BPOV:

Assim que Edward saiu, eu comecei a procurar uma saída. A janela parecia uma boa ideia até que eu a abri e vi que estava no terceiro andar. O fato de que havia vários homens fortemente armados no terreno não me incentivou muito também. Foi quando o ar frio bateu no meu rosto que eu percebi que não estava mais em Nova York. Olhei para fora, tentando descobrir onde eu estava, era um sentimento muito perturbador, não saber onde eu tinha passado os últimos momentos, Deus sabe quantas horas eu passei desacordada. Eu ignorei a força da minha curiosidade e comecei a trabalhar para encontrar alguma outra rota de fuga. A janela do banheiro era muito pequena para eu para passar, a porta da frente estava trancada e os respiradouros estavam no teto.

Eu desabei sobre a cama e esfreguei minhas têmporas, tentando lembrar o que meu pai tinha me dito para fazer se eu estivesse em uma situação como esta. Tentar obter o máximo de informações das pessoas que estão com você. Pergunte a eles onde você está, e acima de tudo, não perca o foco. Olhe ao seu redor, "conheça a configuração da terra", por assim dizer. Quando você tiver certeza que eles estão fora de vista, tente obter ajuda. Entre em contato comigo ou qualquer outra pessoa nas forças e diga-lhes tudo o que puder sobre a sua localização, o tipo de construção em você está, a paisagem ao redor da casa e até mesmo a cor do solo. Qualquer coisa que ajude.

Eu documentei tudo o que eu tinha percebido desde que cheguei aqui na minha cabeça: a vegetação de coníferas, o ar frio, o solo marrom rico, casa de tijolos de arenito e painéis de madeira nas paredes internas. Claro, não havia telefone ou computador no quarto, então eu não poderia chamar alguém ou mandar um e-mail. Eu fui trazida para fora dos meus pensamentos quando ouvi a porta abrir, e vi uma menina pequena, com cabelos pretos espetados vindo em minha direção com uma bandeja cheia de comida. Ela tinha um sorriso enorme no rosto bonito e andou até mim, graciosamente, colocando a bandeja sobre a cama e me puxando para um abraço.

"Olá, Bella! Eu sou Alice Cullen! Você não se importa se eu chamá-la de Bella ao contrário de Isabella, não é??"

"Prazer em conhecê-la Alice", eu disse enquanto ela me dava um abraço super apertado. "E não, eu não me importo. Agora você se importaria de não espremer a vida para fora de mim. Eu realmente não planejava ser abraçada até a morte."

Ela recuou e deu-me um sorriso angelical. "Desculpe, eu tendo a ficar à frente de mim às vezes."

Eu ri e disse: "Está tudo bem. Eu posso ser assim também. Então, eu acho que você é, e infelizmente, em minha opinião, relacionada com Edward?"

"Sim", ela riu. "Eu sou sua irmã mais nova."

Tanto quanto eu queria odiar Alice, eu não conseguia. Claro, seu irmão tinha me sequestrado, mas eu tinha a sensação de que ela não tinha nada a ver com o mundo de seu irmão. Ela parecia ser o exato oposto de Edward, e me senti à vontade instantaneamente em sua companhia.

Ela se sentou perto de mim, e me entregou um prato empilhado com croissants de chocolate, waffles e panquecas. Agradeci-lhe e comecei a comer, faminta de não comer por muito tempo. Alice pegou um croissant e comeu, bem então eu tinha certeza de que a comida não estava envenenada.

"Eu tenho algumas roupas para você também. Vou pegá-las no meu quarto enquanto você está comendo o.k.?", disse ela distraidamente.

Eu engoli o meu último pedaço e perguntei: "Alice, onde estamos?" Ela olhou para mim com apreensão, mordendo o seu lábio.

"Eu não tenho certeza se devo dizer-lhe isso."

"Oh, pelo amor de Deus, Alice!" Exclamei. "Que mal faria se eu soubesse em que país vou ficar como refém?"

"Tudo bem! Estamos em Zurique, na Suíça!" Meus olhos saltaram da minha cabeça enquanto eu olhava para ela.

"Eu estou na Suíça? Você está brincando comigo?" Secretamente, fiquei extremamente feliz que eu estava aqui. Eu conhecia umas pessoas em Zurique, eu sabia que isso iria me ajudar se eu pudesse contatá-las. A ironia do fato de que o meu local de férias de verão se transformou em minha prisão não foi perdida em mim, mas ninguém precisava saber disso.

Alice olhou para mim com pena, e disse: "Gostaríamos de ter ficado em Nova York, mas seu pai estava esquadrinhando cada centímetro da cidade à sua procura, então tivemos que sair. Rosalie e seu casamento com Emmett deveria ser em três semanas, mas agora que estamos aqui, quem sabe quanto tempo teremos de ficar. Rose está tão chateada com Edward, agora, que está quase pronta para fazê-lo em pedaços. "

Eu meio que sorri. "Eu não me importaria de ajudá-la a fazer isso."

