Olhos fechados.

A sensação era de seu corpo flutuando em um espaço em branco, como em um sonho lúcido em que não conseguia acordar. Sentia um conforto imenso em seu espírito, e isso só o relaxava mais e mais, a ponto de também não querer sair daquela estranha “viagem espiritual”.

Mas não perdera a capacidade de pensar, é claro. Mas tudo parecia ser apenas um louco passeio em busca de paz interior, como se estivesse em uma seção de hipnose – pelo menos, como imaginava ser uma seção de hipnose. Abriu largamente os braços, que também estavam tão leves que ele quase não os sentia, aproveitando cada segundo daquele sonho, sendo guiado pela sensação de poder que o dizia que era capaz de tudo.

O que era tudo aquilo, afinal?

E então, quando ele menos esperou, as sensações mudaram.

Seu coração entrou em frenesi, o corpo pesou de forma desconfortável, enquanto sentia-se cair rápida e gradativamente em um infinito obscuro. Tentava abrir seus próprios olhos, porém, parecia que eles não lhe obedeciam mais, como se estivesse preso em um pesadelo sem futuro. Novas informações eram passadas para sua mente, mas se negava a absorvê-las, porém, não por conta própria; seu cérebro lutava bravamente para manter as memórias antigas.

E tudo parou.

De repente, sentiu todos os seus membros se movimentarem em câmera lenta, como em um filme de ação mostrando detalhadamente todos os golpes de uma grande batalha. Soltou um suspiro, acompanhando os movimentos lentos do universo onde se encontrava, enquanto mexia delicadamente seus dedos tentando senti-los.

Uma luz branca vinha em sua direção. Seus pensamentos os questionavam se ele deveria ficar em pânico; seria finalmente o grande dia que deixaria a Morte o levar? Porém, seu coração esquentava no peito, bombeando conforto por todas as suas veias, fazendo-o pensar que ele não estava indo para a Morte.

Estava indo para casa.

“Warren!”