sustentando, por causa de seu braço com a agulha.

— Fica quieto. É o melhor que pode fazer. E me deixa ficar com você — disse, bem calma. Estou completamente arrepiado com sua voz baixa.

Me inclinei e a beijei outra vez, tendo o conhecimento que ela pediu para Johanna mandar avisar caso alguém esteja vindo.

Todas as vezes que a beijo, é como se nós fôssemos transportados em um bater de coração para uma outra atmosfera, de forma doce e gentil.

Nunca somos apressados, ou demais.

Separamo-nos devagar, para outra vez beijá-la. Seus batimentos estão tão depressa como o meu.

— Quero tanto que essas preocupações acabem — disse ela, dessa vez sussurrando, escondendo o rosto na curva do meu pescoço. — Queria poder fugir com você.

— Acho que você está sob muitos remédios — brinquei, fazendo carinho em suas costas, com minha mão por debaixo de sua blusa. — Mas eu também queria que as coisas se resolvessem logo. Semana que vem é natal, mas não é muito o que celebrar, minha família passa uns maus bocados.

— Por que a mesada foi cortada? — neguei, mantendo o carinho em suas costas.

— Não, eles guardaram o bastante para os tratamentos, porém minha mãe quem não está bem, e nem meus irmãos. Não é um assunto agradável — fugi do tema que está prestes a surgir. Não quero falar sobre, para poder aproveitar meu raro momento com Katniss. Minha alma se contorce de dor por minha família todos os dias, principalmente por Amélia, que eu sinto em meu coração que está sofrendo e dando muito mais do que pode aguentar. Sinto isso, e me apavoro.

— Peeta, eu vou acabar com a seleção.

Declarou, sem rodeios.

— E você vai ser escolhido. Mas não posso fazer nada agora, antes da semana do natal, e nem depois, para o ano novo, somente no dia sete.

Fiquei nervoso, com aquele frio intenso na barriga, mas ri. Céus, ela está muito sob efeito de remédios.

— Calma, Katniss, fica calma — pedi, continuando o carinho casto em suas costas. — Não é nessa circunstância que você fala uma coisa dessas.

Eu realmente fiquei e estou inquieto agora, mexendo meus dedos dos pés, já que não posso mexer minha perna por estar esquentando as dela. Estamos emaranhados sob o edredom de seu quarto de hospital.

— Compreendo, posso sentir seu coração gelar e seu corpo ficar arrepiado, mas é apenas uma verdade que você precisa se acostumar, meu bem.

— Acho melhor você tentar dormir — aconselhei, beijando o alto de sua cabeça. De repente, meu relacionamento com Delly veio em meus pensamentos. Quero contar a verdade para Katniss, mas não tenho coragem para fazer isso. Sem contar que Delly também precisa contar, de preferência nós dois juntos.

Desde o começo da seleção, eu definitivamente não tinha pensado em contar sobre Delly, embora tenha compartilhado como era nosso relacionamento, e no quanto eu fui verdadeiramente feliz, no quanto nós realmente nos apaixonamos e nos amamos, porém não revelei o nome, tão pouco que trabalha aqui, e é de sua confiança.

Pela primeira vez, agora, quando Katniss se inclinou para me beijar mais uma vez, mesmo tendo correspondido, eu me senti um intruso, um falso, por ela sempre ser tão transparente comigo, sobre sua relação com os outros Selecionados, que me faltou fôlego antes do tempo.

— O que foi, eu disse alguma coisa errado? — perguntou, franzindo o cenho, preocupada. — Peeta?

Conta, conta, conta, minha consciência pediu, desesperada, como nunca antes esteve. Fiquei desesperado, também.

— Nada, nada, apenas me bateu uma preocupação com você, olhe só, está ardendo em febre! — Mudei de assunto, e muito bem, pois ela está em combustão, as bochechas vermelhas feito rosas, os olhos como se esfumados de preto, ao redor, fiquei preocupado mais uma vez com sua saúde. Não quero que se consuma por minha causa.

— Eu estou ficando bem — respondeu, segurando em minha mão, com um sorriso torto. Inclinou-se para me beijar, mas dessa vez sem nada além de um selar de lábios. — Não se preocupe comigo.

Repousou outra vez em meu peito, como um bebê, e o que me restou fazer, é o que seria minha noção de posição perfeita em qualquer circunstância da vida, a aninhei em meus braços, subindo um pouco seu corpo, para que eu pudesse deixar minha cabeça sobre a sua, e ela com o rosto em meu pescoço.

Envolvi seu corpo com o meu, já que sua mobilidade é bem pequena hoje.

Nenhum disse mais alguma coisa, o silêncio foi nossa conversa, debaixo das blusas opostas, beirando as cinturas com os carinhos espontâneos. Dormimos um ao outro. A abracei mais forte.

