Rock Forever escrita por Isabela Faria


Capítulo 34
A arte de fingir um sorriso.


Notas iniciais do capítulo

Enfim, acho que devo um livro de pedidos de desculpas não é? Gente, eu prometi que ia fazer um especial de ano novo, era pra ser postado dia 31 ou dia 01... MAS, fiquei doente e a intenet não estava pegando, desculpas turma, mas, eu não pude fazer nada.
Enfim, como consolação resolvi postar um capítulo enormeeee, o maior que já escrevi! E enfim, há tantas emoções nesse capítulo que meu coração ainda está batendo forte, muitas mudanças e surpresas, espero que gostem.
AH, EU TENHO OS MELHORES LEITORES DO MUNDO E AMO VOCÊS!
Obrigada por não desistirem de mim e nem dessa história, mesmo que demore, eu não irei desistir... afinal, desistir é para os fracos ♥
Saudades de todos vocês, FELIZ ANO NOVO ATRASADO, que em 2017 Deus nos encha de luz e amor, e que não nos falte felicidade.
É isso, beijos e boa leitura ♥



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" Ela esconde tanta coisa por traz de um sorriso... " 

Mansão RF/São Paulo

Os corações batendo descompassados, as respirações próximas demais, as pernas trêmulas e o calor mesmo no frio, Valéria e Jaime separaram o segundo beijo por falta de ar e um lapso de sanidade retornou para suas mentes, fazendo os dois se encararam com os olhos arregalados e os rostos pálidos como a neve, a Ferreira se afastou um pouco, empurrando com calma o peito do amigo, que abaixou o olhar.

Ela sentiu o frio incômodo da noite e desejou retornar para os braços dele, mas, se conteve. Seria mentira se Valéria dissesse que nunca sentiu curiosidade de provar aqueles lábios tão disputados entres as mulheres, de um jeito ou de outro, ela realmente queria sentir o gosto dos lábios de Jaime pressionado aos seus, mas, nunca, em hipótese alguma ela imaginou que sentiria o que sentiu ao beija-lo, não se comparara com os beijos cálidos e cheios de culpa que dava em Davi, também não se comparava a corrente elétrica que sentia com Paulo e muito menos era aquela típica sensação estranha de beijar seu melhor amigo, não, não era nada disso, com Jaime tudo era diferente, diferentemente bom e inexplicável.

— Eeeeer... me desculpe. – Valéria disse sentindo o rosto queimar de vergonha e não teve coragem de encara-lo.

— Está tudo bem, não se preocupe. – Jaime falou, mesmo sem saber de onde reuniu forças para se pronunciar.

— Não vai mais acontecer. – disse ela se encaminhando para a escada da piscina e saindo para fora com muito esforço.

“Droga, essas malditas frases clichês de filmes adolescentes. “

Pensou Jaime, ás coisas tinham que ser assim, tinham que ser, estava bom demais para ser verdade, seu coração apertou a tal ponto que ele sentiu como se fosse morrer, Valéria deferiu uma faca em seu peito e nem ao menos sabe disso, ele saiu para fora da piscina, mas, do lado oposto que ela e suspirou, coçando a nuca sem graça.

— Não, não vai. – Jaime disse concordando com a cabeça.

— Me desculpe, mais uma vez. – ela disse suspirando também.

— Me desculpe você. – Jaime disse, “Me desculpe por te amar” ele pensou.

E aquele silêncio incomodo de filmes adolescentes se fez presente novamente, os dois se encararam, a uma piscina de distância e não disseram mais nenhuma palavra, Valéria sentia vontade de arrancar o cérebro para fora e arrumar tudo em gavetas, como se faz em um guarda-roupa, sua mente estava uma confusão, cheia de dúvidas, como um único beijo podia mudar tudo aquilo que ela achava sentir? Como? Jaime estava com Bia, ele gostava dela, bom, pelo menos era o que a Ferreira pensava, e Valéria gostava de Paulo, estava louca para retornar seu relacionamento com o Guerra, bom, era isso que o Palilo pensava.

