Eyes of the Future escrita por QueenOfVampires


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem retornou das profundezas! Eu!
E eu trouxe o spin off da Eyes para vocês, pessoinhas do meu heart. É o seguinte, eu não consegui desapegar da história ou da Meghan, então aprontei mais uma para ela... Sou má mesmo, não dou sossego pra ninguém.
Bom, tem um personagem novo, muito apaixonante, e o rostinho dele está na capa para vocês verem!
Não vou enrolar aqui não, boa leitura!



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Peguei o carro e saí dirigindo o mais rápido que podia, torcendo para que o anjo não fizesse a besteira de me seguir, porque se ele o fizesse, iria escutar muito mais.

Parei no meio da estrada, depois do limite da cidade e encostei o carro. Castiel tinha o péssimo hábito de não escutar o que eu dizia, principalmente se tratando da segurança dele, como se eu não tivesse capacidade de protegê-lo também. Ele achava que só por ter aquela fumacinha branca dentro da garganta, poderia lidar com o mundo inteiro.

- Meghan, você não pode estar considerando discutir por isso agora! – Castiel ergueu sua voz.

- Ah, mas eu estou! – levei minhas mãos para a cintura.

Três anos depois de o Crowley abandonar seu posto, os demônios acabaram surtando sem a supervisão do Rei e estavam loucos pela terra, os anjos estavam com trabalho dobrado, assim como nós caçadores. O que poderia ser mais uma crise normal, transformou-se em uma situação de estresse perfeita quando Castiel foi pego e torturado por um grupo de demônios. Eles o prenderam em um círculo de fogo sagrado, o feriram com espadas angelicais e quase tiraram sua graça novamente.

- Mas o que você está falando não tem o menor sentido! – ele deu um passo na minha direção.

- Tem total sentido! Se você ficasse aqui e tivesse ido conosco para a reunião dos capetas, nada disso teria acontecido! – e então eu comecei a gritar.

- Eu só queria adiantar o serviço para vocês.

- Mas você só atrapalhou! Com essa sua mania de querer se meter à salvador do mundo.

- Eu sou um anjo, Meghan. É o meu dever!

- Mas você não é Deus! Você não pode resolver tudo, Castiel! – dei um passo em sua direção – Você acha que é o “todo poderoso” mas não saberia se virar sem sua graça e adivinha só quem iria te salvar?

- Acha mesmo que eu seria um humano tão inútil a ponto de precisar que você cuidasse de mim?

- Não coloque palavras na minha boca. – dei as costas à ele e saí do quarto. Quando passei pela porta vi todos parados no corredor com os olhos arregalados - O que foi? Não têm nada melhor para fazer? – murmurei e fui marchando até a garagem do bunker.

- Anjo teimoso! – bati no volante.

- Problemas com o namoradinho, querida? – um barulho de bater de asas ecoou pelo Porsche e Balthazar apareceu do meu lado.

- Ai meu Deus! Balth! – eu exclamei. Fazia anos que não o via – Por onde esteve?

- Curtindo... – ele ergueu a mão direita, onde levava uma taça de champanhe – Decidi fazer uma visitinha, soube que passou por poucas e boas nos últimos cinco anos.

- Você nem imagina. – revirei os olhos.

Com todo o caos envolvendo o Inferno, muitos anjos sumiram... Malditos covardes! Por isso Castiel e Gabriel se desdobravam para dar conta da bagunça no céu. Durante todo esse tempo sem notícias dele, chegamos a acreditar que Balthazar estava morto.

- Da última vez que tive notícias diretamente suas, estava indo para Fort Wayne, lidar com um caso de desaparecimentos na semana do Halloween. – o anjo tomou mais um gole.

- Ah sim... Foi quando me reuni novamente com os Winchesters e Castiel.

- Muita coisa aconteceu desde então? Metatron, Receptáculo de Deus, Crowley, virar um demônio, voltar a ser humana, Cavaleiro do Inferno, Caim... Um namorado que é um anjo. – ele soltou uma risada – Sempre com a vida movimentada.

- Em um resumo básico, foi isso daí mesmo... Mas creio que você não veio aqui apenas para isso.

- Na verdade, vim para oferecer minha ajuda nessa situação toda, sabe que eu sou um poço de generosidade... No entanto, acho que vou te dar um presentinho. – Balthazar se virou para mim com uma sobrancelha erguida.

- O que é?

- Você vai fazer uma visitinha à um lugar bem interessante. Você parece estar precisando mudar de ares...

- O quê? Não!