Passados dois dias de Katniss no hospital, e eu indo todas as noites dormir com ela, obviamente trouxe um murmúrio ao redor do palácio, mesmo que os outros Selecionados, meus amigos, façam uma grade para cada um ficar duas horas junto dela, por estarmos há bem pouco tempo do natal, que acontecerá em oito dias.

Veio a sexta-feira, e o programa com Caesar Flikermann, em uma edição especial, a última do ano, e até mesmo eu fui pego de surpresa, porque não sabia mesmo disso. Mas Stefan, Layla e Julia pareciam saber, porque me vestiram em meu melhor terno desde que cheguei aqui, mesmo que pareça impossível algo assim.

Estou com um terno azul caneta, bem na cor dos meus olhos, com alguns detalhes esverdeados, outros mais para o cinza, e senti que é justamente para que pareça com meus olhos.

— Ah mas se você fosse mulher eu te pegava, seu gato — Gale brincou, enquanto o programa não começava, e eu ri bem alto, do meu jeito horrível de rir, e todo mundo riu junto, por causa do som da risada.

— Até parece que se nós não estivéssemos aqui você não iria chamar o Peeta pra sair — Blane disse. Gale arqueou as sobrancelhas para ele, com seus lábios bem juntos.

— Chamaria mesmo, com ciúme?

Rimos outra vez, sinceramente.

— Não, meu anjo, eu gosto da vida como ela é. Caso tudo vá para o espaço, não duvido nada que o Cato e o Calvin assumam alguma coisa também.

— Se enxerga, maluco — Calvin disse, na brincadeira também. — Só tenho olhos para o Cato mesmo, né, parceiro.

— Vai procurar o que fazer e não me envolve no meio — Cato respondeu, se virando, com um riso, levantando a mão em sinal de pare.

— Rapazes, por favor, sentem-se corretamente — Cressida pediu, jogando seu cabelo para um lado, deixando metade de sua cabeça a mostra, estando raspada.

— Sim, senhorita.

Dissemos uníssono, ainda com nossos sorrisos, saí do bruços da cadeira, me largando ao lado de Gale. Agora estamos em uma única fileira. Fico entre o Gale e Cato.

A família real chegou completa e estonteante.

— Gente a Prim tá usando salto ou ela quem cresceu normal mesmo? — Calvin perguntou, um pouco assustado. Mesmo tendo-a visto recentemente, me surpreendi, eu não tinha reparado.

— Rapaz, acredita que eu estou na dúvida? — Gale respondeu, e todos nós cinco com uma expressão de interrogação.

Katniss vestia um vestido longo na cor preta (desafiadora, porque ouvi dizer que sua mãe ordenou que as cores das pessoas neste último programa fossem claras, para atrair boas coisas), porém comum, sem muito brilho, sem decotes, cobria até os seus pulsos, mas isto porque a atenção estava em seu rosto. Que lindo rosto. Suave como doces dos quais eu sou proibido de experimentar, mas só de vê-la posso ver o quão bom devem ser, se forem representados pela suavidade de seu rosto, depois dessa semana conturbada.

Ajudei suas criadas a melhorarem suas olheiras, e foi uma das coisas mais engraçadas que eu já fiz na minha vida, eu fiquei segurando uma colher congelada embaixo de seus olhos, mas ela levou um susto, porque estava “gelado demais”, e me deu um tapa bem no rosto.

Seus olhos estão destacados, parecem mais cinzas. Tem um sorriso no canto de seu rosto. Lábios vermelhos, como cerejas, pelo tom brilhante. Porém está inquieta.

O rei veste uma farda, com algumas de suas muitas condecorações, sua esposa, que parece uma tempestade, com um vestido comprido na cor azul meio branca, para quem a conhece sabe que ela está furiosa, pode perceber pelo desconforto do rei, e em seus irmãos, tios de Katniss e Prim, que estão na lateral do estúdio, sentados como nós, como uma platéia. Aqui é gigantesco.

— Tudo ok? — Caesar perguntou.

O cameramen fez que sim, então tocou um alarme, e o programa teve início.

Não prestei muita atenção, levei meus pensamentos para os últimos dois dias, nas minhas conversas com os meus irmãos, onde eu e Katniss começamos a dar ordens sobre como Amélia deveria agir com o Dean.

Dean… quando eu vi a foto recente dele (busquei na universidade que ele disse estudar, e o encontrei com facilidade, ele sempre está envolvido nas coisas) quase não o reconheci, ele era muito estranho, muito mesmo. Mas agora até que está quase na altura de Amélia.

Eu não posso voltar para casa, e não acho certo ligar para ele agora, mas Katniss pediu para que ele viesse juntamente com a minha família no dia do anúncio real. Amélia ficou estática. Pude sentir o coração da minha irmã parar de bater. Ah mas eu ri demais, e Katniss também. Se não for para fazer minha irmã rir e sair um pouco de sua bolha de preocupações e incertezas, não adianta nada eu ligar e mandar mensagem. Fiquei assustado com tudo o que me contou, eu realmente não sabia que estava sendo difícil a este ponto, sem sombra de dúvidas, eu fiquei estático.

