Caminho a seguir escrita por Franflan


Capítulo 10
Capitulo 10


Notas iniciais do capítulo

Ai meu amores, depois de quase um seculo eu vim novamente aki postar mais um capitulo para vcs, espero que me perdoem pela demora e que apreciem o capitulo...



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A partida do casal fora rápida, Salacia observou tudo de cima do mastro principal e Kallel de seu posto no leme, por alguns segundo os olhos dos dois se encontraram, mas a ruiva logo desviou sua atenção para o mar, como se algo ali houvesse lhe chamado, sua testa franziu-se e parecia que algo lhe preocupava, seus olhos vasculhavam o oceano com pressa até que avistou uma mancha escura que se aproximava perigosamente, seu corpo se retesou e com toda sua força ela gritara.

— TEMPESTADE!

O grito que a garota dera alarmará a todos os homens que nem esperaram as ordens do capitão, começaram a trabalhar, baixaram as velas, amarraram os mastros e a cima de suas cabeças nuvens negras se aglomeravam, ventos fortes começavam lhe atingir, ondas vinham fortes de todas as direções. Com um pouco de dificuldade e ficando totalmente encharcada a mulher conseguiu descer, porem cairá de cara no chão ao não conseguir se equilibrar, teve de rolar e segurar-se em uma corda para que uma onde que invadira o navio não lhe levasse para dentro do mar.

O uivo do vento se sobrepunha sob os comandos gritados do capitão. Salácia novamente sentiu seu corpo estar sendo levado e desta vez não viu no que se segurar, já previa ser carregada pela agua para bem longe do navio e só não fora carregada, pois um braço forte lhe segurou pela cintura, os nós dos dedos da pessoa estavam esbranquiçados devidos à força em que se agarrava a sua camisa, ao levantar os olhos a ruiva vira um par de olhos verdes escondidos por fios negros, um raio cruzara o céu e um trovão ressoou em resposta ao susto à garota agarrara-se ao homem com força, seu corpo tremia.

— Gregory guie o navio para o mais longe possível desta tempestade o mais rápido que puder!

O grito do homem retumbara nos ouvidos da ruiva, porem ela não o largou, apenas grudara seu corpo mais ao do homem.

— É pra já capitão!

Salácia não conseguia entender como Greg conseguira ouvir Kallel em meio aquela tempestade, sendo que ela não conseguia nem ouvir seus próprios pensamentos.

Um dos braços do homem segurava à ruiva e o outro se prendia a uma corda que prendia o mastro principal. Ele utilizava toda a sua força e concentração para ficar em seu lugar e não largar à ruiva.

Aos poucos a tempestade ia se amenizando e Salácia ai relaxando seu corpo, Kallel largou a corda em que se segurava e a envolvera, e antes que pudesse perceber ela desmaiara envolta da segurança de seus braços.

Sentia a agua a sua volta, mas tudo o que enxergava era escuridão, estava perdida no mais profundo abismo do oceano, não conseguia se mexer, estava sozinha, sentia-se abandonada, os soluços que lhe escapavam pela garganta lhe faziam engasgar, queria se mover, queria se libertar, mas o que quer seja que lhe prendia não se quebrava. Controlando a respiração ela se esforçou para ficar calma e pensar com clareza, quando finalmente seu corpo perdera a adrenalina uma luz forte lhe cegou e ela acordou em sua cama, na cabine no capitão.

Estava zonza, algo dentro de si havia mudado, algo estava diferente, ela não sabia dizer o que seria.

—Você se sente melhor?

Sem entender o porquê seus olhos se encheram de lagrimas e soluços subiram por sua garganta e antes que pudesse responder ela já se encontrava entregue a uma dor que nem imaginava que sentia. Com força jogara seu corpo de encontro com a cama e se virara de lado.

Kallel não sabia como agir por isso apenas pegou a garota e a encostou em seu peito enquanto alisava suas costas.

—Eu jamais vou encontrá-la, Be!

Kallel suspirou, aquele não era o momento dele ser o capitão daquele navio, não era para ele ser o Kallel, era para ele voltar a ser aquele garoto que ela conhecera, por quem ela havia se apaixonado, estava na hora de ele ser Bernardo.

— É claro que você vai, Anny, você é a única que pode encontra-la!

— Eu já não tenho tanta certeza!

