Você, Paixão escrita por Camila J Pereira


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Nova fic. Sempre fico nervosa na postagem do primeiro capítulo.Essa fic só viria nos próximos meses, mas de repente consegui finalizar algumas linhas. Linhas suficientes para começar a envolve-los nessa nova história. Quero dedicar essa fic a todas as Beward que me acompanham desde o inicio. Àquelas que sempre me apoiam, que comentam, que recomendam. São fofas. Adoro vocês. E para a maior Beward de todos os tempos: Michelle Garcia. Cá estamos nós de novo. Comentários, comentários. Divirtam-se, mas depois digam o que acharam, o que esperam. Sou toda olhos para seus comentários.



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– Te vejo por aí. – Ela piscou de maneira insinuante e saiu do carro.

Ele olhou através do vidro do passageiro que abriu e a viu correndo graciosamente de baixo dos poucos pingos de chuva que teimavam a cair. Como ela parecia tentadora mesmo quando agia naturalmente sem a sua constante tentativa de seduzir todos os homens a sua volta.

Seu corpo era esguio e delicado como era natural em sua idade, seus cabelos talvez uma das coisas que mais chamavam a atenção: longos com cachos castanhos displicentes e estavam flutuando em volta dela como um manto enquanto corria. Seus olhos eram em um tom curioso de avelã e seus lábios sempre rosados, eram uma tentação.

Ela tinha atravessado o gramado de sua casa e estava na porta quando olhou novamente para trás e quando o viu ainda ali, seu olhar e sorriso era de vitória. Ela sussurrou um adeus e entrou deixando-o ali querendo mais e ao mesmo tempo pensando como podia se deixar envolver tanto por uma garotinha daquela maneira. Ele estaria se apaixonando? Estava bem envolvido e isso era uma merda principalmente porque ela era uma colegial, menor de idade, enquanto ele era um adulto.

Colocou o carro em movimento, estava tarde e deveria dormir bem para voltar ao trabalho no dia seguinte. Só o trabalho lhe ajudaria a não enlouquecer de vez. Nunca acreditariam ou conseguiria dizer que uma garota de 17 anos usou de artimanhas para seduzi-lo e leva-lo para cama, várias vezes. O pior é que temia quando ela o deixasse, porque estava claro para ele que ela era acostumada a esses jogos e que um dia se cansaria dele. Ele estaria disposto a deixa-la partir quando esse momento chegasse?

Sempre teve as suas mulheres, para ele isso nunca tinha sido um problema. A sua constituição física o ajudava, era alto e forte. Gostava de malhar e por isso tinha músculos bem definidos. Tinha cabelos castanhos escuros assim como os olhos e os mantinha baixo. Além da sua beleza, teve o privilégio de frequentar boas escolas da cidade e como sempre foi ótimo em esportes, acabou se tornando um atleta juvenil, o que o tornou extremamente popular.

Com um currículo razoável, participando da famigerada equipe de basquete da escola, não foi difícil ser aceito em renomadas universidades. Seus pais ficaram orgulhosos do seu primogênito, satisfeitos com seus feitos e com o seu trabalho como pais. No entanto, ele duvidava que pensariam o mesmo se descobrisse que andou se esgueirando pela cidade com uma garota que tinha a idade de sua irmã caçula.

Aquilo o fazia pensar sobre a sua irmãzinha. Será que ela andava saindo com caras, fazendo o mesmo que eles tinham feito aquela noite? Não, a sua irmã era doce e ingênua, às vezes um pouco irritante, mas ingênua. Droga! Essa garota também tinha seus momentos de ingenuidade. Decidiu não pensar mais sobre a vida amorosa da irmã caçula, aquilo não deveria fazer bem a saúde.

Ele estacionou em frente à sua casa, tinha mudado a quase um ano e vivia sozinho em alguns quarteirões da casa dos seus pais. Aquilo piorava tudo, pois a proximidade fazia-o questionar quanto tempo levaria para seus pais descobrirem, para a vizinhança descobrir. Estava pirando novamente, precisava beber e talvez falar com alguém. Pegou o seu celular do bolso, discou para a única pessoa que teria coragem de falar sobre aquilo.

– Hey, cara. Sei que chegou a pouco tempo, mas podemos beber algo? Uma saideira do domingo? – Tentava parecer menos paranoico do que se sentia, ou até mesmo menos angustiado.

– Claro, Emm. Onde nos encontramos? – A voz amigável respondeu. Graças à Deus tinha um bom amigo próximo para extravasar naquele momento.

– Espero que se lembre do velho Daniel. – Ele riu.