Minha amizade com Stuart se estreitou, e mesmo pelo FaceTime posso ver o quanto ele cresceu e amadureceu nos últimos cinco meses, é impressionante. Estou muito orgulhoso, e de Amanda e Stacey também. Ben me deixa sem palavras. Que garoto inteligente. Meu irmãozinho está por dentro do que tem acontecido, e sempre chora quando fala comigo, e eu preciso ms segurar para não me desmanchar junto, porque ele é tudo pra mim, é meu caçulinha, e dói muito saber que não estou lá com ele nesse momento. Falou que sente que eu estou abandonando eles. Sorte minha que Katniss estava enxaguando o cabelo . Eu fiquei sem chão.

Expliquei para ele mais uma vez, que estou no palácio, que não posso sair, mas tudo bem no final, porque Katniss tomou o Smater da minha mão, e disse que era para ele ficar feliz, pois ela tinha escolhido à dedo com Prim o presente para os irmãos e parentes de todos os Selecionados.

Katniss me surpreendeu mais uma vez em todo esse período que nos conhecemos.

— O quê? Não precisa dar presentes, eu mesmo estou mandando, porque guardei uma parte do valor que recebi enquanto estava aqui — eu disse para ela, segurando em suas mãos. Madge começou a fazer uma escova em seu cabelo, mas mesmo com o som alto, e o incômodo do calor, ela sorriu.

— Peeta, vocês todos merecem. Aliás, Johanna! O papel do amigo oculto do Peeta! — franzi o cenho.

A morena grávida riu, e me passou um envelope pequeno selado.

— O que é amigo oculto? — perguntei, confuso.

— Isso é quando você e um grupo de pessoas se juntam e no natal se presenteiam, mas em segredo. Cada um tira uma pessoa, que não pode se tirar, aí vocês se presenteiam. Não pode falar quem é.

Assenti, abrindo o envelope. Cato! Sorri, animado.

— Quem mais está participando? — perguntei, muito feliz. Dar um presente surpresa para o Cato!  Que reviravolta!

— Apenas o pessoal da Seleção, você, Blane, Cato, Gale e Calvin. Não pude participar porque seria injusto, possivelmente, sem contar que já é a reta final, e no natal eu vou pessoalmente conversar com cada um dos Selecionados e contar meu veredito para a Seleção, pois depois apenas dois poderão ficar sentados no palanque.

Assenti.

Pisquei meus olhos, e logo voltei para cá, com uma chuva de aplausos.

— Bem, como hoje sendo o nosso último programa, nada mais justo que fazer uma retrospectiva dos nossos Selecionados. Separamos algumas fotos, do que nossos Selecionados mais fizeram nesses últimos meses.

Primeiro foi com Cato.

Arrumar a abotoadeira, apareceu, embaixo do nome dele.

Uma chuva de gargalhadas começou. Ele em diferentes fotos, com diferentes camisas sociais, sempre está mexendo no pulso, como se arrumando sua abotoadeira.

— Moleque eu nunca tinha reparado nisso! — Gale gritou, rindo do seu jeito escandaloso, aparecendo ao vivo também.

— Otário — Calvin disse, dando uma cotovelada em Cato, que ria, mas todo envergonhado.

O segundo foi Blane, e seu cabelo.

— Isso nós sempre dissemos que você faz o tempo todo e que enche o saco, viu, seu idiota? — Cato comentou rindo, e o moreno ficou vermelho da cabeça aos pés. Katniss e Prim, por parecerem alheias – fingindo, na verdade – ao relacionamento dos pais, se divertiam a cada foto.

Senti um frio na barriga, com medo do que poderia ser quando chegasse minha vez.

Calvin foi uma sequência dele comendo, e Gale deu um berro tão alto, que eu quase caí, tendo que me equilibrar em Cato, que riu como a gente.

— Bem, Calvin, depois eu preciso ter aulas com você de como comer com tanta elegância e com tanta frequência sem engordar. Eu realmente não sei como fazer isso — Caesar brincou, e o rei se esqueceu por um momento de seus problemas e riu junto, riu bastante.

— Ah, mas não acho que isso eu possa ensinar, é… um talento próprio — Calvin respondeu, rindo, claro, mas em sua pose real e elegante, porque ele é todo assim, até mais do que o Cato, que às vezes age como um adolescente homem de 19 anos otário. Ri também com meu pensamento.

Estou sentindo meu estômago quente, assim como meu rosto, e um monte de lágrimas nos meus olhos. Eu nunca ri tanto nesse palácio como hoje. Céus!

Gale, sem dúvidas, entrou em retrospectiva rindo em muitos ângulos.