— As coisas ficaram estranhas entre nós, não é? – ela perguntou em um fio de voz, quase em desespero só em pensar na possibilidade.

— Só se for pra você, está tudo bem, somos amigos, sempre seremos... amigos. – Jaime falou ainda à espera de acordar daquele sonho, nem em seus maiores devaneios imaginou tendo aquele tipo de conversa com ela.

— Bom, tenho que ir trocar de roupa, estou toda molhada. – Valéria disse soltando um risinho sem graça, em uma tentativa de aliviar a tensão.

— Sim, também tenho que fazer isso. – Jaime deu as costas e caminhou na direção de algum canto qualquer, bem longe dela.

Valéria fez o mesmo na direção contrária, ambos com os corações aflitos e acelerados, ela entrou pelos fundos e subiu a escada apressadamente, sem chamar a atenção dos convidados, sentiu passos atrás de si e ignorou, estava desesperada demais para prestar atenção em alguma coisa.

— Então foi por isso, por isso que me deixou. – ela ouviu uma voz conhecida segurar seu pulso e puxa-la para trás.

— Davi? – Valéria quase teve um ataque de pânico ali mesmo, eram muitas emoções para um noite só, desejou que tudo fosse um sonho e quase se beliscou na frente do cacheado.

— Eu vi o beijo Valéria, eu vi tudo. – Davi disse em tom ameaçador e ela se soltou tão rápido que ele cambaleou para trás.

— Não lhe devo explicações, me deixe em paz. – gritou a Ferreira abrindo a porta do que julgou ser seu quarto.

Em uma fração de segundos Valéria levou a mão ao peito surpresa, Paulo estava ali, desabotoando os últimos botões de sua camisa branca social que estava por baixo da fantasia, Davi chegou alguns segundos depois e fez a mesma expressão assustada de Valéria, fazendo o Guerra ficar ainda mais perdido com aquela situação toda.

— O que você faz aqui? – Valéria perguntou ainda confusa.

— Sou eu quem deveria perguntar isso. – Paulo disse como se fosse obvio, não entendia o que ela estava fazendo no seu quarto e ainda por cima, com Davi.

— Errei de quarto, me desculpe. – finalmente ela percebeu o trágico ato que tinha feito e desviou o olhar para o chão.

— É, você deveria estar mesmo muito desconcentrada. – o Guerra disse em tons de malícia e decepção, encarando Davi friamente.

— Não é o que está pensando. – Valéria disse sentindo vontade de cavar um buraco no chão e sumir dali para sempre.

— Vocês dois continuam com essas frases clichês e sem criatividade alguma, vão se pegar em outro lugar e me deixem dormir.  – Paulo disse se jogando na cama, estava magoado demais para ser educado.

— Vamos Valéria. – foi a única coisa que Davi disse enquanto puxava a Ferreira para fora dali e fechava a porta.

Paulo suspirou assim que a porta foi fechada e sentiu uma lágrima solitária descer de seu rosto, estava triste, não só pelo ciúmes, ele estava triste por achar que Valéria havia retornado para os braços de Davi, por achar que ela estava mendigando as migalhas do amor de um homem comprometido outra vez, ela merecia mais, Maria Joaquina também merecia mais, e Paulo não pode deixar de se sentir decepcionado com tudo aquilo, aquela não era a Valéria que ele estava acostumado a conhecer, não era a sua Valéria.

— Me solte Davi. – Valéria disse assim que saiu para fora do quarto do Guerra e retornou a sua consciência, o cacheado a soltou levemente.

— O que foi? Quer atacar os lábios do Jaime novamente? – Davi perguntou sentindo uma vontade imensa de matar o Palilo.

— Saia daqui, volte para a sua noiva e me deixa em paz. – Valéria disse cansada de tudo aquilo, cansada dele.