– Lembro sim, como esquecer? – Passaram a adolescência por lá, tentando conseguir bebidas. Muitas vezes conseguiam. – Estarei lá em 10 minutos.

– Obrigado. – Ele desligou e voltou a dirigir.

A um mês estava saindo com a garota e não tinha se atrevido a dizer nada para ninguém, nem mesmo para o amigo que mantinha contato sempre. Agora que ele estava de volta, talvez pudesse falar a respeito. Ele não queria se apaixonar, mas se sentia caindo.

Chegou ao pequeno e elegante bar da sua juventude. Os letreiros ainda estava lá, os mesmos, em néon: Daniel’s bar. Para que mais complicado do que aquilo? O que lhe encantava naquelas ruas, era a simplicidade elegante, talvez o seu amigo também voltasse a se apaixonar pelas ruas largas e planas daquele lugar.

Ele cumprimentou as pessoas e encontrou sozinho uma mesa próxima a janela lateral. Pediu uma cerveja e já estava na metade de um copo quando o seu amigo chegou. Viu que muitas pessoas o cumprimentavam, lembravam dele, é claro e sabiam que tinha voltado a cidade a pouco tempo. Daniel saiu de detrás do balcão e deu um aperto de mão caloroso em seu amigo. Que diferença das vezes que ele os expulsou do bar. Será que o seu amigo notava que o Daniel parecia menor, diferente da sua barriga e da sua calvície? Enfim, ele foi liberto e encaminhou-se em sua direção.

– Edward Cullen! – Emmet levantou-se e deu um abraço em seu amigo que era quase tão alto quanto ele. Estavam os dois de calça jeans, porém Emmet vestia uma camisa polo enquanto Edward uma blusa de botões.

– Emmet Reacher! – Edward imitou o tom do amigo de maneira divertida.

Eles sentaram e Edward logo pediu uma cerveja para si também.

– Então, como está sendo o retorno ao lar? – Edward sorriu antes de tomar um longo gole de sua bebida gelada.

– De algum modo muito bom. Estar com meus pais e meu irmão e matar as saudades... E está sendo constrangedor. – De repente Emmet sentiu-se sem jeito de estar ali para falar sobre seus problemas, quando o seu amigo estava em uma enrascada também.

– Mas é só um tempo, não?

– Ficarei por um mês. Foi o que determinei, acredito que seja tempo suficiente para ela reconsiderar o que tiver que reconsiderar. – Edward tentava falar tranquilamente, mas seu amigo percebeu que ele estava perturbado.

– Acha que ela tem outro?

– Não. Eu acho que ela não esteja realmente preparada. Você sabe, eu quero coisas que ela não quer. E essa última... – Ele bebeu novamente. Emmet respeitou o seu momento e esperou que ele completasse, mas ele não falou então ele arriscou.

– Você não foi claro da última vez que nos falamos. Ela sofreu um aborto? – Emmet falou um pouco mais baixo, considerando a gravidade e a delicadeza daquele assunto.

– Ela tirou o bebe. Mesmo com toda a minha súplica. – Emmet não conseguiu evitar permanecer de boca aberta.

Conhecia a Ângela Weber da faculdade e ela parecia muito legal. Um pouco vaidosa, mas era praticamente o modus operante de toda a garota da faculdade na época.

– Ela não queria ser mãe no momento, disse que prejudicaria a sua carreira. – Ele falou a última palavra carregada de ressentimento. – O que isso significa então? – Ele ergueu o dedo anelar que revelava uma aliança de noivado. – Estou louco ou isso significa que duas pessoas pretendem formar uma família? O fato dela estar grávida só anteciparia o nosso projeto de casamento e família. Já moramos juntos, isso não conta? – Emmet estava ali para desabafar e de repente o seu amigo também precisava.

– Cara, não entendo. A Ângela talvez precise de tempo.

– Tempo? Foi ideia dela morar junto. Eu estou confuso. – Edward pediu mais duas cervejas para os dois. Emmet agradeceu, ele também estava precisando daquela gelada.

– As mulheres são muito confusas. Independente de sua idade, nacionalidade, raça ou credo, elas fodem conosco. – Edward riu divertido com o palavrão do amigo.

– Então estou de volta, dei-me um mês de férias e disse que viria a cidade dos meus pais visita-los. Ela terá esse tempo para pensar sobre o que quer de verdade. – Eles beberam em silêncio por um tempo. Emmet sentia-se mal pelo amigo estar passando por tudo aquilo, ele era realmente uma boa pessoa e merecia a família que tanto queria.

