Deadline Circus escrita por Arya


Capítulo 10
Não pare de acreditar.


Notas iniciais do capítulo

Nome do capítulo em homenagem ao Ygor. Vão entender na fanfic.
Boa leitura.



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Domingo, meio dia.
Inazuma, Japão.

YASMIN

Ela não tinha visto ou tido notícias de Dimitri desde que ele ligou para Victor.

O celular de Dimitri sempre estava desligado, e boatos malucos circulavam a Dealine Circus, como o boato dele ter se matado. Ela sabia que, mesmo que o garoto nunca mais deu as caras, Dimitri não faria esse tipo de coisa por simplesmente aparentar ter muito amor a sua vida.

Era uma tarde fria, onde ela andava ao lado de Fubuki desde chegou ao local. Uma tarde fria, para um homem que viveu sempre no frio e demonstrava isso. Olhava a foto de Ygor com algumas pessoas do Circus, ela se sentiu triste. Era jovem, e aparentava ter muitos sonhos.

Só de se colocar no lugar de Ygor, ela sentia vontade de chorar. Ele nunca poderia ver um dos filhos se casarem, terem filhos e até mesmo contar histórias do passado para os seus netos. Também nem chegasse a ver seus bisnetos, e isso fez a garota se sentar no banco que tinha no local e olhar Fubuki, que parecia preocupado.

Outra pessoa que chamava atenção era Irene. Ela não tinha chorado, parecia que ainda não tinha caído a ficha para ela, e apenas explicou o motivo quando Michael apareceu perguntando o motivo. Mas o Salazar guardou segredo.

— Fubuki, Ygor tinha uma família e amigos. — o garoto a olhou. — Porque as pessoas boas sempre morrem?

O garoto se sentou ao lado dela em um banco que tinha no local, vendo as pessoas chegando.

— Porque eles são muito bons para estarem aqui. — Fubuki comentou. — Meu irmão gêmeo não morreu, mas está em coma há dois anos. Ele era alguém bom, corajoso e gentil, mas agora ele pode ser considerado alguém que venha a ser considerado alguém que está em estado vegetativo daqui a um ano.

Yasmin ia falar algo, mas viu Dimitri entrando com umas roupas qualquer no enterro. Ele estava com os olhos tampados com óculos de sol e com a roupa de habitual: Calça surrada, blusa preta de alguma banda de rock, jaqueta marrom e um tênis preto.

Os dois se levantaram e foram ao local do enterro atrás de Dimitri. Quando chegaram lá junto a Dimitri, e ao ver o caixão de Ygor fechado, ela imaginou que o corpo estava muito machucado. Todos apertaram a respiração ao ver Dimitri, e a garota quis o abraçar quando ele foi até o caixão do pai e ficou olhando, assim como teve quando todos os Morozov foram ao local.

Ele olhou a todos.

— Antes de eu ir a procura de Pavel, meu pai disse algo que me fez ficar sem entender na hora, mas percebi o que ele realmente queria falar com o que disse. — Dimitri fez uma pausa. — “Nunca viva uma vida com o ódio de uma pessoa, não importa o que aconteça. Porque isso não é viver”. E pensando nisso nesse exato instante, devo dizer que, em primeiro lugar, não vamos sentir raiva ou ódio da pessoa que fez isso com ele.

Yasmin viu Violetta concordar com a cabeça.

— Uma coisa que Ygor me ensinou foi a nunca parar de viver, não importa o que acontecer. Sempre seguir em frente. — disse Dimitri, e ele passou a mão no cabelo. — Vai ser duro eu falar isso, mas vamos parar de chorar e seguir em frente. Sei que Ygor vai deixar um buraco enorme no coração de muitas pessoas, mas ele se foi. E vocês acham que aquele cara iria gostar de ver vocês aqui, parados, chorando por ele? Ele nunca gostou de ver ninguém sentado.

Yasmin riu junto aos outros caçadores.

— Então, vamos seguir em frente e sermos tão fortes e não fazer a morte dele ter sido apenas para os vampiros nos assustarem. Vamos lutar como sempre, e se cairmos de novo, vamos se levantar e continuar lutando e não importa quanto tempo isso vai durar. Vamos usar essa dor que tem da morte de Ygor e as transformar em força. — Dimitri parou, falando a última parte colocando a mão no coração. Ele respirou fundo.

— Porque simplesmente não existe ninguém melhor que nós para sabermos que é a dor que nos dar forças. — Violetta disse ao Dimitri, que confirmou.

Ficou em silêncio por um longo tempo.

— Eu serei a líder a partir de agora. — Violetta disse. — Ele disse isso a mim a dois dias, que se acontecesse algo a ele, eu iria pegar o comando. — ela olhou para o chão. — Tem alguém contra?

