Você, Paixão escrita por Camila J Pereira


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Que tal um capítulo bônus no final de semana?



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— Ângela? – Jasper estava estupefato com a presença da ex cunhada ali.

— Olá, Jasper. Eu vim falar com essa menininha aqui. – Ela apontou o dedo em hirte em direção a Bella que a encarava em suspeita.

— Pensei que tivesse ido embora, Ângela. Você sempre está com uma nova gravação, um novo trabalho... – Jasper estava tentando distrair a cunhada porque assim como Bella, ele sabia que ela tinha ido até ali para um atrito.

— Jasper, desculpe, mas eu preciso trocar umas palavrinhas com essa garota. – E fez sinal com a cabeça apontando para Bella. Sempre se referindo a ela pejorativamente.

— Eu não tenho nada o que falar contigo. – Bella deu dois passos e foi retida por Ângela que ficou em seu caminho.

— Então terá que apenas ouvir. – Falou arrogante. Bella sorriu sem humor, mal acreditando no que aquela mulher falava.

— Não pode me obrigar a ouvir você.

— Então eu gritarei mais alto até que escute! – E realmente começou a falar mais alto chamando atenção dos alunos em volta.

— Porque está latindo para mim assim? Procure outra pessoa para ouvir você.

— Latindo? Sua infeliz! – Ângela rangeu os dentes audivelmente. – Você que deve ser comparada a uma cadela, no cio de preferência.

— Ângela, você precisa parar agora. – Jasper pediu, naquele instante muitas pessoas já observava o grupo ali parado na frente da escola. Bella deteve-se, não queria chamar mais atenção do que já tinha sobre eles.

— Ela que precisa parar, parar de correr atrás dos homens alheios. Parar de correr atrás do Edward! Você acha que ele ficará com você até quando? Acha que terá um futuro feliz ao lado dele? Você? – Ela olhou para Bella com desprezo. Bella sabia que se respondesse aquilo se estenderia mais e ela não queria aquilo. Mas a sua vontade era de avançar naquela vaca. – Acha que ele não se dará conta de quem você é? A cadela no cio da cidade. Ele só está com você porque está magoado, mas isso passará.

— Quem é você para falara assim com ela? – Alice se interpôs.

— Eu sou a noiva do Edward. – Alice abriu a boca surpresa. – E agora essa menina se meteu entre nós dois. – As pessoas se aglomeravam cada vez mais ao redor deles.

— Se você acabou, eu devo ir. Tenho mais o que fazer. – Ângela segurou o braço de Bella detendo-a. Bella puxou o braço começando a se irritar. Seus sentimentos estavam cada vez mais conflitantes. Ela queria revidar aquela humilhação, mas aquilo não era só sobre ela, agora era sobre o Edward e a sua família. Estavam namorando oficialmente e aquilo seria o assunto da cidade.

— Isabella Swan, vocês sabem quem é ela? – Ângela falou para o pessoal ao redor.

— Ângela basta! – Jasper pediu querendo preservar a amiga. – Bella, vamos. – Ele segurou a mão da amiga para leva-la longe dali.

— A namoradinha do Edward Cullen que ficou com o irmão dele. É claro que Jasper a protegeria agora. – Bella parou, tinham dado apenas alguns passos quando ela voltou a falar. Bella arriscou olhar para Alice que parecia surpresa com o que ouviu, Jasper estava visivelmente irritado.

— O que você pensa que sabe e o que acha que está fazendo? – Jasper falou entre dentes.

— Deixa pra lá, Jas. – Bella pediu. – Alie, venha conosco. – Mas Alice ficou assim como o Jasper. Bella teve que ficar também, o seu amigo parecia ter comprado a briga. Aquilo poderia não acabar bem. E isso era tudo o que a Ângela queria.

— Sei muito Jasper. Sei que essa garota e você ficaram juntos, mas isso não é nada para uma garota que teve um caso com o melhor amigo do Edward, ficar com o irmão é fichinha, não é mesmo? Além de todos os outros casos que ela teve com os homens casados e solteiros dessa cidade. Ah, mas vocês já tinham uma suspeita disso, já ouviram boatos, mas eu os confirmo aqui.

— Com que provas? – Jasper perguntou. Ângela riu.

— Ora por favor! É só perguntar para um homem aleatoriamente. É esse tipo de garota que quer dentro da sua família? Os seus pais ficarão entristecidos pela escolha do filho deles, uma namorada vadia. – Bella tentou ignorar aquilo, mas foi uma das coisas que ela falara que a atingiu.