— Você é minha Valéria, minha. – Davi apertou os pulsos dela com força, fazendo Valéria rosnar de raiva e desespero.

— Eu não sou sua Davi, eu não sou de ninguém. – Valéria disse tentando se soltar dele, inutilmente. – Sou uma pessoa e não um objeto.

— Cale a boca Valéria, sei que ainda me ama, só está confusa. – Davi disse com um tom ameaçador e puxando o cabelo dela para trás, com força.

— V-você está me machucando. – Valéria disse gemendo de dor e sentindo sua cabeça latejar com o puxão.

— Isso é para você entender de uma vez por todas que é minha, sempre foi e sempre será minha. – Davi disse sentindo prazer ao ver a Ferreira derramar as primeiras lágrimas, mas, logo soltou seu cabelo.

— Quem é você? Vamos, me diga, quem diabos é você? Eu não te reconheço mais Davi, se olhe no espelho e veja o que está se tornando, seu egoísta. – Valéria cuspiu na cara dele e recebeu um tapa com resposta, ela caiu no chão.

A Ferreira segurou o grito de dor e acariciou o rosto, sem acreditar que o homem que um dia ela amou havia feito aquilo, o corredor dos quartos era privado e restrito, ou seja, era impossível algum convidado vê-la ali, Davi a encarou por alguns segundos e em seguida olhou para a própria mão, em estado de choque, o que ele havia feito?

Sua mente sentia vontade de ser vingar dela e foi o que ele fez, mas, agora a vendo ali jogada no chão, Davi teve flash da pequena Valéria de tiaras coloridas sorrindo para ele em um passado distante e sentiu vontade morrer ali mesmo, ele se assustou consigo mesmo, viu um monstro dentro de si e não se reconheceu mais, Davi saiu correndo dali, sem olhar para trás e ignorando o choro baixo da Ferreira.

— Meu Deus. – Valéria se levantou do chão cambaleando, ela estava vivendo um pesadelo, um verdadeiro pesadelo.

Ela caminhou alguns passos até o seu quarto mais parou e deu meia- volta, abrindo novamente o quarto do Guerra e o vendo jogado da cama com os olhos fechados e o rosto vermelho, Valéria precisava dele, por mais idiota que isso parecesse, a mesma trancou a porta discretamente, apagou a luz e cutucou Paulo, recebendo um resmungo sonolento como resposta, então, ela apenas se jogou na cama ao lado dele e chorou, com o rosto escondido no travesseiro que tinha o cheiro do peralta.

— Valéria? O que houve? – Paulo acordou assustado ao ouvir um soluço que ela não pode conter, ele sentou na cama e a puxou para cima.

Os dois se encaram por alguns instantes e sem perder tempo Valéria se jogou nos braços dele, o agarrando de maneira desesperada, desejando que ele a sucumbisse para si, enquanto molhava o ombro nu de Paulo com suas lágrimas quentes, o Guerra a apertou mais contra si desejando ter o poder de retirar toda aquela dor que ela sentia, e todo o ciúme sumiu, junto com toda raiva e decepção, ele apenas focou em consola-la, mesmo que não tivesse ideia do que havia acontecido.

— Eu não estava tendo nada com o Davi, eu juro. – Valéria disse sentindo que devia uma explicação para ele.

— Eu sei, eu sei. – Paulo disse acreditando nas palavras sinceras dela, ele a conhecia demais e sabia quando a Ferreira falava a verdade.

— Senti sua falta, você não respondia mais as minhas mensagens e nem retornava as minhas... – Paulo afastou Valéria de si e segurou seus ombros, fazendo a mesma parar de falar.

— Amanhã conversaremos, não agora, tudo bem? – Paulo perguntou segurando o queixo dela e fazendo Valéria olhar em seus olhos.

— Obrigada. – Valéria disse baixo e agradeceu pelo quarto está sendo iluminado apenas pela luz que vinha da janela e o Guerra não ter visto a pequena marca vermelha no rosto dela.