— Caramba, isso é muito eu, cara! — ele gritou, apontando para si mesmo, e outra chuva de risos veio. Foto dele rindo na mesa do café, ao lado de Katniss, ao nosso lado, sentado sozinho, mexendo no celular, se vendo no espelho, andando sozinho, e ele e seu sorriso contagiante e simpatizante de todos os dias.

E então, eu.

Dormindo.

Não ouve uma chuva de risos mais alta do que quando eu apareci dormindo no sofá do salão dos homens, e a frase em baixo de Peeta Mellark era Sono Profundo.

— Meu Deus — murmurei, boquiaberto, sem acreditar. É muita vergonha.

Eu apareci dormindo no sofá, enquanto faziam meu cabelo, enquanto eu comia (isso já aconteceu umas cinco vezes, eu acabar cochilando no meio do café, já que eu nunca consegui chegar no último prato servido), eu dormindo em pé escorado num canto, eu dormindo enquanto o programa não começava, eu dormindo no ombro de Gale (rindo) em um passeio para nem sei onde, eu dormindo no carro, com Cato dirigindo (em uma das aulas de direção), eu dormindo na aula da tia Effie, eu dormindo no consultório.

Pude sentir meus irmãos berrarem de gargalhar em casa. Ainda mais vendo a cara de desnorteado e envergonhado que eu estou fazendo agora, com uma mão na boca, e o rosto vermelho marsala, suor frio no meu pescoço. Meu Deus. Eu durmo tanto assim?

Até a rainha riu de mim.

Meus pés não tocam mais o chão…

Não soube onde enfiar minha cara.

Senhor Jesus, eu sou um bosta mesmo. Nem para ficar acordado.

— Bem, Peeta, é impressionante, sinceramente. Você também precisa me ensinar a como dormir tanto, pois aí metade do meu salário vai ser poupado se eu não precisar pagar os remédios para controlar minha insônia!

Outra onda de aplausos e gargalhadas, enquanto eu dei aquela risada ridícula e sem graça, engasgado para não chorar de tanta vergonha.

— Presta atenção agora para não dormir — Cato sacaneou, quando o rei se levantou para encerrar o programa, e eu apenas dei um socão em seu braço, porque as câmeras ainda nos fotografavam.

— Vou acertar essa sua cara! — exclamei em um sussurro.

— Ata, soneca — rebateu, mexendo a cabeça de um lado pro outro, de um jeito cômico, e aí eu não aguentei e ri.

— Idiota — respondi, balançando a cabeça em negativa, com um sorriso.

— Este ano de 2117 foi um ano muito complicado, diferente, difícil para o governo, para nossa população, no entanto, permanecemos de pé, como uma nação, mesmo com suas dúvidas e problemas, resistimos e continuaremos em frente. Ano que vem vos será apresentado o futuro rei de Panem, um desses rapazes, que mesmo não tendo nascido em um berço privilegiado, posso garantir que independente da escolha de minha filha, sua princesa, Katniss Everdeen Snow, vocês estaremos em excelentes mãos, com mudanças, reformas, novas construções, e não apenas no sentido literal, mas também moral e ético de uma nação. E bem, todos os anos terminamos com uma salva de aplausos para a família real, mas desta vez eu gostaria de pedir por favor, todo o conselho fique de pé, e vamos aplaudir estes cinco rapazes, que abriram mão de suas vidas, de suas famílias, para arriscarem-sem em um futuro incerto e duvidoso, mas que não apenas aprenderam aqui, mas ensinaram muita coisa, e não digo isto apenas em meu nome. Vocês representam nossa Panem. Vocês são o futuro, jovens, dedicados e empenhados com o compromisso de fazer valer a vinda de vocês aqui.

Nós também ficamos de pé, e “nos” aplaudimos. Sinceramente, eu não estava esperando por este discurso, já que ele usa este tempo sempre para falar sobre os avanços de Panem no ano decorrido, etc, com breves agradecimentos ao conselho. Nunca iria imaginar tanta honra assim, e os rapazes estão do mesmo jeito. É preciso coragem para falar, mas uma coragem maior ainda para agradecer.

Katniss então tomou a fala, como também previsto. A coroa em sua cabeça está perfeita. Parece que é uma extensão dela. Cravada com brilhantes, dourada com prata, porém ainda se mantém singela. Como ela é.

— Faço das palavras de meu pai, e seu rei, minhas. Em nome de todo o conselho, gostaríamos de agradecer à toda a população que esteve conosco neste ano. Não foi um ano fácil, porém tivemos muitos avanços, na saúde, na educação, ampliando chances do ingresso na faculdade, ajuda financeira para famílias com renda per capita inferior a quinhentos dólares, assim como o investimento na segurança ao redor do país, principalmente no Sul.