— Você não sabe que tipo de garota ela é. – Ângela bateu palmas para Jasper.

— Olha garota, se eu fosse você ficaria alerta. Vê como ele a defende? – Ângela dirigiu-se a Alice.

— Ele só está demonstrando que é um ótimo amigo. Você que está fazendo um papelão. – Alice respondeu.

— Ok, parece que você seduziu homens e mulheres. Mas, um dia isso tudo vai acabar. Edward não ficará com você. Não ele, tão certinho.... Você é apenas um momento. Uma vadiazinha que foi bem treinada por sua mãe drogada e amante de drogado. – Todo o autocontrole de Bella se esvaiu com aquelas últimas palavras. Bella se aproximou o suficiente para ver as pintas esverdeadas dentro dos olhos de Ângela.

— Quem você pensa que é? Quem você pensa que é para falar da minha mãe? – Bella sentia o sangue bombear forte em sua têmpora. – Você não é nada! Se valesse alguma coisa não estaria perdendo o seu tempo e o meu fazendo esse tipo de ridículo. O que você achou, que eu iria me sentir ridicularizada, humilhada por você expor a minha vida sexual para a escola toda? Eu sinto pena de você, não foi capaz de ser feliz mesmo tendo a felicidade ao lado. Não venha pôr a culpa em mim, assuma a sua responsabilidade. E nunca mais ouse fazer esse tipo de coisa comigo, nunca mais fale da minha mãe.

— Ou o que? – Ângela desafiou, mesmo sentindo que perdia naquela briga.

— Eu prefiro demonstrar. – O desafio da mulher a sua frente a fez ficar ainda mais irritada. Bella sem avisar deu um tapa na cara de Ângela. Todos em volta gritaram, mais extasiados com a possível briga entre mulheres do que preocupados com o desenrolar daquilo.

— Sua... – Ângela levou outra bofetada antes que conseguisse se recompor ou completar a frase.

— Eu tenho conflitos demais em minha vida... – Bella a empurrou fazendo-a cambalear. - Não preciso de mais uma mulher delirante e com complexo ilusório de superioridade... – E mais um empurrão. - ...falando besteiras para mim. – Ângela tentou revidar, mas Bella segurou seu pulso e puxou uma farta mexa de cabelos dela fazendo-a gritar. - Eu sei que não sou nada, nada diante do Edward. Eu sei que não o mereço.

— Sua louca me larga! – Gritou mais alto.

— Deixe-o em paz. Edward não precisa de você e eu sei que o meu tempo também acabará. E não se meta em brigas que você não tenha certeza que não ganhará.

— Mas o que é isso? – Um dos professores saia naquele momento. Bella soltou os cabelos em sua mão e Ângela se endireitou completamente humilhada, mas calou-se vendo que se tratava de um professor. – Isabella Swan, está se envolvendo em brigas? E quem é você? – O professor encarava de Bella para Ângela. Alguns alunos se dispersaram com a presença de uma autoridade, mas alguns mais curiosos permaneceram.

— Ah, professor! – Jasper que até então estava observando Bella dar uma lição em Ângela anunciou-se. – Foi um mal-entendido, mas já foi resolvido. – Ele falou desafiando Ângela, sabia que ela não teria coragem de falar que apanhou de uma adolescente, conhecia a sua fama de orgulhosa. Além do mais, todos virão que ela que tinha ido até lá procurar confusão. - Nós já estávamos indo embora.

O professor não poderia fazer maiores cobranças porque o que estava acontecendo foi na parte externa da escola. Jasper pegou Bella e Alice e arrastou as duas para bem longe. Ângela estava completamente envergonhada e ainda enraivecida, mas saiu calada do meio dos alunos e foi para o carro que tinha alugado. Passou pelos três amigos em alta velocidade que seguiram sem olhar para trás.  

 - Bella, você está bem? – Alice perguntou atenciosa. Percebeu que a amiga ficara calada todo o caminho, respeitaram isso, mas estava mesmo preocupada. Bella olhou para a casa dela. Eles a tinham acompanhado até lá mesmo que dissesse que não precisava. Depois voltou-se para a amiga.

— Não fique grilada com aquilo. Jasper sempre gostou de você, e apenas tivemos alguns encontros e logo no início. Além do mais, não passou de apenas beijos. Sempre foi amizade.

— Não se preocupe. – Alice abraçou a amiga.

— Você precisa ser forte e não se deixar abater por isso, tudo bem? – Jasper falou com a amiga. – O pessoal vai esquecer aquilo logo. E Edward gosta mesmo de você, não se preocupe. – Bella não queria parecer triste, mas não conseguiu disfarçar, não naquele momento. Não estava muito preocupada com o que o pessoal iria pensar dela, mas como aquilo afetaria o Edward.

