Caminho a seguir escrita por Franflan


Capítulo 12
Capitulo 12


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, demorei mais que o esperado, mas estou sem criatividade, por isso me perdoem, boa leitura e qro comentarios por favor, comentarios me animam kkkkk



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O sol ia nascendo e finalmente a ruiva abria seus olhos e sorria. Kallel podia sentir um peso sendo tirada de seus ombros.

Salácia finalmente se sentia bem, estava andando nas nuvens quando chegara ao salão para comer e sentiu ser jogada de encontro a terra, Kallel era servido por uma linda morena, ela usava um espartilho e seus seios gigantes quase que pulavam para fora dele, e só faltava ela se jogar no colo do homem e agarrá-lo ali. Kallel por sua vez sorria igual a um idiota enquanto aceitava de bom grado os flertes da mulher. A raiva subiu a cabeça da ruiva, que marchou para a mesa, puxou uma cadeira e sentou-se sem cerimonia alguma, olhou para a mulher que nem ligara para a sua presença e parecia que Kallel também não lhe percebera.

— Eu vou querer um copo de suco de laranja, torradas e geleia de amora!

Salácia estava de braços cruzados e finalmente com seu pedido ela recebera a atenção da morena.

— Já irei lhe atender senhorita!

— Não, você vai me atender agora e deixar de flertar com meu companheiro!

Kallel não sabia decifrar o olhar da ruiva, não sabia se ela estava com raiva, com ciúmes ou muito decepcionada.

— Eu vou querer um café e panqueca doce com muito mel!

A morena sorrira para o homem e lançara um olhar desdenhoso para a ruiva.

Salácia se mantinha em silencio, não conseguia acreditar que por um segundo sentiu que aquele homem realmente gostasse de si, como fora tonta, já havia prometido para si mesma que não voltaria a se apaixonar, não se deixaria enganar, mas lá estava ela novamente quase dando seu coração em uma bandeja para uma pessoa que apenas ia feri-la, não, ela não faria isso novamente.

O café chegara e ambos comeram em silencio, Salácia se levantara para sair e Kallel ia acompanhala.

— Você não vai vir comigo!

— Como?

— Você pode ficar aqui com a morena peituda, não estou mais doente, não preciso que cuide mais de mim, pode ficar, eu já estou em condições de me virar sozinha, não preciso de sua piedade!

Kallel pode ouvir a magoa no tom da garota, mas não conseguia se mexer.

— Acho que deixamos a garota brava, querido!

Novamente a morena estava ao seu lado, porem agora o moreno não tinha animo para lhe dar qualquer trela, ele sentia que o pouco que conquistara na ruiva ele acabara de perder.

— Não sou seu querido, mas realmente a irritamos!

Ele ia sair, quando novamente a mulher lhe segurava.

— Espere um pouco para que ela se acalma e volta com o rabinho entre as pernas, então enquanto espera porque não passa o tempo comigo?

Kallel olhou para a mulher com desdém, pele primeira vez na sua vida faria aquilo e sentia que não seria a ultima.

— Ela não é uma mulher qualquer para voltar com o rabo entre as pernas, se ela quiser ela conquista o homem que quiser sem nem ao menos tentar, diferente de mulheres como você que precisam mostrar mais do corpo do que o necessário, diferente de você ela não é uma mulher para se passar as horas, ela é uma mulher para se passar a vida inteira, então com qual você acha que eu vou querer ficar?

Sem esperar uma resposta Kallel saiu à procura da ruiva e deixou uma morena bufando de raiva.

— Você vai ser meu, espere e vera!

A mulher encarava a porta pela qual o moreno saiu com os punhos fechados com força ao lado do corpo.

— Se eu fosse você desistiria Amber, ele ama aquela garota!

— O amor não supera o desejo!

— Amber minha querida, você pode não ter percebido, mas ouça a voz de uma velha senhora experiente, ele a ama o suficiente para tornar a dor dela na sua, ele a ama o suficiente para morrer por ela e ela o ama o suficiente para deixar que ele seja feliz com outra mesmo que isso lhe doa profundamente, eles foram feitos para ficarem juntos e não será uma mulher como você que ira separa-los!

— Uma mulher como eu? O que quis dizer Sarah?

— Uma mulher vulgar, uma mulher fácil, uma mulher que não se dar valor, que esta disposta a destruir relacionamentos para se deitar com o homem que quer, esse tipo de mulher que é você Amber e você sabe disso, homem algum vai lhe querer se continuar desta forma!

— Isso é o que veremos!

