Troublemaker escrita por Batsu


Capítulo 2
Ciúmes.


Notas iniciais do capítulo

A week é de 2015 e eu só decidi terminar ela em 2017. Aqui vemos a responsabilidade de uma autora comprometida com suas fanfics *rindo de nervoso*
Olha, eu sei, eu sei tudo o que vocês pensaram quando viram a notificação da fanfic na página de atualizações, talvez até tenham ficado confusos porque não se lembravam mais da existência disso daqui, e em parte também porque alterei o nome da história. Eu sei, então poupem seus dedos com broncas nos comentários.
Então, shhh... apenas... leiam.



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jealousy/ciúmes.

 

Era muito tarde quando Gintoki deixou o bar bêbado. Andando aos cambaleios, ele voltava ao Yorozuya pelas ruas do distrito que nunca dormia. Vinha agasalhado, a temporada de inverno acabara de começar e aquela noite prometia um frio intenso. Sua respiração quente era visível e uma camada de neve fina juntara-se acima de sua cabeleira cinza. Os flocos que caíam desfaziam-se ao alcançar o chão, sem acumular neve nas ruas.

Muitos comércios funcionavam mesmo àquela hora. Quando passou em frente ao cabaré em que Otae trabalhava, ele esticou o pescoço a fim de enxergá-la pela porta principal, e sem sucesso, só então lembrou-se que Kagura-chan o avisara que jantaria com os Shimura naquela noite. A gorila então estava de folga. Por um instante preocupou-se pela yato, ela não comentou sobre dormir lá, levando-o a acreditar que voltaria sozinha.

Gintoki era em segredo um pai coruja. Sem se recordar quando passou a considerar seus empregados quase como filhos, às vezes sentia-se um velho com esses pensamentos. Entretanto, era instintivo de sua parte importar-se com eles, como agora, que lidava com a preocupação mesmo embriagado.

Esse sentimento se intensificava tratando-se de Kagura. A responsabilidade que o Shiroyasha adquirira por ela não podia ser medida, ela era uma amanto que vivia com ele, uma criança que seu pai biológico o encarregara. E ele confiava nela como integrante do clã mais forte do universo, talvez a ruiva fosse muito mais forte que ele, contudo ainda não podia evitar aquela angústia em deixá-la sozinha pelas ruas de Edo em uma noitada.

Saindo do centro movimentado, ele não virou aonde o levaria ao Yorozuya para seguir até a casa de Shinpachi. Com sorte a encontraria lá e voltariam juntos.

Mentalmente praguejava a menina por dar-lhe tanto trabalho mesmo sem a intenção. Gintoki acelerou a caminhada enquanto esfregava as mãos a fim de aquecer-se. E ainda no caminho da casa dos Shimura, uma viatura da polícia passou. Hijikata dirigia e parecia procurar algo, o samurai de permanente natural virou o rosto na direção contrária com o propósito de não ser visto. Ouviu o carro ser manobrado e então apareceu a seu lado na rua, acompanhando seu caminhar em baixa velocidade.

— Oe, Yorozuya. — então o desgraçado o tinha visto, Gintoki torceu o lábio em desgosto.

— Boa noite, senhor policial. — respondeu sarcástico.

— Está tarde.

Ficou subentendido para Gintoki que o vice-comandante da Shinsengumi queria saber o que ele fazia ali àquela hora. Ele inspirou profundo, prometendo que não se irritaria com um policial fazendo seu trabalho em encher-lhe o saco.

— O que você quer? — parou de caminhar, levando-o a desligar o carro também.

— Você tá bêbado, não faça nenhuma besteira. — ele avisou notando a vermelhidão no rosto do rival, e então procurou por um isqueiro no porta-luvas do veículo. — Você por acaso viu o Sougo?

Gintoki pensou, e por um momento imaginou que o garoto fosse o mesmo para Hijikata que Kagura era pra ele. Pouco sabia da história deles e também pouco lhe importava, mas era de seu conhecimento que o comandante demoníaco parcialmente criara o sádico junto com o gorila que chamavam de líder. Ele decidiu não ser grosso.

— Não vi ele por esses lados. — deu de ombros. — Qual é o problema?

— Passou do horário da patrulha daquele imbecil, não encontro ele em lugar algum. — Hijikata agora tinha um cigarro preso entre os lábios, e tornava a ligar o motor da viatura.

— Oh, fico feliz em saber que a polícia leva tão a sério seu dever com Edo.

O vice-comandante agradeceu de qualquer jeito e seguiu por onde viera, Gin continuou seu caminho.

Chegando a casa de Otae, ele chamou e ela demorou o atender, impaciente, bateu na porta até que alguém saísse, mas isso a assustou e o samurai ganhou uma vassourada da mulher que o confundiu com seu stalker. Ela pediu desculpas, e depois de questionada sobre a yato, contou ao Shiroyasha que a menina havia ido embora há pelo menos uma hora.

