–Calma Stefan, não deve ser nada. Você não sabe o que a Vanessa quis dizer.

– Você tem razão - eu digo me encostando nela novamente. -Ele não faria isso comigo

Olhei para a frente e a alguns metros de distância está o carvalho e a imagem de Caroline sorrindo veio a mente e me fez sorrir também, como eu tenho sorte de ter ela em minha vida. Olhei para o lado e ela estava perdida em seus próprios pensamentos.

– Cadê seu carro?

–Está na garagem a um bom tempo.

Depois de um tempo cansei de esperar e aceitei a carona de Caroline para casa. Fomos em direção a onde o caro dela está estacionado e no caminho encontramos com Tyler. Que estava com a sua cara de mal humor que já estou acostumado. Mas ele pareceu irritado quando me viu ao lado de sua ex namorada.

Passou por nós sem dizer uma palavras mas os olhos não estavam com uma cara muito boa.

Entramos no carro colocamos as mochilas no banco de trás entramos e Caroline saiu do estacionamento e foi em direção da minha casa. Conversamos durante todo o caminho e não pude deixar de notar como ela está mais alegre, feliz. Na mesma hora senti uma imensa alegria e novamente estou sorrindo, tento evitar mas sempre penso muito nela e isso me faz bem. Eu deveria dizer o que quase aconteceu na festa entre nós mas não acho que ela se lembre.

– Sabe que pode contar comigo para qualquer coisa! - Ela disse me olhando.

– Eu sei, e tenho certeza que você me ajudaria.

Quando chego em casa abra a porta e Zach está sentado no tapete da sala com enorme pilhas de papéis sobre a mesa e sofá. Está tão imerso com seus documentos que não vê minha aproximação.

–Boa Tarde Tio

– Stefan! - Ele me olha surpreso.

Sorri para meu Tio.

– Que bom, não consegui te ver ontem. - Ele levanta colocando os papéis que estava analisando com bastante cuidado, anda em minha direção e vem ao meu encontro. Me abraça e sorri feliz pelo meu retorno. - Você chegou muito tarde!.

– Sim eu não quis acordar o senhor.

– Pode me acordar a qualquer hora que precisar, mas tenho que falar algo com você.- Conheço Tio Zach muito bem. Sei muito bem que Vanessa já deve ter ligado para ele.

– Está tudo bem tio, não precisa se preocupar.

– Eu sei mas mesmo assim, é o meu dever. Vanessa me disse tudo o que aconteceu e ela sabe que passou dos limites, e suspeitar e pressionar você assim. Deixei bem claro que não irá falar com você sem a minha presença de novo.- Ele está muito sério , algo que geralmente Zach não é. Coloca a mão no meu ombro - E como eu disse a ela eu sei o que você passou e você não tem nada a ver com isso.

Não posso dizer nada, simplismente sorrio para ele.

Zach mais parecia nosso irmão mais velho do que tio sempre brincando e fazendo palhaçadas para deixar eu e Damon sempre felizes e intertidos. Mas como infelizmente a vida nem sempre é feliz ele teve que amadurecer muito rápido quando ficou responsável por duas crianças e que não abriria mão de nós mesmo quando nossa tia tentou nos levar.

– Com quem você veio? - Ele pergunta tirando a mão do meu ombro.

– Com Car ela me trouxe, Damon estava demorando.

– Hum, vocês dois ficam muito bem juntos. - Ele me da um olhar significativo.

– Somos bons amigos. - Sorrio para ele.

– As coisas começam assim sobrinho. - Ela para um momento me olhando - Onde está Damon?

– Está conversando com a Polícia também.

– Porque? - Ele olha surpreso para mim

– Ainda não sei ao certo, preciso conversar com ele primeiro.

– Tudo bem. - Ele se afasta, senta e volta a analisar seu documentos Meu tio sempre nos deu a liberdade de cuidarmos de nossos problemas sozinho e que sempre estará lá quando precisarmos.

Uma hora depois já tinha feito todas as minhas obrigações e sai da garagem bem satisfeito com o estado do meu carro. Tirando a poeira que estava en cima dele tudo está no lugar.

Saio da garagem e vou para a sala, Zach que não está aqui mas seus papéis continuam espalhados. Meu celular ficou na garagem e voltou para buscar mas barulho familiar do carro me chama a atenção e sei que é Damon chegando.

A porta da sala se abre e me encosto na parede. Ele coloca a mochila no chão e a chave na mesa e se vira pra mim. Não digo nada e ele também somente fica parado me encarando . Não quero julgar e nem o acusa-lo de nada.

– Precisamos conversar. - Ele é o primeiro a quebrar o silêncio.

– Pode falar. - Pela expressão de vergonha em seu rosto eu tinha certeza que alguma coisa aconteceu.

– Eu não sei ao certo como te dizer.

