3 Semanas com a tia Alice escrita por Lucy


Capítulo 13
Capitulo 12 - Ameaças




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Sexta-feira dia da semana que marcava o periodo dos meio do mês que indicava que estava para breve o final das férias da morena, e que com isso também o final da estadia de Candice em sua casa. É óbvio que o lugar da menina era junto da mãe e do pai, mesmo que eles estivessem a passar a chamada crise do casamento. Embora, Alice acha-se que a irmã fosse bem dura consigo mesma ao facto de não conseguir abrir tanto a sua mente para clarear ideias e erros cometidos na relação.


Ainda assim, já ia lá uma semana desde que havia falado ultima vez com Cynthia, e desde então que não havia sabido de mais nada que não "o estou me divorciando", se bem que a morena não tivesse levado aquilo muito a sério, afinal tantas vezes a irmã ameaçava com aquilo e olhem só, já ia no tempo de ter a filha e a criar com ele. Só que desta vez, ali sentada na cadeira da cozinha a bebericar o seu café fresco de manhã cedo, tinha um pressentimento de que as coisas podiam não estar muito bem, e que loucuras Cynthia era capaz de fazer.


E porque aquele pressentimento era tão grande, e sua preocupação por vezes exagerada, Alice levantou da cadeira apanhando do acento do sofá o telefone de casa e discar o número da irmã. Enquanto esperava por ser atendida, pode ir até a porta e a encostar, não queria de maneira nenhuma que a sobrinha a escuta-se ou que tira-se conclusões precipitadas, se bem que ela ia saber mais tarde ou mais cedo o que estava acontecer em casa, mas que não fosse nem agora ou pela tia.


A ligação caiu na caixa postal, ela voltou a tentar insistente, e ao justo quarto toque, alguém atendeu e não era a irmã, porque aquela voz era mais fina, mais jovem menos amadorecida.


– Alô! - falou Alice querendo saber de alguma forma quem era.


– Daqui fala a psicologa de Cynthia, neste momento ela não irá atender, porque está no meio de uma consulta. - a morena ergueu uma sobrancelha, não tendo entendido ainda que sentido tinha a irmã mais nova estar num psicologo. - Tente mais tarde, e se for urgente ligue para outra pessoa. Obrigada e com licença. - e desligou a ligação na cara.


– Mal criada! - resmungou esta ao separar o aparelho da orelha.


– A falar sozinha tia?


Alice virou-se para a porta e olhou a menina com a mãozinha elevada na maçaneta e de pijama vestido. Os seus cabelos estavam totalmente desalinhados, demonstrando o quanto aquela menina havia acabado de acordar.
– Sim... - respondeu afim de pousar o telefone no encaixe da mesinha de centro. - Vem cá meu amor. - acenou para ela.


Candice atravessou a sala até ao colo da tia e num pulo sentou, ao qual as pernas da morena balançaram um pouco, tal como fazia para adormece-la em bebê. A menina acabou encostado a nuca no peito da tia, Alice beijou o alto da sua cabeça.


– A tia vai levar-te para a cama, porque ainda é muito cedo, ok?


Afirmou ela ao levantar do sofá e carrega-la no colo até ao quarto, onde a pousou com cuidado no cimo da cama e a tapou com os cobertores. Ficando meros minutos observando ela.


Quando finalmente retornou a sala, a porta da entrada abriu, a morena quase deu um pulo ao ver Rafael aquela hora e num estado de lástima.


– O que aconteceu? Onde estiveste? - perguntou ela batendo o pé no chão e fazendo cara feia às figuras do namorado.


– Meu amor desculpa. - falou ele ao aproximar dela todo desajeitado. - Fechamos um contrato com um novo sócio para a empresa e depois fomos comemorar, por isso sabes como é. - disse ele todo confiante. - Bebemos a noite inteira, boa música e companhia. - ela cruzou os braços não gostando nada de imaginar certas figuras.


– E divertis-te, ainda bem. - disse ela afastar dele. - Cheiras a alcool, é bom que tomes um banho. - alertou ela.


– É sério que vais me receber assim, nem um beijo? - ela revirou os olhos. - Sou teu namorado caramba. - reclamou ele. - Trabalhei que nem um louco e é este o agradecimento que recebo justo de ti? Mais valia ficar com uma das raparigas do bar da empresa que sempre arrastam asa para mim.


– Ótimo saber, podes ir a vontade, se é isso que queres para a tua vida. - falou desgostosa, e a verdade é que o seu humor já não estava dos melhores, e então com ele a provoca-la daquela maneira, ia piorar. - Vou preparar-me para sair, com licença!


– Vai pela sombra enjoadinha. - reclamou ele ao fazer uma careta enquanto se jogava no sofá.


(...)


Como Candice estava a dormir, e Rafael logo acabaria por fazer o mesmo, Alice aproveitou para descer no prédio e ir ao quiosque da esquina para comprar o jornal, ao qual fazia algum tempo que não o comprava, mas como já estava chateada e não tinha a minima vontade de encarar o namorado, a única saida que restava era passear pelo jardim, e aproveitar o sol da manhã para ler.


