The Rebellion escrita por Vicky


Capítulo 6
Only Hick


Notas iniciais do capítulo

Hey amores!
Aí vai mais um capítulo quentinho para vocês!Eu demorei muito?Bem isso foi por causa da escola e pela falta de criatividade,MAS agora que estou completamente de férias não demorarei tanto!
Eu realmente espero que vocês gostem deste capítulo,pois eu amei e estou muito empolgada para escrever o próximo!
Boa Leitura Walkers!



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—Esse é ele mamãe? - Perguntei, ainda com a foto em mãos.

—Sim, docinho, é o seu papai. - Respondeu ela, afagando meu cabelo.

—Ele é assustador... - Analisei a foto, os dois usavam o mesmo colete.

—Não é? - Seu riso abafado me fez sentir acômodo - Eu também pensava isso quando nos conhecemos, mas ele não é nada assustador, é apenas...caipira ao seu modo.

Um barulho alto ecoou pelo ar.Meus olhos, rapidamente, se abriram e arderam com a claridade.O céu estava fechado e escuro; o vidro do carro de Aaron estava embaçado e frio; o carro bem cuidado estava parado sob a leve névoa do final de tarde.Olhei para o banco traseiro e suspirei aliviada por Ash ainda estar lá respirando, a única coisa que me preocupou foi Aaron pois ele não estava mais lá.

Me inclinei sobre o painel do veículo para enxergar melhor entre a neblina que circulava do lado de fora.Pude ver uma grade alta, haviam várias cargas de caminhões enfileiradas.Olhei para a janela do motorista, do outro lado estava a moto de Daryl...sem ele.O que aqueles panacas estavam pensando em fazer em um lugar daquele?Eu não sabia.

—Droga... - Disse, já pegando a mochila e o arco.

Abri a porta tentando fazer menos de barulho possível, afinal estávamos em meio ao nada.Estava muito mais frio do lado de fora, eu realmente estava querendo um casaco.Olhei em volta, eu não via nenhum sinal de errante ou de Aaron e Daryl; haviam muitas árvores, como as que envolviam a casa onde eu tinha me escondido com Ash, e isso significava que não tínhamos ido muito longe.Eu não ouvia nada, nem grunhidos, nem gritos, nem passos...apenas o vento sussurrando por entre os galhos.Respirei fundo.

Apressei o passo até a grade, parecia ser um tipo de portão.Aquele lugar parecia uma garagem de fábrica, uma fábrica de enlatados.Estirados no chão, bem a frente do portão, haviam alguns desmiolados mortos e à alguns metros duas figuras familiares.

—Hey! - Elevei a voz chamando o homem de jaqueta pesada e o de colete de anjo - O que estão fazendo?!

Pude notar que Daryl se virou e fez um sinal de “fique quieta aí” para mim.Meu primeiro impulso foi fazer um sinal com a mão, um sinal que minha mãe me mataria se visse; mas eu resolvi não fazer e só ficar quieta onde eu estava.Eles estavam se aproximando da fileira de cargas de caminhão e nelas estavam impressas latas desgastadas de comida.Parece que ninguém resiste a caminhões de comida enlatadanem mesmo pessoas que já tem isso e ainda mais.

Coloquei o arco no ombro e as mãos sobre a grade, tentei empurrar os corpos para longe do portão, para facilitar a saída dos dois cabeças duras,foi aí que escutei uma coisa estranha.Passos, não desajeitados como os dos walkers, eram de um humano.Tentei me concentrar para poder escutar melhor, quando ouvi um barulho muito alto e um grito.Virei minha cabeça tão rápido que fiquei tonta.

Todos os containers tinham sido abertos e não havia comida dentro deles, mas uma grande quantidade daqueles desmiolados.Estavam todos saindo, de uma só vez, com todo o vapor tentando pegar um pedacinho de Daryl e Aaron.Como uma...armadilha preparada para outra pessoa.

—Droga! - Gritei, tentei abrir o portão, mas o mesmo pesava muito - Merda, gente!

Estava começando a escalar a o portão quando escutei um grito rouco.

—Fique onde você está! - Daryl elevou a voz.

—O quê?! - Elevei a voz também,ainda tentando escalar a grade - De jeito nenhum!

—Não se mexa, Avalon! - Gritou Aaron, seguindo Daryl por entre os containers.

Haviam muitos deles, era a maior quantidade que eu já tinha visto em um único lugar.Já erapense em algo útil Avalon, pense.Daryl e Aaron tinham entrado debaixo de um caminhão que permanecia carregado, a multidão estava toda envolta do caminhão.Eu estava tentando abrir o portão,que ainda não queria ser aberto;vi que Daryl saiu debaixo do caminhão com uma corrente em mãos, seguido por Aaron, e isso se tornou uma arma contra alguns errantes.

Tirei o arco do ombro, puxei uma flecha da mochila e a posicionei, estava prestes a soltar o fio brilhante, que dispararia a flecha, quando Daryl e Aaron se refugiaram dentro de um carro.A multidão que os perseguia estava toda envolta do veículo onde os dois tinham se refugiado.Abaixei o arco e soltei o ar, o que eu ia fazer?No que aquilo ia ajudar?Só ia fazer eu perder mais flechas.Só é preciso uma distração.Passei o arco para o ombro, com a flecha em mãos.

