Almost Is Never Enough escrita por Agente Black


Capítulo 25
As Nossas Escolhas Definem Quem Somos


Notas iniciais do capítulo

OKAY, SEI QUE DEMOREI 4 MESES PRA POSTAR!

Resumindo meu começo de 2016:

—Desilusão amorosa
—Cel, not, tablet quebrados durante um mês e sim, eu sobrevivi
—Coisas pessoais, familiares...
—Começo das aulas
—Três provas por semana
—Curso
—E esse ano eu começo a trabalhar

Como devem ter visto, eu exclui todas as outras histórias neste site pois não tenho mais tempo para elas, então peço mil desculpas, assim que possível retornarei!

Para os que acompanham AINE , para me desculpar, vou soltar uma bomba!

A ficfic terá entorno de capítulos, 2ª temporada (com muitas tretas pesadas, como traições e mortes...) e 3ª temporada (com os filhotes dos heróis)

Espero conseguir escrever isso TUDO!

Obrigada imensamente pelos favoritos e os últimos comentários! E pelos 118 acompanhamentos!

AGORA, sobre o capítulo:

Peter tava meio sem ação, então soltei a bomba, chutei o pau da barraca, dei poderes pra Kayla... (como assim?!) ... Enfim! Vou deixar vocês lerem!



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“As nossas escolhas definem quem somos.”

   P.O.V’s Peter.

   -Me... ajuda! – a voz dela ecoou vazia. Eu não sei o que fazer.

   Peguei-a em meus braços e observei seu rosto: pálido. Nem precisei aguçar meus sentidos para saber que ela não estava respirando, logo corri para o elevador e tentei me comunicar com J.A.R.V.I.S.

   “Senhor Parker, o que deseja?”

   -E-eu, a K-kayla não tá respirando, chama o doutor Benner e o Tony, por favor! – pedi.

   Cheguei ao andar do laboratório um pouco depois, comecei a fazer mensagem cardíaca e foi quando Tony, Benner, Betty e Pepper chegaram apressados.

   -O que aconteceu? – questionou Betty, já tomando meu lugar e dando-me descanso.

   -Ela bateu na minha porta e desmaiou.

   Pepper olhou para Tony, assustada. Benner começou o processo de ressuscitação, eu a vi tremer, quase sem vida. Tony estava assim como eu, estático, Pepper se afogava em lágrimas enquanto os outros faziam o que podiam. Logo os outros Vingadores apareceram.

   Nesse momento, o que eu menos quero é mais uma desgraça.

   [...]

   Uns minutos depois, por volta das duas da manhã Benner conseguiu estabilizá-la junto com Betty, nesse período de tempo, tentei me comunicar com Barry ou Roy, mas não deu muito certo. Eles não estavam aqui quando ela mais precisava.

   E as horas se passaram num piscar de olhos, eu já não conseguia me manter em pé mesmo tendo tomado cinco copos de café puro, Bruce se recusava falar algo e Betty não deu as caras. Tony estava histérico e Pepper cochilou no sofá em meios as lágrimas. Natasha estava roendo as unhas à um tempo e quando as suas já estavam roídas até dizer chega, ela começou a roer as do Steve.

   Thor no momento não estava em casa, pois havia ido para Asgard – e levou Jane consigo. Não consegui notícias de Allen ou Harper, parecia que ambos haviam simplesmente sumido da face da Terra. Mas me lembrei que onde algum deles estava, os seus companheiros estariam junto.

   A primeira pessoa em que pensei foi Caitlin e então liguei para a mesma.

   Depois de umas três chamadas, ela atendeu com a voz embargada de sono, tenho certeza que a acordei no meio de um sonho.

   -Oi Barry, já disse que não se acorda uma mulher durante o sono!

   -Caitlin, sou eu, Peter.

   -Peter? Que foi? – ela disse rapidamente. – Diga que por favor que você está inteiro e ninguém morreu!

   -Não, eu estou bem e ninguém morreu, pelo menos ainda... – comentei me lembrando do surto do Tony. – A Kayla tá muito mal e o Benner não tá cooperando muito.

