Ilha da Diversão escrita por Tokki


Capítulo 12
Mais um pouco de trabalho




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Sob um clima matinal, os meninos acordaram ao som do despertador sem forças até para abrir os olhos. Seus corpos recusavam-se a deixar a cama.

Na noite anterior, o monitor Franz tratara de informá-los sobre colocar um despertador, caso contrário acordariam com um alto-falante acompanhado de batidas dele na porta. Mesmo cansados, lembraram bem deste detalhe.

Eram sete horas. Cansados, um mandava o outro levantar primeiro.

— Levanta e vai fazer o café, Bill — disse Georg deitado de bruços.

— Vai lá Gustav — disse Bill virando-se na cama.

— Eu não, peça para o seu irmão. — Gustav cobriu o rosto com o cobertor.

Tom não disse nada, apenas gesticulou um “não” vagarosamente com a mão.

Ficaram mais vinte minutos deitados, até que Bill resolveu se levantar e tomar uma atitude.

— Vamos, chega de enrolar! Se continuarmos assim, vamos voltar a dormir e perder a hora! — afirmou, abrindo a cortina. — Fazer o quê né, se eu não levanto primeiro, as coisas nessa viagem não funcionam!

Duas horas se passaram e todos estavam devidamente prontos. O monitor Franz chegou e levou os meninos até a loja de sapatos que eles prestariam serviço voluntário.

[...]

Chegando no local, Franz deu um tênis para cada um. Os tênis eram muito brilhantes, cada um era de uma cor diferente. O de Georg era verde, o de Tom era azul, o de Gustav era amarelo e o de Bill era laranja.

— É para vocês colocarem esses tênis e atender as pessoas dançando.

— Mas... dançar o quê? — questionou Gustav.

— O que vocês quiserem, é só dançar — explicou Franz.

— Que loja maluca é essa? — Tom perguntou indignado.

— Eu não sei. Isso não deixa de ser maluco, mas eu estou animado. Depois desse trabalho voluntário estaremos livres. Então, nada melhor que dançar — respondeu Bill.

— Eu ainda continuo achando maluco — continuou o gêmeo.

— Que loja maluca é essa? — Georg repetiu a pergunta de Tom para o monitor Franz.

— Esta loja tem o tema dança e música, como vocês podem ver a decoração.

 Os meninos observaram o chão da loja parecendo uma pista de dança e discos de vinil pendurados pela loja inteira.

— É por isso que os atendentes tem que dançar  — continuou. — Bom, está tudo explicado. Já podem atender as pessoas.

No momento das explicações do monitor, havia chegado um homem querendo ver um sapato. Franz foi até o som da loja e colocou uma música. Bill, que estava mais animado, começou a dançar e foi atender.

— Bom dia! O que o senhor gostaria?

O homem o cumprimentou e mostrou na vitrine qual sapato queria experimentar. Dançando, Bill foi pegar.

Os meninos avistaram aquela cena e começaram a rir. Em seguida, chegou outra pessoa e Georg foi atendê-la.

— Eles ficam rindo de mim... quero ver eles dançando — resmungou Bill dentro do estoque.

Levando o sapato para o homem, Bill deu de cara com o Georg e Gustav dançando de um lado para o outro, atendendo outras pessoas. Ele começou a rir bem baixinho.

— Eu trouxe essas duas cores do mesmo modelo.

— Opa! Vou provar o tênis dançando também — o homem disse todo animado.

O homem começou a dançar e pegou o braço de Bill para rodopiar, fazendo o mesmo rir com a situação. Bill franziu as sobrancelhas para ele achando aquilo muito maluco.

— Eu gostei de você! — O homem apontou para Bill, estalando os dedos ao mesmo tempo.

— Muito obrigado! Já decidiu a cor? — Bill sapateava.

— Eu vou levar a que você escolher. — Ele dançava na frente de Bill, esperando a escolha dele.

— Entre o bege e o azul-marinho, eu fico com o azul-marinho.

— Ih cara, mas a roupa que eu quero usar com esse tênis combina mais com o bege.

— Então leve o bege.

— Poderia existir azul bege-marinho, não acha? Então vou levar os dois! — O homem riu, dançando bastante.

— É verdade, de acordo com a nossa necessidade, né. — fingiu Bill, com muita vontade de rir.

— Cara, me identifiquei bastante com você! Toca aí parceiro! — O homem levantou a palma da mão para ele.

— É isso aí! — exclamou Bill finalizando a saudação.

Georg estava atendendo uma mulher. Estava saindo do estoque pela segunda vez, segurando algumas caixas de sapato.

— Eu trouxe uns modelos bem legais, moça. — Ele colocou as caixas no chão.

— Obrigada, eu vou provar essa amarela. — agradeceu a mulher, tirando uma sandália branca de um dos pés, do mesmo modelo da amarela, que estava calçada. Depois de colocar, ela se levantou com uma sandália branca em um pé, e a amarela no outro.

— O que você acha?