– E a sua irmã? Quando termina a faculdade? Nossa, eu a vejo nas redes sociais e está irreconhecível. Deve fazer sucesso por lá.

– Ela termina agora no final do ano. Parece que voltará para casa também. Disse que descansará por um tempo e procurará um emprego devagar.

– Acho que são férias bem-vindas. Ela merece. – Edward sorriu lembrando-se da irmã mais jovem no meio deles dois.

– Será que ela se curou da queda que tinha por você? – Emmet engasgou com aquilo.

– Para com isso, cara. Você mesmo disse que me mataria se eu tocasse nela. – Foi a vez do Edward se engasgar e gargalhar com a lembrança.

– Éramos muito jovens. E Rosie uma pirralhinha.

– Quer dizer que agora você deixaria? – Emmet perguntou matreiro.

– Ainda existem limites aqui, meu amigo. – Edward fez gestos longos delimitado o espaço na mesa.

– Touché. – Ele piscou para o amigo. – Como chegamos tão rápido aos 3.0? Qual a idade da Rosie agora?

– 23. – Emmet lembrou-se das fotos que viu e novamente pensou como era linda a irmã do amigo. - Mas não foi para me ouvir falar na Ângela e nem para falar da Rosie que viemos aqui, certo? - O silêncio desconfortável era perceptível. Talvez ele tivesse sido precipitado ao chamar o amigo ali para falar sobre aquilo, agora não se sentia tão confiante. – Você pode me falar qualquer coisa. Somos amigos. – Edward o incentivou vendo que ele hesitava.

– Estou em uma enrascada. – Declarou. Edward esperou o momento para que ele continuasse. – Uma garota.

– Sempre são elas, não? – Edward tentou brincar.

– Jovem. – Ele não conseguia dizer mais. Um nó apertou a sua garganta e ele se sentiu envergonhado.

– Jovem? – Um clarão de esclarecimento surgiu nos olhos do Edward. – Você.... Você está se envolvendo com uma menor de idade? – Edward quase sussurrava. – Isso é crime! – Emmet calado tomou mais de sua cerveja. – Claro que você sabe sobre isso. – Edward tentou permanecer mais calmo. – Desculpe por isso, você sabe de tudo isso e por isso veio aqui me contar.

– Exato. Estou tentando não me envolver mais, tentando não me sentir apaixonado, mas é quase impossível. Ela é simplesmente adorável.

– Você dormiu com ela?

– Cara, algumas vezes. – Aquilo agravava mais a situação do amigo e Edward ficou realmente preocupado.

– O que aconteceu? Como se envolveu com ela? E todas aquelas mulheres que você conhece?

– Ela é irresistível. Ela quis e eu não consegui dizer não.

– Como é? – Edward ficou surpreso, era o Emmet quem conquistava e pelo o que ele estava dizendo, ele que tinha sido seduzido daquela vez e por uma menor de idade. – Qual a idade dela?

– 17.

– Como uma garota de 17 anos te levou para cama?

– Ela pode ser bem persuasiva. – Edward analisou o amigo. Ele parecia derrotado.

– Você está encantado.

– Sim, me pego pensando nela sempre. Sei que ela vai enjoar de mim, ela não parece ser tão ingênua em se tratando de homens. Quero me afastar, sei que será o melhor.

– Faça isso, Emm. Faça antes que se complique mais. – Emmet assentiu sabendo que era a verdade.

Eles ficaram por mais uma hora falando sobre vários assuntos, mas sem tocar no assunto: mulheres. Riram e se distraíram. Quando voltaram para as suas respectivas casas, não se sentiam tão tranquilos, mas estavam bêbados.

***

– Porque não atende logo essa porcaria de celular? – Seu amigo, talvez o único de verdade estava ralhando ao seu lado.

– Olha a boca suja, Cullen. – Ela voltou a comer o sanduíche natural que seria o seu lanche.

– Sério, fala logo com ele que você não quer mais. A propósito, porque você não quer mais mesmo? – Só ele sabia de todas as suas aventuras. Ele não aprovava muito, mas estava sempre do seu lado.

– Ele estava fazendo aquela cara de culpa. Por um tempo foi legal, mas aquilo me deprime.

– O que você queria? Ele sabe que pode ir preso.

– Mas ele gostou de cada momento. Isso eu posso te garantir. – Ela piscou daquele jeito que ele já conhecia. - Talvez se ele fosse um pouco mais paciente.... Faço 18 daqui a alguns dias. Só que eu não quero mais.

– Ele merece saber. – Ela suspirou.

– Tudo bem. Falarei com ele mais tarde.

