I Found Love escrita por AnnieSmith


Capítulo 7
Capítulo 6




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Durante a viagem tentei ao máximo me manter calma, felizmente não houve turbulência. Conversei um pouco com o Capitão, sobre a minha família, o meu curso e este me contou algumas coisas sobre ele também, mas não muito pessoais. Quando o diálogo acabou, peguei no livro que tinha trazido e fui me levando pela história sem dar a passagem do tempo só parando quando senti sonolência e adormeci. Fui acordada por leve sacudidelas, abri os olhos e vi o senhor Rogers.

            – Daqui a pouco vamos aterrar, é melhor pôr o cinto de segurança – aconselhou.

            Assenti e coloquei, preparando-me mentalmente do que viria a seguir, as piores partes do voo para mim eram a decolagem e a aterrizagem.

            – Quando a senhorita me disse que tinha medo de viajar de avião pensei que fosse um simples receio, mas pelo que vejo o seu medo é grande – disse avaliando a minha cara.

            – Sempre detestei, na primeira vez chorei durante o voo todo – disse, me lembrando do terror que passei.

            – Imagino – disse rindo – a senhorita vai ficar durante estes três dias na casa dos seus pais ou dos seus avós? – perguntou.

            – Com os meus pais, mas como estou de visita provavelmente vamos passar maior parte do tempo na casa dos meus avós, assim posso estar com eles ao mesmo tempo.

            Uma das hospedeiras informa que vamos começar a diminuir a altitude e pede a todos os passageiros que se sentem e coloquem o cinto de segurança.

            – Está preparada? – perguntou o Capitão.

            – Não, mas tem de ser – respondi nervosa.

            Coloquei os fones e escolhi uma música alegre que me fizesse distrair do que se estava a passar. Quando o avião pousou e finalmente toquei os meus pés em terra firme, apeteceu-me saltar e gritar de alegria, mas contive-me. Dirigimo-nos para a zona aonde estavam as nossas malas e esperámos por estas. Antes de chegarmos ao corredor que dava para a zona das chegadas paramos para fazer uma despedida rápida.

            –  Agora seguimos caminhos diferentes – disse rindo.

            –  Voltamo-nos a encontrar quando formos procurar informações. Não se esqueça de me contactar e do que lhe pedi. A sua segurança é a nossa prioridade – falou.

            – Não se preocupe senhor Rogers.

            –  Acho que está na altura de deixar as formalidades – disse rindo – por favor me chame de Steve.

            –  Tudo bem, Steve – disse dando enfase no seu nome – pode me tratar por Grace.

            –  Tudo bem, Grace – imitou-me – É melhor se apressar o seu avô deve estar à espera.

            – Verdade, até á próxima Capitão – despedi-me.

            –  Até á próxima.

            Puxei a minha mala e caminhei em direção à zona das chegadas. Estavam lá várias pessoas e demorei alguns minutos a encontrá-lo. Caminhei até ele, um senhor de 78 anos, bastante sábio e carinhoso. Na sua face estava estampado um largo sorriso e abriu os braços para me dar um grande abraço, nesse momento pode perceber as imensas saudades que tinha da minha família.

            –  Olá minha loirinha, como correu a viagem? Não chorou, pois não?

            –  Não vovó, mas vontade não faltava – disse rindo.

            Este riu-se também e caminhámos para fora do aeroporto de Cambridge em encontro ao carro. A viagem até Milton durou cerca de 30 minutos e durante esta pude ver o país que tanto tinha saudades, as pessoas, as casas de estrutura europeia, a natureza que rodeava a vila, o sotaque britânico que eu tanto sentia a falta de ouvir, o clima, que mesmo sendo frio e chuvoso eu amava. Meu avô me foi perguntando sobre várias coisas, sobre a universidade, os meus amigos, namorados mas principalmente sobre o ataque em Nova Iorque e como todos estavam preocupados comigo, tranquilizei-o dizendo que não corri risco, não precisava de os preocupar com a informação de ter quase sido esmagada por um carro.

