A volta de Lydia escrita por Tania Picon


Capítulo 2
Capítulo 1




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Capítulo 01

Lydia foi muito bem acolhida pela sua família. Sua mãe tagarelou tanto, contando todas as novidades do casamento de Kitty, cada detalhe exaustivamente, mesmo a festa tendo ocorrido há três anos, que poupou Lydia de falar sobre si mesma. Ela não fazia questão de falar sobre sua vida. As poucas mentiras que teve que contar foram suficientes para deixá-la esgotada. A mais jovem das Bennets era orgulhosa, e não quis que ninguém soubesse o verdadeiro horror que viveu nos últimos anos do seu casamento.

Depois, chorou com sua mãe e irmãs a perda do pai. Jane, agora com 28 anos, já tinha três filhas, mas nenhum menino. Talvez fosse mal de família ter tantas meninas, como a Sra. Bennet se lamuriava e se culpava. Jane tinha que ter um herdeiro. Um filho varão. Kitty também tinha um bebê pequeno, um mini francês chamado Gerard, e estava novamente grávida. Lizzy, por sua vez, tinha um único filho. E Lydia... Esta nunca conseguira engravidar. E por isso sentia-se uma mulher pela metade. Ela não tinha nada agora, nem mesmo um filho.

A jovem viúva, exausta, piscou os olhos e não pode mais abafar um bocejo.

– Oh, pobrezinha da minha filhinha! Está tão cansada! – a Sra. Bennet falou e lhe lançou um olhar de compaixão.

Lizzy convidou a irmã para conhecer seus novos aposentos. Um quarto na ala principal, próximo ao de Lizzy e Darcy.

– É lindo, Lizzy, realmente lindo. – Lydia, agora sozinha com Lizzy, apoiou os cotovelos na janela, vendo a lua cheia no céu e inúmeras estrelas ao redor. Mas não conseguiu sorrir, apesar da vista encantadora. A casa não era sua. A janela não era sua. O quarto era apenas emprestado. Ela era uma reles pobre viúva que na realidade não tinha onde cair morta – Onde é o quarto do Edgar?

– É na outra ala. Onde fica a ala infantil. William preferiu que ele ficasse lá. – Lizzy respondeu.

– Na outra ala? Mas tão longe? - Não havia reprimendas no tom de Lydia, apenas curiosidade.

Lizzy que estava de cabeça baixa, parecendo corada, então ergueu o rosto e olhou para Lydia. Ela se aproximou e pegou nas mãos da irmã mais nova para lhe falar. Lydia era viúva, e não uma jovem inexperiente. Ela certamente entenderia.

– Eu aceitei que ele ficasse longe porque estamos tentando fazer outro bebê. Tentando com bastante frequência – afirmou com ternura – E eu me sinto mais a vontade para fazer isso com o Edgar longe.

– Lizzy querida, se você não se importa, eu gostaria de ir para um quarto mais perto ao do Edgar.

– Mas por quê? Mas esse é o melhor quarto...

– Lizzy, entenda, – ela tentou sorrir, mas foi um sorriso triste – eu nunca tive filhos, eu queria muito ter tido, mas eu nunca consegui engravidar. Então eu gostaria de ficar perto do teu e ser a melhor tia que ele poderia ter.

– Está certo – Lizzy afirmou e deu um sorriso cálido para a irmã – Então assim será. Você ficará no quarto ao lado ao do Edgar. Mas já aviso que ele dá um pouco de trabalho, ele é uma criança bem agitada. Tal como você era, Lydia.

– Obrigada, Lizzy. Por tudo.

Por causa da chuva forte, que se transformou numa enxurrada com direito a alguns granizos, Darcy, que visitava uma fazenda vizinha com Bingley, não pode voltar para casa. E Jane, Mary, Lizzy, Lydia e sua mãe ficaram a sós, sorrindo e conversando animadas como nos velhos tempos. Talvez fosse por causa do vinho, talvez fosse pela companhia da família, mas Lydia depois de meses – ou até anos – sorria com vontade.

– Lydia, querida! Você soube quem são os novos vizinhos de Lizzy? – a Sra. Bennet exclamou – O conde Randoff!

– Quem? – Lydia estava tanto tempo fora de Londres, que não conhecia mais ninguém, muito menos os membros da alta sociedade.

– Sim! O Conde! – a Sra. Bennet sorriu para a filha mais nova – Ele é viúvo também, sabia? E vai dar um baile! Quem sabe você não o conheça? E ele só tem 36 anos!

– Mamãe, – Jane argumentou – Lydia está de luto, não pode ir a um baile.

– É, mamãe, não ficaria bem. – Lizzy concordou.