Mal pude protestar, ele foi logo levando os dois dedos até minha testa. Uma luz branca ocupou todo o carro e ofuscou minha visão completamente, senti um vento forte me envolver, como se soprasse de todos os lados, até que parou de uma vez. Olhei ao redor e estava na mesma estrada, no entanto era noite, meu carro não estava ali e nem muito menos Balthazar.

- Merda! – bati o pé no chão e comecei a andar em direção à cidade – Sempre com essa ladainha de mandar os outros para realidades alternativas.

- Ah não, querida, não é uma realidade alternativa. – ele surgiu ao meu lado.

- Eu vou te matar! – o empurrei – Você é louco!

- Ai... Por acaso tem uma Espada aí? – ele cruzou os braços.

- Não...

- Então não vou preocupar-me com suas ameaças.

- Se isso não é uma realidade alternativa, o que é?

- Vai ter que descobrir sozinha... E quando chegar a hora, te levo de volta. – e ao dizer isso, ele sumiu.

- Maldito, devia ter ficado nos confins onde estava! – voltei minha direção à estrada.

À medida que me aproximava da cidade, menos familiar aquele caminho ficava. O asfalto parecia novo, as placas eram prateadas e algumas eram digitais. Minha sorte foi não ter me afastado muito da civilização, do contrário levaria horas para chegar à Lebanon novamente.

Precisava descobrir em que mundo Balthazar havia me jogado, então decidi parar em um posto de gasolina que ficava próximo ao caminho do bunker, ele também estava diferente, não só o design, mas também a disposição das bombas de combustível. Entrei na loja conveniência e fui diretamente para a sessão de revistas e jornais, aquilo me daria informações diretas do que estava acontecendo, porém não a encontrei. Fui até o moço no caixa, era um rapaz baixo, moreno e um pouco acima do peso, ele estava com um aparelho celular enorme na mão e bastante concentrado.

- Com licença, poderia me dizer onde ficam os jornais? – pedi e o homem deu uma risada estrondosa.

- Moça, de onde a senhorita é? Acha que ainda estamos em 2020? – ele estreitou o olhar para mim.

- Ah, claro... Eu sei que não estamos em 2020... Estamos em dois mil e... – fingi que esqueci os últimos números.

- 2045.

- Isso! 2045. Muito obrigada... – sorri para esconder o desespero – Poderia me dar um copo d’água, por favor?

- Claro. – ele se virou para buscar a água.

- Desgraçado, me jogou no futuro... – murmurei – O que raios ele quer que eu faça no futuro?

Pela visão periférica eu notei um rapaz em pé na porta do estabelecimento, quando me virei ele estava me encarando com o olhar estreito e uma certa ponta de dúvida também. Ele era alto, usava uma touca preta que escondia seus cabelos, mas ele tinha barba e bigode ruivos, sua roupa era toda em tons escuros e, cheguei a me amaldiçoar por pensar isso, tinha olhos azuis mais bonitos que os do Cass. Ao perceber que estava me encarando mais do que devia, ele desviou a atenção para algumas máquinas próximas à porta.

- Aqui, sua água, senhorita. – o rapaz me entregou o copo.

- Obrigada... Er...

- Gerald. – ele apontou o pequeno crachá metálico com seu nome.

- Obrigada, Gerald. – forcei um sorriso – Então, se eu quiser saber as últimas notícias, eu...

- Pode conferir naquelas máquinas ali. – Gerald soltou mais uma risada e apontou aonde o recém chegado estava – Saberá como usá-las?

- Eu me viro. – pisquei um olho e fui até lá.

Eram como computadores com tela touch screen, mostravam várias matérias e estavam ligados diretamente à um site de notícias. Comecei a passar as páginas e já estava perturbada com o excesso de novas informações... Então decidi ir para algo que não iria mudar tão cedo, os crimes sem solução.

Ao meu lado, o rapaz também estava olhando a mesma seção que eu. Vez ou outra ele arrumava o bigode, de certo era uma mania bem irritante. Resolvi ignorá-lo e continuar a busca por possíveis casos, assim eu poderia ter o que fazer enquanto Balthazar resolvia se me levaria de volta ou não.

Eu sabia que era loucura procurar um caso em uma época estranha, sem armas, sozinha... Mas o que eu poderia fazer? Além do mais, eu não achava que seria uma boa ideia procurar a mim no futuro, eu não queria me ver 30 anos depois com Castiel jovem ao meu lado, tenho certeza que acabaria tendo um ataque de pânico... Ou pior seria se eu descobrisse que alguém estava morto.