E falou mais algumas coisas, para então desejar um feliz natal e um próspero ano novo, assim como também um feliz Hannucah.

— Ai, todo mundo hoje no meu quarto! — Gale exclamou, depois que as câmeras desligaram, e eu sorri, me animando. Já estava seguindo-os quando Caesar segurou meu braço gentilmente. Avisei a eles que eu já estaria indo.

Prim passou agarrada com Katniss, e as duas deram uma piscadinha para mim, brincando. O rei sorriu. A rainha passou direto, na frente de todo mundo. Ah mas isso é problema dela.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntei, franzindo o cenho. Ele riu logo, negando. Sempre tive a vontade de conversar com ele, mas não tivemos a oportunidade.

— É só para dizer que você e a Katty devem conversar. Vocês são minha torcida, porém sei que a rainha vai lutar para que dê errado. Tome cuidado — disse, no abraço, sussurrando, deu dois tapinhas em minhas costas. — Se cuida, garoto.

Fiquei paralisado.

— O quê? Mas — ele balançou a cabeça. Estamos na porta do estúdio, e não ninguém próximo para nos ouvir, mas é sempre um risco.

— Todos já sabem a escolha dela, isso não é mistério para ninguém, nem para os seus amigos. Todo mundo já sabe. Agora, tome cuidado.

E saiu, depois de dizer isso da maneira mais sutil possível, com um sorriso, enquanto ajeitava meu terno. Pude reparar em seu broche de tordo.

Tordo.

Tordo.

Tordo.

A bandana da menina que trombei na floresta tinha um tordo estampado.

É paranoia da minha cabeça, depois que eu usei um broche, fiquei sabendo que se tornou uma febre coisas de tordo em todo o país.

Mas esse aviso de Caesar.

— Camarão que dorme na areia a onda leva! — Frank exclamou, rindo, passando por mim. Abri um sorriso, no meio da minha preocupação com o que Caesar disse.

— Ah, por favor! Eu nem durmo toda hora!

— Não foi o que o vídeo mostrou, senhor — A prima de Katniss e Prim disse, rindo, passando de mãos dadas com Anastácia. Sorri. Ela é uma graça. — Vocês cinco são tão engraçados.

Ana riu junto comigo, com essa afirmação.

— E o que a senhorita acha engraçado, posso saber? — brinquei com ela, que soltou a mão da mãe, e estendeu a dela para um high-five, que fiz numa boa, achando muito legal que os filhos deles são incríveis como eles.

— Vocês! — ri. — Acho engraçado quando ninguém quer ser engraçado e é, tipo meu tio Frank, ele é um tonto de engraçado. Mas não o conte, senão ele vai ficar sem graça.

Precisei subir logo, porque começaram a ficar mandando palavras quase xulas, para o meu Smarter, e me ligando.

Fizemos uma noite dos garotos, como da outra vez, e esta foi ainda melhor, porque agora sim eu posso dizer que eles são meus amigos.

Não houve bebidas alcoólicas, concordamos que não é certo que consumamos isto, e depois venhamos a nos esquecer desses momentos quando a gente foi velho, e também porque nenhum de nós estava se sentindo confortável bebendo.

Quase me esqueci do comentário secreto de Caesar. Antes de dormir, com uma dor fortíssima de estômago e nas bochechas de tanto que rimos hoje, como se nenhum de nós cinco fosse ser o próximo rei do segundo maior país do que restou do mundo. Fomos apenas cinco garotos que não teriam a menor chance de serem amigos se não fosse A Seleção, que se conheceriam, mas continuariam mero estranhos.

Fui dormir feliz por estar com esses caras, por ter conhecido amigos de verdade, mas em meu coração eu desejei que Amélia abrisse o coração dela para o Dean, e se permitisse sentir essas coisas também, e que todos os meus irmãos venham a ter essa chance de fazer amizades que dure uma vida toda.

Porém, antes que eu dormisse, meu Smarter vibrou. Sonolento, atendi. Todos já dormiram.

— Mels? — balbiciei, com meus olhos casados demais.

Katniss — ela respondeu, no caso, a Katniss. — Peeta, vai para o salão principal. Agora, te espero na escada. Corre. Por favor. Não vou fazer isto sozinha.

E desligou a porcaria do telefone.

Vi a hora.

Duas e meia da madrugada. Mas que tipo de diabo de coisa tem para fazer às duas e meia da madrugada? Pelo amor de Deus!

Mas me levantei, bem devagar, descendo com cuidado da cama que eu estava ao lado de Gale, com Cato deitado nos nossos pé, já que a cama é bem grande e sejamos muito espaçosos.

Peguei apenas uma jaqueta largada de Gale, que graças a Deus coube certo em mim, por cima do pijama.

— Mas o que é que está acontecendo? — perguntei para Katniss, que também estava com roupa de dormir, mas muito mais elegante do que. Estava com calças de seda de madame, e um casaco fino e chique, todo bordado para o frio, com o cabelo longo e agora pintado de ruivo até quase a cintura.