– Oh! – a Sra. Bennet beberiscou um pouco mais de seu vinho, desanimada. Os criados agora serviam a sobremesa. Um doce com a fruta da época e calda de caramelo. Depois de pensar, a Sra. Bennet não se deu por vencida. – Tudo bem. – suspirou - Sete meses passam rápido. Você terá muitos bailes para ir depois, Lydia querida. E quem sabe até lá o conde ainda esteja disponível... Ou se não for o conde, pode ser um marques qualquer. Você é jovem e bonita, não lhe faltarão pretendentes. E Mr. Darcy é bem relacionado, pode apresentá-la para inúmeros condes.

Lydia estava irritada, e quis cortar de uma vez tais disparates de sua mãe.

– Mamãe, não perca seu tempo. Eu não vou mais me casar. Nunca mais.

– Oh! – a Sra. Bennet, sentindo a seriedade das palavras da filha mais nova, num gesto teatral, levou o braço à testa e fingiu desfalecer – E como você viverá, minha filha? Não é justo Lizzy sustentá-la, como vem sustentando a mim e a Mary. Você ainda é tão jovem!

– Mamãe! – Lizzy a repreendeu. – Não se preocupe com isso, Lydia. Você é muito bem vinda. De verdade. E você também, Mary.

Lizzy olhou para as duas irmãs. Mary até aquele momento se mantinha calada, como sempre.

– Hunf! – a Sra. Bennet resmungou – Quanto a Mary, eu já perdi as esperanças de casá-la. Já aceitei que ela será uma solteirona e que ficará comigo até o resto dos meus dias. Ela mesma me disse que prefere assim. Mas você, Lydia, você não. Você precisa casar de novo e ter filhos. Aquele imprestável do Wickmann, nem para isso serviu, eu queria tanto um monte de netinhos!

– Mãe... – Lydia suspirou impaciente.

– Lydia, – Jane interferiu, para encerrar a conversa, antes que virasse uma discussão – Já pensou em algo que você queira fazer?

– Fazer?

– É, Lydia. Você precisa fazer algo para se distrair. Tal como aulas de pinturas, de piano, ou pode aprender a tocar harpa. Eu particularmente acho harpa um instrumento lindo, mas nunca consegui aprender. E agora, com as crianças, fica ainda mais complicado. Gosto de dedicar muito do meu tempo a elas.

– Cavalo. – Lydia respondeu após pensar um pouco. – Quero praticar equitação.

– Que ótimo, Lydia – Lizzy respondeu sorrindo de leve, parecendo aliviada – Temos vários cavalos ótimos. Quando parar de chover, você poderá montar o que escolher.

E assim, após o terceiro dia, logo que parou de chover e raiou o sol, Lydia se atreveu a cavalgar pela tarde. Pelas manhãs, ficava no jardim com Edgar e Lizzy, que preferia dispensar a babá. Edgar, com dois aninhos, já balbuciava algumas frases infantis, encantando a mãe e a tia.

No primeiro dia de cavalgada, se contentou em andar em volta da casa. Só que conforme ela foi se familiarizando com sua montaria e com ambiente ao redor, ela começou a se aventurar a ir cada vez mais longe. Lydia cavalgava vestida de calças, tal como homem, para horror de sua mãe. Era uma das poucas vantagens de ser viúva e de estar com a reputação manchada: ela podia fazer o que quisesse.

As pessoas que conhecera desde sua chegada à casa de sua irmã durante o período de luto, alguns poucos amigos que se hospedaram na casa dos Darcy’s ou vieram em visita, trataram-na com uma cordialidade forçada, mas apenas isso. Assim que os Darcy’s lhe viravam as costas, nenhum sorriso e nenhuma palavra lhe eram direcionada. E Lydia logo descobriu que a sua fuga impulsiva aos 16 anos, seu casamento arranjado, não tinham sido esquecidos com o passar dos anos. E que os escândalos atuais – o assassinato e as dívidas de jogo do seu ex-marido – de alguma forma haviam chegado a Londres e maculado ainda mais a sua imagem. Lydia deu de ombros, e fingiu não se importar. Nada poderia ser pior, ninguém poderia tratá-la pior, do que o seu ex-marido. E para não afligir sua irmã que a acolhera tão bem, Lydia não falava o que se passava com Lizzy, nem com ninguém.

E quando cavalgava, montada na sela do cavalo, fechava os olhos, acelerava o galope e esquecia de tudo. Era só ela, o cavalo, e o céu sobre a sua cabeça. Às vezes uma brisa fria batia em seu rosto. E ela esquecia. Esquecia de tudo. Que era viúva. Que morava de favor. E que, o pior de tudo, era estéril. Ela queria um bebê. Quando George lhe deixava sozinha no passado, tudo o que Lydia costumava ansiar era um filho para lhe fazer companhia.

