Aquilo superava todas as expectativas.

Aquele que foi criado por laboratórios usando a carcaça de um alienígena, que demonstrou comportamentos instáveis e impossível de domar, estava agora se juntando à incompleta e tentando matar aquele que havia começado todo este projeto.

O homem não conseguia aceitar isso. Como que a Elise, um experimento incompleto e desobediente, domou uma criatura que nem ele foi capaz?

Essas questões passavam na cabeça dele enquanto encarava o agora dragão roxo, que com um movimento rápido retira sua cauda afiada do peito do homem e recua, se preparando para o próximo ataque.

Elise, aproveitando o momento, recua um pouco, tentando se recuperar um pouco dos danos. Ao vê-la recuar, o homem faz questão de avançar novamente, porém é atingido novamente pela cauda afiada, fazendo-o se virar e encarar o monstro:

—Não vou tolerar que me atrapalhe mais do que já atrapalhou. –com isso, faz seu braço se estender, mirando no pescoço do dragão.

E seu braço cai no chão, cortado.

Snake Eyes prepara sua katana mais uma vez, pegando impulso e avançando contra o homem, desferindo vários golpes aos quais ele tenta bloquear com o outro braço enquanto regenerava o que foi cortado. Ao ver uma abertura, Birdie se junta aos ataques.

Os dois desferiam golpes atrás de golpes, e tudo que o homem conseguia era apenas bloquear.

Eles o estavam subjugando.

Não, ele não podia aceitar que tudo acabaria daquele jeito, por seres inferiores a ele. Aquilo não lhe dava escolha, teria que recorrer ao último recurso.

Com um salto para trás, pega distância e saca algo do bolso de seu paletó.

Era uma seringa com um estranho líquido amarelo:

—Se vocês acham que vão sair vivos dessa… Estão errados, vou assimilar todos vocês! –e se injeta.

Birdie e Snake Eyes avançam, tentando impedi-lo, porém grandes tentáculos os jogam para longe, batendo contra uma parede.

O homem aos poucos crescia, vários tentáculos saiam de suas costas, seu corpo se deformava ao som de seus ossos quebrando, sendo refeitos.

Ele ruge, completando a transformação.

Birdie e Snake Eyes se levantam, o encarando, ele estava no mínimo três vezes maior que antes, batia quase no teto da sala. Os dois se encaram, num plano silencioso, e avançam.

Elise assistia a tudo com a mão em sua barriga, seus ferimentos abrindo novamente. Estava na hora de injetar novamente o coquetel do Ultron, e ela não tinha nada. Conseguia sentir seu ferimento se abrindo aos poucos, suas forças estavam se esvaindo.

Seus amigos estavam lutando contra aquele monstro, arriscando a vida deles, e ela se sentia uma merda por não estar os ajudando.

Mais que merda, isso a enfurecia.

Com um grunhido, se levanta, não se importando ao sentir o sangue se espalhando, suas entranhas doendo, ela precisava ajudá-los.

Com um urro, faz seus tentáculos se estenderem e cravarem no monstro, que ao vê-la, agarra os tentáculos e com um puxão, ela é puxada e agarrada por sua mão enorme.

—ELISE! –Snake Eyes grita, se avançando, porém é repelido pelos tentáculos do monstro:

—Irritante…—o monstro fala com uma voz gutural, agarrando os tentáculos dela e os puxando, até que os arranca de suas costas, fazendo-a gritar no processo –E fraca.

Birdie e Snake Eyes avançam de novo, tentando tirá-la da mão do monstro, que os bloqueia com seus tentáculos e tenta acertá-los com um soco. Elise estava mole na mão dele, seu sangue escorrendo e caindo no chão.

Com um berro, o monstro consegue jogá-los contra a parede, os prendendo com seus tentáculos:

—Vou matá-los e depois assimilar essa falha.—ele fala, se preparando para desferir um golpe em Birdie:

—AÍ Ô CARA FEIOSA! –uma voz surge, fazendo-o parar e olhar para o detentor da mesma –QUEM TE DEU PERMISSÃO DE ZOAR COM ELES?! SÓ EU POSSO FAZER ISSO! –Deadpool aponta ele de forma acusadora. O monstro bufa e volta sua atenção para Birdie, se preparando para matá-lo –QUE DESAFORADO! AÍ Ô ELISE, PARA DE SE FINGIR DE DESMAIADA, TEU SUQUINHO CHEGOU!

E com um movimento gracioso, Deadpool joga uma seringa no ar, todos encaram a seringa voando, que bate na cabeça de Elise e vai ao chão, rolando para longe.

Todos se encaram por um momento:

—POR QUE VOCÊ NÃO PEGOU ELISEEEEE?! –Deadpool berra, um tentáculo o atinge e o prensa contra a parede –Hei! Eu não tava falando contigo feioso!

—Você é muito irritante.—o monstro chega com a cara perto dele, em consequência, a mão que segurava Elise:

—É, todos falam isso, sabe, é o meu charme. –ele lança coraçõezinhos para ele, que se prepara para lhe dar um golpe –E também meu trunfo de distração!

Deadpool consegue desvencilhar um de seus braços, que levanta e desce, acertando o ombro de Elise:

—O que?

O monstro recua, havia uma seringa vazia no ombro de Elise:

—Hoho, cê tá ferrado feioso! Aquela seringa que joguei só tinha água!

—Não!—ele começa a assimilar ela.

E sua mão é picotada.

Elise cai no chão.

O monstro recua, encarando ela, que aos poucos levantava, seus ferimentos se fechando de forma rápida, tentáculos com aparência metálica saem de suas costas, onde antes estava aqueles que foram arrancados.

Ela abre seus olhos vermelhos e amarelos e encara o monstro.

Havia deixado de ser uma experiência incompleta de uma vez por todas.