— Tem duas pessoas querendo falar conosco — ela explicou, entrelaçando seu braço e mão a minha, depois que indiquei meu próprio braço. Descemos as escadas, e nossos chinelos não fazem barulho no veludo que cobre a escada real. — Estou com medo. Por isso te chamei. Estava dormindo?

— Você viu na retrospectiva, é tudo o que eu faço — ela cobriu a boca para não rir. Sorri. — Estava quase. Se soubesse de mais alguma coisa, te garanto que eu iria me arrumar.

— Sem problema com sua calça de moletom preta e a sua blusa que diz “eu queria estar dormindo”, só preciso de sua companhia.

Assenti, recebendo de surpresa um beijo seu em minha bochecha. Fiquei todo corado, e com um sorriso que não sai de mim.

— Boa noite — Katniss disse, e o casal que estava sentado, com as mãos dadas, olharam para nós, ficando de pé, já que estamos na “sala”, na entrada do palácio. Fizeram a tão comum reverência, e desta vez, a garota que logo reconheci não foi brincalhona. Levavam a sério estarem aqui.

— Ei! Você! — exclamei, abrindo um sorriso, ignorando, assim como Katniss, as reverências. — Lucia, não é?

Katniss e o rapaz se entreolharam, confusos.

A garota riu, assentindo, apertando minha mão.

— A gente se encontrou sem querer um dia desses — explicou, e eu assenti. — Tudo bem, vossa Alteza?

— Pelo amor, não fale assim como, ela é a única realeza aqui — respondi, indicando Katniss, que apertou minha mão mais firme, buscando apoio. Nossa, agora a madame quer se fazer de desentendida.

— Eu sou Max Panem, e essa é minha noiva Lucia Mc Clain, e nós viemos do norte — o rapaz se apresentou, depois de algumas amenidades, e Katniss pediu para que todos nós sentássemos.

— Panem? Seu sobrenome é Panem? — pensei comigo mesmo, confuso. E é um nortista? Mas como entrou aqui? Ué.

Minha mente deu um nó. Mas Katniss lidou muito bem com a situação, cruzando as pernas. O palácio está aceso como se fosse de tarde, mas os corredores estão escuros, por comodidade.

— Eu já sabia que tínhamos descendentes legítimo al trono, mas lhe digo que eu estou disposta a herdar o trono, me preparei a vida para isto, e não é agora que pretendo me ausentar — respondeu, tranquila. Ela tem toda a pose de rainha, de modo que até quando relaxa é difícil ver ela de uma forma "relaxada". Agora eu estou tentando esquentar minha mão com a xícara de chá, porque beber isso eu não bebo nem que me pague, é horrível.

— Eu sei, e temos a convicção de que seu governo será excelente — continuou o rapaz. Ele tem uns traços que lembram o rei e Katniss, os olhos cinzas azulados, o cabelo castanho escuro, e é alto, talvez seja um tataraneto de Gregory Panem, enquanto o pai de Katniss eu sei que era um primo de primeiro grau do neto do filho de Gregory. — Mas tem algumas coisas que não podem permanecer iguais, vossa alteza, e é isto o que viemos fazer aqui. Entramos sozinhos neste palácio através de pessoas muito importantes. Seus guardas não irão dizer nada. Talvez seja o suficiente.

Lucia, a garota com o cabelo pixie,

assentiu, concordando com seu noivo.

— Estou disposta e aberta a sugestões — Katniss respondeu. — O que querem?

— Que cessem fogo com as revoltas do Norte. Nós não queremos acabar como a monarquia. Como prova, nos disponibilizamos para combater os sulistas, que são os verdadeiros assassinos e criminosos, não nós. Ah, e também, claro, acima de tudo, o que ele disse, acabar com os Distritos. Eu sou um Um legítimo, mas por causa do lugar em que minha mãe me teve, sou um Cinco, e não tenho problemas com isso, conheci a Lucia, mas acontece que é injusto demais. Nunca deu certo isso.

A conversa se desenrolou, e eu pude ver a compreensão no rosto de Katniss, ele apenas dizia as coisas que eu pretendo fazer caso venha ser rei um dia.

Não me envolvi muito na conversa, apenas concordava, e segurava na mão de Katniss, enquanto Lucia estava do mesmo jeito que eu, enquanto Max e Katniss conversavam amigavelmente sobre política. Eu francamente entendo é nada, sou péssimo da cabeça aos pés.

Mas estava compreendendo os pedidos de Max, e a preocupação de Katniss.

— A senhorita precisa ir ver como está a situação. Os sulistas estão assassinando todos os Oito e Sete sem piedade. Começaram em Lakeland, e agora estão indo para Piedmont, onde nós estamos. As ruas estão pretas de sujeita, por causa de tanto sangue.

