The Becoming of The Lamb escrita por sweetie


Capítulo 1
Capítulo Único - The Becoming of The Lamb


Notas iniciais do capítulo

Mais uma hannigram!!!

Aviso, tem muitos spoilers da finale, então se você ainda não viu, vai correndo se atualizar e depois volte aqui.

Claro, preciso agradecer a minha querida e adorável amiga Luiza, pela capinha linda ♥

Bom, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/642911/chapter/1

Não era a primeira vez que Will tinha matado alguém. Ele se lembrava vividamente de puxar gatilho repetidas vezes ao tirar a vida de Garret Jacob Hobbs. Mas dessa vez tinha sido diferente.

Ele lutou, e esfaqueou Francis com as próprias mãos. Fez tudo isso, sentindo uma adrenalina inigualável invadindo seu corpo, o sangue bombeando em suas veias, e foi ao lado de Hannibal. Era incrível como todas as experiências que vivia, quando compartilhadas com o psiquiatra, se tornavam mais intensas.

“Matar deve ser bom para Deus também, ele faz isso o tempo todo. E não somos todos, criados à sua imagem?”. Lembrou-se de quando Hannibal lhe disse isso, o moreno estava tentando fazer com que ele não se sentisse culpado por ter gostado de matar Hobbs.

Ele não se sentiu, no fim das contas. Odiava admitir, mas a sensação de ter o poder de decidir entre a vida e a morte de alguém era boa demais, fazia com que ele se sentisse imensamente poderoso. Além disso, quando você tira a vida de alguém que merece, bem, a culpa diminui por causa disso.

Will olhou para o sangue que cobria todo o seu corpo. Tirando a dor das feridas, não era algo desconfortante, ele já tinha se acostumado a estar coberto de sangue.

- Fica negro mesmo ao luar. – disse Will, estendendo a mão, fazendo com que Hannibal imediatamente ajudasse-o a levantar.

Tendo que se apoiar nos braços de Hannibal, por estar cambaleando e exausto demais, eles se olharam. E algo tinha mudado.

- Veja... – disse Hannibal. – É isso que eu sempre quis para você, Will. Para nós dois.

Lecter estava muito satisfeito, pelo seu precioso Will ter se entregado desse jeito, a escuridão escondida dentro de si, e ter aproveitado enquanto o fazia, sem culpa, enquanto os dois tiravam a vida de outra pessoa com as próprias mãos.

- É lindo. – Will respondeu sorrindo, a respiração irregular.

Porque tudo parecia realmente lindo, o sangue negro ao luar, o trabalho que acabaram de fazer, e claro, Hannibal na sua frente, o olhando de um jeito que só afirmava o que a Bedelia lhe disse sobre ele estar apaixonado.

Ele entendia Hannibal mais do que nunca, e o mais importante, aceitava e gostava do raro dom que ele tinha recebido do psiquiatra. Aquela era a sua transformação, o cordeiro tinha se tornando um leão.

Hannibal o olhava intensamente, assentindo e concordando com o que Will acabara de dizer, como se ele estivesse reafirmando com “Sim, é lindo”, mas não se referindo apenas aquele momento, e sim ao Will.

Will colocou a mão no ombro de Hannibal, se agarrando ao moreno, enquanto esse gentilmente o puxava para mais perto pela camisa.

Um encostando o rosto no outro, se abraçando. Hannibal se aconchegando em Will, se sentindo feliz e aliviado, porque Will não estava mais se intimidando. Embora, ele ainda estivesse hesitando um pouco ao puxá-lo para si logo, como se existisse aquele medo de Will fosse desaparecer de seus braços, ou rejeitá-lo.

Will enterrou a cabeça no ombro de Hannibal, tendo a certeza de que aquele era o momento mais íntimo e intenso que já compartilhará com ele. Provavelmente, o mais significante de todos.

Ambos estavam finalmente em paz, relaxados. Hannibal fechou os olhos, tendo a certeza do que tinha mudado. A maior transformação da noite não pertencia ao Dragão Vermelho, e sim a Will e Hannibal, e o que um tinha modificado em si mesmo e se sacrificado pelo outro. Isso era, de fato, lindo.

- Você vai fugir comigo agora? – perguntou Hannibal.

Will se afastou por um momento, para encará-lo. Sua visão, no entanto, estava escurecendo aos poucos, a dor o abatendo, ele iria desmaiar.

E ele desmaiou antes de responder, nos braços de Hannibal, que apesar de estar com as suas próprias feridas o machucando, pegou Will no colo e o carregou para longe dali.

Hannibal conhecia o lugar, e foi andando para dentro da floresta. Jack e o FBI chegariam logo, e não poderia arriscar ser pego novamente, mesmo que ele não tivesse sido exatamente pego na primeira vez.

Roubou um carro, e dirigiu para bem longe, considerando se deveria parar em algum lugar antes, ou apenas seguir o destino para onde Bedelia os esperava.

Will acordou quando eles ainda estavam no carro. Ele abriu os olhos, confuso, e sentiu a mão de Hannibal na sua, o fazendo sorrir. – Quanto tempo eu fiquei apagado? – perguntou, se espreguiçando ao sentar-se direito no banco.

- Mais ou menos uma hora.

Will assentiu, e deitou a cabeça no ombro de Hannibal que passou um braço em volta do moreno, falhando ao tentar se concentrar na estrada à sua frente.

- Já estamos quase chegando lá. – disse Hannibal.

