3 Semanas com a tia Alice escrita por Lucy


Capítulo 9
Capitulo 8 - Desencontrados e desentidos




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4 dias depois...


Rafael continuava ausente de todas as maneiras, não era por causa do facto de sua namorada ter uma sobrinha em casa pelo qual tivesse de reter maior parte de suas anteções, até porque ele gostava de ver o modo como Alice era carinhosa para com crianças, que no fim de contas eram talvez o se chama de ser humano mais angelical e doce.


Por vezes assistindo a tanto afecto até se acendia uma subita vontade de ser pai, porém, também a mesma vontade terminava assim que lembrava do quanto tudo podia mudar, ou sequer imaginar ver a namorada sozinha criando o filho de ambos. É certo que um dia isso ia acontecer, até porque não seriam apenas eles os dois a vida toda, e larga era a sua ideia de aumentar a familia pelo menos até 4 membros, nunca aumentando muito a pensar na economia e nas possibilidades de partilhar tarefas e atenção.


No entanto, agora era cedo para pensar em um vida desse nivel, com tantas tarefas e horas ausentes que tinha ao longo dos ultimos meses, pois sua empresa estava a evoluir, e como todas as empresas em expansão, tudo é uma questão de tempo até criar raizes no mercado. Por isso um filho agora estava fora de qualquer tipo de cogitação. A menos que pudesse pensar em adotar um cachorro que era tanto uma bela companhia e não dava tanto trabalho a criar.


Ele sorriu com essa ideia ao entrar em casa em plena noite, em que sua namorada estava deitada no sofá agarradinha a menina que aninhada em seus braços dormia que nem um anjo.


Ele não a queria acordar, e muito menos ver sua rabugice, que bom era cá um problema e ele tão bem conhecia a namorada para evitar fazê-lo. Então dali ele seguiu para o banheiro para poder tomar um belo duche quente e relaxante ao qual em seguida teria sua cama a sua espera, embora não sendo uma cama vazia que ele esperava ter, contudo, Alice dormia lá, e lá iria permanecer até acordar.


Horas mais tarde, a morena acabou por acordar completamente dorida e com a cabeça a doer de ter dormido no encosto do sofá, ainda mais quando tinha uma criança a dormir quase em cima de si. É obvio que bateu compaixão e não teve coragem de acordar a menina, que com cuidado a pegou no colo e a levou até a cama do quartinho de hospedes, onde os lençóis estavam prontos para a receber.


Depois de deitar a menina, Alice caminhou até ao quarto e quando abriu a porta, viu a Rafael a dormir num sono tranquilo, a tanto tempo que ambos estavam desencontrados, e apenas se viam na hora de deitar, ou já nem isso. Por um lado, ela temia que o namorado estivesse meio afastado por causa da menina, mas outras vezes levava as suas ideias até a causa do trabalho, que já era algo que ocupava muito a cabeça de alguém.


A morena acabou por deitar na cama com algum cuidado, não tinha intensão de o acordar, pois já era tarde, ou mais que tarde para continuar de olhos abertos, mas só então um outro pensamento preencheu sua cabeça de que estava acordada porque havia dormido no sofá e em contra partida estava de férias, o que animava imenso.


(...)


Ao clariar do dia, Alice acordou sentindo-se melhor, e quase que teve vontade de espreguiçar dentro da cama sem fazer alguém dela cair, porém quando ao apalpar os lençóis ao lado, ela sentiu aquela falta do calor que um corpo deixava soltar e logo abriu os olhos erguendo um pouco a cabeça e ver o lado dele vazio.


Ela suspirou novamente triste, nem um bilhete ele havia deixado para ela com algum tipo de desculpa. Alice virou-se para o outro lado pronta a checar o aparelho telefónico, e até ai ele não havia deixado nada.


– Porque ele sempre sai sem dizer nada? - perguntou ela alto demais, e temeu desde logo que a pequena pudesse ter escutado.


Tapou logo a cabeça com o travesseiro do lado e escondeu-se completamente, naquele momento ela só queria dormir mais um pouco e pensando bem, se ele não havia dito nada, era um problema dele.


Instantes depois, cheia de ficar a espera que a tia acorda-se, Candice fez as honras da casa saindo do quarto e em retorno de fazer algo, bateu na porta de leve de Alice. Obviamente a batida não ia ter resultado se a pessoa em si estivesse pegada num sono profundo, então a menina lá com alguma força contida nos pés se ergueu para rodar a maçaneta do quarto e só então adiantrar por ele dentro e saltar para cima da cama onde a morena dormia completamente tapada até aos olhos.


A pequena fez uma cara de caso quando a viu naquele estado, e levou mesmo seu dedinho até a cabeça dando um pequena coçadinha e pensou em alguma forma de acordar. Lá em casa normalmente era a avó que tinha a tarefa de tirar toda a gente da cama, e haviam aquelas vezes que nem acordar as pessoas de lá saiam. Candice precisava de tirar a tia de lá e proveitar o máximo do tempo.
Com alguma criatividade, ela olhou diretamente para o aparelho telefónico que era de uma ultima geração, ao qual seria perfeito para ter guardado um monte de musicas, fotos e mais coisas ainda. Sem demoras já a pequena desbloqueava o aparelho tocável a dedos, o que para si não era nenhuma novidade visto que sempre usava o do pai ou da mãe para aceder a internet e jogar aqueles jogos engraçados que agora passavam muito na tv.


Em procura achou algumas musicas conhecidas, como All Of Me de John Legend & Lindsey Stirling, entre outras mais, porém era necessário uma que a fizesse saltar da cama. Coçou atrás da orelha e lá numa tentativa clicou naquela que parecia ser altamente mexida. Quando o som do aparelho saiu, Alice pulou da cama num salto de gato, e ao olhar a sobrinha levou a mão ao peito como quem acaba de tomar um susto e suas feições mostravam que estava pronta a dar um belo raspanete, mas aqueles olhos, aquele sorriso não davam para ver num aspecto triste e choroso.