As luzes da loja de conveniência começaram a piscar e a temperatura caiu notavelmente. Espíritos. Esperava que fosse apenas uma coincidência aquilo acontecer enquanto eu estava lá. Olhei ao redor e fui diretamente para o corredor que poderia ter sal, procurei em todas as prateleiras e não achei nada. Fui em direção ao próximo corredor, no entanto parei ao notar que o barbudo já espalhava sal ao meu redor.

- Fique aí dentro! – ele ordenou, sua voz era rouca e rude.

- Até parece... – murmurei e saí do círculo de sal.

Achei a área de ferramentas e peguei algumas de ferro. Olhei por cima das estantes, o tal Gerald tremia como uma gelatina e olhava ao redor com os olhos arregalados.

- D-D-De novo não! – ele gaguejava e chorava como uma criança assustada.

- De novo o quê? – o ruivo perguntou.

- A Sally Thorne! Ela assombra esse lugar há anos! – Gerald se encolheu.

- Qual a história dela? – me aproximei, armada com duas chaves inglesas. Notei que o moço ruivo me olhou com surpresa, porém voltou sua atenção ao atendente.

- Ela foi morta pelo próprio marido na casa em que moravam... Bem aqui! – ele apontou ao redor – Er... Antes de construírem o posto de gasolina.

As luzes piscaram novamente.

- Tá, o que mais você sabe? – o ruivo insistiu.

- Dizem que o corpo dela foi guardado embaixo do chão da casa! Oh meu Deus, da última vez ela destruiu tudo! – Gerald se escondeu embaixo do balcão.

- Ótimo... – revirei os olhos.

Desde que eu me mudara para Lebanon, frequentava aquele posto e nós nunca soubemos de uma assombração na lojinha... Por que ela só foi se manifestar em 2045?

- Parece que você sabe o que fazer. – o ruivo ergueu uma sobrancelha – Estranho, nunca vi nenhum outro caçador nessa cidade... Ou caçadora.

- Então é seu dia de sorte, garoto... Temos que achar o corpo.

- Tudo bem, deve ter alguma passagem para o subterrâneo no estoque.

Assim que ele se virou, o espírito da tal Sally Thorne apareceu na nossa frente, era uma mulher de pelo menos 40 anos, sua cabeça estava pendida de lado e ela exibia um corte profundo no pescoço. Passei à sua frente e acertei a aparição com uma das chaves inglesas, a fazendo dissipar-se no ar.

- Temos eu ir logo. – marchei até a porta que parecia levar ao estoque.

O ruivo me acompanhou e a abriu, logo após as caixas empilhadas havia uma escada de metal para o porão do local. Nós descemos, eu acendi a luz amarelada que não iluminava muito bem, mas era melhor que nada.

- Aqui. – ele me entregou uma lanterna.

- Obrigada... – o encarei e recebi um meio sorriso de volta, eu tinha que aproveitar aquela oportunidade para fazer perguntas – Você disse que nunca viu outro caçador por aqui... Então você mora aqui?

- Sim. Você está de passagem na cidade?

- Er... Mais ou menos, é difícil de explicar.

- Sempre é...

Eu fui até um amontoado de caixas vazias, estavam próximos à uma parede de tijolinhos e comecei a jogá-las para o lado procurando por alguma irregularidade no piso enquanto o ruivo olhava embaixo da escada.

- Acho que encontrei. – anunciei ao ver um grupo de pedaços de madeira diferentes embaixo de um tapete de retalhos.

Quando o rapaz se virou na minha direção, o espírito de Sally apareceu novamente e o jogou contra a parede, logo em seguida começou a levitar coisas e atirá-las contra mim, de fato era um espírito bastante poderoso e provavelmente não apareceu antes por estar “treinando” suas habilidades.

- O sal... – o ruivo grunhiu, tentando soltar-se do aperto invisível.

- Ah, o sal! – desviei de uma garrafa térmica que fora lançada na minha cabeça e peguei o pote com sal, o abri e joguei contra Sally, que evaporou.

- Vamos logo com isso. – o homem, que até então não havia me dito seu nome, falou ao atingir o chão.

Ele vasculhou a mercadoria, encontrou uma machadinha e a usou para quebrar o piso de madeira e assim encontramos um saco de tecido bem desgastado, o ajudei a puxar o corpo para cima da madeira para que pudéssemos queimar.

- Olá Sally... – despejei o que sobrara do sal em cima do corpo e logo depois acendi alguns fósforos, os jogando no cadáver – Tchau Sally.

