A filha maldita escrita por Nymph Ariel


Capítulo 2
Varinha, eu escolho você!


Notas iniciais do capítulo

Segundo capitulo da fanfic. Espero que gostem.



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Vênus era uma criança normal. Ela gostava de correr pelos jardins de sua casa, gostava de escalar árvores e acima de tudo adorava desenhar sua família. Conforme a garota ia crescendo as lembranças do ocorrido daquele fatídico dia se tornavam mais claras apesar de ainda serem completamente incompreensíveis. Em sua mente tudo aquilo ainda parecia um simples sonho. Sua mãe continuava sustentando a história de que seu pai havia desaparecido e incansáveis vezes repetia para a garota que ela nunca havia tido uma irmã gêmea. Jennifer sabia que mentir não era o melhor, mas sabia também que sua filha ainda era nova demais para entender o porquê de as coisas serem como são. Vênus ainda tinha quatro irmãos, duas garotas bem mais velhas que ela e outros dois garotos que eram irmãos gêmeos. Ela adorava passar o tempo correndo atrás de Gustav e Lúcio pela casa. Ambos tinham idades aproximadas e a garota se divertia muito com os dois.

Apesar da sensação de normalidade que cercava a família, a pequena loirinha era obrigada a passar três noites por mês em uma das celas construídas no porão da família especialmente para ela. Suas transformações não apresentavam risco para a família, mas eles temiam que a garota se machucasse caso ficasse presa na floresta, também temiam que se por acaso ela se transformasse novamente em humana, não conseguiria voltar para a casa. Vênus não sabia bem porque a mãe a trancava, apenas sabia que era “para seu próprio bem”. Isso deixava a garota com seus nove anos e meio bastante chateada e preocupada com o que quer que a mãe quisesse dizer com aquilo. A verdade é que os lobisomens não se lembravam do que faziam durante as luas cheias, poderiam no máximo se lembrar de alguns flashes desconexos, o que significava que apesar da garota ter sido mordida e transformada, ela ainda não sabia no que se transformava durante as tais noites.

Com o tempo sua mãe lhes explicou sobre a maldição que a pequena carregava, explicou-lhes que sempre devia ir para algum lugar onde não fosse machucar as pessoas. Juntas elas exploraram boa parte da floresta que ficava próxima a sua casa. Aprendendo os melhores lugares para deixa-la antes da transformação. Com o tempo Vênus conhecia a floresta muito bem, não havia uma só folha que ela não soubesse de onde era, e sua mãe começou a confia-la na tarefa de ir sozinha para lá durantes as três noites de transformação que ocorriam na pré-lua cheia, na lua cheia e na pós-lua cheia.

Como seus irmãos, Vênus começou a descobrir seus poderes mágicos. Na primeira vez ela estava com sua mãe na cozinha, ela tomava seu cereal com leite enquanto contava para sua mãe como as crianças da escolinha em que estudava eram ruins com ela. Quando contou sobre uma das garotinhas que havia puxado seu cabelo a caixa de cereal despencou do armário, mas antes de atingir o chão ela ganhou pequenas asas que a fizeram voar por poucos segundos, o suficiente para que Jennifer corresse para beijar e abraçar a filha por ter despertado seus poderes mágicos. Aos onze anos a loirinha recebeu sua carta de Beauxbatons, a escola parecia satisfeita em recebe-la lá para seu primeiro ano. –Mamãe, mamãe! – Ela começou a gritar ao ler a carta. –Olha aqui mamãe! – Ela parecia quase emocionada com a notícia. –Eu não acredito que minha pequena vai para Beauxbatons! – Jennifer falava orgulhosa enquanto escondia o choro. –Parabéns meu anjo! – Ela gritava e abraçava Vênus. –Amanhã mesmo iremos até o corredor D’achats comprar seu material. –Ambas começaram a dançar e gritar animadas.

Apesar de não ser a primeira filha que iria para Beauxbatons, Jennifer tinha o costume de sempre comemorar daquela forma já que para ela era o maior orgulho ter os filhos estudando no mesmo lugar que ela havia estudado.

...