O outro não perguntou onde “lá” era, porque sinceramente, importava? Eles estavam juntos, e isso já era o suficiente. Will adormeceu de novo, e só foi acordar oito horas depois, em uma cama quentinha, com as suas roupas trocadas, e sem mais nenhum vestígio do sangue da noite anterior.

- Hannibal... – ele o chamou, soltando um gemido de dor por conta dos machucados, logo em seguida.

Não sabia como tinha pulado em cima de Francis quebrado daquele jeito, provavelmente ignorara a dor na hora devido a adrenalina.

- Não acho que você deve se esforçar muito, Will. – a voz gentil de Hannibal vinha de muito perto, ele ergueu o olhar e o encontrou sentado ao seu lado.

Hannibal estava com o rosto ferido, o braço também estava com curativos. Will levou a mão até a ferida coberta com um pano. – Dói?

- Eu posso suportar.

- Onde estamos?

- Longe. – disse Hannibal. – Mas o nosso destino ainda está mais distante. Quero descansar um pouco com você, antes de continuarmos.

Will se sentou na cama. – É seguro?

- Totalmente. – este sorriu, e se inclinou para depositar um beijo na testa de Will. – Eu preparei sopa, você deve estar com fome.

Hannibal segurava Will pela cintura, enquanto a outra mão acariciava o seu rosto. Ele nunca se sentiu tão completo em toda a sua vida, Deus abençoe Will Graham por isso.

- Quer que eu busque a sopa?

- Não agora. – Will negou, e se aproximou para beijá-lo.

Quando suas bocas se encontraram, Will sentiu ondas de choque percorrendo por todo o seu corpo. Pela primeira vez, em muito tempo, ele sentiu clareza e segurança nos braços de Hannibal, enquanto esse o envolvia em um abraço forte.

Os lábios de Hannibal eram suaves e macios contra os seus. Ele abriu a sua boca, convidando o médico, mordendo o seu lábio inferior. Hannibal fechou os olhos, deixando que Will o saboreasse enquanto ele fazia o mesmo.

Ele afagou o cabelo de Will, o segurando pela nuca, tendo certeza que o gosto dele era o melhor que já provará.

Ao se afastarem, ambos estavam sorrindo. Parecia certo, toda aquela situação, tudo que tinha acontecido desde a noite passada até agora. Todas as peças do quebra-cabeça se encaixavam perfeitamente, e a xícara de chá se juntava novamente.

- Vou buscar a sopa. – disse Hannibal, e então observou os ferimentos no rosto de Will, tocando os delicadamente. – Mas antes, vou cuidar dessas feridas.

Ele depositou um beijo rápido em Will, que segurou o seu rosto, puxando para si querendo prolongar o momento, mas o psiquiatra se afastou sorrindo. – Podemos continuar depois, Will. Você precisa de cuidados, e precisa se alimentar.

Will concordou, e o deixou ir buscar a caixinha de remédios. Era incrível como Hannibal parecia... gentil. Claro, que ele não poderia reclamar da falta de um certo carinho que sempre existiu entre os dois.

Até mesmo nos momentos mais difíceis, ele cuidava de Will, sempre cuidou, no seu jeito de fazer isso. Como por exemplo, ao assoprar a sopa para que ele não se queimasse, quando tinha acabado de amarrá-lo na cadeira, e o drogado. Mas, bom, detalhes à parte.

Nesses segundos, ele parou para refletir sobre a noite passada, na sua transformação. Ás vezes, para sobreviver, você tem que deixar a sua pior parte aparecer... O problema é quando essa parte se torna a sua favorita.

O assassinato, a morte, o próprio Hannibal, não era o que atormentava Will a noite. Era ele mesmo. Era ele querendo aquilo também, gostando do que via. O que ninguém nunca percebe é que o seu pior inimigo é você mesmo. Você é seu próprio pesadelo.

Hannibal voltou com a caixinha em mãos. Sentou-se ao lado de Will, e começou a passar remédio com o cotonete nas feridas no rosto do moreno. Eles se olharam enquanto este fazia os curativos, se sentindo em casa, felizes.

- Você não chegou a responder a minha pergunta. – disse Hannibal, ao terminar e colocar o cotonete de lado. – Sobre fugir comigo ou não.

Will sorriu. – Você nem precisa perguntar, Hannibal. É claro que eu vou te seguir, para qual seja o lugar que você tem em mente.

- Sinto lhe dizer, mas não acho que poderemos voltar para pegar os seus cachorros. – ele brincou.

Will gargalhou, aquela risada gostosa que fazia com que Hannibal sorrisse junto. Sua barriga começou a doer, ficando forte demais, o fazendo parar. – Não me faça rir, ainda estou um pouco quebrado.

- Desculpe.

Ele sentia falta dos cachorros, mas Molly era uma boa pessoa, então eles estavam em boas mãos. E bom, ele poderia convencer Hannibal a deixar com que ele acolhesse mais alguns cães abandonados, quando eles chegassem onde quer que fosse.

- Eu vou te mostrar o mundo, Will. – Hannibal prometeu. – Vamos caçar juntos, vai ser lindo. Você vai ver.

- Os maridos assassinos. – ele disse, lembrando-se do que Freddie lhe dissera, no fim das contas, era verdade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? O que vocês acharam? Eu me senti obrigada a escrever alguma coisa depois daquele final.

Acho bom vocês deixarem um comentário, se não eu já sei qual será o meu jantar dessa noite. Brincadeira, mas eu realmente amaria saber o que vocês acharam.

Beijos, até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Becoming of The Lamb" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.