Paulo deitou na cama e a puxou para si, deixando Valéria deitar a cabeça em seu peito desnudo e abraçar a sua cintura, fazendo o Guerra passar o braço em volta dela e aperta-la contra si, enquanto com o outra mão fazia carinho nas madeixas roxeadas do cabelo dela, Valéria se sentiu tão em paz que se permitiu fechar os olhos e esquecer a aflição de minutos atrás, a Ferreira queria apenas dormir, ali nos braços dele.

— Durma com Deus, pequeno anjo. – Paulo disse baixinho assim que Valéria pegou no sono e beijou os cabelos da mesma.

O Guerra apoio o queixo no topo da cabeça dela e resolveu dormir também, ainda sem acreditar que Valéria estava ali em seus braços, Paulo fechou os olhos e caiu no sono, desejando que aquela noite durasse para sempre.

(...)

Duda observava Maria Joaquina beber o sétimo copo de tequila, a Medsen já estava cambaleando de tonta e bebia loucamente, sem se importar com a dor de cabeça do dia seguinte ou com que os convidados iriam pensar sobre aquilo, o Almeida Campos apenas suspirou ao ver a situação precária que a noiva de seu melhor amigo se encontrava.

— Maria Joaquina, você já bebeu demais. – alertou Duda preocupada com a situação da mesma, que apenas riu em resposta.

— Quem se importa, meu noivo me abandonou e sumiu, para fazer sei lá o que. – Maria Joaquina disse amarga e desconfiada.

— Ele vai voltar logo. – Duda disse tentando conforta-la, mas, a Medsen apenas virou o copo de bebida com tudo em sua garganta.

— Dane-se aquele imbecil, eu quero dançar. – Maria Joaquina gritou se encaminhando para a pista de dança.

Duda a seguiu com o olhar, mas, logo a perdeu de vista no meio daquela multidão, ele estava trabalhando como barman e não podia simplesmente abandonar seu posto para ir atrás de uma louca bêbada e descontrolada, aquela era a função de Davi, e sabe se lá Deus onde o Rabnovich havia se metido.

Ele sentiu pena de Maria Joaquina, ela era uma mulher tão única, tão cheia de si e não merecia ser humilhada daquela maneira, não merecia ser enganada e magoada, Duda sentia que a Medsen deveria ser tratada como se fosse a mais delicada das rosas, porque ela era especial demais para ser ferida, já bastava tudo que havia passado. 

— QUEREM UMA STRIPER? POIS, VOCÊS TERÃO! – Duda só ouviu a voz gritante de Maria Joaquina e os assobios loucos de alguns homens.

O rapaz rapidamente tirou seu avental e seguiu o barulho, sem nem ao menos se importar com as consequências, caminhou apressado empurrando toda a multidão com brutalidade e parou assim que se aproximou da Medsen, Duda ficou estático observando a garota rebolar sensualmente em cima da mesa, enquanto Work da Rihanna tocava auto, os homens estavam quase enlouquecendo observando as cenas, já as mulheres, a maioria tinha ido embora indignadas com a falta de classe, e era óbvio que aquela algazarra toda sairia nos jornais.

— Maria Joaquina, desça daí. – Duda praticamente gritou e sentiu os olhares ameaçadores dos homens em si.

— Oh Duda, não seja chato. – Maria Joaquina disse sorrindo maliciosa e levantando um pouco a barra da saia. – E quer saber? Eu cansei de ser anjinho. – falou arrancando as asas da sua fantasia.

Junto acabou rasgando também a blusinha branca de renda que era junto com as assas, Maria Joaquina ficou apenas de sutiã branco com a saia de tecido cintura alta branca, o que fez os homens gritarem de puro prazer e Duda ficar desesperado.

Onde estão os outros quando se precisa deles?