Os soluços haviam parado, porem ele ainda podia sentir as lagrimas da garota.

— Mas eu tenho, você é forte, destemida, inteligente e a única pessoa no mundo que eu conheço que moveria o céu e a terra para encontrar uma pessoa que ama!

— Eu tenho medo Be, medo de não a encontrar, medo de que ela não queria ser encontrada, medo de que ela me abandonara por que já não me queria, porque eu era um mero estorvo em sua vida, como sou para todos, uma indesejada, uma aberração, uma pessoa que não deveria nem ao menos existir!

Kallel sentiu seu corpo se retesar, com delicadeza ele afastou o corpo da ruiva do seu e encarou seus olhos.

— Você vai encontra-la Salácia, onde quer que ela esteja você vai acha-la, e ela jamais lhe abandonaria, ninguém abandonaria alguém como você, jamais alguém pensaria que você é um estorvo, você não é uma indesejada ou sequer uma aberração, você é alguém especial, tão carinhosa a sua maneira, alguém que se preocupa com as pessoas a sua volta, você pode ser difícil de lidar, mas ninguém diria que você nunca deveria ter nascido!

— Então porque todos me abandonam?

— Às vezes pode ter sido necessário, mas ninguém te abandonaria sem uma razão!

— Mas me abandonam, me deixam sozinha, eu me sinto sozinha!

— Mas você não esta, você tem a mim, ao Greg, ao Nathan e a toda a tripulação do Blood Baron!

— E por quanto tempo os terei? Ate que se cansem de mim? Ou que sejam forçados a me deixar? Ou que tenham uma razão para isso? Eu já disse Be, estou cansada de ser deixada pelos outros e você não é um belo exemplo, você foi a segunda pessoa que eu mais amei e simplesmente me deixou no meio de um monte de víboras que se pudessem teriam me comido viva!

Salácia tentou se afastar, mas estava tão fraca, se sentindo tão derrotada e tão exposta que mal se movera dentro dos braços daquele homem.

— Eu era só uma criança Anny, naquele momento não tinha força para lutar contra as vontades do Nathan, era só um estranho no meio daquele clero, eu tinha de ir, mas o dia em que te deixei me dói até hoje, é uma ferida que vou carregar pelo resto da vida!

Kallel lentamente secava as lagrimas da garota com sua mão e como se apreciasse aquele toque a ruiva lentamente fechou seus olhos e se reclinou de encontro com aquela mão. Lentamente o moreno aproximou seus rostos, suas respirações aos poucos se misturavam, seus lábios se encontraram, primeiro como um leve roçar para que logo se tornar uma beijo lento, carinhoso, mas ainda cheio de desejo, um beijo do tipo que se espera a vida inteira, que demonstrava todos seus sentimentos, até mesmo os que mais se escondiam em sua profundeza.

Ao se separarem com falta de folego o moreno deitou-se na cama e a deitou em cima de seu corpo, ela podia ouvir os batimentos acelerados de seu coração e lentamente aquele doce som a fez adormece, agora sem pesadelos, sem sonhos, apenas um delicioso descanso.

O sol já estava a pino e Kallel já havia assumido o leme havia muito tempo, sua mente ia longe e acabava voltando sempre ao mesmo lugar, à noite anterior, onde segurara sua pequena ruiva e impedira que o mar a levasse. Algo naquela tempestade estava errado, algo na fúria do oceano lhe parecia fora do lugar. Estava tão imerso em seus pensamentos que nem vira quando Greg, seu braço direito no navio, falara consigo, só voltara a si quando o homem tocara em seu ombro.

— Capitão?

— Desculpa Greg, você disse algo?

— Sim, perguntei da pequena, como ela está?

— Dormindo!

— Mas já esta tarde senhor!

— Deixe-a Greg, algo na noite passada a amedrontou e para aquela mulher ficar com medo deve ter sido algo horrível!

— Ok capitão!

Na cabine do capitão a ruiva olhava para o teto sem realmente vê-lo, não entendia seu sonho, não entendia o medo que tivera durante a tempestade, não entendia sua relação com seu capitão, estava confusa, perdida e sentia-se totalmente sozinha. Lagrimas voltaram a se acumular em seus olhos e a vontade de chorar se misturou com a de rir, com raiva enterrou seu rosto no meio do travesseiro e gritou.