Ao aproximar-se na banca dos jornais, viu antiga conhecida, talvez aquela do dia em que havia ido com a sobrinha no shopping, que por conseguinte havia se encontrado com Jasper e filhos. Lembrava agora que essa mulher havia levado a filha consigo e que era alguma coisa a familia do recente amigo. Mas o nome? Qual era o nome mesmo?


Mesmo encabulada ali, Bella ao voltar para o lado viu Alice especada a olhando, e se questionou mentalmente se estava suja ou algo assim, porque a rapariga à sua frente parecia estática.


– Está tudo bem? - perguntou esta ao fazer um pequeno aceno com a mão direita, que por conseguinte era a mão livre, já que a outra pegava uma revista, a famosa "The Times".


– Oh sim, eu só não estou recordando o seu nome... - Alice acabou por confessar, mesmo que isso a deixa-se mais encabulada.


– Seu não, teu por favor! - pediu Bella simpática. - Sou a Isabella, mas trata-me por Bella, é bem mais fácil de lembrar. - riu ela levantando a mão para cumprimentar. - A prima do Jasper.


Uma luz se fez na cabeça de Alice, de facto havia esquecido tão drasticamente o nome daquela mulher simpática.


– Oh desculpa, é que tenho andado com a cabeça tão ocupada que esqueço completamente o nome das pessoas. - explicou ela ao virar com delicadeza ao moço da banca entregando umas moedas para o jornal e só então olhar a morena na frente novamente.


– Só nos vimos uma vez, mal falamos e além disso se eu fosse a lembrar do nome de todas as pessoas que eu atendo no meu consultório, seria considerada uma heroina. - afirmou Bella juntando a mala a si ao sentar no banco do jardim da redondeza.


– É verdade, e presumo que tenha muitos pacientes, não é mesmo? - perguntou curiosa Alice.


Elas ficaram ali animadas a conversar entre si, eram meras conhecidas que podiam se tornar boas amigas, e porque tudo nessa era possivel. E além disso, Alice sentia falta de uma amiga, e havia perdido a sua haja algum tempo, até porque Rosalie havia sido uma excelente amiga, e feito o tudo por tudo para que ambas nunca perdessem a amizade que tinham, mas infelizmente, a loira não teve escolha quando os pais chegaram naquele dia com a noticia de que iam viver no Canadá.


Ao inicio o impacto da noticia foi tremendo, e aceitação pela distância havia complicada para ambas as amigas que tinham tanto para continuar, e de uma hora para outra haviam perdido completamente o contacto. Agora Alice podia cultivar uma amizade, não que ela cria-se imensas expectativas sobre isso, mas era uma boa pessoa, e normalmente toda a gente a adorava.


***


Pronta e cheia de convicção de que ia ser recebida pelo ex-marido mais cedo que o combinado, Maria já tocava na campainha do apartamento, quando Jasper por acaso escutou e como estava a mera distância da porta e como Esther estava atrapalhada com algum afazer, abriu a porta sem dar ao trabalho de olhar o olho mágico. Surpresa foi ver que justo na frente estava a ex-mulher, a uma hora fora do combinado, e ainda mais cedo que o previsto.


– Devo ter contas pendentes com deus para ter de levar com o diabo da minha ex-mulher logo pela manhã. - resmungou ele enquanto ela entrava como se a casa ainda fosse sua.


– Deixa-te de piadinhas e resmungos matinais! - disse ela. - Onde estão meus filhos? - perguntou logo em seguida a pousar a jaqueta de couro que tinha no ante-braço.


– A dormir, onde deviam estar as tuas crianças ás 10 horas da manhã? - girou os calcanhares e foi até ao sofá sentando.


Esther ao ter tido aquela percepção correcta de ter escutado a voz da ex-patroa, adiantrou pela sala, um pouco para salvação de Jasper, que já fulminava a ex-companheira com os olhos.


– Deseja alguma coisa doutora? - perguntou ela com respeito, embora Maria não o merece-se vindo dela, quando muito nem respeito aos mais velhos esta o tinha.


– Olha, continua prestável. - gracejou.


O loiro já revirava os olhos face aquilo, ele não admitia a ninguém que falasse assim com Esther, pois mais que tudo, ela havia sido um mãe, babá, empregada e as vezes a dona de casa.


– Olha o respeito, Maria! - protestou Jasper, para desagrado da morena que deixava-se sentar no sofá de canto sem cerimónia.


– Chama os meus filhos, tenho alguma pressa e como tenho um fim-de-semana mais longo que o previsto, vou querer aproveita-lo ao máximo. - falou toda autoritária, e a governanta rendida recolheu-se.


– Deves achar que ainda mandas alguma coisa na minha casa. Que eu saiba no momento em que assinas-te os papeis do divórcio, perdes-te qualquer direito sobre este apartamento, e isso inclui as pessoas que para mim trabalham. - a morena cruzou a perna direita exibindo as suas pernas delgadas e hidratadas.