            Chegamos a casa dos meus avós, era de tamanho médio, com 2 andares, muito acolhedora e com jardim aonde cresciam várias flores e árvores, quer na parte da frente quer na de trás, no qual a minha avó fazia vários lanches e jantares. Aprecei-me a retirar a minha mala da bagageira do carro, pois começava já chuviscar, mas antes olhei para a vizinhança me perguntando em qual casa Steve estaria, provavelmente também já tinha chegado a Milton. Ao entrar em casa foi atacada por dois braços que rodearam o meu corpo, nem tive a hipótese de ver quem era, mas pelos cabelos compridos e castanhos escuros, percebi que era a minha mãe.

            – Minha querida – disse soltando o meu corpo, passando uma das mãos nos meus cabelos - tive tantas saudades. Está cansada da viagem?

            – Eu também tive mamã, sim um pouco, foram muitas horas de viagem.

            – Grace! –  Vi o meu pai aproximar-se e me abraçou também.

            – Olá papá, que saudades.

            – A sua avó está lá dentro a preparar o almoço, está ansiosa para lhe ver. Eu levo a sua mala para a sala de estar – disse pegando-a e dirigindo-se para a sala.

            Passei a porta grande da sala, sendo seguida pela minha mãe, e me dirigi para a cozinha de móveis brancos e decoração rústica. Virada para o fogão estava uma mulher, de cabelos brancos como a neve, nos seus 75 anos, mas com a energia de uma jovem.
            – Vovó! – disse chamando a sua atenção.

            – Grace! – exclamou e pousou a colher de madeira –  que saudades. Está tão linda.

            –  Com uma cara de cansada depois de um voo de 8 horas? –  Perguntei rindo, fazendo a minha mãe e a minha avó rirem-se também.

            – Até com um saco de compras você ficava bonita – disse – vai para a sala descansar, o almoço fica já pronto, fiz a sua comida favorita. E diz ao teu avô para colocar os pratos na mesa.

            – Obrigada vovó.

            Caminhei para a sala, aonde estava o meu pai e o meu avô a conversar. Mas sentado num dos sofás marrons da casa, concentrado a jogar videogame estava meu irmão. O nome daquele pirralho era Arthur, tinha dezassete anos e uma grande habilidade de coscuvilhar a minha vida. Fisicamente não tínhamos muitas parecenças excetuando a cor dos olhos, este tinha herdado os cabelos castanhos da minha mãe como também as suas características faciais. Tínhamos fases, tanto nos damos bem como quase começamos uma guerra.

            – Oi pirralho, sentiu a minha falta? –  Perguntei rindo.

            – Olha se não é a criatura mais feia do mundo? – perguntou ironicamente, deixando o jogo e vindo dar-me um abraço.

            – Prefiro ser feia do que ter a sua escassa inteligência. Vovô - chamei pela sua atenção - a vovó pediu para o senhor pôr a mesa.

            O meu avô levantou-se e voltei a olhar para o meu irmão. Ele abriu a boca para responder, mas foi interrompido pela minha mãe.

            – O almoço está pronto, venham e vocês os dois parem de discutir um com o outro!

            Depois do almoço, cheio de perguntas feitas a mim, fui descansar para o andar de cima. Quando subi as escadas fui em direção ao quarto que sabia que tinha sido do meu tio. Já não entrava lá a algum tempo, não sei se os objetos pessoais dele ainda se encontravam lá e quando abri a porta pude me aperceber que não. Os meus avós tinham tornado num quarto de visitas, mas provavelmente teriam guardado as suas coisas, só tinha de descobrir onde.

            Sentei-me na cama que outrora tinha sido do meu tio e pensei em tudo o que o diretor Fury me tinha contado. Já não conhecia a pessoa em que este se tinha tornado ou melhor, quem ele sempre foi, a verdade sobre o seu trabalho e a verdade que ele tinha dito na sua carta que ainda não estava pronta para descobrir, ou será que a Hidra era a verdade que ele escondia? Não tinha respostas, mas pretendia descobrir, por isso, tenho de encontrar tudo o que possa conter informação.