— Olha, eu prefiro a branca, até porque a amarela é mais difícil de combinar. — Georg respondeu, dançando um pouco lento.

— Mas eu estou perguntando o que você acha das duas juntas, eu adoro usar pares de sapatos diferentes! — A mulher disse toda sorridente.

— Bom, é... diferente. — Georg não sabia o que dizer, achando aquilo muito maluco.

— É bem estiloso! — A mulher continuou a provar os sapatos.

O monitor Franz estava perto dali fazendo algumas anotações. Enquanto a mulher estava distraída, Georg foi falar com ele.

— Eu posso tomar um pouco de água, monitor Franz?

— Pode sim. Só não esqueça de parar de dançar enquanto beber a água, hein! — o monitor brincou.

— Bem lembrado! Obrigado. — Georg riu e depois foi beber água. Em seguida foi até Tom, percebendo que ele era o único que ainda estava sem atender.

— Cara, eu já ri muito com vocês — disse Tom.

— Se prepara, porque só tem gente maluca!  

Enquanto eles faziam alguns comentários, chegou outra pessoa.

— Aí Tom, sua vez! — exclamou Georg, saindo em seguida para voltar a atender.

— Ah, que chato! — Tom resmungou.

Quando Georg voltou, a mulher estava com um tênis camuflado em um pé e um tênis rosa no outro.

— Está gostando dos modelos que eu trouxe? — perguntou para ela, querendo rir.

— Estou sim! Aliás, já vou calçada com esse! — exclamou a mulher, achando  lindo a combinação que acabara de fazer.

— Ah... legal. — Georg respondeu achando aquela combinação totalmente fora do normal.

O homem que Gustav estava atendendo perguntou o número que ele calçava. Gustav respondeu e o homem escolheu um modelo de sapato social com a mesma numeração de Gustav, que mesmo não entendendo, foi pegar o sapato.

— Aqui está. Eu também trouxe mais outro modelo — explicou Gustav.

— Obrigado. Agora sente-se e prove o sapato que eu pedi na sua numeração.

— Como assim?

— É que eu gosto que a pessoa prove o sapato para mim. Se esse sapato ficar bom em você, vai ficar bom em mim.

— Mas você não acha...

— Por favor, eu te peço.

— Tudo bem então. — Mesmo achando aquele homem muito maluco, provou um par.

— Sabia que ia combinar  com você, combinou comigo também! Agora vamos provar esse que você trouxe. — O homem abriu a caixa do sapato. — Sensacional esse modelo!

Gustav provou o outro par de sapato.

— Ah não...

— Você não gostou desse? — Gustav levantou e voltou a dançar.

— Foi o que eu mais gostei! Ficou show, vou levar! — O homem começou a dançar flamenco.

— Que bom que gostou. — Gustav riu baixinho.

— Sabe, quando eu danço flamenco, é porque eu estou muito feliz!

— Não é uma forma muito normal de mostrar a sua felicidade, mas tudo bem. — Gustav disse com as sobrancelhas franzidas.

Tom voltava do estoque dançando, com duas caixas de sapato.

— O modelo que você pediu não tem mais, Dê uma olhada nesses dois que eu trouxe. — Ele colocou as caixas no chão.

— Vamos ver.

Quando o homem tirou o sapato, Tom estava agachado e sentiu um cheiro de chulé. Ele começou a rir discretamente.

— Qual você acha que ficou melhor, esse tênis preto, ou esse cinza? — O homem apontou o pé bem na cara de Tom fazendo o mesmo quase cair para trás.

— Eu acho que o cinza combinou mais. — Ele disse com a voz anasalada por estar prendendo um pouco a respiração.

— Ah, não sei. Você pode pegar aquele outro modelo que eu estava em dúvida?

— Eu vou pegar. — Tom saiu dançando rapidamente. — Mas que chulé daquele cara, se é louco! — exclamou dentro do estoque.

Tom voltou e o homem provou mais outro modelo.

— Olha só, esse está maneiro! — Levantou o pé perto da cara de Tom mais uma vez.

— Ah, muito legal! — Tom respondeu com a voz anasalada.

Os meninos acabaram atendendo muitas pessoas malucas. Quando o trabalho voluntário terminou, o monitor Franz levou eles para a delegacia. Chegando lá, foram para a sala do delegado Klaus.

Franz entregou as anotações para o delegado, o mesmo leu com atenção e depois começou a dizer algumas coisas.

— Muito bem, agora sim vocês estão liberados!

— É isso aí! — Os quatro disseram ao mesmo tempo.

— Agora, juízo rapazes! — continuou o delegado Klaus.

— Foi bom ter vocês por aqui. Precisando de mais trabalhos voluntários, é só vir aqui! — brincou Franz.

— Mas de jeito nenhum!  — Os quatro disseram em coro fazendo um “não” com os dedos.

Todos riram. Em seguida, os meninos foram para a casa de Bill, pensando no que iriam fazer no dia seguinte.


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