Nesse dia, ela se distraiu, e deixou que o animal escolhesse o caminho. E o cavalo, em alta velocidade, correndo uma grande distância, sem que Lydia percebesse, saiu da propriedade dos Darcy’s. Lydia não se preocupou ao se ver num local estranho. Totalmente desconhecido. Em algum lugar dentro dela a jovem impulsiva ainda habitava, hibernado, aprisionada e pronta para sair. E quando essa jovem outrora inconseqüente viu um riacho, não resistiu, apeou o cavalo, amarrou-o num tronco de árvore, dobrou as calças, tirou os sapatos e as meias, e colocou os pés dentro d’água. Arregaçou as mangas da camisa branca, deixando o antebraço e o cotovelo de fora, tirou o chapéu e soltou os cabelos. Sacudiu a cabeça, e deixou os fios castanhos ondulados caírem livres sobre suas costas. Se tivesse um cigarrinho, ela o fumaria. Algo não permitido para as mulheres, mas ela não era como as outras.

Lydia relaxou tanto, que acreditou ter sentido o cheiro de tabaco. Talvez fosse um sonho bom. Talvez... Ou talvez não. Por que a fumaça parecia cada vez mais forte. Mais próxima e mais real. Lydia não abriu os olhos, com medo de acordar. Extasiada, expirou o ar, e esticou o braço em direção ao cheiro. Quando algo sólido e quente tocou na sua mão, e o fogo a queimou, ela abriu os olhos abruptamente.

– Oh! – Lydia levantou-se num pulo, e levou a mão automaticamente ao peito, com os olhos arregalados de susto. – Quem é você? – sua voz, apesar do susto, saiu firme.

Meu Deus! Ela estava sozinha num local distante com um desconhecido! Como fora se meter nisso? E descomposta como ela estava, ele poderia confundi-la com uma oferecida! E se ele fizesse com ela o mesmo que o George fez em duas oportunidades? E se ele a pegasse a força?

– Meu nome é James. E você?

– Lydia. – ela simplesmente disse. Sem sobrenome, sem referências, tal como ele fez. Depois disso, ficaram alguns minutos em silêncio.

Ela estava petrificada de medo, e não ousou de mexer. Ele era alto, tinha pernas fortes, que pareciam musculosas sob as calças de montaria. Não adiantaria correr, se ele quisesse, ele a alcançaria.

O homem se inclinou um pouco, e apoiou e dobrou despreocupadamente uma das pernas sobre uma pedra. Aspirou o cigarro, e depois ofereceu a ela.

– Quer?

Lydia, surpresa, aceitou o cigarro.

– Mulheres não podem fumar. Mulheres não podem usar calças. – Lydia falou em tom de deboche. De repente, talvez fosse melhor fazer amizade com aquele estranho.

– Hmmm? – ele a olhou de cima a baixo, parando por um tempo mais longo na parte descoberta das pernas e nas curvas dos seios. Lydia prendeu a respiração, e só voltou a respirar quando ele afinal subiu os olhos e parou o olhar em seu rosto.

O estranho era bonito, mas tinha os olhos escuros gélidos e estava com o rosto de traços fortes todo contraído. Os cabelos negros estavam despenteados, com quase todos os fios ocultos pelo chapéu de aba. Lydia engoliu em seco. E se ele fosse perigoso? Ele parecia perigoso.

– O que faz aqui? – ele perguntou em tom casual.

Ela não podia demonstrar que estava com medo. Buscando uma força interior já esquecida, ela deu mais uma tragada no cigarro antes de devolvê-lo, cuidando para que seus dedos não se tocassem.

– Eu acho que me perdi. Eu moro aqui perto, em Pemberley.

Ele novamente deixou os olhos correrem pelo corpo de Lydia.

– E o Sr. Darcy sabe que uma das suas criadas usa um de seus melhores cavalos?

A antiga Lydia lhe daria uma resposta atravessada. Criada! Hunft! Quem ele pensava que era? Mas é claro, o que mais ele poderia concluir? Lydia, farta das vestimentas pretas, pegara emprestada uma camisa simples de sua criada particular, Anne, (dessa vez uma peça branca) e tão logo saíra da vista dos outros, ela se livrara de sua roupa incômoda. E depois, o preto esquentava muito no sol, o branco da blusa de Anne era bem mais adequado para longas cavalgadas.

– Ah... – ela caprichou no sorriso para desarmá-lo. A antiga Lydia flertava muito e é incrível como certos artifícios não se esquece tão facilmente – O Sr. Darcy me empresta.

– Acredito. – o canto do lábio do homem moreno se cruzou no sorriso quase imperceptível e novamente a olhou de cima a baixo – Por que se você fosse minha criada, eu também não conseguiria lhe negar nada.