— Eu sou de Santa Cloud, ao lado de Chicago, na província de Piedmont, sei do que estão falando. Os sulistas são as coisas mais assustadoras. Ganham até da fome. Sou bem do sul de Illinois.

Falei, compadecido. Eles dois são claramente bons jovens. Até disseram que estiveram aqui na invasão da semana passada, onde estão querendo encontrar o livro de Gregory Panem.

— Eu quero ver com meus próprios olhos — Katniss disse, e eu a olhei sem acreditar.

— O quê? — nós três dissemos juntos, sem acreditar.

Ela permaneceu com sua expressão séria.

— Quero ir, quero ver como é essa realidade. Acredito em vocês, acredito em Peeta, Gale também me disse os pais estão preocupados com a situação de onde moram, na Flórida, que é algo bem distante de vocês. Quando posso ir?

Lucia e Max trocaram um olhar intenso, era uma conversa. Fiquei impressionado, é preciso muita intimidade para isso.

— Bem, seria um prazer recebê-la — Lucia disse, com um sorriso gentil. — Um prazer mesmo. Amanhã tudo estará mais calmo.

— Amanhã. — Max disse, mas parecia incerto por Katniss.

— Ok — a agora ruiva disse, e eu fiquei boquiaberto, olhando para ela. — E Peeta vai ir comigo, e uma das minhas assistentes. Como iremos fazer?

— O quê?! — eu exclamei. — Katniss! Você está bem? Com todo o respeito vocês dois, mas é fim de ano, os sulistas estão a todo vapor!

Max concordou comigo.

— Sei seu medo, tenho isto também com a Lucia, principalmente porque ela não sabe como usar uma arma, mas há coisas que precisam ser feitas.

— Está tudo bem, escolho alguns guardas de confiança, e você vai estar lá, sei que você é um medroso, mas entraria na frente de mim em caso de emergência.

Fechei a cara com esse comentário, mas os três riram de mim. É tão na cara que eu faria isso? Preciso ensaiar melhor minha expressão de ódio e raiva, porque as pessoas não me dão crédito, aparentemente.

— Nós podemos providenciar tudo. Esperem no estábulo — Lucia disse, com certeza. — Às oito da noite. Antes das dez vocês voltarão. Se não comparecerem, nós iremos atacar. Não nos obrigue a isto.

Max assentiu.

— Mediante a situação do país, sabem que precisam de todo o apoio possível. Nós temos tanto poder quanto o Sul. Somos do Norte, mas não há quem não nos conheça. Alguns podem dizer boas coisas, mas uma parte não sei se pode dizer o mesmo.

— Nós vamos. — Katniss confirmou, e pegou novamente minha mão, por debaixo da mesa. Apertei, eu estou com ela, independente do que aconteça. Somos uma dupla agora, pelo o que parece.

— Estaremos esperando. — Lucia disse.

Depois eles se despediram, e Katniss pediu sigilo absoluto sobre tudo aos guardas.

Subimos juntos, como descemos.

— Você acha que foi uma boa ideia? — perguntou, baixo.

— Estou com um mal pressentimento, Katniss, não vou mentir, e eu costumo não errar nessas coisas. Mas... sinto que vai ser bom para você ver como está o seu país. É só a ponta. Piedmont é só a amostra do IceBerg.

Chegamos no corredor do meu quarto. Os guardas fingiram não ver nós dois no meio da madrugada ali.

Sorri para isso, e acho que ela pensou o mesmo que eu.

A puxei para perto, e a beijei.

Mas beijei de verdade.

Segurei sua cintura, mesmo sabendo que ela não iria a lugar algum, assim como tirei seus belos fios acobreados de seu rosto.

Pude sentir como se nós dois fôssemos uma só pessoa. Ela me acalma de todas as formas possíveis. Me sinto como se o mundo pudesse desabar sobre nossas cabeças, mas mesmo que desabasse, estaria tudo bem. Porque eu estaria com ela.

— Posso dormir no seu quarto? — perguntou ela, quando estávamos centímetros de nos beijarmos outra vez.

— Eu estou no quarto do Gale, vão desconfiar se eu for para o meu. Combinamos de tomar café lá, ficar o dia jogando video game.

Ela riu, doce. Permaneceu de olhos fechados, logo fechei os meus também. Outro beijo de tirar todo o fôlego.

— Me deixe entrar no seu coração — pediu. — O que falta para eu conseguir morar aí?

Perguntou, tocando gentilmente em meu peito.

— Como assim? — perguntei, brincando com seu cabelo.

— Se deixe eu amar você. O que te prende? Sinto que você está comigo, mas não totalmente.

Suspirei, ficando preocupado. Eu preciso contar sobre Delly. Preciso. Mas não agora.

— Você já é um dos meus aleluias. Vai acontecer na hora certa, eu te prometo.