— Preciso entrar. Obrigada, vocês são ótimos eu não mereço.

— Para com isso, você faria mais do que eu fiz se fosse comigo. Eu sei que faria. – Jasper acariciou seu ombro.

— Tchau vocês dois. – Ela tentou um sorriso que pareceu mais uma careta e entrou em sua casa.

Bella desabou em sua cama, estava completamente esgotada. Não queria ceder, mas pôs-se a chorar compulsivamente por uns 10 minutos. Queria ficar em sua casa, trancada em seu quarto por todo o resto do dia, mas tinha consciência que deveria ir trabalhar, não poderia nem pensar em perder aquele emprego agora. Foi ao banheiro e tomou um longo banho, seu rosto continuava inchado pelo choro, então fez uma maquiagem para disfarçar.

Saiu do banheiro e foi direto para o quarto da mãe. Ela não estava lá, Bella se preocupou. Correu a casa toda procurando a mãe, não havia vestígio de que ela estava lá, nem que havia se alimentado pela manhã. Sua cabeça já estava fervilhando quando foi para os fundos da casa. Renée estava lá, sentada no chão com uma garrafa de vinho ao lado e uma taça meio cheia na mão. Estava parada, parecendo pensar, pálida e magra ainda com o pijama.

— Mãe? – Bella agachou-se em sua frente e deu uma boa olhada nela. Renée parecia depressiva. Olhou a garrafa, estava pela metade. – Como passou a manhã? Você comeu algo?

— Não seja boazinha comigo agora. – Renée bebeu um grande gole do vinho. – Você jogou até meus cigarros fora? – Aquilo era verdade, enquanto Bella arrumava a casa na noite anterior, jogou tudo o que era parecido com drogas fora. Não havia lembrado das bebidas.

— Cigarros também não fazem bem. Eles te ferram.  

— Você está me ferrado. – Acusou sem piedade. - Até os meus cigarros?! – Ela berrou.

— Tudo bem. Desculpe. Achei que fosse necessário.

— Você é mesmo uma coisa, não é? Tão parecida com o Charlie! – Aquilo a surpreendeu, sempre achou que fosse muito parecida com a mãe, um dos motivos que ela tinha optado por ficar com ela. Duas ovelhas negras. Charlie era o anjo. – Você não devia ir trabalhar? Vá e me deixe! – Bella olhou para o copo em sua mão. Renée o apertou mais e o segurou perto do corpo. – Vai querer tirar isso de mim também? Estou sem consolo e você não entende!

— Eu sei que é difícil....

— Você não sabe nada, Bella!

— Não sei... – Admitiu. – Mãe, por favor, coma algo pelo menos. – Renée lançou um olhar gelado para Bella e não falou nada. – Estou indo trabalhar, volto com algo gostoso para comermos.  

Ela saiu porque sabia que não poderia mais fazer nada. Estava prevendo que Renée talvez não aguentasse até a ida ao médico. Deveria ter levado Renée diretamente para uma clínica? Mas ela aceitou ficar longe das drogas. Aquilo era difícil para a mãe, não sabia se elas sozinhas poderiam dar conta. Decidiu que falaria com ela sobre uma clínica quando ela estivesse mais tranquila.

No trabalho ela tentou pensar em outras coisas, mas a sua mente sempre estava voltada para a mãe. John percebeu e parecia atencioso com ela, oferecendo-se a ajuda-la em tudo. Bela só poderia agradecer por ter pessoas como ele em seu trabalho.

“Te vejo mais tarde? Posso ir até a sua casa depois do jantar? ”— Edward havia mandado a mensagem e pelo que parecia, Jasper não havia contado sobre o ocorrido mais cedo em frente a escola. Ele agradecia por isso. Mas mesmo querendo muito que ele fosse até a sua casa, achava que aquele dia não seria bom para isso. O seu humor não estava dos melhores e a sua mãe também não parecia bem. Não queria que ele participasse de algo desagradável e não queria que ele a visse daquela forma. A verdade era que Ângela apenas gritou a plenos pulmões o que ela mesma pensava. Que era totalmente inadequada para o Edward Cullen. Não o queria machucado de alguma forma por conta de sua vida conturbada. “Estou cansada hoje. Nos vemos depois. ” Foi a sua resposta. “Ligarei mais tarde. ” Edward enviou novamente. Bella guardou o celular e tentou dedicar-se as suas tarefas do dia.