O dia amanheceu um pouco nublado, Vênus já havia se levantado faziam vinte minutos e tomava seu banho cantando distraída e feliz. Seria hoje que ela compraria o material para Beauxbatons, hoje que ela teria sua primeira varinha. Ela mal podia conter a emoção. –Aí meu Merlin eu vou para Beauxbatons! – Ela gritou ainda no chuveiro em meio a risadas. –Beauxbatons aqui vou eu! Serei a maior bruxa de todos os tempos.

–Vamos logo com o banho! – Sua mãe gritava da porta do banheiro.

Vênus vestiu uma calça jeans e uma blusa cor-de-rosa com alguns ursinhos na estampa. Penteou seu cabelo longo e louro e analisou o espelho mais uma vez. Ela estava pronta para comprar suas coisas. Antes de sair do quarto pegou a lista de compras que havia vindo anexada na carta e correu até a única lareira que existia em sua casa ficando ao lado de sua mãe. Ela conhecia o procedimento. Entraria lá, jogaria o pó de flú no chão e diria o nome do local para onde pretendia ir. Jennifer estendeu o potinho para que ela pegasse um punhado e esperou com um sorriso que a garota começasse. –Corredor D’achats! – Gritou jogando o pó de flú no chão. Um puxão vindo de seu umbigo iniciou a louca viagem. As coisas se desdobraram e giraram sem parar até que ela finalmente aparecesse em uma das lareiras do corredor. Sua mãe havia vindo logo atrás. –Mãe! Onde vamos primeiro? – Observou a expressão pensativa de Jennifer com cuidado. –Podemos comprar minha varinha primeiro? Por favorzinho, eu quero muito. – Fez sua melhor cara de cachorrinho sem dono que foi o suficiente para convencer sua mãe que apenas assentiu com a cabeça.

Juntas caminharam pelos corredores apinhados de gente. Muitas crianças da mesma idade de Vênus seguravam as mãos de seus pais e pareciam simplesmente admiradas com tudo ao seu redor. Vênus, entretanto, havia ido ali com a mãe algumas vezes, sempre que um de seus irmãos ia para o colégio ela pediu para ir junto então conhecia um pouco sobre aquele lugar. Ainda sim ficava admirada com a quantidade de coisas legais e diferentes que apareciam sempre que ela olhava para algum lado. Pássaros na vitrine, vassouras, caldeirões de chocolate, livros e muitas outras bugigangas que ainda eram capazes de deixa-la fascinada. A loja Artisan Puissante ficava próximo ao banco Gringotes, então elas acabaram andando bastante.

Sem esperar a aprovação da mãe, Vênus adentrou a loja e praticamente se jogou em cima da balconista que estava lá. Balançava seus longos cabelos e forçava-se a ficar na ponta dos pés para enxergar o que existia acima do balcão. –Como posso ajudar essa linda garotinha?

–Eu quero uma varinha, daquelas que as pessoas usam para fazer feitiços. – Atrapalhou-se toda. O sorriso da vendedora se abriu, ela sabia que estava diante de uma primeiranista. Seus olhos logo se voltaram para a mãe da menina que também sorria. –Vou ver o que posso fazer por você, espere só um minutinho tá bom?

–Mamãe, existem varinhas cor-de-rosa? Porque eu queria uma.

–Ora meu amor, temos que perguntar isso para a vendedora, mas creio que não dependa da nós.

–Porque não depende de nós? – Sua expressão parecia confusa.

–Eu não te contei? A varinha é quem escolhe o bruxo, tudo que podemos fazer é aceita-la do fundo de nosso coração.

–Mas e se eu não gostar dela? Eu posso trocar?

–Receio que não, mas se quer um segredo, você deve amar sua varinha, elas são criaturinhas incríveis que podem nos proteger quando houver perigo.

Vênus quis perguntar mais, mas nesse momento a vendedora retornou com uma fita métrica e um bloco de anotações. –Preciso pegar suas medidas antes de trazer varinhas para experimentar. Pode por favor subir ali? – Apontou para um pequeno pedestal. Vênus sem pestanejar se guiou para lá e prostrou-se nele. Pacientemente a vendedora começou a lhes tirar as medidas. Primeiro a sua altura completa, depois a de seu braço dominante esticado, pediu até mesmo a largura que ele possuía. –Hm... Acho que já sei o que devo trazer! – Ela praticamente evaporou atrás das várias e várias estantes.