Davi sumiu no mundo, Alicia desapareceu logo cedo do mapa, Paulo, Valéria e Jaime estavam sei lá aonde, Cirilo tinha ido dormir com Carmem e Duda não era nem louco de perturbar, Marian tinha ido se agarrar com algum funcionário da casa e Janjão tinha saído com Bia, já que a mesma não aguentava mais ver Jaime e Valéria dançando juntos no início da festa, Pedrinho e João estavam brincando no jardim e acima de tudo eram crianças, zero de chances de ajudar Duda.

Ele poderia contar com os seguranças? Poderia, mas, quando se trata de uma mulher linda dançando sexualmente em cima de uma mesa, seguranças fortes e loucos por sexo não são uma boa opção, afinal, Maria Joaquina tinha o poder de virar o juízo de qualquer cara dali, até mesmo o de Duda.

— Agora irei tirar a saia, se preparem gatinhos. – Maria Joaquina disse sorrindo sacana e abaixando lentamente a saia.

Porém, em um movimento rápido Duda a jogou no ombro e não permitiu que ela retirasse a peça de roupa, Maria Joaquina batia nas costas dele implorando para que o Almeida Campos a colocasse no chão, porém, ele ignorou, sabia que no dia seguinte ela iria agradece-lo por aquilo.

— E nem pensem em vim atrás dela, Maria Joaquina é milionária e está fora de si, então, qualquer toque inapropriado ela processará vocês por se aproveitarem da situação, bêbadas costumam voltar ao normal no dia seguinte. – Duda alertou para os homens que o olhavam com raiva.

Saiu arrastando a Medsen até algum quarto, a colocou no chão para que pudesse subir as escadas, Duda a segurou firme pela cintura e Maria Joaquina grudou em seu pescoço, o rapaz respirou aliviado assim que trancou a porta da suíte de hospedes, estava exausto, a noiva de Davi tinha vindo praticamente grudada em si e deu trabalho para subir as escadas, Duda sentou Maria Joaquina na cama e a cobriu com uma toalha, não era certo vê-la de sutiã.

— Ah Du, você é tão chato. – Maria Joaquina resmungou manhosa e fez um bico fofo nos lábios, o garoto sorriu em adoração.

— Você devia me agradecer. – Duda disse rindo e se aproximando da garota. – Porque bebeu tanto? – perguntou preocupado.

— Ele não me dá mais atenção, nem um pouquinho. – Maria Joaquina disse abaixando a cabeça, Duda se ajoelhou em frente a ela e sorriu.

— Isso não é verdade, Davi ama você. – Duda disse com a intenção de confortar a garota, mesmo sabendo que aquilo podia não ser verdade.

— Eu não sei, é como se ele estivesse lá e ao mesmo tempo não estivesse, é tão estranho... – Maria Joaquina resmungou e abraçou o pescoço do rapaz, enterrando a cabeça ali.

— Eeer, M-Maria Joaquina... – Duda gaguejou enquanto se arrepiava ao sentir a respiração pesada da Medsen. – se afaste. – disse baixo.

— Uh, desculpe. – ela se afastou rapidamente e logo começou a chorar, escondendo o rosto nas mãos. – eu só finjo Duda, só finjo.

— O que você só finge? – perguntou o rapaz, enquanto se sentava na cama e desfazia o penteado da Medsen, ela sorriu pelo cuidado.

— Finjo que estou bem, quando na verdade não estou. – Maria Joaquina confessou sentindo a sinceridade da bebida a dominar. – Todos acham que eu tenho “a vida perfeita” – fez aspas na última parte.

— E você não tem? – Duda perguntou enquanto retirava algumas presilhas douradas do cabelo bagunçado dela.

— Claro que não, só me acostumei a blindar meu sorriso, é que antes eu não era assim sabe? Antes reclamava por tudo, até por coisas bobas, eu era uma pessoa resmungona demais, até que... perdi os meus pais naquele acidente, desde aquele dia parei de reclamar por qualquer coisa e resolvi sorrir mais, amar mais e ser mais gentil com as pessoas, com o mundo. - Maria Joaquina disse sorrindo fraco.