Ouvi um grito de agonia logo atrás de mim, não havia notado que o espírito estava à espreita para me atacar. Me virei a tempo de vê-la queimar e explodir.

- Bom trabalho, moça. – o bigodudo me cumprimentou enquanto abria as pequenas janelinhas altas para que a fumaça saísse – Você é uma caçadora experiente.

- Digamos que sim, meu nome é Meghan. – estendi a mão para ele.

- Oliver. – ele me cumprimentou – Você ainda não me disse o que a traz à Lebanon...

- Por que você se incomoda tanto com isso? – perguntei enquanto arrumava algumas das coisas que derrubamos, para que não queimassem junto do corpo.

- Porque, como eu disse antes, eu nunca vi outra pessoa do ramo por aqui... E como você deve saber, são tempos difíceis em que não podemos sair distribuindo votos de confiança por aí.

Fiquei em silêncio por meio minuto absorvendo aquelas informações. Eram tempos difíceis. Não existiam outros caçadores na cidade... Então nada de Winchesters ou eu na cidade. Comecei a rezar para que tivéssemos nos mudado para Sioux Falls ou qualquer outro lugar, seria a melhor das opções.

- Na verdade eu não sei... – admiti por fim – Eu não sou daqui.

- De que cidade, então?

- Ah, quer dizer... Eu não sou dessa época.

Oliver ergueu as sobrancelhas, pendeu a cabeça pro lado como se estivesse processando a informação e finalmente perguntou:

- Você veio do futuro?

- Pior.

- Do passado? – ele deu um passo à frente – Isso é muito perigoso! Foi um anjo que te mandou?

- Sim, ele tem problemas psicológicos e uma grande falta do que fazer. – cruzei os braços – Então, estou nesse dilema... Não quero saber sobre o meu futuro, mas não sei o que fazer enquanto não sou levada de volta.

- É complicado mesmo. – Oliver pressionou os lábios – Você pode confirmar que não está me enganando?

- Como?

- Antes de qualquer coisa, provar que não é um demônio.

- É sério? – levei uma mão à cintura, depois ergui o lado da minha blusa e mostrei minha tatuagem antipossessão.

- Isso não prova nada, você pode não ter sido possuída... Mas e se foi transformada? – Ele pegou uma garrafinha metálica dentro da mochila, que eu tinha certeza que era água benta, e me entregou.

- O que você sabe sobre transformações demoníacas? – indaguei, eu só sabia sobre mim na história toda, virei o líquido na minha mão e o mostrei que nada havia acontecido.

- Muita coisa, afinal quem não souber sobre isso nos dias de hoje corre um grande risco... Boa parte da humanidade foi transformada em demônio. – ele deu de ombros – Sem contar os que foram possuídos.

- Minha nossa... E quem é o responsável por isso? – questionei e o interrompi antes mesmo que ele respondesse – E por favor, não diga Crowley.

- Não sei quem é o responsável, mas sei que não é esse tal de Crowley... – Oliver jogou a mochila nas costas – Eu não faria isso normalmente, mas posso ver que você é humana e, sinceramente, estou com pena da sua situação, portanto, gostaria de um lugar para ficar até o anjo que te jogou aqui aparecer?

- E como eu sei que você não é um demônio? – dei um passo para trás.

- Eu posso... – o interrompi, jogando água benta no rosto dele – Qual o seu problema?

- Nenhum... Só não confiaria em te deixar chegar perto.

- Se eu fosse um demônio, já teria te matado e arrancado suas tripas! – ele puxou a garrafa da minha mão e depois enxugou o rosto com a manga de sua jaqueta – Vamos de uma vez.

O corpo ainda estava queimando quando subimos, Gerald estava escondido e deu um gritinho afeminado quando aparecemos de surpresa, o tranquilizamos e avisamos para deixar o corpo terminar de queimar, mas que Sally Thorne não seria mais um problema. Ele agradeceu diversas vezes, até nos deu um cartão de descontos e nós saímos da conveniência.

- Você mora muito longe? – perguntei ao notar que não havia nenhum carro estacionado.

- Um pouco, mas logo chegaremos. – então Oliver jogou sua mochila no compartimento de carga de uma moto gigante que estava próxima à um container de lixo.

- Que radical e pouco conveniente para um caçador. – observei.

- Bom, eu só estava vindo conferir as notícias, normalmente caio na estrada de carro. – ele me lançou o capacete.

