The Relic's Fate escrita por BCarvalho
McGonagall, também surpreendida, me pediu para se retirar do banquinho. Com certeza isso é um engano. Não posso ser da Sonserina, não tenho nada parecido com as personalidades da casa. Eu e Hugo já analisamos isso mil vezes, e os meus resultados sempre foram Grifinória. Ou talvez eu tenha me convencido que sou uma boa pessoa. Quer dizer, eu sou uma boa pessoa. E eu sei muito bem o currículo de bruxos que passou pela casa das cobras, não tem como eu me encaixar ali. O que tio Rony vai pensar? Na verdade, o que meus pais vão pensar? Quando eles souberem, serão capazes de me deserdar? Como o meu tio diz?
Eu não pertenço a Sonserina. Não, isso é um tremendo engano. Exijo mudança de casa.
– Não tem como. – Um garoto loiro me despertou dos pensamentos, e só assim percebi que estava sentada da casa de Salazar.
– Não tem como mudar – ele mordeu um pedaço de uma maça. Pelo visto entrei em estado de choque e nem vi a hora que serviram o jantar -, você está dizendo que ia exigir mudar de casa. Não tem como.
– Espera, você me ouviu? – É alguma habilidade de ler mentes ou meus pensamentos criaram vozes? - Quer saber, esquece – tentei cortar o assunto, olhando para cima dos ombros do garoto loiro, espionando os meus irmãos e primos.
Assim como eu, eles pareciam ter sidos pegos de surpresa. Tiago estava conversando com a tal amiga da Lucy, e revirava os olhos diversas vezes quando Rose o chamava. Minha prima parecia preocupada, e tentava consolar Hugo do seu lado. Hugo. O que será que ele pensa de mim? Quer dizer, o que será que todos pensam de mim? Que sou uma futura... Bruxa das trevas?
– Meu nome é Scorpius. Scorpius Malfoy. – O loiro estralou seus dedos na frente do meu rosto.
– Grande diferença – revirei os olhos, espionando ainda mais minha família. Será que eles também me deserdaram?
– Por que grande diferença? – Scorpius tampou minha visão com seu rosto, me lançando um sorriso.
– Se importa? Acabei de receber a carta de deserdação dos Weasley’s. Preciso de um minuto para me recompor – o alertei dramaticamente, impulsionando meu corpo para cima até conseguir enxergar por trás do garoto.
– Você deveria estar feliz então. – Ele disse, o quão soou sarcasticamente para mim, os outros membros da Sonserina pareciam não notar, e riram do comentário do Malfoy.
– Feliz? O meu lugar não é aqui – o desafiei.
– O meu também não – ele disse brincando -, o meu lugar é em um palácio rodeado de escravos e coberto de outro. E com garotas, muitas garotas.
– Então enquanto você se prende nessa sua ilusão...
– Quem está se prendendo na ilusão de mudar de casa aqui é você – comentou uma garota loira ao lado de Malfoy, limpando a boca com um guardanapo toda francesinha, e me lançando um sorriso irônico.
– Desculpa, quem é você mesmo? – Indaguei, indelicada.
– Tris Crawford. Prazer. É bom tem uma Potter nessa mesa.
– Não por muito tempo.
– Só pelos próximos sete anos, certo, Lily? – Disse Scorpius.
+++
A diretora deu seu último aviso e nos liberou para voltar para as comunais. No meu caso, eu iria conhecer a minha comunal. Não, eu ainda não aceitei ser da Sonserina. Um garoto de estrutura musculosa e cabelos castanhos pediu para todos os alunos do primeiro ano da Sonserina o acompanhar. Mas como eu não sou totalmente da Sonserina, preferi seguir meus primos para tentar conversar com eles.
– Rose! – Gritei entre o aglomerado de alunos nas escadarias, puxando a minha prima pelo cotovelo.
– Lil! Eu.... Eu ainda não...
– Eu também não. Rose, eu preciso falar com você. Preciso da sua ajuda – pedi.
– Lily, antes precisa saber que Tiago está muito magoado com você. Ainda mais por ter falado com o Scorpius Malfoy. – Ela disse o nome do loiro como se fosse um código de autodestruição, sussurrando.
– Mas e o resto? Molly, Fred, Lucy... Hugo! Como eles estão sobre eu ser da...- não quero admitir.
– Molly e Lucy não comentaram nada sobre isso. Fred fez umas piadinhas, mas ninguém riu dele. Estávamos todos tensos. E bom, Hugo está decepcionado com você – ela entortou a boca, como se estivesse com pena de mim -, você encheu a cabeça dele dizendo que a maioria dos sonserinos eram bruxos maus. E eu acho...
– Você não acha que ele esteja pensando que sou má, certo? – Cortei Rose, roendo minha unha, preocupada.
– Eu tenho que considerar. Mas não acho que você seja uma pessoa má, Lil. Só por você ser da Sonserina, não significa que seja. Ao contrário, você é boa.
– Mas e os meus pais, o que eles vão pensar...
– Alvo tinha o mesmo medo que você de ir para a Sonserina, tio Harry o tranquilizou dizendo que não tinha problema.
– Ele provavelmente disse isso porque sabia que Alvo seria da Grifinória, Rose!
– Talvez Lily. Mas não se preocupe, uma casa rotulada como pessoas más, não diz nada sobre você – ela forçou seu melhor sorriso, e me deu beijo na testa, seguindo seu caminho.
E bom, aqui estou eu. Sozinha nas escadarias. Sem saber para onde ir. Eu tinha estudado sobre o caminho para a comunal da Grifinória. Mas não sei aonde fica o da Sonserina, e muito menos a sua senha.
Encrenca, Lilían Potter.
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