Amber deu as costas para a dona da estalagem e voltou para a cozinha, ela queria aquele homem e a ele, ela teria.

Sarah encarava sua cozinheira com pena, não entendia como sua doce Amber se tornara naquele tipo de mulher e lhe doía ver no que ela se tornara.

Salácia caminhava pelas ruas da cidade, sentia um aperto no peito e uma vontade de chorar, mas seu orgulho era maior que a dor e não se permitiria chorar, não choraria novamente por ele.

Seu corpo lhe levara até a praia, ali as pessoas não evitavam a água, eles se divertiam nela, nadando, mergulhando, aproveitando as ondas e até surfando, ela queria ir até lá e mergulhar naquela agua clara, mas cada célula de seu corpo lhe impedia, sentiam o perigo lhe esperando na espreita, então ela olhou para a floresta e seguiu por uma trilha quase apagada pela mata, não sabia exatamente para onde lhe levaria, mas sabia que estaria em um lugar em que seu corpo gostaria de relaxar e foi passando por arvores, pedras enormes com musgo e terra úmida, ela pode ouvir ao longe o barulho da queda de agua, uma cachoeira, um sorriso se abrira e com pressa ela correu o melhor que pode até chegar ao topo da cachoeira e abaixo ver o rio correndo, seus lábios se alargaram em um belo sorriso e a paz lhe preencheu como o ar puro preenchia seu pulmão.

De costas para a queda d’agua ela se despiu, ficando apenas com suas roupas intimas, com um ultimo suspiro ela saltou de costas e sentiu o frio na barriga antes de atingir a superfície do rio e deixar-se ser levada para o fundo, onde sentou-se e observou os pequeninos e coloridos peixes nadarem ao seu redor sem se importar com sua presença, o constante silencio, o frio da agua, o nadar dos peixes, tudo colaborava para se sentir em paz.

Seus cabelos flutuavam como as labaredas de uma vela, seus olhos fecharam-se por alguns instantes e ao voltarem a se abrir um pequeno discus multicolorido nadava a sua frente, lhe rodeou e nadou para perto de uma pequena rocha, ao seu lado algo parecido com uma adaga estava quase toda coberta de musgo e terra.

Com cuidado Salácia nadou até a pedra e pegara o objeto, o analisara e resolvera voltar para a superfície. Lentamente ela saiu da agua e sentou-se em uma pedra perto da cachoeira. A faca possuía dois palmos de altura, feita de algum tipo de metal e com algumas escritas em rúnico,  a ruiva continuou a analisar a lamina, quando o som de algo saindo da floresta a sua volta chamou-lhe a atenção.

— O faz em meu território humana?

Salácia dirigiu seu olhar para o local de onde vinha à voz e se deparou com um elfo de cabelos azuis escuros e olhos verdes agua, carregava consigo uma lança de prata.

— Recuperando minha paz e você elfo? O que faz aqui, perto do MEU território?

Salácia sorriu lentamente de canto enquanto via o elfo arregalar os olhos.

— Esse território é meu humana, nada aqui lhe pertence!

— Não é da sua conta!

— Não me tire do sério!

Salácia se pôs em pé e caminhou tranquilamente até estar perto do elfo e sorriu matreira.

— Se eu fosse você meu querido, não iria querer me tirar do sério!

Algo nos olhos da garota chamou a atenção do elfo e o fez engolir em seco.

— O que pensa que esta fazendo Salácia?

O sorriso da ruiva se ampliou e ela se virou para encarar um moreno nada feliz, com cuidado ela colocou sua mao sobre o ombro do elfo.

— Nada demais, apenas me divertindo com o meu amigo...

Ela olhou para o elfo na esperança dele lhe dizer seu nome e o pobre apenas suspirou.

— Bellon!

— Isso!

— Se afaste dele Salácia!

— Porque deveria? Você é o único que pode se divertir com o sexo oposto?

— não me irrite Salácia!

— Credo, porque todos estão falando para não irrita-los? E você sabe muito bem quem não deve ser irritada aqui querido!

O tom energético da garota ia se tornando mais frio a cada palavra e a mao que estava no ombro do elfo se fechava fortemente.

— Não quero me meter em briga de casais humanos, irei partir e você humana, não volte aqui!

— Não somos um casal meu caro, prefiro estar morta a ter esse tipo de relacionamento com ele!

Kallel sentiu seu coração despedaçar-se dentro de seu peito.

— Não diga isso criança!

Salácia olhou para o lado e bufou.

— O que infernos você quer Kallel?

