A Vida Secreta de Rachel escrita por L CHRIS


Capítulo 11
Adeus Frankie


Notas iniciais do capítulo

Não me matem pelo titulo. A todos uma boa leitura.



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Meus olhos percorrem lentamente o ambiente no qual acabara de despertar,passam silenciosos pela pouca mobília que o quarto trazia. Uma arara de roupas – como aquela que encontramos em lojas – havia algumas peças de roupas colocadas de forma desorganizada em alguns cabides, havia também uma escrivaninha ao estilo vitoriana desgastada – pelo tempo, suponho – alguns livros no canto da cama mostrara que Francesca tinha habito de ler. Algumas roupas jogadas em uma cadeira giratória mostrava seu jeito desencanado e certamente bagunceiro.

Meu olhar agora encara a figura sensual que dormira profundamente ao meu lado, seu cabelo curto estava bagunçado, aquilo a deixara ainda mais bonita, sua cara amassada pelo sono lhe dava um ar sereno. Frankie estava debruço com o seu corpo nu, era possível observar a tímida curva do seu corpo, suas nádegas macias e pálidas sem querer me ajuntar-se a ele e lhe presentear com beijos molhados por todo o corpo.

Flashes da noite passada ainda pairava em minhas lembranças, seu toque, seu cheiro, ainda estavam presentes em meu corpo que naquele instante também se encontrava nu.

Fecho meus olhos e sinto uma súbita culpa tocar meu peito.

Era realmente certo? Estar ali com uma mulher que mal conheço. Desejar essa mulher. Eu deveria estar em casa, cuidando dos meus filhos, do meu marido.

Por um momento, pensar em Allan me causara estranheza, era como se um amargo me descesse à garganta, me sentia enjoada.

Encaro o teto.

Todos deviam estar preocupados com meu sumiço repentino. Pensei aflita com a ideia.

Deslizo lentamente contra o lençol tomando o devido cuidado para que Frankie não despertasse. Piso meus pés contra o chão frio e fito minhas roupas no pé da cama.

Você é uma vadia egoísta, Rachel. Minha mente me condena. Mas algo dentro de mim me faz sorrir.

Eu não me arrependera do que havia feito, e naquele instante eu sabia que faria de novo se tivesse a oportunidade, e de novo.

Enquanto colocara minha roupa amassada pela noite quente, meus olhos percorrem novamente Frankie, agora ela virara de costas para mim, suas costas tinha os desenhos de minhas unhas por toda parte, o tom avermelhado, certamente não sairá tão cedo.

Aquilo me fez sorrir.

Talvez as lembranças daquela noite durassem muito além do que imaginara. Penso com um sorriso.

Enquanto apanho minha bolsa silenciosa, penso se Frankie me odiara por sair sem me despedir, eu sabia que o certo era acorda-la e dizer o quão bom tinha sido a noite, agradecer por ela ter me feito mulher. Mulher de verdade. Mas agora, passado o êxtase da noite, eu me sentia só uma dona de casa recatada.

Acho um bloco de papeis e um lápis em meio aos seus livros e é exatamente com isso que resolvo escrever um bilhete.

Eu sabia que ela não me perdoaria, mas, talvez fosse melhor assim. Frankie me proporcionou algo nunca antes sentido. Mas não seria nada mais além, não poderia ser.

Aquela noite era a primeira e única, não existiria depois, um novo encontro. Frankie fora meu sonho mais intenso e real. Mas sonhos acabam ao despertar, e aquele era meu momento de despertar.

Escrevo o bilhete:

Francesca, obrigada

Risco e me sinto perplexa por um momento, aquele seria o meu ultimo capitulo com Frankie, eu precisava ser ao menos de algo melhor do que “obrigada Francesca

Encaro aquele bloco de papel branco em minhas mãos, naquele momento eu sei exatamente o que escrever.

Você me proporcionou a melhor noite da minha vida. Nunca me esquecerei.

Adeus Frankie.

Com carinho, Rachel. Chel.

Naquele momento eu sinto um calor me tomar à alma, era como se naquele bilhete estivesse toda parcela da minha verdade, uma parte do que eu queria de verdade.

Eu a queria.

Eu queria Frankie.

Mas agora, estava na hora de encarar a vida. A vida que escolhi.

Não tinha outra escolha.

Deixei a casa de Francesca logo após escrever e deixar o bilhete ao seu lado. Eu sabia que ao acordar ela encontraria o bilhete, e também tinha certeza que ela nunca me perdoaria por ter sumido sem deixar rastros.

