Diário de uma adolescente escrita por Autora desconhecida


Capítulo 34
Pai e sua cabeça dura




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—Acho que todo mundo já dormiu. – Nate comentou com um sorrisinho malicioso ao reparar o silêncio que se encontrava a casa. 

—Eu vou lá embaixo beber água. Você quer? 

—Não, to de boas.

Desci até a cozinha no escuro e quase tropecei em algo no meio do chão. Nesse instante sou cegada pela luz da lanterna de um celular.

—Porra, Amélia! Agora que eu tinha consigo dormir. – Otávio disse deitado em um colchão no chão do cômodo.

—É sério, mesmo, que você vai dormir no meio da cozinha? Você sabe que a vóvó acorda ás seis? Primeira coisa que ela vai vir fazer é o café!

Comentei pensando no desconforto que seria acordar de manhã cedo com a vó, toda alegre, querendo abrir as janelas para entrar a luz do sol quando o sono nem foi o suficiente.

—Não me sobrou muita opção né. Na sala também não sobrou espaço.

Peguei o travesseiro dele e disse para ele me seguir. Não tinha coragem de deixar meu primo naquela situação sendo que eu tinha um quarto inteirinho só para mim e para o Nate.

Na mesma hora, Otávio se levantou e ergueu o colchão de solteiro do chão da cozinha para levar para o andar de cima. O mais engraçado foi a subida da escada, ele ria e me xingava mandando eu ajudar.

—Você faz crossfit e não consegue nem segurar um colchão sozinho? - falei me divertindo.

Quando cheguei no quarto meu namorado não gostou muito da companhia, mas entendeu a situação.

—Vocês não vão fazer merda do meu lado, ein! – Otávio avisou antes de dar boa noite.

Nate desligou a luz e se deitou de costas para mim totalmente decepcionado. Acredito que ele tinha outros planos para essa noite. Abracei ele por trás e sussurrei no ouvido “pelo menos a gente pode dormir de conchinha”. Ele se virou, me olhou e me deu um selinho.

O dia seguinte passou voando, as mulheres ficaram praticamente o dia todo no salão de beleza. Além de fazermos as unhas, a maquiagem e o cabelo, ainda aproveitamos a sala da noiva com hidromassagem e uma mesa de frutas deliciosas inclusos no pacote que a minha nova tia tinha reservado.

Tio Hugo foi na barbearia, porque estava precisando e já fez o making of se arrumando para o casamento. Os restantes dos homens ficaram em casa cuidando da criançada.

Ainda não vi meu pai, mas passei o dia todinho pensando em como contar para ele sobre o meu namoro. Isso deveria ser algo normal, porém meu pai é tão ciumento que eu não sei o que esperar. Uma coisa eu tenho certeza, preciso contar para ele antes do casamento, para evitar escândalo no meio da festa.

Fiz um coque no cabelo, minha maquiagem ficou linda e os cílios postiços realmente realçou meu olhar. O meu vestido era rosa bebê, estilo sereia realçando minhas curvas.

Faltava uma hora para o casamento e ainda tinham três mulheres na fila do salão para terminar de arrumar o cabelo. Minha mãe, minha madrasta e a noiva. Aproveitei que já estava pronta e peguei carona com a minha vó para irmos para casa.

Abrimos a porta de entrada e os olhares que recebemos foram maravilhosos, tio Henzo chegou a assoviar.

—Uau que gatas! – Otávio elogiou eu e vovó, que sorrimos em resposta.

Vovô veio de encontro a mim, pegou na minha mão e me fez rodopiar para mostrar as costas do vestido e do coque. Logo, olhou para a minha avó e foi chegando perto para dar-lhe um beijo.

—Que isso homem, quer estragar meu batom já? – ela falou ranzinza e todos riram.

Passando meus olhos pela sala toda encontrei meu pai mais ao fundo no sofá. Já de terno também e o cabelo ajeitado com gel. Ele sempre era o primeiro a ficar pronto e nunca se atrasava para nenhum evento.

Beijei-o e pedi benção, pois não tinha visto ele hoje ainda. Depois pedi para que a gente pudesse conversar e ele me olhou com uma cara estranha, provavelmente achando que eu iria pedir dinheiro.

—Pai, eu tenho algo importante para te falar. – comentei, tentando introduzir o assunto, quando já estávamos dentro de uma salinha mais reservada da casa.

—No que você ta pensando, Amélia? – Ele perguntou com uma expressão séria.

—Naquele dia em que eu e meus amigos estávamos na sua casa, eu menti para você e por isso já estou admitindo que estava errada, então não precisa brigar pai. Eu te disse que o Nataniel era só mais um dos meus amigos, mas na verdade a gente está namorando.

—Admitir que está errada não quer dizer que não vai ter castigo. Namorando, Amélia? Você tem 17 anos, filha. Você é muito nova. Eu não permitirei isso! Você precisa ser mais madura para esse tipo de coisa. Namoro é algo muito sério, é a preparação para um casamento. Só o fato de você ter mentido já diz que não está pronta para esse passo. Isso é uma coisa ridícula de se fazer. Mentir só traz mais problemas. Você estava na minha casa e me desrespeitou a esse ponto, Amélia. Eu não sei o que fiz de errado para te criar. Você precisa de limites. Então quando você voltar vai terminar com ele! E eu pensarei em uma punição para tudo isso.


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