Passara o dia na cama, não tinha vontade de colocar um sorriso no rosto e fingir que tudo estava bem, que sua mente não estava uma bagunça, que ela não estava uma bagunça.

De olhos fechados ela deixou-se levar pelo som das ondas, o mar estava calmo e dentro de si ela sentia, estava próxima de algo, mas seu corpo estava tão cansado, tão dolorido, sua mente estava tão entorpecida que podia estar muito bem estar lhe pregando peças.

Assim que a noite cairá, que o sol fora substituído pela lua e as estrelas, assim que o cansaço lhe vencera Kallel voltara para sua cabine e encontrara sua ruiva deitada da mesma forma em que a deixara com medo de desperta-la ele deitou-se cuidadosamente ao seu lado e deixara que o cansaço lhe vencesse e o sono lhe levasse para o mundo dos sonhos, onde tudo poderia ser perfeito e feliz.

Batidas insistentes fora o que acordara o jovem capitao, que bufou mal humorado, mas sorriu ao ver que a bela dama ao seu lado dormia tranquilamente por cima de seu peito. Com delicadeza ela desvencilhou de seus braços e andou a passos duros ate a porta.

— O que quer?

Gregory engoliu em seco, Kallel possuía os olhos vermelhos, os cabelos bagunçados e estava sem camiseta, o pobre homem temia ter interrompido seu capitão.

— Terra a vista senhor, creio termos chegado ao nosso destino!

Kallel olhou para o céu azul e coberto de nuvens brancas, bufou irritado.

—Irei acordá-la!

Sem mais o homem entrou e bateu a porta na cara de seu mais fiel tripulante, que suspirou aliviado por ter sobrevivido a uma morte lenta e dolorosa.

O moreno andou calmamente até sua cama e com delicadeza mexera nas madeixas ruivas da garota.

—Hmm!

—Salácia acorde, estamos perto da terra!

A ruiva lentamente abriu os olhos.

—Finalmente?

—Sim, finalmente!

—Vou poder tomar um banho dessente antes de procurarmos o lugar?

—Procuraremos uma estalagem onde você possa fazer isso!

—Obrigada!

Apesar de amar o mar, naquele momento ele lhe fazia mal, como se sugasse sua energia, como se quisesse lhe ferir. Lentamente a ruiva se levantou, mas suas pernas estavam fracas, sua cabeça parecia pesar algumas toneladas.

Kallel observava ruiva, ela não estava nada bem, seus olhos estavam escuros e com profundas olheiras, sua pele pálida, os cabelos que antes lhe lembravam de chamas vivas e ardentes perdia seu brilho, seu corpo sempre forte lhe parecia que quebraria na mais leve brisa.

— Acho melhor que você fique aqui descansando, quando atracarmos eu venho lhe buscar!

A ruiva apenas concordou e voltou a se deitar, estava tão cansada que falar lhe parecia um sacrifício, se manter acordada era um esforço hercúleo.

Kallel viu Salácia mal encostar sua cabeça no travesseiro e dormir, preocupado ele saiu da cabine, pensando na ruiva, marchou até o leme e encontrou seu gavião pousado nos ombros largos de Gregory, com uma ideia em mente ele se encaminhou para uma mesa no centro, arrancou um pedaço de papel e escreveu uma única curta frase, olhou para seu gavião e assobiou o animal logo levantou voou e pousou em frente a si.

— Leve para ela o mais rápido que você puder!

O animal com toda sua altivez apenas estendeu-lhe sua pata para ser amarrada a mensagem, o que rapidamente o homem fez, sua mão não estava nem a dois centímetros da ave, se afastando, e o animal levantara voou.

— O que esta acontecendo capitão!

— Estou preocupado com Salácia e preciso de ajuda!

— Sera que seguro mandar mensagem para ela?

— Não, mas ela é a única que pode ajudar à ruiva!

— Reze para que Callie não seja interceptada!

— Ela preferiria morrer ao deixar minhas mensagens caírem em mãos erradas!

O grandalhão apenas suspirou e olhou para o céu.

— Não entendo como você conseguiu a lealdade daquele animal!

Kallel riu.

— Eu também não sei como consegui, mas mudando de assunto, quanto tempo até terra firme?

— Mais algumas horas senhor!

— O vento não esta muito favorável, não é?

— Não senhor!

Kallel suspirou.


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