As duas esperaram pacientemente até que a responsável voltasse. Vênus achava que ela não voltaria e estava começando a insistir para que sua mãe a levasse para outro lugar quando a mulher de cabelos negros tornou a aparecer. –Vinte e sete Centímetros, corda de coração de dragão, feita de freixo! – Anunciou parecendo satisfeita com sua memória. A loirinha segurou a varinha como se a mesma fosse explodir em sua mão, sem saber muito o que deveria fazer ela a balançou algumas vezes enquanto uma prateleira de varinhas começava a enlouquecer e lançava várias caixinhas para o chão. –Opa! Desculpa. – Choramingou a garotinha.

–Acontece muito, não se preocupa, vou pegar outra para que você experimente.

Apesar da gentileza da moça, Vênus sentiu-se envergonhada por ter destruído uma parte da loja. Temia até mesmo olhar para sua mãe já que imaginava que seu rosto estivesse sério como quando ela fazia bagunça. A vendedora dessa vez voltou com algumas caixinhas e as colocou em cima da mesinha onde ela fazia o atendimento. –Esta daqui também tem vinte e sete Centímetros, é de pelo de unicórnio e é feita de Jacarandá.

Dessa vez Vênus sabia exatamente o que deveria fazer. Ela pegou com delicadeza a varinha das mãos da vendedora e a sacudiu. Um pequeno vaso de planta que até então ela não havia notado estar lá explodiu jogando terra para todos os lados. Por sorte as três não foram atingidas. Mais uma varinha havia á recusado. –E se nenhuma delas gostar de mim? – Choramingou para sua mãe que apenas lhes deu tapinhas de consolo em seu ombro. Mais uma vez a vendedora estendeu-lhes uma varinha. –Essa daqui possui presas de vampiro, como as outras tem vinte e sete Centímetros, sua madeira é bétula.

Novamente a garota segurou a varinha e a balançou. Parecia que a cada vez que ela tentava, a loja era destruída. Ao todo Vênus já havia provado doze varinhas, dos diversos tipos e formatos, mas nenhuma delas parecia querê-la. Isso a deixava mais e mais desanimada, seu coração estava ficando apertado e ela imaginava que não poderia ir para Beauxbatons se não encontrasse uma varinha que gostasse dela. Até mesmo a vendedora parecia um pouco preocupada, era muito difícil encontrar clientes que passavam da quarta tentativa e aquela menina parecia estar quebrando todos os recordes. Ela procurava as varinhas menos comuns para a próxima prova, ela não teria nada a perder e não via a hora de ter a loja inteira novamente. –Essa daqui é feita de espinheiro-alvo, é uma madeira bastante rara de sair, seu núcleo também não é muito comum, foi usado fios do cabelo de uma veela. Tente usa-la. – Estendeu a varinha para Vênus.

Apesar de estar temendo que novamente algo saísse errado, Vênus segurou a varinha e sentiu dentro do seu coração que aquela varinha precisava ser a certa, precisava gostar dela e ser dela. Com o balançar da varinha a flor que estava plantada no vaso já quebrado começou a desabrochar e tornar-se uma bela rosa violeta. Finalmente Vênus havia encontrado sua varinha. Ela podia sentir. –É essa! Ela serviu, ela serviu! – Imaginou que seus gritos pudessem ser ouvidos pelo pessoal que estava fora da loja. –Obrigada, obrigada.

–Eu sabia que íamos achar uma varinha para você, eu tinha certeza. – Jennifer sorriu aliviada e animada. –Toma, aqui tem dinheiro para a varinha, sei que você gosta de pagar os vendedores, então vá com a mocinha até o balcão e compre sua primeira varinha. – Não foi preciso dizer mais nada, em um piscar de olhos a loirinha já estava lá, na ponta dos pés entregando alguns galeões para a vendedora que sorria aliviada para a menina. Com cuidado a varinha foi colocada em uma caixinha e depois em uma sacola. –Onde você quer ir agora?

–Podemos fazer minhas vestes?

–Claro que sim, vamos lá, aposto que será mais fácil do que a escolha da varinha.

Ambas começaram a rir de forma cúmplice e saíram da loja a procura do próximo item da lista.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por estarem lendo e acompanhando minha fanfic. Deixem seu comentário, ele é muito importante para mim.



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