   -Eu já tô indo pra aí!

   Ela desligou o telefone sem deixar eu perguntar pelo Barry. Então tratei de ligar para Felicity, ela também não atendia ao telefone, aparentemente ninguém com ligação ao Time Arqueiro atendia. O que estava acontecendo?

   Na sala o silêncio agonizante reinava. Tony estava se afogando em suas bebidas e os outros não haviam mudado de ações até agora, não importava o que Stark gritava, quebrava ou ameaçava: as portas do laboratório continuavam fechadas e J.A.R.V.I.S. não nos respondia.

   Caminhei para a parede de vidro mais próxima, eu consigo ver o nascer do Sol, quando tive essa visão pela primeira vez, foi em um momento feliz, em um dos poucos momentos felizes da minha vida, mas dessa vez, não há luz que traga um traço de felicidade pra mim.

   O que está acontecendo? – me perguntei novamente.

   Sinto-me impotente, não posso ajudar em nada e também sou incapaz de dar notícias. Em algum momento Caitlin irá chegar e eu não vou saber explicar situação. O que poderia estar acontecendo com a Kayla?

Foi quando as portas do elevador se abriram, tirando todos nós dos nossos devaneios internos. Caitlin estava com uma roupa com, enquanto Ronnie estava de pijama.

-O que aconteceu? Cadê a Kayla? Ela tá bem? - Ronnie nos encheu de perguntas e infelizmente, eu não sabia responder.

Como ninguém se prontificou a falar, tentei explicar do jeito mais breve e límpido possível, mas nem isso acalmava os dois recém-chegados.

Então, as portas do laboratório se abriram, revelando um Bruce sério. Stark saiu correndo em direção dele, quase o esmurrando na cara, mas Pepper gritou antes que algo acontecesse.

-Senhorita Snow, vou precisar de sua ajuda. - Bruce se pronunciou.

-BENNER! CONTA LOGO O QUE ESTÁ ACONTECENDO! - Tony gritou e agora eu tenho certeza que o próximo a dar um piripaque ali é ele.

-Ainda não posso dizer nada Tony, tenha paciência.

-E a minha ajuda? Vai precisar? - Ronnie disse. Mesmo que não precisassem, ele entraria naquela a sala nem que fosse pra servir café.

-Vou precisar do seu lado profissional lá dentro, não o emocional. - Bruce respondeu, indiferente.

Ronnie só fechou a cara e saiu pisando duro para dentro e novamente, as portas se fecharam. E ninguém fez nada para mudar a situação.

Passei o resto da madrugada tentando me comunicar com um dos dois "Enrolamorados" da Kayla, ou seja, Barry e Roy. Mas parece que todos resolveram tirar férias juntos em um lugar sem rede.

Convenci a Pepper que o melhor que ela podia fazer era dormir, o que foi uma boa desculpa para que Tony também tomasse um calmante e cedesse. Mas não demorou muito para que ele voltasse.

Fury já tinha sido avisado por Natasha, só que a mesma juntamente com Steve foram convocados ao QG. Laura continuava em seu quarto e Clint finalmente se juntou a ela.

Os únicos naquela sala enorme, vendo praticamente o dia nascer, era eu e o Stark. Até que ele estava se entretendo com uns vídeos que estava assistindo pelo notebook.

Eu acho que já tomei uns treze copos de café puro, estou com açúcar e cafeína para dar e vender. Então tentei me acalmar e comecei a ouvir umas músicas.

Aí como está tudo tão bem... A primeira música que começa a tocar é It Is What It Is na versão do Harry Hudson.

A vida está querendo acabar comigo mesmo não é?

Então as portas do elevador se abriram revelando Roy, Felicity, Barry, Erika e Oliver, que subitamente decidiram fazer uma visitinha às quatro da manhã. Nada demais.

-O que houve? Recebemos a mensagens... - comentou Roy. Preocupado.

-Estamos preocupados... - terminou Barry.

-Sério é? Nem percebi... - disse ironicamente enquanto revirava os olhos.

Depois de duzentas mensagens que ele foi notar é?

-Estamos tentando entender Peter. - retrucou Roy.