Todos se olharam, e ninguém se pronunciou. Talvez esse cargo fosse melhor nas mãos de Violetta do que qualquer outra pessoa. E logo Violetta sorriu de leve, sussurrando “Ok, então”. Yasmin achou que as pessoas iam aplaudir, por estar a maioria com cara de quem faria isso, mas a única coisa que viu foi Irene, ao seu lado, começar a cantar.

Apenas uma garota do interior*
Vivendo num mundo solitário
Ela pegou o trem da meia-noite para algum lugar

Apenas um garoto da cidade
Nascido e criado no sul de Detroit
Ele pegou o trem da meia-noite para algum lugar

Ao ver aquilo, ela deu um breve riso. Era normal cantarem no final de um enterro, pelo menos para os Morozov? Do nada, olhou para Fubuki, que cantava também baixinho, junto a outras pessoas. Até mesmo Victor, que nem parecia gostar dessas coisas. E logo se lembrou de que, segundo Dimitri, essa era a música favorita de Ygor. Talvez cantassem em sua homenagem?

Estranhamente, Yasmin começou a cantar desajeitado assim como outras pessoas. Talvez não precisa saber cantar bem, já que muitos estavam desafinados, por mais que os Morozov cantavam direito. Não era de qualquer modo que eles eram apaixonados por música.

Um cantor em uma sala esfumaçada
O cheiro de vinho e perfume barato
Por um sorriso eles podem compartilhar a noite
É assim sempre e sempre e sempre e sempre

Estranhos esperando
Pra cima e pra baixo da alameda
Suas sombras se procuram na noite
Pessoas nas luzes da rua
Vivendo simplesmente para achar emoção
Escondida em algum lugar na noite

***

Domingo, duas da tarde.
Japão, Inazuma.

CAROLINA

Ela e o grupo tinham ido comer em um restaurante qualquer após o enterro, menos Lorelai, que disse que ia comer em casa junto aos irmãos, porque a mãe viajou e não tem ninguém para fazer comida além dela, e Victor não queria comer em casa. De qualquer modo, eles foram ao restaurante e no final, eles novamente se encontraram com os Tramp, e Dimitri estava junto. O que faltou foi Nagumo, que disse que ia comer na casa dos Salazar. Na realidade, ele iria atrás da Lorelai e evitar que ela queimasse a casa toda.

Por um segundo imaginou contar a ele sobre Benjamin, mas decidiu se calar por ninguém estar comentando. Todos comeram as suas tigelas de macarrão calado, talvez por estarem tensos.

— Vocês cantam muito mal. — comentou Dimitri. — Sério, por sorte os Salazar cantam bem na medida do possível.

— Obrigado. — Victor piscou ao garoto de leve. Teve que admitir: Victor era bonito mesmo depois de tudo.

— Nossa função é matar vampiros. — Savannah disse baixinho.

— Mas cantar é bom, alivia o estresse. Mesmo que os Morozov são muito irritados. — ele comentou e todos riram. — E parem de ficar calados por minha causa, estão me tratando como se fosse algo que vai se quebrar daqui a pouco.

— Ufa, ainda bem que disse. — Yasmin falou como se fosse morrer se não falasse. — Porque você não tira os óculos de sol?

— Porque se preocupa?

Yasmin revirou os olhos, virando a cabeça para o lado.

— Estou apenas curiosa.

Todos deram um riso de leve, até mesmo Carolina. Algum dia eles iam começar a namorar, e isso seria a coisa mais engraçada que acontecesse ao ver da menina.

— Esses dias somente têm pessoas voltando dos mortos. — Kidou brincou. — Não que... Desculpe, Dimitri.

— Tudo bem, se Ygor voltar, eu saio correndo. — Dimitri disse, fazendo os outros caírem na risada.

— Eu não morri, apenas sai por um tempo do Japão. — um garoto disse. A voz era familiar à Carolina, que virou para trás e arregalou os olhos. O garoto dono da voz fez a mesma coisa. — Carolina?

— Sakuma?

— Hiroto. — o ruivo disse, e todos o olharam sem entender nada. Por fim, ele também não entendia o que estava acontecendo. — Ok, desculpe.

***

Domingo, três e vinte da tarde.
Japão, Inazuma.

NAGUMO

O ruivo olhou Benjamin no quarto arrumando o quarto enquanto Lorelai ensinava a Vanilla a cozinhar. Provavelmente a casa pegaria fogo, por isso as janelas do quarto estavam abertas e fechadas. Afinal, ninguém poderia ver que o Hugo dormia no quarto que, particularmente, seria de Benjamin, mesmo eles sendo a mesma pessoa.

— Você já contou a Lorelai sobre o seu segredo? — o garoto disse, colocando algumas roupas no cabide e as colocando no armário.

O ruivo negou a pergunta de Ben.

— Estou com medo de eu a perder. — o menino disse.