Claramente descontente, Gintoki tornou ao seu caminho inicial, o Yorozuya. Depois de exposto ao frio por aquela mudança de direção desnecessária, pensava em maneiras diferentes de punir a amanto que carinhosamente considerava como filha. Ela não precisava saber que estaria sendo punida, aquilo seria somente uma vingança pessoal do ex-joui.

Ainda sob o efeito do álcool, ele finalmente virou em sua rua e notou que algo próximo de um furacão passara ali. Havia barracas reviradas, bancos partidos no meio e um dos postes estava amassado. Ele continuou seu caminho e chegando em frente ao bar da Otose fechado, viu o corrimão que levava ao andar de cima quebrado. Gintoki estava tão bêbado que deixaria para lidar com aquilo no outro dia, apenas subiu fingindo não se importar.

O Shiroyasha deslizou a porta para entrar e a fechou em seguida, tirou os sapatos e pendurou o agasalho que usava. A casa estava escura, imaginou que Kagura já estivesse dormindo.

— Cheguei. — disse baixo com medo de acordar a yato, tateando a parede em busca do interruptor.

Gintoki acendeu a luz, deparando-se com uma cena na sala que jamais esperou ver. Ele piscou diversas vezes, e as palavras não vinham à mente, estava perplexo diante daquilo.

— Bem-vindo de volta...? — Kagura respondeu com um sorriso sem graça, no colo de Sougo.

Ela encontrava-se de cabelos soltos, devidamente bagunçados, e tinha a qipao desabotoado com um ombro desnudo. Suas mãos agarravam-se à jaqueta do policial, e ele a segurava pela cintura e pela coxa. O Okita tinha rastros de sangue no canto dos lábios, semelhança que Gin notou posteriormente também em Kagura.

Atordoado, Gintoki andou até eles que ainda permaneciam imóveis, e sentou-se no sofá contrário ao dos dois. Ele inspirou uma, duas vezes, de olhos fechados procurava forças para lidar com aquilo. Curvou-se até a mesa central entre os sofás, apoiando então os cotovelos sobre ela. Com as mãos entrelaçadas cobrindo sua boca, ele parecia analisar seriamente situação.

— Vocês podem... se desgrudar, por favor. — eles o obedeceram rapidamente, sentando-se separados. — Kagura-chan, seu vestido. — avisou irritado para que ela o abotoasse.

Okita não tinha reação alguma, parecia até mesmo pálido. Não era novidade que o sádico nutria algo muito próximo de respeito pelo samurai de permanente natural, até mesmo o chamava de chefe, entretanto, ter sido pego com a menina que Gin cuidava como filha só significava que certamente não sairia ileso dali.

— Souichirou-kun, você não deveria estar patrulhando? — Gintoki perguntou com um tom engraçado, a voz tremida mostrava seu esforço em lidar com eles.

— É Sougo. — levantou os olhos só para deparar-se com um sorriso assustador do mais velho, e então baixou o olhar outra vez. — Quer dizer... sim.

— Hijikata-kun estava procurando por você. Não é bom preocupar as pessoas. — se recompôs no sofá, dirigindo-se agora a yato. — Você por acaso sabe que merda estava fazendo? — sorriu nervoso, soando menos agressivo.

— Mas a gente não fez nada, Gin-chan!

— Só me responde. — encarando o nada, ele bagunçava o cabelo frenético e ainda custando acreditar no que vira.

— Sim... — ela encolheu-se no lugar.

De súbito, Gintoki levantou-se e jogou Kagura nos ombros, indo até o armário que ela chamava de quarto e a atirou lá dentro.

— Hora de dormir, crianças dormem cedo! — fechou a porta aos protestos dela.

Quando virou-se, Sougo saia silencioso, saltando em um susto quando sentiu o samurai colocar seus olhos nele.

— Não quero te ver por umas semanas. — o Okita assentiu, mas por medo não continuou seu caminho até a porta. — SOME!

No banheiro, Gintoki lavou o rosto com água fria, ainda digerindo o que havia acabado de acontecer. Procurava maneiras de lidar com aqueles dois e o ciúmes que sentiu ao ver sua menininha com outro cara. Uma lágrima magoada escorreu por sua bochecha, e com um bico de quem segura um choro sentido, admitiu ter aprendido uma lição com Kagura-chan naquela noite: filhas são ingratas com seus pais.


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Notas finais do capítulo

Realmente não imagino okikagu com ciúmes um do outro. Talvez de uma maneira cômica, mas não sentimental, e não com eles mais novos. Então eu construí um plot com o Gintoki, porque ele sim sentiria ciúmes haha e confesso que adorei a ideia.
Estou parcialmente inspirada com okikagu de novo! Me sinto inspirada, e devo desenvolver o resto das propostas dessa fanfic nas próximas semanas, aguardem atualizações. Só tem um problema: eu perdi o quadro de prompts originais, e por algum motivo o tumblr da week não tem nada de 2015...? Consegui lembrar de cinco prompts, eram sete.
Pois é, por experiência própria, não comecem uma coletânea de week de casal se for para terminá-la só dois anos depois.
Comentem! Sugestões e críticas são bem-vindas, gosto de ouvir a opinião dos meus leitores e conversar com vocês ♥



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