***

O caminho de volta para casa fora silencioso, enquanto o taxista cruzava as ruas da cidade apressado, meu olhar se encontrara perdido e meus pensamentos ainda mais. Lembrara a cada momento da minha noite com Frankie, da sua forma de me tocar, dos seus beijos, da sua silhueta enquanto dormira.

Eu sabia que nunca mais encontraria algo assim. Nunca mais.

Era loucura me sentir assim, nunca antes havia sentido atração por qualquer mulher que fosse. Sempre achei que meu desejo se limitasse a homens.

Mas agora, depois de tudo que vivera, me sentia completamente confusa.

Eu não sabia mais quem eu era. Talvez eu não fosse a Rachel que sempre achei ser.

O taxi parou em frente a minha casa, olhei para o relógio no painel do carro que marcara 10h23minmin.

Droga. Pensei aflita.

Paguei a corrida e pulei do taxi.

Havia mais dois carros em minha garagem, eu conhecera aqueles carros e naquele momento eu tomo consciência de que realmente tivera sido egoísta. Eu tinha uma família, pessoas que se preocupavam comigo, e minha vida não se resumia a Allan.

A culpa toma meu peito e naquele momento sinto vontade de correr para longe, me sentia envergonhada. Eu sabia que assim que entrasse pela porta todos sentiriam o cheiro de sexo exalar pelo meu corpo, e logo saberiam da minha noite quente com uma estranha.

Mesmo tremula pela situação constrangedora em que me envolvera acabo por girar a maçaneta e naquele momento atraiu todos os olhares dos presentes em minha sala.

– Por Cristo! Rachel, querida! – A primeira a se manifestar fora minha mãe.

Olhei para cada um ali presente, Megan abraçara meu pai que parecia desconsolado em um dos sofás, Allan estava em uma ligação assim que entrou, mas agora guardara o celular no bolso da calça.

Naquele instante todos me encaravam perplexo.

Eu sabia que queriam uma explicação, eu só não sei se estava pronta para contar.

Respiro fundo.

Agora fora a vez de Allan se manifestar.

– Onde esteve, Rachel? Estamos todos aqui aflitos!

Olho para mamãe, ela trás em uma das mãos seu terço, certamente eu tivera causado um transtorno para todos ali.

A Rachel que conheciam jamais faria algo assim. Talvez, em um casamento apenas as escapadelas do esposo adultero fosse permitida. Como se já não fosse de se esperar. Pensei com tom de indignação.

– Passei a noite com uma amiga – respiro – fui assaltada, acabamos bebendo vinho demais e eu dormi em seu sofá. – Finalizei minha mentira sem grandes explicações.

Todos se entreolharam, e foi mamãe que começou.

– Mas fizeram algo com você?

Sexo. Um sexo delicioso.

– Não. Só levaram meu celular.

– Pensei que você viesse para casa. Você me mandou uma mensagem. – Agora foi à vez de Megan se manifestar.

– Eu sei. Mas acabei mudando os planos. – Tento parecer convincente.

– Quem era sua amiga? – Indagou Allan com o semblante sério.

– Francesca. – Anuncio sem pensar.

– Francesca? – Replica Allan – Não a conheço.

– Ah, Allan. Obviamente você não a conhece. Ela é minha amiga. – Meu tom se torna ríspido.

– Você a conhece da onde?

Site de encontros.

– Ioga.

– Você faz Ioga desde quando, Rachel? – Allan trazia uma ruga de indagação na testa.

– Desde quando você sabe da minha vida, Allan Sadie? – Meu tom de voz é agressivo.

Todos ali nos olhavam espantados. Talvez porque fosse a primeira vez que o casal perfeição se exaltara em publico.

– Acho melhor irmos. – Começou mamãe pegando sua bolsa

Meu pai se levantou na companhia de Megan, ambos me deram um beijo e seguiram para casa.

A ultima a sair fora a minha mãe, mas antes de deixar minha casa, beijara meu rosto dizendo:

– Querida, ainda bem que você está aqui. Os garotos estão lá em cima.

Agradeci mamãe pela preocupação e acompanhei-a até a porta.

Allan continuara a me encarar quando retornei para sala. Seus olhos estreitos pareciam de fato desconfiados. Talvez, ele já havia notado a mudança em mim. Afinal de contas, não são os homens que dizem que um bom sexo muda uma mulher.

Acho que pela primeira vez, eles estavam com a razão.

– Rachel – começou Allan.

– Agora não Allan. Eu estou exausta. – Gesticulei um gesto de desinteresse e subi as escadas em direção ao meu quarto.


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Notas finais do capítulo

O que acharam, pessoal? Até o próximo capitulo.