— Não deveria estar. — Benjamin disse, pegando uma roupa suja no chão e colocando em um cesto. — Digo, ela lhe contou muita coisa de seu passado e você aceitou de boa, o máximo que ela pode fazer por você é aceitar.

Nagumo respirou fundo, pegando o cesto de roupas sujas da mão de Benjamin e começando a catar as roupas no chão, já que Benjamin parecia com dor ao se abaixar. Talvez tenha se machucado quando lutou com os que invadiram a casa, e ele sempre fica se coluna curvada quando trabalha como jardineiro e florista por Inazuma.

— Afinal, não é que seja pior do que ela contou... — Nagumo o olhou, e Benjamin pensou melhor. — Ok, é bem pior. Vir de uma família de vampiros não vai ser uma notícia legal, mas o que importa é que você, de alguma forma, é humano.

— Minha mãe teve um filho com um humano, que sou eu. Um filho de um amante, quase um Dimitri, só que o caso dele é outro. Eu já expliquei isso a você. — ele suspirou. — Mas particularmente eu finjo que os meu pai é o vampiro, já que o outro morreu em um acidente de carro.

— Pelo menos os seus pais são bonzinhos.

Nagumo pensou um pouco.

— Eles são sim. — eles escutaram uma voz vindo de algum lugar. Viram uma sombra na janela, e assim Nagumo pegou a arma do bolso e tacou para Ben, que apontou para a janela. Nagumo colocou a mão na outra arma que tinha. — Seria uma pena se a Lorelai descobrisse, certo?

— Quem é você? — Benjamin perguntou. — Mostre-se!

— Eu? Bem, eu posso ser muitas pessoas. — a pessoa disse, e os dois rapazes começavam a chegar perto da janela. — Eu posso ser o que vocês quiserem. Posso ser amigo de vocês, alguém que vocês sentiram pena por conta do passado, a pessoa que matou Ygor e a que sequestrou Pavel.

Os meninos colocaram a mão na cortina. A pessoa não se moveu nem por um segundo.

— Na realidade, eu sou todas essas pessoas. Um vampiro que fez tudo isso e fará algo pior.— disse numa voz que fez Nagumo se arrepiar de leve.

Eles abriram a cortina rapidamente, sem ao menos hesitar em nenhum momento que tiveram. Tinha apenas uma boneca de plástico rosa com um rádio. Olharam em volta, e viram que tinha uma daquelas perto da cozinha, junto a algo que contava alguns segundos.

— Matar quem você mais ama.

Nagumo olhou para o que tinha abaixo do rádio. Uma bomba de gás. Ele arregalou os olhos, puxando Benjamin para longe da janela, e foi quando a bomba explodiu junto com a de baixo, fazendo um grande estrondo.

Nagumo caiu em cima de Benjamin, que tampava o nariz dele e do ruivo. O menino afastou a mão do garoto e fez isso em si mesmo, assim olhando para a bomba. Poderia ser efeito do gás o que tinha visto no local que explodiu, ou talvez por estar quase perdendo a consciência.

Mas ele jura, por tudo que há no mundo, que viu um homem de olhos cor escarlate sair pela a janela sem ninguém reparar. E assim, Nagumo olhou Benjamin, que tinha acabado de ficar desacordado.

Isso não vai ser legal.

Foi à última coisa que passou na mente de Nagumo sem ser a sua preocupação com Lorelai antes dele cair ao lado de Benjamin, dormindo.


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Notas finais do capítulo

*: Don't Stop Believing era o nome da música q eles cantaram, psé. Pra quem quiser escutar:
https://www.youtube.com/watch?v=lXMu4h3KEtU
E bem, pra quem não entendeu pq o Nagumo disse "Isso não vai ser legal" ao ver Ben desmaiado é que ele fica muito violento se dormir. E o gás que colocaram pode ser gás do sono, ou seja, eles vão dormir! E o Ben é sonâmbulo, e mto violento quando é sonâmbulo ( ele chega ao ponto de matar). Por isso... Ferrou.
Eu chorei fazendo o início desse cap, adorei fazer a cena da Carolina mesmo q foi curta e amei terminar na melhor parte. Eu amo fazer isso.
E ai? Será que a bomba na cozinha era a mesma da deles ou era uma bomba de gás? Ou uma bomba msm? E qual será a relação de Sakuma e Carolina? E quem será o homem q falava no rádio q apareceu no final? Sexta, no Globo Repórter.
Ok, parei.
Espero q tenham gostado do cap e comentem o q acharam, o q precisa ser melhorado.
E para avisar a quem vai participar e ler The 10, eu vou apenas postar um cap novo quando TODO MUNDO me entregar a ficha. Ou eu vou postar nesse sábado de uma das pessoas, ou atualizar aqui. Não sei.
Enfim...
XOXO



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