-É mesmo?! - me levantei, sem paciência. - Por que será que eu estou com a impressão que tudo que ela significa pra vocês dois é um jogo?!

-Ela não é um brinquedo! - disparou Barry.

-Mas está parecendo um! - gritei em resposta.

- Quem é próximo jogador da vez?! - Roy gritou pra mim. - Você?!

E quando Barry iria se pronunciar, Oliver apenas o segurou. Erika e Felicity observavam tudo atônitas. Roy e eu estávamos frente a frente.

-Admite logo Parker, você está afim da Kayla! E tem inveja de mim, porquê ela está comigo!

Dessa eu tenho que rir.

-Com Justin Timberlake, Adam Levine e Ian Somerhalder, você acha que eu teria inveja de você, Harper?!

Erika não evitou uma risada e Roy olhou furioso pra ela.

-Os três são gatos mesmos! - se defendeu.

Tony nada fez, a não ser dizer:

-Pirralho, vem aqui.

Considerando que ele não chama ninguém ali assim e eu sou o mais novo nessa sala, acho que ele está falando comigo.

Então ele me apontou o notebook, onde a cena em que Kayla e eu encontramos Iris, surgiu.

No vídeo, enquanto estávamos distraídos, Iris pôs alguma coisa na bebida de Kayla. Alguma coisa que nem notou, mas que pode ser muito bem o motivo de tudo que está acontecendo agora.

E a culpa, é de Iris West.

[...]

P.O.V's Ronnie.

Pelo o que Bruce explicou, o que está ocorrendo com Kayla é por culpa de uma substância química ainda não identificada que fez o sistema imunológico da Stark entrar em... Uma espécie de erupção.

Ela convive com o Reator Arc no peito, com o Mirakuru no sangue e agora, ele já não fazia efeito. Fazendo com que o Reator não funcione.

Por causa do Mirakuru, Kayla deveria estar sendo uma vadia, mas não estava. Porquê ele não se adepta ao organismo dela. Se bem que... É melhor deixar pra lá.

Bruce acha que se usarmos o antídoto do Mirakuru, que uma vez foi usado no Roy, estabilizaria Kayla. Mas Caitlin lembrou que o soro que Barney tinha usado na Stark ainda estava no organismo dela e se tirassemos o Mirakuru... Ela morreria.

Mas o Mirakuru está matando ela, esse é o problema.

-Não sei o que podemos fazer. - disse Betty. Que era a mais calada.

-Nem eu. Não há como juntar um soro e um antídoto pro mesmo soro assim, com tão pouco tempo e chances. - observou Cait.

-A não ser que inventássemos outro. - concluiu Bruce.

-Se o problema é o que está matando-a, tiramos o que está matando-a colocamos outra coisa... - eu observei vagamente.

-Mas foi isso o que eu quis dizer. - disse Bruce.

Então eu pensei. Eu não sou um inútil. Eu tenho um cérebro, um QI avançado. Eu sou inteligente, tenho que pensar em alguma coisa. Eu preciso pensar...

-E se revertessemos? Ronnie, você é um gênio! - disparou Betty.

-Mais um antídoto? - questionou Cait.

-Não! Se aplicássemos de novo o Mirakuru, substituindo o que está matando-a e em seguida o antídoto com substâncias que garantissem a vida?

Eu. Não. Entendi. Merda. Nenhuma.

Mas parece que isso foi o suficiente para Caitlin e Bruce fazerem algo. Pois ambos saíram disparando pelo laboratório fazendo umas coisas que eu não entendi bem...

Afinal, Bruce é cientista ou médico?

Tomara que tudo dê certo.

[...]

P.O.V's Tony

-Íris fez isso? - questionou Barry.

Tinha explicado isso aos outros e eles pareceram concordar com o resto. Menos Barry.

-Ela não tem motivos para fazer nada contra a Kayla! - defendeu.

-Vai que ela tá grávida e quer eliminar a concorrência... - comentou Peter. Esse menino tá que tá hoje hein.

Mas... Eles não eram amigos à uns dias trás?