— Precisamos conversar!

— Eu tenho que ir Bellon, nós vemos por ai!

— Prefiro não voltar a vê-la!

Salácia abriu um grande sorriso matreiro.

— Mas algo me diz que ainda vamos nos ver meu caro!

Com um manear de cabeça a ruiva lhe virou as costas e foi até o moreno sem mais nenhum traço de sorriso em sua bela face. Kallel lhe entregou suas roupas que ela havia deixado no topo da cachoeira. Com cuidado a ruiva se vestiu e não percebeu a forma que o elfo e o humano se encaravam furiosamente.

Salácia fez um aceno de mão para o elfo e desapareceu em meio as arvores, sendo seguida por um Kallel nada feliz.

— Você não pode se atirar no primeiro que passa na sua frente!

— Porque não? Você se atira no primeiro rabo de saia que vê!

— É diferente!

— Claro que é, você é homem, pode tudo, e eu uma mera mulher que não pode nada!

— Salácia tenha dó!

— Chega Kallel, já basta, não adianta ficarmos nesse tipo de dialogo, eu preciso achar a minha mãe, você só esta aqui para me ajudar, se ficarmos nas voltas com essas picuinhas ridículas não chegaremos onde eu quero!

— Não são picuinhas ridículas!

Salácia se virou furiosa.

— Claro que são kallel, você não percebe? Não somos um casal, para ficar fazendo ceninhas de ciúmes, eu não tenho o direito de intervir no seu relacionamento com as mulheres, assim como você não tem o direito de intervir em quem eu dou em cima ou não!

— Salácia...

— Pra mim já basta Kallel, não vou entregar meu coração para um Don Juan metido a pirata malvado, não vou me entregar para alguém como você, por isso não somos e jamais seremos um casal, porque você não vai mudar e eu não sou só mais uma!

Salácia prendia suas lagrimas com todas suas forças e voltou-se para o caminho de volta.  Amber estava na porta da estalagem e sorriu ao ver Kallel, Salácia só deixou seu humor piorar e passou reto pela morena.

— Kallel, finalmente voltou, já estava ficando preocupada!

Kallel passou pelo lado da garota e a olhou de canto.

— Dispenso sua preocupação garota!

— Mas...

Kallel seguiu o mesmo caminho que a ruiva e não se surpreendeu ao ver que a porta do quarto estava trancada, ele bateu uma única vez com o punho na porta.

— Me deixe entrar Salácia!

— Eu quero ficar sozinha!

— E eu quero conversar com você, por favor, me ouça!

— Me deixe em paz Kallel!

A voz da garota tremera e o rapaz percebera e a imaginara com lagrimas escorrendo de seus lindos olhos, descendo por bochechas rosadas e por fim suspirou.

— Me deixe entrar!

— Não!

Kallel encostou suas costas na porta e escorregou até o chão.

— Então só me ouça!

— Hmn!

Salácia estava encolhida na cama, abraçada com um travesseiro, que possuía o cheiro dele, o rosto afundado no mesmo.

— Eu posso evitar dar em cima de outras mulheres, eu posso ignora-las quando vierem dar em cima de mim, posso não dormir com mais nenhuma, mas eu preciso de um sinal seu de que isso vai valer a pena, não, eu preciso que você me diga que não ira me machucar mais do que já fizera Salácia, eu não aguentaria se você me trocasse novamente!

As lagrimas da garota escorriam, com cuidado ela saiu da cama, ainda agarrada ao travesseiro, sentou-se encostada na porta.

— Eu não posso Kallel!

— O que você não pode!

— Lhe entregar o que você tanto quer, não suportaria vê-lo quebrado novamente, na primeira doeu muito, na segunda eu quase enlouqueci, na terceira não sei o que pode acontecer e eu tenho medo!

— Eu não irei quebra-lo!

— Você já o fez uma vez, quem me garante que não fara novamente!

— Eu já não sou mais uma criança, não serei manipulado!

— Mas você tem velhos hábitos e eles são difíceis de perder, não quero me arriscar!

— Eu não vou desistir!

— Eu sei!

— Você sera minha!

— Eu sei!

— Posso entrar agora!

— Não!

— Salácia!

— Só se me prometer que não se aproximara de mulher alguma mais do que o necessário!

— Não somos um casal!

Salácia sorriu de canto.

— Você me quer ou não?

— Quero!

— Nada de mulheres para você, mesmo não sendo um casal de verdade!

— Certo, nada de mulheres!

Com cuidado a ruiva destrancou a porta e o deixou entrar.


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