"Você sabe, Edward não é de todo ruim. Eu sei que pode parecer agora, mas na verdade ele é um cara muito legal."

Eu levantei uma sobrancelha. "Diga isso para o garoto, cujos pais ele acabou de assassinar."

Alice franziu a testa. "Eu aposto que ele tinha uma razão para isso."

"Oh sim, claro. Aposto que ele tinha uma razão para tentar matar Simon, também. E ele teria se eu não tivesse ajudado a pobre criança a dar o fora da sala."

"E que provas você tem de que ele ia matar o garoto?" ela perguntou, olhando-me perturbada agora.

"Ele mandou Jasper e Emmett, depois dele, quando ele correu", disse "Seu irmão não é um santo, Alice. E todos nós não comemos arco-íris e borboletas coloridas".

"Você ainda assim não tem provas", acusou. Eu ri, e balancei a cabeça.

"Eu vou pegar suas roupas", disse ela distraidamente e saiu da sala. Ela voltou alguns minutos depois com pelo menos meia dúzia de sacos de compras, todos com nomes de designer sobre eles. Ela deixou todos na cama e tirou um par de jeans Dsquared com uma blusa preta da Dolce e Gabbana.

Ela apontou para o banheiro e me entregou as roupas. "Tome banho e mude de roupa. Há uma toalha e escova de dentes lá dentro, e se você precisar de mais alguma coisa, apenas me chame. Estarei esperando aqui."

Agradeci e fui ao banheiro bonito com as detalhes de mármore em preto e uma banheira que era três vezes o tamanho da minha. Uma vez que eu estava feita com o meu relaxante banho quente, eu escovei os dentes, coloquei minhas roupas e fui para fora.

"Ooh! Você está tão linda Bella!" Alice disse, entregando-me um par de sapatilhas pretas e jóias. Eu deslizei os e perguntei-lhe sobre o que deveríamos fazer agora.

"Eu não tenho certeza", ela fez uma careta. "Deixe-me perguntar a Edward se eu posso mostrar-lhe o palácio."

"Pergunte-lhe se você está autorizada a respirar enquanto você estiver fazendo isso Alice", eu falei por ela, sarcasticamente.

"Claro, Bella", ela respondeu em voz agradável. Suspirei e esperei que ela voltasse. Quando ela saiu pela porta do quarto, eu vi um guarda do lado de fora da minha porta trancando-a logo que ela saiu, com isso minhas chances de escapar desta sala foram de nulas para nenhuma.

Demorou um tempo para Alice voltar, então eu sequei meu cabelo para não ficar com tédio. Eu suponho que todo o material aqui feminino foi cortesia de Alice. Inferno! Eu nem sabia quem eram essas pessoas! Alice entrou pela porta outra vez, fazendo beicinho e carrancuda.

"Meu irmão é a pessoa mais insuportável conhecida pelo homem!”, exclamou ela.

"O que ele disse?"

"Ele disse que você tem que permanecer nesta sala."

Eu estava com muita raiva agora. Eu acho que se você olhar bem de perto você realmente seria capaz de ver a fumaça jorrando de meus ouvidos. "Diga a ele para vir até aqui. Eu quero falar eu mesma com ele e descobrir o que diabos ele planeja fazer comigo", eu disse através dos meus dentes. Alice parecia um pouco chocada com o meu tom violento e balançou a cabeça. Ela abriu a porta e pediu ao guarda para chamar Edward. Quando eles se opuseram, dizendo que Edward havia dito a eles para não dar um passo de distância desta porta, Alice disse em um tom gelado que teria feito seu irmão orgulhoso: "O meu nome também é Cullen, Randall. Portanto, você siga minhas ordens também. Agora, vá buscar o seu patrão e se não me ajudar, vou matá-lo eu mesma.”

Ela voltou seu olhar para mim, quando fechou a porta e disse alegremente, "algumas ameaças vazias não fazem mal nenhum." Eu ri e enquanto esperamos Edward vir, conversando sobre coisas como os nossos hobbies, gostos e desgostos. Descobri que ela era de ascendência italiana, e seu pai e sua mãe estavam ambos mortos. Ela não me contou como eles morreram e eu não perguntei a ela, por medo de trazer à tona lembranças ruins.

Edward entrou quando estávamos rindo sobre como Alice ficou bêbada e fez sua primeira tatuagem. Nossos risos acabaram quando vimos o rosto chocado de Edward, porém, nós duas levantamos.

"Alice, você pode nos dar um momento," disse Edward no mesmo tom de calma antes da tempestade. "Espere por mim na sala. Volte para baixo."

Alice olhou para mim, hesitante, e saiu depois que eu lhe dei um aceno e um sorriso tranquilizador. Limpei o sorriso do meu rosto enquanto olhava para ele. "Eu não aprecio o fato de que estou presa neste quarto, Cullen", disse venenosa.