É melhor me focar em coisas boas pra não pensar em morte.

-Vai se fu... - Barry ia terminar a frase se não fosse um assobio de Felicity junto de um soco no braço. Então ele endireitou a frase. - Meça suas palavras Parker, toma conta da sua vida!

-Então não me dê motivos para comentar sobre ela. - retrucou.

Ôpaaaaa! Treta, treta, treta...!

-Que hora vai rolar o fight? - perguntou Erika, nunca perde a piada essa garota.

-Na esquina. - disse Roy.

-E o quê que os meninos ficam fazendo na esquina? - ela perguntou maliciosamente. Sei lá, tô gostando dessa garota. Vou pesquisar sobre ela no J.A.R.V.I.S. depois.

-Eles ficam dando o... - Peter ia falar, só que Oliver deu um tapa em sua cabeça.

-Vocês tão pensando o quê? Que isso é filme sem classificação?! - brigou Oliver. Deu até medinho. - Vou é trazer água benta pra vocês!

E depois, ninguém mais falou nada. Mas eu tinha que falar.

-Preciso saber o que Íris fez com a Princesa Stark.

-Deixa a Íris comigo. - Barry disse, já se levantando.

-Vou com você. - Erika se ofereceu e ambos se foram.

-A porta se abriu. - comentou Felicity.

Me levantei rapidamente e corri até o laboratório, onde Bruce me contou sobre seu maluco plano de colocar três soros diferentes no organismo da Kayla e chamar de Fator X.

Esse homem tá brincando, só pode.

[...]

P.O.V's Barry

-Você viu o que ele disse? - perguntei a Erika.

Estamos à caminho da casa de Íris, que não é tão longe da minha. Sobre o telhado de um edifício, observavamos a vizinhança até chegar a um ponto específico. A casa de Íris.

-Vê eu não vi, mas ouvir é diferente... - ela comentou.

-Você é muito engraçadinha, não é?

-Sei lá, é de família. - ela deu de ombros.

-É mesmo? E quem são seus pais?

-O Batman, já a mãe eu tenho que perguntar quem é... - ela riu.

Sinceramente, da onde Kayla conhece essa garota? Erika Wayne, filha do diretor Wayne, da minha antiga faculdade... Isso não tá batendo.

-Seu pai era o diretor da minha faculdade?

-O próprio, estava observando alguns alunos em especial. Eu via você por lá Allen, boas notas, bom comportamento, poucas faltas...

-Que eu era um nerd eu sei, mas não precisava lembrar.

E então, ela riu. E eu sorri com isso.

Mas logo desfiz meu sorriso, quando dei de cara com Íris, saindo de casa às pressas junto de um cara. Um cara conhecido por mim. Eddie Thawne, ex-noivo de Íris e recém falecido.

Ele não pode estar vivo.

Íris me viu e eu quis acreditar no que via. Erika já tinha começado a lutar com uns caras vestidos de vermelho e preto enquanto eu observava sem reação.

Íris mudou de lado. Está com a H.I.D.R.A. e Eddie está vivo.

Isso não parece se encaixar. Nada se encaixa. Nada parece real.

E então. Eu "acordei" pra realidade e fui até eles, mas um bando de homens me cercaram e comecei a lutar com eles.

Erika se virava como podia pra lutar com os outros e sinceramente, ela estava lutando melhor que eu. E quando eu dei por mim, Íris e Eddie já estavam dentro do carro dando partida.

E algo, ou alguém, me acertou por trás.

Eu estava tão chocado que me deixei ser atingido.

E o pior é que Erika não conhece Eddie e nem seu passado. Ela nem sabia o que era H.I.D.R.A. ou S.H.I.E.L.D. mas estava ali, dando tudo de si pela amiga.

A garota que eu gosto. E não fiz de nada pra mudar isso.

Eu deixei Íris fugir e deixei que Erika se ferisse, enquanto permaneci no chão, imóvel. Sem piscar ou mexer um músculo.

Eu acabei de ver um fantasma.

[...]

P.O.V's Roy

E mais tarde naquela noite, após a chegada de Barry e Erika, soubemos que o plano de Bruce era o melhor no momento.