A respondi. Ela me olhou com olhos tão brilhantes, que pisquei, para ter certeza de que é verdade o que meus olhos estão vendo. Tão mágica.

Foi a resposta certa para ela, pois sorriu, me puxando para outro beijo.

— Se eu voltar para o quarto antes das seis acho que eles não vão se incomodar — sussurrei em seu ouvido, tão arrepiado quanto ela.

— Também acho.

E tomou a iniciativa de puxar-me com um sorriso largo para meu quarto, que é de frente para o de Gale.

Tirou meu casaco, e eu seu sobretudo, a caminho do colchão, mas foi apenas isso, entre beijos e abraços que ardem o coração e a alma. Terminamos em risos.

— Graças a Deus não vai demorar mais muito tempo — Ela quem disse, sentada em meu colo, com a cabeça em meu peito, abraçada apertada à mim. — Eu vou falar depois do natal, fazer um anúncio aos outros.

— Não se apresse — pedi, com sinceridade, mesmo que seja agora algo que eu deseje muito. Como nunca quis. — Ainda tem o Dia do Perdão antes do Natal, na quinta-feira que vem.

Assentiu, em concordância. É no dia 23 de dezembro.

— Já deram as instruções para vocês? — assenti. — E também terá o evento depois do natal com os reis e príncipes de outros países.

— Deste eu já estou encarregado com Cato, nós estamos organizando a festa para os alemães.

— Ótimo... — disse, baixo. — Deita, porque como eu tô encima de você não vou precisar sair daqui.

Ri de sua preguiça, e assim o fiz, mas à coloquei de frente para mim, com nossas mãos entrelaçadas entre nós. Quis que durasse uma eternidade esta cena. Mas duraria duas horas e meia, já que preciso ir para o quarto de Gale pela manhã.

— Obrigada por ir comigo — disse, olhando em meus olhos. Mas isto apenas senti, pois o quarto está bem escuro. — De verdade. Valeu.

— Você me agradece por coisas tão simples, e que faço pelo prazer de sua companhia.

Eu estava zonzo de sono, porém fui sincero de verdade.

Senti seus lábios sobre os meus, ali, no total escuro. Senti a doce formigação no corpo, meu coração acelerado, com essa simples demonstração de afeto.

— É um bom momento para algum de nós dois dizermos aquelas palavras. Aquelas três.

Ri, balançando a cabeça.

— Vá dormir, madame.

E dormimos. Em paz. É tão doce tê-la por perto, que mesmo minha preocupação com o amanhã se esvaiu. Deixei o mau de amanhã para amanhã. Esta madrugada ela está aqui, bem ao meu lado, e não há nada além de um aleluia.


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Notas finais do capítulo

HMMMMM, BEM, FOI ESTE O CAPÍTULO! Vocês pediram mais momentos do Peeta e da Katniss, coloquei, e eu posso sentir que não está muito mais dentro tanto assim de A Seleção, porém, está seguindo um cronograma do livro, como eu disse que seria, sem plagear nada.
Espero que vocês tenham gostado, pessoal, de verdade, eu esrevi com muito, muito carinho mesmo, e estou muito curiosa para saber o que acharam, e o que de ruim todos estão, no fundo, parecendo sentir. Não teve muita conversa de Peeta e Amélia, mas no próximo vai ter kkkkkkkkkkkk eu também me diverti muito escrevendo aquela conversa, e é bem uma realidade quase que geral, né, quase todo mundo tem um amigo assim.
Bem, e mais uma vez, que Deus abençoe muito o ano de vocês, com muita luz, muita saúde, muito amor, repleto de realizaçõess, e contem sempre comigo, de verdade, não se sintam mal por nada, amo conversar.
E AOS SPOILERS NÉ MEUS AMORES:

Música: Every Breath You Take, The Police
Trech: (Não oficial) *Saindo no palácio
*Conversas políticas
*Tiro
*Peeta muito ferido
*Corrida na chuva
*Emergência


Isto é tudo, pessoal, não escrevi ainda, mas assim que publicar isto, é certo de que vou escrever, e mais rápido do que esperam, vou atualizar, amém kkkkkkkkkkkkkkkkk Tenho muitos planos para este ano, e no próximo capítulo eu vou compartilhar com voces, só preciso me organizar um pouco melhor, mas tá quase certo que vamos ter aí duas fics este ano, em JV ainda, pois meus planos são parar de escrever fics, mas não sei se vou conseguir ainda, pois eu amo demais, e os considero ainda mais, é sempre muito gostoso abrir o site e ler os comentários de vocês, e tudo mais. Sao apenas ideias.
Um milhão de abraços, de beijos, e mais uma vez, um feliz ano novo para todos vocês, muito obrigada por um ano de muitas dificuldades, mas muita gratidão também. BEIJOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOSSSSSSSSSSSSS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ♥ ♥ ♥