            Virei o rosto e vi o meu reflexo no espelho. Sempre me disseram que era bastante parecida com o meu lado paterno, os cabelos loiros e olhos azuis, a mesma tonalidade que partilhava com o meu pai e com o meu tio, estes eram irmãos mas tinham muitas semelhanças, a única coisa que os distinguia era a diferença de 5 anos.

            Me deitei e fitei o teto, estava cansada, precisava dormir nem que fosse uns minutos e entre pensamentos adormeci. Fui acordada com o barulho da porta a abrir, olhei à minha volta e estava escuro, mas ainda se conseguia ver alguma coisa.

            – Vim te chamar para jantar, se tiveres fome– disse a minha avó.

            – Quanto tempo dormi? –  Perguntei.

            – Cinco horas mais ou menos.

            Assenti e levantei-me e caminhamos juntas para o andar de baixo. Ao descer as escadas apercebi-me que no fim destas, do lado direito tinha uma porta, que eu sabia que dava para a cave. A minha avó guardava lá muitos objetos e provavelmente seria lá que estavam pertences antigos do meu tio.

            –  Vovó, apercebi-me que o quarto do tio está diferente –  disse.

            –  Sim querida, provavelmente ele não voltará a viver aqui, então fiz o mesmo que fiz ao quarto do seu pai quando ele se casou, arrumei e transformei num quarto de visitas.

            –  Aonde está o tio agora vovó? – perguntei.

            –  Provavelmente numa viagem de trabalho. Sabe como ele é, bastante focado no emprego, porém ele diz que a empresa não deixa passar informações desta para fora devido à concorrência. Às vezes falamos por chamadas, ando sempre preocupada com ele, está sempre distante - respondeu, com uma expressão triste. Eu sabia que lhe custava muito este afastamento e se soubesse a verdade, seria devastador para a minha avó. Abracei-a e fomos para a cozinha.
            Depois de jantar e ajudar a arrumar, eu, os meus pais e o meu irmão despedimo-nos dos meus avos e seguimos para a nossa casa, que fica a uns 5 minutos de carro. A casa continuava igual, era do mesmo estilo que a dos meus avós, quase todas as casas em Milton eram assim, de 2 andares, com jardim.
            Desejei boa noite e subi com a minha mala até ao meu quarto que continua igual. Sentei-me na cama e peguei no celular respondendo algumas mensagens da Ellie e combinando estar com esta amanhã. Lembrei-me de Steve e do que tinha descoberto sobre os pertences do meu tio, por isso, procurei o seu contacto e liguei. Passado dois toques este atendeu.

            – Oi Grace, descobriu algo?

            – Sim, sei aonde estão os objetos do meu tio, na cave.

            – Ótimo! Estive a rondar a casa durante o dia e percebi que era melhor entrarmos pela porta das traseiras. A que horas os seus avós costumam adormecer? - perguntou.

            – Há meia noite já devem estar no quarto. - respondi.

            – Bem, então hoje vamos entrar.

            – Hoje?

            – Sim, não temos muito tempo.

            –  Tudo bem, mas tem de me vir buscar, vou mandar o endereço por mensagem.

            – Quando todos na sua casa adormecerem me mande mensagem. Lembre-se de ser cuidadosa, ninguém lhe pode descobrir.

            – Sim, eu vou tentar, espero que encontremos algo.

            –  Eu também espero – disse suspirando.

            – Até lá Steve.

            – Até lá Grace.


            E desligou. Pousei o celular e pu-lo a carregar a bateria. Comecei a retirar as roupas que tinha trazido e procurei uma que fosse confortável para usar na “missão”, só esperava que os meus pais não notassem que tinha saído de casa, nem que os meus avós me encontrassem a invadir e a coscuvilhar a sua casa acompanhada pelo Capitão América, seria muito difícil de explicar tal situação. Após ter desfeito a mala, deitei-me na minha cama procurando algum filme para ver na televisão do quarto. Ainda faltava algumas horas para que o silêncio na casa se instalasse. 


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