Barry nos contou a história e foi difícil entender o que ele dizia, parecia horrorizado e ao mesmo tempo, confuso. E mesmo assim, concordou com o que Bruce disse.

Bruce acha que se limpassemos o organismo de Kayla completamente, drenando o sangue e fazendo uma transfusão com Tony. E em seguida, aplicando uma mistura que permite que o Reator Arc funcione, que o Mirakuru lhe dê o necessário para sobreviver e que o Antídoto equilibre ambos.

Aí ele deu o nome de Fator X pra essa combinação louca.

Todos estão no laboratório, trabalhando juntos. Mas essa não é a minha área. Então como estava sobrando, decidi sair e não atrapalhar.

Ouvi um gemido baixo, que ninguém notou, mas eu, eu conhecia aquela voz. Erika. Difícil esquecer. Então me direcionei ao outro sofá e percebi que, ela estava ferida.

-O que houve? - perguntei.

-Um tiro de raspão, nada grave. - e sorriu falsamente.

-Eu te conheço Wayne, não minta pra mim.

Os outros estavam tão ocupados no laboratório que nos esqueceram na sala. Então só havia nós dois e o silêncio. Acho que já tem muita gente cuidando da Kayla.

Me aproximei dela e percebi que ela ficou nervosa. Eu ainda provoco essa reação nela? Essa insegurança e ao mesmo tempo, excitação?

-O que foi Erika, tem medo de mim? - perguntei. Passei a minha mão em sua cintura, levantando-a do sofá.

-Vai te catar Harper, me solta. - ela pediu.

-Não tô afim não. - e então, a peguei no colo e fui em direção ao elevador, onde apertei o botão que me levava ao andar de Kayla e Peter.

-Tá me seqüestrando é? - perguntou.

-Ah qual é, já passou o tempo que eu faria essas coisas. Hoje em dia eu só mato mesmo.

Adentrei o corredor e segui para a porta do quarto da Kayla. Onde pus Erica no chão e abri a porta.

Estranho. Horas atrás eu estava aqui com a Kayla, me arrumando para a festa que terminou em tragédia. Então, eu me toquei:

Se Peter não tivesse socorrido Kayla, será que ela estaria viva? Se eu estivesse aqui, poderia ter ajudado em alguma forma?

Eu não tenho sido o que ela precisa. Ela não me merece, na verdade, eu não mereço ela. A maior parte do meu dia eu penso em tudo, menos nela. E quando estou com ela, é como um descanso e alívio. Eu não dou atenção, eu sou um péssimo namorado.

E talvez, eu já não esteja tão preso à ela como pensava.

-Roy, você está me ouvindo? - Erika me despertou.

-Hummm... Não? - sorri sem graça.

-Okay. Por que me trouxe aqui?

Pensei.

-É o quarto da Kayla. - respondi.

Então ela levantou as sobrancelhas.

-Ela não parece ser bagunceira. - disse enquanto observava o ambiente.

A cama estava parecendo um campo de guerra: lençóis para todos os lados. No chão havia várias roupas jogadas, minhas e dela. Havia também algumas coisas do meu arsenal jogadas no canto quarto.

-E não é. Eu que bagunço. Ela fica bolada com isso. - ri lembrando de seus surtos.

-Então vocês dormem e moram juntos?

-É mais ou menos isso... - percebi o que tinha falado e logo tratei de concertar. - Não! Não é isso que está pensando! Ela não esse tipo de garota, quero dizer, a gente não... - Erika me cortou.

-Harper, você não deve explicações a mim, o que tínhamos, é passado. Kayla é seu futuro e ela merece ser feliz. - então ela sorriu. E eu sabia o que esse sorriso significava, eu sempre soube, foi o sorriso do nosso término.

"Estou bem, não preciso mais de você. Não tínhamos futuro mesmo, sabíamos disso. A gente se ver por aí Roy." - lembrei de cada palavra dela naquela noite.

Eu nunca tive a chance de me retratar, porquê eu não sabia o quanto isso havia sido sincero. Ela se virou bem sem mim, eu estava atrasando a vida dela. Erika nunca precisou de mim, mas eu sempre vou ter uma dívida com ela.