Ele deu um sorriso amargo e respondeu: "Você não tem de apreciar qualquer coisa. Caso você não saiba, você é uma refém aqui. A única razão pela qual você vai ficar aqui é para que eu possa manter um olho em você, e Alice insistiu em que você dormisse em uma cama e não no chão.”

"Por que você quer me manter como refém?" Eu perguntei, já sabendo a resposta, mas temendo que ele confirmasse a mesma coisa.

"Você prefere que eu te mate?" ele perguntou, levantando uma sobrancelha para mim.

"Depende de porque você está me mantendo como refém, seu imbecil!" Eu disse. Eu sabia que não era sábio zombar dele, mas alguma coisa sobre ele só me deu vontade de socá-lo. Poderia ter algo a ver com o fato de que ele matou duas pessoas muito agradáveis, sem qualquer provocação óbvia.

Ele estava fervendo de raiva, e beliscou a ponte de seu nariz em frustração. "Seu pai é o chefe do FBI, Swan. Ele pode nos ajudar ou quebrar-nos, dependendo daquilo que lhe dizem para fazer, e você vai nos ajudar." Um sorriso diabólico iluminou seu rosto, levando-me a fazer caretas.

"Não há nenhuma maneira no inferno de eu ajudar você a fazer algo!" Eu cuspi.

"Então você me deixar sem escolha", disse ele, tomando a arma de um coldre sob o seu casaco e apontando-o para mim. Olhei para a arma e depois de volta para ele, caminhando em sua direção, assim que eu estava a poucos centímetros da arma. "Vá em frente e faça-o, Cullen. Eu não tenho medo de você ou de suas máquinas de matar".

Ele deu um passo para trás, chocado com a minha reação. Em sua experiência, eu aposto que, pelo menos 99% das pessoas que morreram estavam em lágrimas por agora, implorando para ele não acabar com sua vida. O restante 1% foram pessoas como eu e os Coopers; ou não tem medo da morte, ou mais medo de que acontecesse algo aos seus entes queridos. O último grupo só pediu pela vida dos outros, não as suas próprias, e eu aposto que era como o senhor e a senhora Cooper morreram. Eles sempre foram muito protetores de seu único filho.

"Como você pode não ter medo da morte?" ele sussurrou tão baixo que mal o ouvi falar.

"Quando sua mãe comete suicídio, quando você passou a sua adolescência se virando sozinha e seu pai é tão ocupado em seu trabalho que não se importa se você está viva, você não tem nenhuma razão para viver", eu disse honestamente. Ele me olhou com espanto por uns bons minutos, tentando desvendar o funcionamento da minha mente complicada. Polegada por polegada, ele abaixou a arma, colocou-a de volta em seu coldre.

"Se você não tem medo da morte, então do que você tem medo?" ele perguntou curiosamente.

Eu disse aspirada. "Tudo o que eu tenho medo, Cullen, eu não vou dizer para você. Mas vamos apenas dizer que minha vida tem sido muito melhor desde que eu parei de ter medo." Ele assentiu distraidamente, sentando no sofá do amor em frente à cama (como Alice tinha chamado o sofá). Eu tinha a sensação de que eu estava presenciando um momento raro na história; Edward Cullen foi abalado.

"Agora o que eu quero saber é quem são vocês", disse em uma voz de bom senso. "Eu acho que eu mereço pelo menos isso".

Levou um momento para ele responder. "Nós somos parte de um anel de crime organizado mais comumente conhecido como a Máfia." Eu realmente cai na gargalhada com o seu modo formal de colocá-lo. Ele olhou para mim, chocou mais uma vez, e então ele ficou irritado. Novamente.

"Você acha que isso é uma piada, Swan?" ele irritou. "Não, não. Claro que não", eu respondi, incapaz de parar o meu riso se irrompendo. Ele apertou os olhos e caminhou até onde eu estava encostada na parede. "Você acha que o que faço não é trabalho sério? Eu matei 862 pessoas nos últimos dois anos. Não acho que vou hesitar antes de matá-la." Apesar do fato de que eu estava com medo dele (ele tinha matado 862 pessoas em apenas dois anos!). Eu não podia parar a resposta que saiu da minha boca.

"Você já fez. Eu ainda estou viva, não é?" Ele estava tão perto que eu podia sentir seu perfume, mas antes que meu cérebro teve tempo de registrar qualquer outra coisa, ele já estava fora da sala, uma expressão furiosa no rosto. Eu caí no chão em um montão, minhas pernas fraquejando depois de a adrenalina finalmente deixar o meu corpo. Eu não podia acreditar que tinha acabado de provocá-lo assim. Que tipo de idiota irrita um membro da máfia? Eu balancei a cabeça, tentando limpá-la. Mesmo que ele não tenha me matado até agora, ele poderia mais tarde e, portanto, eu tinha que pegar a minha bunda dar o fora daqui o mais rápido possível.

E para isso, eu precisaria de ajuda de Alice.