Pouco depois de começar uma troca de piropos entre o casal, apareceu na sala Nina de pijama colorido e com bonecos estampados de Hello Kitty. Já para não falar que não largava de forma alguma o seu ursinho teddy rosa da mão. Tobby apareceu uns segundinhos mais tarde, vinha a bocejar, e os olhinhos estavam tão cansados que Jasper já havia percebido que ele havia ficado agarrado ao ps4 a jogar uma noite inteira.


– Meus amores perfeitos!


Maria levantou do sofá dando uma breve ajeitada nas pregas da saia negra, meio que de ganga e causal para alguém que não largava a faceta formal. Abriu os seus braços longos e magros para abraçar as duas crianças, e em pulos eles aproximaram da mãe abraçando esta.


– Mamã! - falou Nina, aninhando no colo dela, ao qual recebeu imensos beijos.


Jasper que a tudo assistia em silêncio não podia negar que Maria não gostava dos filhos, porque sempre que os vinha visitar nas alturas correctas ao distipulado em tribunal. Talvez eles até se encontrassem outras vezes, mas o pai nunca sabia disso, e a mãe dos seus filhos muito menos abriria boca.


Tobby logo após abraçar a mãe afastou-se, talvez fosse para ir se trocar, já Nina não largava de maneira nenhuma a mãe, e o loiro necessitou mesmo de a tirar dos braços, para grande desagrado desta.


– Pai! - reclamou a menina ao ser pousada no chão.


– Filha vai vestir-te, e prepara a mochila para o fim-de-semana. - indicou a morena ao qual num ápice, já a garotinha corrida pela sala até ao quarto. Então esta se virou para o ex-marido com um sorriso presunçoso.


– Mais alguma coisa, Jasper?


– Vou falar com o meu advogado!


Saiu da sala direto até ao seus escritório onde tinha uma pilha de livros e papeis, quadros de cortiça com muitos dos esquemas de leis da fisica quantica. Ele sentou na sua cadeira afundando sua cabeça no encosto e como ela girava, ele deu algumas voltas nela e só então pegou o aparelho da mesa de trabalho e discou da lista telefónica o contacto de seu amigo.


Por outro lado Royce estava ocupado defendendo um caso importante em tribunal quando por mira do acaso, o seu aparelho começou a tocar. O promotor de acusação do arguido que este defendia o olhou com uns olhos de acusação de "você está a infragir as leis do tribunal". Então, ele pediu licença para que pudesse desligar o aparelho e pensar consigo mesmo, "quem for que espere". E então retornou a sua defesa, antes que o seu trabalho para ganhar o caso fosse no vácuo.

Já a espera disto, Jasper desistiu de ligar quando à segunda tentativa a chamada caiu na caixa postal.


– Onde está o meu advogado quando preciso dele! - resmungou afastando da mesa com o pé e a sua cadeira começou a girar.


Contrariamente ao pensamento que o loiro tinha naquele instante, a morena mexia em seus lindos fios de cabelo amadeixados de tonalidades azuladas, dando o ar de metalizado e altamente atraente. Uma coisa é certa, Maria era uma mulher vistosa, atraente, e não havia homem algum que não tivesse pensamentos preversos com sua pessoa. Muito embora, ela não desse a minima importância a esses homens, se bem que no momento ela não tinha nenhum vista.

A pequena apareceu na sala, a mãe logo levantou, instantes depois também Tobby.

– Ótimo, podemos ir! - disse ela por fim, mas logo a filha que não dava a mão a mãe, disse.


– Não vou sem antes dar um beijo ao pai. - a morena deu de ombros pegando a mochila de rodinhas da filha, enquanto ela corria para lá da sala, escutando o toc toc da porta.


Quanto Nina voltou, acabaram por sair batendo a porta da entrada. O pai dos miudos conseguiu finalmente sair do seu escritório, porque agora não tinha mais de encarar a mulher. Esther achava que o patrão ao não querer encarar a mulher era devido a ter alguns sentimentos por ela. Apesar claro do pior dos caracters que pudesse ter, mas não deixava de ser boa mãe. Na verdade essa era a unica coisa boa que Maria tinha, e assim Jasper queria manter, até porque os filhos mereciam os pais presentes, independentemente de estarem separados legalmente.


– Ainda bem que já foram! - comentou ele ao entrar na cozinha e ver Esther fazendo um bolo de laranja que o rapaz tanto gostava.


– Bolo? - perguntou ele aproximando da senhora roubando um pouco da massa com o dedo e levar a boca. - Hum, cada vez melhor.. - comentou ele ao rir e encostar-se na banca.


– Eu sempre faço bolo, menino. - disse ela o olhando enquanto mexia a massa até ficar menos espessa. - Mas hoje fiz especialmente de laranja, porque a menina Isabella vem cá. - Jasper abriu um sorriso rasgado, ele adorava conversar com Bella, porque ela sabia sempre o que dizer.

– Como eu não sei de nada? - ele fez ar de resingão.

– Porque a menina quando ligou, você estava no escritório e como sabe, nunca o interrompo, e além disso a menina Isabella foi clara quanto a querer ser supresa.

– Mas acabas-te de confessar, Esther! - falou ele ao roubar mais uma porção da massa com o dedo e levar uma palmada na mão da governanta.


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