E olha a vida me apunhalando de novo pelas costas! Ela tinha que ser amiga da Kayla, quero dizer, amiga não, MELHOR AMIGA da minha namorada?!

-Roy, o próximo a ser examinado naquele laboratório será você! Você tá viajando na maionese hoje hein!

Ignorei seu comentário e fui ao banheiro, onde Kayla deixa a mala de primeiros socorros. Peguei a caixa e voltei. Eu podia conversar com ela agora, não há pessoas para atrapalhar.

Erika estava sentada na cama. O seu cabelo preto estava solto e ainda vai até a metade das costas. Os olhos profundamente castanhos quase pretos já sem o brilho de alguns anos atrás.

Eu costumava trazer esse brilho ao seus olhos, eu a fazia sorrir e como aquele sorriso era perfeito. E é isto que eu não entendo. Estava tão feliz com ela, mas eu tinha que ir lá, trair ela com Thea, que era irmã do meu tutor e namorada do Barry.

A questão é que, não posso medir o quanto Kayla me faz bem com Erika. Apesar de conhecer Erika à anos e Kayla à meses, ambas me fazem tão bem que chega a ser indescritível.

Sem contar que estou fazendo tudo de novo. Kayla era a "garota" do Barry, mesmo Peter estando afim dela. E eu cheguei com a intenção somente de provocá-los e olha só onde fomos parar:

Íris tentando matar Kayla a mando da H.I.D.R.A., Barry e Peter que eram tão amigos estão brigando por causa dela de uma forma que nunca havia visto antes e a minha ex, que eu traí, estava na minha frente.

Não nego que quando a vejo, ainda sinto um pesar no coração, é como se, ainda no fundo, eu a amasse. Mesmo após tanto tempo e tantas coisas, mesmo sujeitos a tantas mudanças, ela parecia ser a única coisa que não mudava.

Mas por outro lado, tem a Kayla.

Ela faz eu me sentir vivo, vulnerável, exposto à um mundo novo e diferente, onde magia e tecnologia se misturam de um jeito estranho. Ela me faz querer ser normal por breves momentos, e quando digo ser normal, é a vontade de não viver essa vida que eu vivo, se escondendo e arriscando a vida todos os dias.

Porém, quando nos separamos... É como se tudo voltasse ao normal. Kayla é o meu remédio, me faz me sentir bem e em paz por breves instantes. Mas Erika, ela é o meu vício. Cativante e vulnerável.

E eu não posso mais viver enganando a Kayla. Ela merece um cara sério, responsável que sacrificaria toda uma vida por ela e não pensaria em olhar pra trás.

Ela merece alguém que realmente a ame e dê valor, alguém que se casaria com ela e tudo, uma casa estável. Uma vida boa. Talvez filhos, amor incondicional.

E tenho certeza que esse alguém não sou eu.

Mas Erika, ela é o que mereço. Atrás desse papel todo de "não fico com namorado de amiga", existe um ser tão insuportável quanto eu. Existe o que eu mereço. Existe quem eu amo.

Enquanto eu me perdi em pesamentos, nem reparei que estava tratando dos ferimentos de Erika. Ou simplesmente Eryn, como eu a chamava.

A questão é:

Será que depois de tudo que vivemos, ela me aceitaria de volta?

[...]

P.O.V's Ronnie

Era a hora. A hora de trazer a Kayla de volta. Roy e Erika haviam acabado de chegar e repassamos o "plano", afinal, tudo deveria ocorrer rapidamente.

E então, começou.

Tony começou a fazer ajustes no reator, para ajudar a controlar os soros que estariam expostos dentro do organismo da Kayla.

Não pude negar que, pelo ver, em tão pouco tempo ela já havia conquistado o coração do Stark. Se ambos não fossem tão orgulhosos, isto já teria acontecido e boa parte seria evitada.

Então foi a vez de Oliver, que aplicou o Mirakuru mais uma vez em Kayla. Antes, o soro não estava funcionando pois Kayla não era apta para ele, mas agora sem a mistura louça do Barney no organismo dela, com certeza irá funcionar.

