Oh, Calamity! escrita por Leh Linhares


Capítulo 2
Capítulo Um - One More Night


Notas iniciais do capítulo

Oieee, amores! Desculpa a demora, minha beta demorou pra responder e eu acabei ficando super enrolada com uma porção de coisa, mas aqui está. Espero que vocês gostem, fiz de coração! Muito obrigada por todos que já comentaram.
Esse capítulo foi inspirado em parte na música One More Night do Maroon 5
Vamos ver se alguém tinha pensado nisso quando eu falei em outro shipper...



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Pov. Bellamy Blake

Hoje nosso povo comemora a libertação do povo da montanha, muitos de nós contam para as poucas crianças que temos sobre como foi a prisão e como todos queriam nos matar sem piedade para salvar suas vidas, a maldade do inimigo e o heroísmo de pessoas, como eu e Clarke, são sempre exaltados. Não que eu concorde com isso, a morte de todas aquelas crianças e pessoas inocentes ainda ressoa em mim, permaneço sempre afastado da roda de histórias, não apoiarei a exploração de mentiras. O que fizemos apesar de necessário e o correto na situação, não foi o certo, nem perto disso, deveríamos ter pensado em uma solução melhor.

Enquanto todos sorriem e comemoram, eu apenas me recolho na minha própria solidão. Esse dia tem sido o pior dia da minha vida desde quando posso me recordar. Fogos de artifício são lançados e eu tento fingir que estou feliz, o que segundo Abby é importante politicamente falando, mas me sinto como um lixo. E acabo fazendo o que tenho feito todas as noites nos últimos tempos.

Tenho duas garotas desconhecidas no meu colo e uma garrafa de Moonshine próxima, já bebi mais do que deveria, demais até pra mim, não que isso vá me impedir de tomar ainda mais. Quantos forem necessários pra me fazerem perder a consciência.

– Não acho que ela gostaria de ter ver assim – escuto Raven dizer, ela também não está sóbria, mas nada comparado a mim.

O que não é novidade, por mais que eu não tenha orgulho disso, minha fama de bêbado já corre todo o Acampamento. No início ninguém se atrevia a dizer algo, toda a trama com Clarke e o final da guerra era muito recente. Só que o tempo passou e nada mudou. Octavia e Raven tentaram intervir, mas nada surtiu efeito. E minha irmã desistiu, foi embora com Lincoln viver sua vida, desistindo do caso perdido que é o irmão dela. Raven, talvez por não ter uma outra opção ficou e vem tentando me tirar dessa vida, contudo quanto mais nos vemos mais parece que sou eu quem a está convencendo ao invés do contrário.

Não tenho mais minha irmã próxima a mim, Octavia se mudou meses depois de Clarke ter partido, Jasper fez o mesmo… Poucos sãos os integrantes dos 100 que restaram, eu e Raven fazemos parte desse seleto grupo. Me pergunto todos os dias se não devia ter partido também, mas a maldita promessa que fiz a Clarke me persegue. É o mínimo que posso fazer por ela.

– Não existe mais “ela”. Todos sabem disso – falo torto, a morena pode não ter ousado dizer um nome, porém sei de quem ela fala. Seu nome atualmente é quase um tabu, pelos mais distantes é lembrada como uma heroína, por nós que a conhecemos, Clarke se tornou uma espécie de fantasma, uma pessoa que gostamos de fingir que morreu na guerra. Lidar com seu abandono é mais difícil do que com a morte.

– Bellamy, esse não é você… – sua mão encosta no meu braço, ignorando as duas garotas bem a sua frente. Quando ela vai desistir?

– Muito pelo contrário, Raven. Esse sou eu, a versão mais original de mim... Aquele Bellamy está morto, desista de trazê-lo de volta– tento alcançar minha bebida, minha raiva é nítida e as duas garotas no meu colo se afastam, me frustrando. Ir pra minha cabana sozinho é a última coisa que quero fazer hoje, a última coisa que posso fazer hoje.

– Você não é um idiota, ou não era até ela partir. Octavia…

– O que tem essa traidora? Ela também me abandonou, foi embora sem sequer se despedir, pelo menos a Clarke teve um motivo – estou falando mais alto do que gostaria, eu só sinto tanta raiva, sabe? Das duas... Das três pra ser mais exato.

– Octavia não foi sem motivo. Você sabe disso – por um momento, Raven sequer parece bêbada. Talvez ela não esteja.

– Não sei de nada. A única coisa que sei é que eu estou sozinho, completamente só, e que vir pra Terra foi o maior erro que já cometi.

– Você não pode estar falando sério. Estamos vivos graças a você.

– Não, vocês estão vivos graças a ela. A verdade é que nunca fiz diferença, como não faço diferença no Conselho, sem ela eu não sou nada e todos sabem disso. Eu deveria ter morrido naquela estação no espaço. Seria melhor do que me tornar esse poço de pena, que ninguém quer por perto.

– Nunca diga isso, ninguém aqui duvida de qualquer uma das suas decisões, você fez sim e ainda faz muita diferença e mesmo se não fizesse pra eles eu ainda te quero por perto, ok? Pare de se matar aos poucos por uma garota que nunca se importou o suficiente – olho pra ela por meio segundo, me recordando da noite que compartilhamos a anos atrás, a beijo sem muito refletir. Ela e Wick não estão mais juntos há séculos, aparentemente, ter um relacionamento é tão difícil pra Raven quanto pra mim. Não acredito quando a mesma corresponde, de verdade não sei nem o que estou pensando fazendo isso.

Quando me dou conta já estou de volta na minha cabana, me entregando a cada toque com desespero. A morena faz o mesmo, nunca pensei que Raven pudesse estar tão desesperada quanto eu, mas aparentemente ela está. É diferente de estar com qualquer uma das outras, talvez por ser a segunda vez, talvez por sermos amigos, não sei, contudo é agradável e uma das melhores sensações que tenho a séculos. Não parece só sexo...

O acordar do dia seguinte é ainda pior do que eu espero, minha cabeça doí como se milhares de granadas tivessem sido explodidas nela. Raven não parece muito diferente, mas evitamos conversar. Um diálogo seria muito constrangedor, finjo que nada aconteceu e volto ao trabalho: velha rotina.

Mesmo uniforme, mesmo trabalho. Ninguém além de mim parece saber o que aconteceu. Na noite seguinte, em vez de visitar o bar improvisado, vou até a Tenda de Raven. Por algum motivo estar com ela é o maior consolo que já tive e estou disposto a repetir se ela permitir. Não espero que ela diga nada, a beijo com força e desejo, como nunca pensei nisso antes? A morena me corresponde, porém antes que tenhamos a chance de terminar, ela nos interrompe.

– Talvez seja melhor impormos algumas regras.- diz Raven um tanto ofegante com suas mãos em meu rosto.

– Tipo o quê?- falo enquanto beijo seu pescoço. Preciso disso o mais rápido possível, Raven não parece descontente com isso, mas continua.

– Não sei. Talvez o básico: Que isso não deve passar disso: consolo.

– Por mim tudo bem – direciono minha mão de volto a seu colo e me distraio, como tenho feito todas as noites, sem o perigo de pegar algum tipo de doença sexualmente transmissível dessa vez.


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Notas finais do capítulo

Se doer ler outro shipper lembre que a escritora também é Bellarke fanática então...
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