— Isso é bom Maria, a vida dever ser encarada com leveza. – Duda falou sorrindo extrovertido e ela riu de leve.

— Mas, ás vezes eu me esforço tanto para não reclamar de nada que acabo guardando as minhas angústias só para mim e isso faz com que eu me sinta sufocada. – ela disse quase em um sussurro, lhe confidenciando um segredo.

Duda penteou seus cabelos e caminhou até o guarda-roupa da mesma, estava com vergonha de abrir uma gaveta errada e ficou parado apenas encarando o móvel sem saber o que fazer.

— Não há nada de errado em confessar as nossas angústias para alguém, é bom se aliviar ás vezes. – Duda disse coçando a nuca.

— Eu sei, mas, é complicado... – a Medsen sorriu. – se está procurando minha camisola é na segunda gaveta. – ela riu do desespero dele.

— Desculpe, mas, você tem que tomar banho e ir dormir. – Duda disse pegando a camisola de tecido bege e com alguns detalhes em renda.

— Gosto de te ver cuidando de mim. – Maria Joaquina sorriu e o rapaz corou como um pimentão. – e acima de tudo, gosto de desabafar com você, me sinto mais em paz. – disse sincera.

— Desabafe à vontade, só que não sou bom em dar conselhos e na maioria das vezes não sei o que dizer. – já que ela estava se confessando, Duda resolveu confessar também.

— Eu sei, e isso é bom. – Maria Joaquina riu jogando a cabeça para trás, como há muito tempo não fazia. – Faz as coisas serem mais leves.

— Sabe, seu casamento é daqui a dois meses e se você está incomodada com alguma coisa, deve dizer. – Duda falou entregando a camisola para ela, que sorriu agradecida.

— Eu amo ele, preciso dele comigo, é como se fosse meu oxigênio que me mantém de pé, se Davi me deixasse eu não sei o que faria, acho que iria desmoronar. – Maria Joaquina disse secando as lágrimas.

— Ás coisas não são bem assim Maria, você não deve ser tão dependente assim. – Duda disse quase em um sussurro.

— Eu sei, mas, eu sou, ultimamente venho me sentindo sozinha, deixada de lado, Davi não me olha como antes, não sente saudades quando estou longe e nem me liga do trabalho, ás vezes se afasta dos meus carinhos e diz que está cansado, como se sempre estivesse cansado para mim. – Maria Joaquina falou e novas lágrimas desceram de seu rosto.

Duda sentiu vontade de quebrar a cara do seu melhor amigo naquele momento, Maria Joaquina estava tão frágil e destruída, Davi nem ao menos tinha percebido aquilo e ainda por cima vivia correndo atrás da amante, o Rabnovich não merecia a noiva que tinha, ela era tão linda e tão única que deveria ser um crime machuca-la, Maria Joaquina não devia estar passando por tudo aquilo, simplesmente não devia.

— Eu tenho medo de contar como me sinto para ele, tenho medo que Davi se canse de ouvir as minhas frustrações, tenho medo que ele se canse de mim. – Maria Joaquina confessou.

— Ninguém em sã consciência se cansaria de você. – Duda disse sorrindo para ela, Maria Joaquina se levantou e colocou a toalha no ombro.

— Você é um fofo Du. – sorriu e apertou as bochechas dele, que riu corado. – vou banhar, me espere. – disse e se encaminhou até o banheiro.


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Notas finais do capítulo

Valéria e Jaime estão mais perdidos que cego em tiroteio...
Davi está irreconhecível, deu uma dor na alma com o tapa.
Pauléria de volta? AAAAAAAH ♥
Maria Joaquina e Duda no final, porque precisamos de mais "OPÇÕES" para o desfecho da Medsen.
E então, comente sobre a história, quais são os casais que você apoia?
Beijos amores ♥



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