Só espero que ela não se torne uma vadia... Por favor, isso não, qualquer coisa, mais isso não.

Então Barry foi rápido suficiente para aplicar o antídoto do Mirakuru e o Fator X, que pelo o que Bruce novamente explicou, não era mistura doida. Era um soro diferente.

Um que deixaria Kayla mais resistente a tudo que estava dentro dela. A tornando mais forte, mais rápida, mais ágil. Dando-lhe habilidades especiais.

E quanto a isso, vamos deixar ela acordar para responder o que achou dessas surpresinhas.

Kayla Stark, a garota que convive com três soros diferentes e poderosos dentro do organismo.

Ela se tornou uma arma e isto com certeza, vai trazer problemas mais tarde. E dessa vez, ela vai poder se defender, ela é como uma super heroína agora. E não vai ser fácil controlar isso não. Não mesmo.

Podemos pensar num codinome legal agora?

[...]

P.O.V's Barry

Eu estava atordoado demais quando a notícia chegou. Estava tão perdido em pesamentos e no que acabara de ocorrer, ver alguém voltar assim dos mortos...

Mas eu deveria me concentrar na Kayla agora.

Ainda sou amigo dela apesar de tudo.

A propósito, ela acordou. E a primeira pessoa que ela quis ver, por incrível que pareça, foi Peter. Não seria pra menos, quando explicaram o ocorrido e de tudo que Peter fez, é natural que ela queira vê-lo.

Mas confesso querer saber o que será falado.

[...]

P.O.V's Kayla

E de novo, eu sou a garotinha indefesa.

Estou cansada disso! Eles me tratam como se eu fosse de vidro, sempre é assim! Mas não é pra menos, é como se eu realmente fosse. Eu sou fraca, vulnerável.

E não escondo a felicidade em saber que agora, tenho habilidades que me colocaram em vantagem. E agora, eu só preciso ter responsabilidade com as coisas que estão em jogo.

Eu ouço além do que eu deveria ouvir, eu vejo os mínimos detalhes, as coisas mais minuciosas insignificantes! Eu me sinto mais forte! É incrível, porém terrível se não for controlado. Se bem que, Peter tem habilidades similares e poderia me ajudar com isso.

Mas antes, preciso agradecê-lo.

Foi só falar nele que ele apareceu. Seus cabelos estão desgrenhados, como se tivesse acabado de agarrar alguém dentro do armário de casacos.

As olheiras visíveis, porém disfarçadas por causa do sorriso alegre dele. Sorria de orelha a orelha, como se tivesse acabado de receber um spoiler de quem é "A" em Pretty Little Liars.

Porém, era o Peter. A pessoa que sempre serei grata por ter salvo minha vida. E espero que ele entenda isso.

-Como você está? - ele perguntou.

-Hum... Acho que tô viva ainda. - ri.

-Você matou a gente de susto! Eu não saberia o que fazer se você se fosse, eu não... - ele suspirou. Fechou os olhos com força e mordeu o lábio inferior.

Que sexy!

Nota mental: Aprender a disfarçar excitação com a Erika, ela é boa nisso.

-Por que ele? - ele perguntou, como num sussurro. - Poderia ter o garoto que quiser, você tem o Barry e eu nas suas mãos e age como se nem existíssimos... - terminou balançando a cabeça negativamente.

-Do que está falando?

-...Você só o conhece a alguns meses, eu te conheço a quase cinco anos... - continuou, no mesmo tom de voz.

Mas eu me exaltei. Não sei se foi hormônios ou reações do soro - seja qual deles - em meu sistema imunológico. Mas ele estava questionando minha escolha por estar namorando Roy.

-Sim Peter, quatro anos que você nunca tomou atitude!

Então ele olhou pra baixo e respirou fundo. Consegui ouvir o som quando ele engoliu o choro - qual é, ele vai chorar? - e depois, olhou pra mim, com os olhos marejados.

-Vai fazer cinco anos semana que vem. - comentou.

Suspirei e respirei fundo.