– Que susto... - sussurrou apenas.


– Acorda dorminhoca. - disse ela pousando o aparelho e em seguida colocar as mãos na cintura. - Prometi a Nina que ia me encontrar com ela no shopping, por isso tia tens de sair da cama, porque não posso ir sozinha. - disse ela em tom cordial.

Alice não sabiam quando elas haviam combinado isso, tendo em conta que não via Jasper e seus filhos a pelo menos 2 dias, mas pensando bem crianças tinham um génio fantástico para esconder tudo dos adultos.


– Há, foi? - fez-se surpreendida a morena que afastava levemente os lençóis pousando seus pés no chão frio e arrepiante para quem estava descalço e saido de um ninho quente.


– Sim, tia e já devias ter tomado banho, comido e estar pronta no carro. - alertou ela saltando para o chão e ir de encontro a porta. - Não demores, por favor. - implorou ela.


Não dava para não rir com tanta exigência de uma menina que estava a se sair mais no papel de adulta que a própria tia que mais agia que nem uma criança. Isso obviamente a envergonhava imenso, e depois ainda por cima Candice iria contar aos pais o resultados das férias e assim ficariam a saber como a morena se comportava na presença de um menor. "Oh não" pensou ela levando a mão a cabeça enquanto se encaminhava para o banheiro.


***


Por vezes os problemas podiam não só se resumir a falta de ser adulto perante uma criança, mas também a falta de carinho num casamento. Caroline há dias que andava a sentir essa falta no marido, e não gostava nada do rumo que a relação começava a envergar. Por outro lado, conversar com Damon sobre esse tipo de coisas era como entrar num julgamento em que alguém saia a perder, e neste sempre era a loira.


É certo que ela já tolerava bem o facto dele não querer ter filhos, ao qual era a uma boa amante de crianças, agora não era obrigada a tolerar também a falta de uma vida que ela própria merecia. Em diversas horas a sua cabeça voava tendo ideias absurdas de que tudo podia ter dedo de uma mulher, e que tal como o casamento do irmão fracassou, o seu podia ter o mesmo final.


Pensar nessas coisas a incomodava muito e naquele estante estava de frente para o espelho a passar a escova em seus cabelos loiros e bem definidos enquanto o marido atrás de si aprontava uma gravata nova, cujo ela não havia visto antes e levava a ter pensamentos errados o tempo inteiro, porque até onde sabia era sempre ela que ajudava ele a escolher as suas roupas e gravatas.

Naquele momento ela não conseguiu mais segurar a sua lingua e teve mesmo de aproveitar a sua alta coragem para o confrontar.


– Damon ainda me amas? - perguntou ela de expressão séria, enquanto ele que pegava na jaqueta a olhava com um sorriso nos lábios irónico.


– Oh Caroline, eu não estou contigo? Então é porque eu amo-te, por isso tira essa ideia parva da tua cabeça. - aproximou ele dando um beijo simples nos lábios dela que não tinham qualquer tipo de ação.


– Não são ideia parva. - protestou ela o afastando com a mão e daquele modo deu uns passos para o lado virando as costas e só então se voltar com coragem uma vez mais para ele que desta vez havia mudado de expressão também. - Essa gravata, quem comprou? - perguntou ela apontando com o dedo séria demais. - Foi a outra, não é? Diz-me, podes ser sincero, já que foste homem para dizer na minha cara que não querias ter filhos. - gritou ela batendo punhos na sua cintura.


– Não vais começar com os teus ataques de esterismo comigo, não é? - ela nada disse, ele continou. - Para Caroline, não existe nenhuma mulher, não ando a fazer nada para prejudicar nossa relação e por uma vez por todas acredita em mim, ou será que já não confias no teu próprio marido, hum?


Aqueles dois estavam a inciar uma discussão acesa, ao qual Esther na cozinha rezava para a virgem Maria, pedindo por tudo para que nada acontece-se, e na consequência de actos, a familia se esmurena-se.


As crianças que escutavam a gritariam correram até a cozinha abraçando-se nas pernas da governanta cheias de medo e temendo que algo feio acontecesse. Ambos gostavam gostavam imenso da tia, e não a queriam ver triste, por outro lado, também gostavam do tio Damon, embora mostra-se uma figura impacivel. A discussão continou e do quarto, passou para a sala, onde quem estava presente podia assistir de camarote.


– Não tens dado grandes motivos para acreditar em ti, Salvatore! - estérica, Caroline entrou na sala atrás do marido que preparava para sair, visto não aguentar mais os ataques sequenciais dela. - Não veres as costas para mim, ouvis-te? - e ele não fez mais nada, abriu a porta e saiu a batendo atrás de si em seguida.


Irritada e ela foi até a porta e a abriu gritando alto e bom som "COVARDE". Esther não gostava de a ver naquele estado então, pedindo com jeitinho aos meninos, ela foi de encontro a loira que em sua face derramava lágrimas copiosas.


– Chora no meu ombro, querida. - a loira encostou sua cabeça no ombro da senhora chorando imenso tudo o que estava a sentir naquele momento, a dor era grande, maior era ainda quando ela tinha aquela impressão que não apagava de forma alguma.


Jasper entrou na sala meio que pronto a intrevir quando viu que o cunhado já havia saido, mas estava agradecido também, por ver que a governanta estava a sendo aquele ombro que a irmã precisava. E com certeza vê-la assim, iria dar para si uma desculpa bem forte para ter uma daquelas conversas dificeis com o cunhado.


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