Antes de ir para casa, passou em um restaurante que servia comida oriental e pediu uma refeição para a viagem. Ela e a mãe adoravam comida japonesa e talvez aquilo fizesse a mãe se animar um pouco.

— Oi, mãe! Olha só o que eu trouxe para nós. – Balançou a sacola com a comida enquanto falava cantarolando para a mãe. – Vamos nos lambuzar. -  Bella queria animar a mãe, mas ao olhar para ela o seu sorriso morreu. René estava com o seu aparelho celular nas mãos parecendo abalada. – O que houve? – Bella correu até a mãe. – Renée?

— Ele queria me ver... O Eric. – Renée engoliu em seco. Estava bastante trêmula, aquilo a havia abalado muito. - Disse que estava com saudades. Eu disse que não podia vê-lo, que não iria até lá. Ele pediu para vir, eu disse não. Ele gritou, gritou muito e disse que talvez terminasse comigo. – Bella a abraçou tentando acalmá-la. Renée estava prestes a cair no choro.

— Acalme-se. – Pediu ela mesma tentando não chorar.

— Preciso ir vê-lo, preciso explicar melhor. Ele parecia bravo, não quero que continue assim. – Renée tentava levantar, mas Bella a detinha.

— Você não precisa ir agora, não assim nervosa. – Bella tinha medo da mãe ceder estando com o namorado.

— Bella, deixe-me ir. Ele ainda é o meu namorado. Volto assim que terminar de conversar com ele. Eric ainda não sabe da minha decisão, tenho que contar a ele. – Enfim a sua mãe ergueu-se do sofá.

— Por favor, precisa acalmar-se antes de vê-lo.

— Você acha que posso voltar a usar algo quando estiver com ele? – Estava ressentida, Bella não queria piorar o estado de espirito dela. Estava pisando em ovos. Ela segurou a mão da mãe.

— Por favor, sente-se, acalme-se. Pense direito. – Era ela agora que tremia. Renée pareceu perceber e voltou a sentar, mesmo contragosto. A campainha soou longa.

— Atenda, vou ao banheiro. – Deu tapinhas na mão de Bella e voltou a levantar-se.

Bella viu a sua mãe subir e então foi até a porta. Não o esperava ali naquele momento, justo naquele momento em que a mãe sucumbia. Sentiu-se como em uma reprise, pois Edward tinha a mesma expressão de quando esteve ali pela manhã. Olhos bem abertos, aflitos.

— Bella! – Daquela vez, ele deixou as reservas de lado e a pegou num abraço, entrando na casa sem se importar com Renée.

— Pensei que tivéssemos combinado em me ligar.

— Como poderia me contentar com apenas uma ligação. – Ele sabia então, sabia do que havia acontecido. - Desculpe, só soube agora. Isso não é o tipo de coisa que se cala durante todo o dia. Jasper só me contou da Ângela quando cheguei em casa, mas você não me disse nada também. Não podem fazer isso comigo. Aquela desgraçada! – Ele a segurou na nuca, mas não a beijou. Ficou olhando para ela como se constatasse que estava bem. – Está tudo bem? Não pense muito sobre isso, está bem? Eu deveria estar lá para te defender...

— Eu estou bem com isso, Ed. – Ela mentiu, não havia mais o que fazer. Não o deixaria mais preocupado do que estava. E pela primeira vez envergonhada da sua vida sexual, pelo menos da exposição dela. – Mas a sua ex noiva deu o que falar por muito tempo para as pessoas. Todos sabem agora sobre o meu passa tempo preferido: o sexo. – Bella tentava restabelecer o seu jeito despreocupado e jocoso de falar.

— Logo isso não será tão interessante, não se preocupe. – Como não poderia?

— Mesmo assim, isso ainda vai demorar um pouco e no processo, as pessoas podem falar que quiserem. Podem ser inconvenientes e insensíveis, Ed.

— Está preocupada com isso? Apenas ignore, doçura. Você é forte o suficiente para passar por isso. Estarei ao seu lado o tempo todo.

— Edward. – Afastou-o. De repente ela sabia o que fazer. Olhou-o bem nos olhos para que ele não tivesse dúvidas. Seus dentes cerraram fortemente na boca, sentiu o gosto amargo do que iria fazer antes mesmo de fazer. Ela se arrependeria, mas seria o melhor. Sempre o melhor para o Edward, era o que queria. – E quanto a você? Não é muito para você, para a sua família? Acha que pode suportar? E como eu posso pedir isso para você e para seus pais? Todos irão comentar. Olhando para tudo isso, imagino que o melhor seria se nos afastássemos.


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