Os vampiros e as Encantadas correram até o salão onde jantaram mais cedo. As janelas estavam sendo quebradas e criaturas estavam entrando por elas. As criaturas tinham a pele acinzentada, dentes pontudos, olhos totalmente pretos e grunhiam.

Assim que as Encantadas se assustaram quando viram pela primeira vez, mas logo se transformaram e se prepararam para atacar. Os vampiros já estavam lutando contra as criaturas com suas espadas, enquanto as Encantadas se aproximavam com suas armas e escudos.

— Cortem a cabeça deles para mata-los – Gritou Peter cortando a cabeça de uma criatura que logo em seguida virou pó.

As Encantadas assentiram e começaram a lutar contra as criaturas que se aproximavam delas. Quanto mais criaturas morriam mais entravam pelas janelas.

Todos lutaram por um bom tempo e logo apareceram mais soldados vampiros para ajudar. Então uma última criatura, que era maior do que as outras, apareceu e Peter e Charles foram até ela. Juntos eles pularam em cima dela e Peter cortou sua cabeça, enquanto Charles cortava as costas dela.

— Acabou? – Perguntou Sunny cansada sentando no chão.

— Acabou – Respondeu Charles animado.

Os soldados fizeram uma reverencia a Peter e saíram da sala, logo vários empregados do castelo vieram até o salão e começaram a arrumar o lugar. E as Encantadas voltaram a forma normal delas.

— O que eram essas coisas? – Perguntou Nicky cansada.

— Nós os chamamos de demônios vampiros – Respondeu Peter limpando sua roupa.

— Eles não falam sobre isso na escola – Disse Melody confusa.

— Isso é um segredo da nossa raça – Explicou Peter – Não contamos a qualquer um.

— Eles eram vampiros como nós. A alguns anos atrás um vampiro que se intitulava um líder apareceu. Esse líder acreditava que nós, vampiros, não precisávamos de sangue para sobreviver. Ele convenceu milhares de vampiros a segui-lo e parar de beber sangue. Muitos não conseguiram, mas depois de algum tempo alguns deles se transformaram nessas criaturas – Contou Charles ficando ao lado de Marie.

— Esses demônios vampiros, eles existem em outros lugares? Existem mais deles? – Perguntou Jen séria.

— Eles são prisioneiros do nosso império. Eles não conseguem sair daqui e isso é obra da Rainha Louise. Eles moram nas florestas, por isso tantos muros em volta do império – Disse Peter.

— E o que eles queriam? – Perguntou Safira preocupada.

— Agora eles são sedentos por sangue, mas sangue de vampiro. Eles estavam caçando, eles caçam durante a lua nova, pois é quando conseguem ver melhor. Eles são cegos – Explicou Charles tocando o rosto de Marie.

— Mas não acabam? E os outros vampiros do império? Eles estão bem? – Perguntou Safira ainda preocupada.

— Quando eles matam um vampiro, ele se transforma num deles. E quando aos outros vampiros, os cidadãos, eles se escondem durante noites de lua nova. Mas sempre acabamos perdendo alguns. É uma guerra no final das contas – Explicou Peter.

Safira ficou triste com a resposta de Peter, ela sentia pena das famílias que perdiam pessoas importantes e Peter percebeu.

— Não se preocupe. Nós os caçamos durante lua cheia e algum dia vamos exterminar essa raça – Disse Peter tentando animar Safira – Você não pode salvar todos, mas pode salvar a maioria. Essa frase nosso pai falava todos os dias e eu acredito nela. E vocês, como Encantadas, deveriam fazer o mesmo – Aconselhou.

— Acho que devem voltar para o reino da luz. Agora que usaram seus poderes, se expuseram para o círculo negro encontrá-las – Falou Charles.

— Charles, tem razão, devemos ir – Concordou Jen.

— Aproveitem que já está amanhecendo – Disse Peter arrancando a cortina que estava quase caído e deixando a luz do nascer do sol entrar na sala.

— Podemos ir para o castelo das trevas e descansar – Sugeriu Marie parecendo estar muito cansada.

— Sim, tenho certeza que vão nos deixar ficar lá – Concordou Jen.

— Vou leva-las até o castelo – Disse Charles – Vamos.

— E nossas coisas? – Perguntou Sunny preocupada.

— Já estarão na carruagem quando chegarem – Disse Peter rindo da expressão de Sunny.

— Obrigada, por nos receber, Peter – Agradeceu Jen.

— Eu é que agradeço por me ajudarem com os demônios – Agradeceu a Peter – E eu posso pedir um favor? – Perguntou.

— Claro! – Concordou Safira.

— Digam a Esmeralda que eu estou esperando por ela – Falou Peter olhando com um leve sorrido para o nascer do sol.

As Encantadas assentiram e foram embora. Saíram do castelo e foram para um estabulo ao lado. Dentro haviam vários cavalos negros e uma carruagem com seis cavalos e um cocheiro pronta para sair. Eles subiram na carruagem e o cocheiro fez a carruagem andar.

— Vai demorar muito? – Perguntou Nicky.

— Umas 12 horas, esses cavalos são bem rápidos – Respondeu Charles.

Depois de algumas horas todos pegaram no sono, estavam cansados da luta.

As horas se passaram voando e quando acordaram já estavam passando na frente da antiga escola de Marie e Jen, a escola dos dragões.

Logo chegaram ao castelo das trevas. O castelo parecia idêntico ao castelo da luz, com a única diferença da cor das pedras, que eram bem mais escuras no castelo das trevas.

A carruagem parou e todos desceram o cocheiro tirou as malas e voltou ao seu posto.

— Aqui estamos – Disse Charles olhando nos olhos de Marie.

— Vou visita-lo logo – Prometeu Marie.

— Vou ficar esperando – Disse Charles a beijando – Até – Charles se afastou e entrou na carruagem que logo continuou sua viajem.

— Que surpresa! – Falou Esmeralda de cima das escadarias na entrada do castelo – O que fazem aqui? – Perguntou descendo as escadas.

— Podemos ficar por um tempo? – Perguntou Jen.

— Podem – Concordou Esmeralda chamando os empregados, que apareceram e pegaram as malas das Encantadas e levaram para dentro – Entrem e conte o que fazem aqui.

As Encantadas seguiram Esmeralda para dentro do castelo das trevas.