– Ah sim, amanhã terminamos o trabalho. Sairei com o Edward e não sei que horas voltarei. Então hoje não poderei.

– Deixando os estudos de lado, Cullen? Olha só a influência do irmão mais velho está te levando para o lado negro. – Ela brincou.

– Falei com meu irmão para deixa-la em casa. Ele te dará uma carona. – Ele rolou os olhos tentando ignorar o ar brincalhão da amiga.

– Você sabe que não precisa.

– Você sabe que não é nada demais. – No mesmo momento ele viu a Alice Reacher levantar-se do outro lado do refeitório e entregar a sua bandeja, em seguida ir em direção aos corredores.

– Você deveria falar com ela. O ano está quase terminando e você trocou talvez meia dúzia de palavras com a garota. Meu Deus, se me deixasse ajuda-lo. Você viu como foi fácil me aproximar do Reacher mais velho.

– Cala a boba, Bella. – Ele ralhou novamente, mas estava rindo. - Eu falarei com ela, no momento certo. – Ele replicou.

– Espero que seja antes de alguém convidá-la para o baile de formatura. – Ela disse debochada.

– Não enche! – Jasper levantou-se e Bella torceu para que ele fosse atrás da garota.

No final das aulas ela o esperou do lado de fora. Estava ansiosa para conhecer pessoalmente o mais velho dos irmãos Cullen. Pelo que tinha sabido do amigo, Edward Cullen, estava passando por uma crise amorosa. Estava dando um tempo.

– E então, vamos? – Jasper aproximou-se dela.

– Sim. Até mais Jéssica. – Ela despediu-se da garota que estava conversando no momento.

– Ele já está ali. – Jasper apontou para uma Hilux preta estacionada adiante.

– Vamos ver se é realmente gato o seu irmão. – Ela sorriu para o amigo.

– Não começa, Bella. – Ele a repreendeu.

Jasper abriu a porta traseira para Bella entrar e entrou na frente.

– Olá, Edward Cullen. Eu sou a Bella Swan, amiga do seu irmão. – Ela estendeu a sua pequena mão por sobre o banco. Edward virou-se para a garota já sorrindo e a cumprimentou. Bella sentiu a sua grande mão na dela e constatou que ele era realmente um homem bonito.

– Bella Swan, é um prazer enfim conhece-la. Meu irmão fala muito sobre você. – Aquela voz era mesmo um sonho.

– Jas é muito gentil. – Que olhos eram aqueles? Verdes e brilhantes.

– Podemos seguir, a casa dela é a alguns quarteirões. – Edward começou a dirigir e arriscou um último olhar para trás. Era uma garota muito bonita a namorada do irmão. Ele realmente tinha bom gosto, apesar dele dizer que não a namorava, que eram apenas bons amigos.

– Está gostando de estar de volta? – Bella voltou a falar. Ele a olhou pelo retrovisor. Tinha um sorriso lindo no rosto.

– Sim, é bom matar as saudades. Sua família é nova aqui, não é?

– Sim, chegamos a pouco menos de 2 anos. Fomos bem acolhidos. As pessoas são realmente interessantes. – Que olhar foi aquele que ela lhe deu?

– A Bella é do Arizona. – Jasper completou.

– Veio de longe, senhorita Swan. Acostumou-se ao clima diferente?

– Ainda me acostumo, mas está valendo a pena cada dia. – E de novo o olhar. Se ele não se concentrasse na estrada, podia acabar colidindo com alguma coisa a qualquer momento.

– Pode parar aqui, Ed. – Jasper avisou.

– Foi um prazer conhece-lo, Ed. – Ela debruçou-se em sua direção e o seu tom de voz parecia aos ouvidos dele um pouco mais insinuante.

Edward olhou para ela virando um pouco a cabeça para o lado. Estava sorrindo novamente e aquilo a fez tremer um pouco. Edward sentia uma fragrância de morangos vindo dela. Era delicado e ao mesmo tempo sensual. Exato, aquela garota tinha um quê de sexy.

– Obrigada pela carona, espero que se divirtam e aproveito para convidá-lo para o meu aniversário.

– Quando será? - Edward estava olhando para os seus lábios?

– Próxima semana, mas lembrarei a você. – Ela piscou, deu um beijo no rosto de Jasper e se foi acenando um tchau de longe.

Edward permaneceu em silêncio por alguns segundos depois. Estava se sentindo estranho. A garota tinha um magnetismo poderoso. Com toda a certeza arrasaria corações e não queria que o seu irmão caçula fosse uma vítima da garota. Mas quando ela saiu ele pôde ver as pernas torneadas na menina-mulher. Quem poderia resistir?


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