Nervosa, Lydia sentiu a boca ficar seca, e não soube o que falar. Talvez ela tivesse ido longe demais. E agora? Ela não era uma jovenzinha virgem, era uma viúva, mas mesmo assim, era uma mulher de respeito e pelo visto ele estava tirando conclusões errôneas.

Lydia se apressou em arrumar suas roupas. Baixou as calças e as mangas da camisa antes dobradas.

– Não é nada disso que você está pensando. – ela retrucou, controlando a raiva, mas não conseguindo mascará-la totalmente – Não sou amante do Sr. Darcy, muito pelo contrário, nós nem temos muita intimidade, acho até que ele não gosta muito de mim. Eu sou amiga da mulher dele, a Elizabeth. A Lizzy e eu...

– Lizzy, é? – ele ironizou e abriu um sorriso largo agora mostrando vários dos seus dentes bonitos – Então você é íntima da Sra. Darcy? – ele disse, provocando-a, deixando o duplo sentindo evidente. Como se ela fosse amante da própria irmã!

Lydia encheu as bochechas com ar e as manteve infladas por uns dois segundos. E então se moveu em direção ao seu cavalo, mas no meio do caminho mudou de idéia e se virou novamente para ele

– Idiota! – e ela explodiu. Deixou que o que havia preso dentro dela por tantos anos viesse à tona - Estou farta, sabia? Estou farta com todo mundo me julgando! Estou farta das pessoas me dizendo o tempo todo o que eu devo ou não devo fazer! Estou farta de todo mundo me condenando! E me criticando! Estou farta de tudo isso! Estou farta de não... – ela mudou o tom de voz, e não conseguiu mais segurar as lágrimas – De não...

E ela então começou a chorar e não conseguiu mais falar.

– Tome. – o estranho se aproximou e esticou um lenço branco na direção dela.

– Não. Eu não quero isso. Eu só quero... – ela continuou a chorar, e ignorou o lenço estendido - Eu não sei o que eu quero! Eu quero que isso passe! Eu quero parar de ter medo! Eu quero me sentir acolhida! Eu quero não me sentir sobrando no mundo. Eu quero que...

Ela se calou, ele estava mais perto. E o cheiro dele, um misto de cheiro de homem, de suor, de tabaco e de cavalo, penetrou nas narinas de Lydia. Era um cheiro bom.

– Eu quero que... – ela subiu o rosto e o encarou. Ele estava muito perto.

Ele tinha os olhos de um escuro intenso, só que dessa vez Lydia não teve medo. Assim de perto, ele era tão bonito! Lydia entreabriu os lábios, e sem perceber passou a língua pelo lábio superior para umedecê-lo. Ele reparou o gesto e desviou os olhos para não ver. Ou para se controlar. Lydia não soube bem o motivo, mas gostou. Porque soube que ele podia se controlar, mesmo parecendo desejá-la, e soube então que ela podia confiar nele.

– Qual a sua idade? – ele perguntou.

Ele estava a centímetros dela, e parecia pronto para abraçá-la, para consolá-la e fazê-la parar de chorar. Mas ela não estava mais chorando. E ela o olhava de uma maneira que ele não sabia como estava resistindo, como estava ignorando aqueles lábios que pareciam agora lhe convidar para um beijo. Talvez fosse a barreira de idade. Talvez fosse por ele ser um homem, não mais um adolescente inconseqüente. E depois, ela parecia tão jovem e perdida!

– Eu tenho 22... Fiz 22 na semana passada... – ela respondeu e então enxugou as lágrimas. Por que ela chorara na frente daquele estranho? Por quê? Ela vinha conseguindo se conter tão bem até aquele momento.

Ele, com a resposta, soltou um resmungo alto e então se afastou, com um passo largo para trás. E o momento se perdeu... O homem estranho virou de costas para Lydia, levantou o chapéu, correu os dedos displicentemente pelos cabelos negros, e parou em frente ao rio onde Lydia antes se refrescava, quase molhando a ponta das botas.

– Daqui a duas semanas estará quente o suficiente para um banho. – ele observou, ainda de costas para ela – Bom, foi um prazer. Agora tenho que ir.

Ele fez uma mesura, sem olhar para o rosto dela, e então subiu rapidamente no seu cavalo que saiu troteando. Logo, Lydia só via a poeira de seu rastro.

Duas semanas? – Lydia pensou, ao montar também no seu cavalo e seguir na direção oposta. – Será que isso foi um convite?

Lydia voltou para casa, e tentou agir normalmente. Mas não conseguia tirar aquele estranho de sua cabeça. Naquela noite, sonhou com ele. Assim como em várias noites subsequentes.


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