– Me contento com a verdade Damon.

Comecei a ficar um pouco nervoso com a enrolação dele.

– Na festa eu estava muito bêbado e você se lembra. Liguei e briguei com Bonnie e realmente estava fora de mim - ele se encosta na lateral da porta

Eu ouvia tudo o que ele dizia sem mover um músculos mas a raiva começava a aparecer a medida que ele ia falando

– Continuei bebendo a noite toda, acabei encontrando Elena e meio que aconteceu...

Continuei escutando em silêncio tudo o que ele falava. Tendo o cuidado para não interromper.

... Depois que aconteceu eu não te encontrei peguei carona com alguém e vim para casa. Ai de manhã eu fui te contar mas você estava todo mal porque viu o Matt com ela e eu não soube como te dizer irmãozinho.

– Por que não me contou quando voltei? Ou quando estava fora!? Três meses Damon!

–Eu não sei o que dizer, não tenho nenhuma explicação fui um idiota. E ainda não contei para Bonn.- Ele diz se aproximando. Tinha me esquecido que Bonnie está na equação - Vergonha. Confusão...

– Covardia. - Eu completo.

– Achei que vocês voltariam.

– Isso eu te garanto que não vai acontecer.

– Tentei te contar várias vezes, um telefonema, ir lá te visitar mas simplesmente fiquei paralisado. - Ele deu um passo em minha direção, mas coloquei as mãos pro alto e dei um passo para trás. - Você me odiaria e eu não consegui contar.
–Eu não te odeio. - digo no automático, mas sem ter certeza. - Não gosto muito de você no momento. Eu só não entendo, como você pôde fazer isso? Parou para pensar em mim? Seu irmão.

– Não foi internacional Stefan. Apenas aconteceu.

– Sabe como eu me sinto?

Ele não responde, fica me encarando.

–Nada bem é como eu me sinto. Eu olho pra você agora e não te reconheço. Você nao pode ser meu irmão porque ele nunca faria isso comigo.

Ficamos ali parados sem dizer nada por um tempo que não faço ideal. Minha mente começou a ir para lugares nada agradáveis. Fecho os olhos para respirar, tentar me manter calmo, mas não parece estar funcionando. Ela não, como ele pode fazer isso comigo. Ter bebido ou até mesmo brigado com a Bonnie não é desculpa. Minha mão começa a tremer e a fechou para poder me controlar.

– Sinto muito - Ele diz

– Sente muito? Agora Elena desapareceu e eu sou principal suspeito! E claro , por que não, afinal ela me traiu com meu irmão!

– Irmão - Damon se aproxima.

Não quero mais ter essa conversa, preciso pensar e ficar longe dele um pouco. Viro as costas e vou em direção da garagem.

– Stefan.

Ele coloca a mão no meu ombro e não consigo segurar. Sim várias emoções mas neste momento a raiva me dominou. Sinto o estalar dos meus dedos quando meu punho acerta em cheio sua mandíbula. Ele assustado com a minha reação levanta a mão para se proteger, mas o acerto de novo. Ele cai de costas no chão da cozinha e vou para cima dele. Não consigo me controlar e acerto mais um soco. Escuto um alto estalo no impacto da minha mão com o canto superior de seu olho, sinto meus dedos mas sei que ele sentiu mais.

– PAREM COM ISSO.

Zack segura minha camisa e me joga pra trás, fica ali olhando chocado com a cena. Damon no chão segurando o rosto, consigo ver o sangue escorrendo pela testa e eu pregando encostado na banca sentido minha mão doer. Dou um passo para frente.

– EU MANDEI PARAR - Ele se coloca no meio e me empurra de novo para trás.

Olho de novo para Damon no chão, para meu tio parado na frente dele. Olho para minha mão e ela está machucada.

Deixo eles na sala, pego meu celular na garagem e saio de casa. Começa a anoitecer e percebo que andei por um bom tempo sem direção, e quando percebo estou perto da casa de Caroline. Pego meu celular no bolso e ligo para ela.

– Esta tudo bem? - Ela atende no primeiro toque e automaticamente sorrio.

– Não.

– O que aconteceu? - Ela pergunta.

Fico em silencio revivendo a cena e minha mente.

– Stefan, voce esta ai? - Ela parece preocupada.

Por que andei ate aqui? deveria ter ido para um bar, para casa de algum amigo. Percebo que Caroline é minha unica amiga, e a pessoa que eu gostaria de estar. Mas não quero que ela me veja nesse estado. Mas não quero voltar ...

– Estou, preciso conversar com alguém. - Finalmente digo - Posso ir para a sua casa?

– Claro, estou te esperando. -Ela nem espera eu terminar a pergunta para responder.

– Estou chegando

Desligo o telefone, coloco minha mão machucada no bolso e vou para a casa dela.