Ao subir na moto, não pude deixar de pensar em Castiel e em como ele ficaria enciumado ao me ver praticamente agarrada em outro homem. Com certeza ficaria com o rosto completamente vermelho, com o maxilar tensionado e as mãos fechadas em punhos... Ah Cass. Eu já estava com saudades dele e de suas peculiaridades.

Oliver acelerou e nós seguimos por dentro da cidade, estava muito diferente, parecia maior por causa da quantidade de prédios, porém também estava sufocante com tanto concreto nos cercando, tantos carros nas ruas e luzes ofuscantes. Não era nem de longe a Lebanon que eu conhecia.

Não demorou mais do que dez minutos para estacionarmos em frente à um pequeno prédio, tinha apenas quatro andares e era o mais simples que eu vi até aquele momento. Entramos no edifício e não tinha elevador.

- Deixe-me adivinhar... Você mora no último andar?

- Exatamente. – Oliver deu uma curta risada.

- Como um prédio em 2045 não tem elevador? – perguntei depois de subirmos o primeiro lance de escadas.

- Construção antiga, sem câmeras, sem porteiro... Perfeito para alguém com o meu trabalho.

- Ou um traficante de drogas.

- Oh, então conhece meu vizinho do andar de baixo? – ele indagou com diversão e eu ri.

Finalmente chegamos em seu apartamento, que não tinha nada a ver com o prédio antigo, tinha uma sala de estar ampla com móveis padronizados, todos os estofados eram de couro na cor preta e contrastavam contra as paredes brancas, uma televisão gigante e finíssima na parede em frente ao sofá, na parede da frente havia portas de vidro que levavam à varanda, do lado esquerdo havia a cozinha aberta e integrada na sala de jantar e do lado direito um corredor repleto de livros amontoados até o teto.

- Uau... – murmurei.

- Eu sei, uma bagunça... E ninguém mais lê livros hoje em dia. Mas são, praticamente, uma herança. – Oliver deu de ombros, tirou sua jaqueta e jogou no sofá – Quer comer alguma coisa?

- Ah, quero sim.

Eu deveria recusar por educação, ou no mínimo por consciência, mas eu realmente estava com fome.

- Mas já vou avisando que não tenho uns lanches muito saudáveis...

- Comida gordurosa? Minha favorita! – não pude deixar de sorrir, com aquele corpo magro/definido, não achei que ele fosse do tipo... “Morte pelo estômago”.

- Ótimo, farei um cheeseburguer incrível! – ele sorriu igualmente animado e começou separar os ingredientes.

Sua animação na cozinha me lembrava o Dean em seus momentos cozinheiro. Sentei-me na bancada em frente ao fogão e fiquei esperando. Em poucos minutos eu tinha um cheeseburguer gigante na minha frente, eu devia mordê-lo logo antes que ele tentasse me comer de tão monstruoso que era. Olhei para frente e Oliver me observava ansioso.

- O quê? – perguntei.

- Quero saber se você aprova.

- Ah... – Peguei o sanduíche de mal jeito, quase o derrubando, mas consegui morder aquela coisa gigante.

E meu mundo parou. Era o melhor cheeseburguer que eu havia comido na minha vida inteira! Era como morder a felicidade e senti-la tomar conta de mim. Fiquei com os olhos arregalados encarando o nada.

- Só não vá chorar. – Oliver riu da minha expressão.

- É muito bom! Como você fez?

- É meio que uma receita de família aprimorada, eu sou viciado em cheeseburguers, então criei um perfeito. – ele deu de ombros.

- Você tem que me ensinar isso antes que eu volte para o meu tempo.

- Não prometo nada... Ninguém me garante que você não vá vender minha receita para alguma rede de fast-food.

- Eu não faria isso! Muito precioso para ser compartilhado com o mundo! – dei outra mordida.

Depois que terminei o cheeseburguer, me senti tão cheia que pensei ser possível sair rolando por todo lugar. Oliver me guiou até o quarto de hóspedes e disse que sairia cedo para me arrumar roupas.

Tirei minhas botas, a jaqueta e caí de costas na cama, era incrivelmente confortável. Puxei alguns travesseiros para perto e os abracei, eles não tinham o cheiro do Cass e aquilo estava me fazendo uma falta terrível. O que ele estaria fazendo agora? Já estaria me procurando como louco?

- Cass... Não surte. – Murmurei para o nada.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?
Gostaram do menino Oliver?
Meghan e Cass nos fights da vida... Aiai... Saudades de escrever com esses dois!
Não me prolongarei aqui, se tiver algum errinho, me avisem por favor.
Aguardo comentários! Beijos!



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