-Olha, eu gosto do Roy e... - ele me contou, agora ele estava nervoso.

-Gosta, não ama. Você não sabe o que é amor...

-Eu não sei o que é amor?! O que você sabe sobre o amor?!

-Sei o bastante para amar você!

E então, minha ficha caiu. Não era mais uma briga normal entre Barry e Roy. Agora era o Peter, que nunca se pronunciou sobre isso comigo. E ele não abriria a boca para falar besteiras.

-É tarde demais para isso... - comentei baixo, mas sei que ele ouviu.

Então ele deu um soco forte na coluna que separava a bancada onde Tony e eu dividíamos equipamentos. A marca de sua mão ficou na parede e ele não demonstrou sentir dor.

-Tudo bem, você acha que ele te ama? Então por que ele vive mentindo pra você? Por que ele vive te magoando? Por que se recusa a falar do passado dele? - deu uma pausa. E as coisas já não faziam mais sentidos. - Quando se decepcionar, não venha chorando pra mim igual faz com o Barry. Porquê ele é um idiota que te acolhe e é a única hora em que vocês conseguem ficar sozinhos, então passa dois dias e brigam e você esquece dele assim que o Roy estala os dedos pra você!

Eu queria falar algo, mas ele prosseguiu:

-Eu odeio te ver chorar. Sabe, o mais interessante é que todos te apoiam nesse relacionamento sem futuro e depois, quando você quebrar a cara, vão vir dizendo que está tudo bem, mas não vai estar! - ele respirou. - Não irei te consolar, ao contrário, vou estar aqui para dizer: "Eu te avisei", se todos querem mentir pra você, que mintam, mas eu estarei com as mãos lavadas. Não confunda, eu ainda vou te amar, mesmo estando com a Gwen, eu vou te amar e é por isso que não serei compassivo.

E antes que ele pudesse falar outra coisa, antes que ele pudesse magoar mais, eu me pronunciei:

-Mas eu não te amo Peter e eu estou com o Roy agora.

Ele só faltou tacar a cabeça na parede, pois saiu jogando as coisas que estavam na bancada no chão, fazendo vidro se quebrar, papéis voarem e mesmo assim, sua raiva pareceu somente crescer.

-Toma. - me jogou um envelope branco. - Harper pediu para que eu te entregasse antes que ele saísse da Torre. Acho que esse foi um modo de fugir de você. - completou. - Até mais Kayla.

E então, saiu.

Abri imediatamente e não acreditei no que li:

"Kayla,

Sei que deve me odiar agora, afinal, quem não odiaria? Peter deve ter lhe entregado a carta, até porquê, eu não tive coragem de te olhar nos olhos de novo e acho que isso ocorrerá por um bom tempo. Se você olhar por um lado, um lado bom e certo, eu não te merecia. Não merecia seu tempo, seu amor e sua sinceridade, você me fez feliz, mas eu nunca poderia te dar tudo o que você quer. Você merece alguém como Barry ou Peter, alguém que realmente te dê valor é acredito que um dia, você vai encontrar ele, o cara que te ame. Ou talvez já tenha encontrado e não saiba.

Você é um imã pra mim, estou tentando tornar isso menos doloroso, sem despedidas. Mas acho que nem assim a dor deixaria de aparecer. Tirei um tempo pra mim, ninguém sabe para onde fui, nem mesmo o Oliver. Então não tente fazer contato, não irei atender, nem levarei celular. Estou fazendo isso, porque sei que se ficar perto de você de novo, tudo vai voltar a ser bom, mas será passageiro. E nenhum de nós dois merece isso.

Me desculpa ser um covarde e não fazer o básico, que seria chutar você, mas peço que me entenda, ainda quero estar do seu lado, mas não daquele jeito. Espero que um dia me perdoe e voltemos a ser amigos. Posso ser seu irmão substituto se quiser, okay, sem brincadeiras.

Sinto muito,
Roy."


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Notas finais do capítulo

NOTAS INICIAIS IMPORTANTÍSSIMAS!

Por favor, comentem, preciso saber se ainda estão acompanhando, se me perdoam...