—Hey! - Gritei - Venham me pegar, idiotas!

Menos de uma dúzia ouviu o meu chamado, já era um começo.Quando chegaram perto o suficiente da grade eu comecei a trabalhar; nunca tinha furado crânios por uma grade, era bem seguro e servia para descontar a raiva.

—Quando for seguro o suficiente, vocês saem! - Gritei, mais uma vez - Vocês vão sair dessa!

Chamei mais alguns errante para perto da grade, sem sucesso.Daquela vez apenas meia dúzia resolveu seguir o caminho da minha voz.Assim não vai dar, pensei, vamos seus babacas.Os corpos jaziam no chão bem ao lado da grade, tentei chamar mais a atenção deles só que assistir dois homens armados dentro de um carro era mais interessante do que tentar pegar uma garota maluca do outro lado de uma grade.

—Merda... - Suspirei, tentando pensar em outra coisa, até escutar os passos novamente.

Me virei, lentamente, para prestar um pouco mais de atenção no som e...meu coração pulou brutalmente.Um homem mascarado e encapuzado permanecia parado ao meu lado, não consegui me mover pois aquilo era bizarro demais.A figura mascarada se virou para mim, e depois para o carro cercado por walkers, e então se revelou.Um homem alto e negro me olhava fixamente, ele tinha um olhar um tanto estranho e isso me fez engolir o seco.

Eu abri a boca para falar mas reconsiderei e a fechei.Antes que eu pudesse pensar em algo para fazer o homem escalou a grade e passou para o outro lado; ele correu até o veículo cercado e, com uma facilidade admirável, abriu caminho.Eu não consegui ver o que estava acontecendo, realmente, ali mas consegui ver Daryl, Aaron e o moreno correndo para onde eu estava.Rapidamente puxei o portão, com toda a força que eu estava disponível a gastar, e ele não demorou a se abrir; os três passaram para o meu lado e fecharam o portão, que ficou cheio de errantes brevemente.

—Jesus! - Soltou Aaron, ofegante - Isso foi...bem perigoso.

—Vocês estão bem? - Perguntei, franzindo o cenho.

—Por pouco, mas sim. - Respondeu Aaron, logo depois de Daryl assentir com a cabeça.

—E você garota? - Perguntou Daryl, colocando a mão no meu ombro.

Assenti com a cabeça, um pouco tocada.Eu realmente o conhecia e eu sabia que o fato de eu conhecer ou não era muito importante.

—Muito obrigado, - Agradeceu Aaron, ainda tentando recuperar o ar - você tem um lugar para ficar?Porque nós podemos te ajudar, temos um lugar; tem eletricidade, comida e tudo mais.

Qual é o seu problema, Aaron?Não diga isso livremente.

—Eu agradeço, mas eu não posso - Disse o estranho, tirando um tipo de mapa do casaco - Eu estou procurando um lugar, podem me dizer onde é?

Ele entregou o mapa a Daryl, que não parecia muito convencido.O caipira franziu o cenho enquanto lia alguma coisa no mapa.

—Qual seu nome? - Perguntou Daryl ao moreno.

—Morgan...meu nome é Morgan - Respondeu ele.

Daryl entregou o mapa de volta para o tal Morgan.

—Isso explica muita coisa - Disse Daryl, me empurrando para frente com a mão livre - Você vem com a gente.

—Como? - Perguntou Morgan.

—Você quer ver o Rick, certo? - Completou Daryl, ainda me empurrando, estava na hora de ir.

Morgan demorou um pouco para aceitar a proposta, mas acabou nos seguindo.Quem diabos era Rick?Eu não sabia dizer, a única coisa que eu sabia era que Daryl e Aaron começaram o dia sozinhos e terminariam ele com um homem misterioso, um velho machucado e uma pirralha teimosa(tecnicamente eu).Estávamos quase nos afastando do lugar quando eu olhei para trás e vi uma coisa.

—Ei...o que é aquilo? - Disse, parando os três homens e apontando para o carro onde Daryl e Aaron tinham se refugiado - “Os lobos não estão longe”.

Notei que Daryl deu um olhar preocupado a Aaron, aquilo era muito bizarro, como tudo estava sendo naquele dia.

—Vamos continuar - Morgan parecia saber um pouco mais do que nós.

Assim Daryl voltou a me empurrar a sua frente, para que eu não me distraísse com aquelas coisas novamente.

—_____ ______

Aquela estrada de terra era bem silenciosa comparada com o amontoado de desmiolados presos naquela garagem de caminhões.Os veículos não estavam muito longe mas estavam um pouco escondidos e com Ash dentro de um deles.Não demorou muito para chegarmos até lá só que dessa vez havia mais uma pessoa.

—Certo, acho que você vem comigo Morgan - Disse Aaron, abrindo a porta do carro.

—Vocês sabem o meu nome, mas eu não sei o de vocês - Argumentou Morgan, ele tinha um tipo de bastão ou sei lá o que, parecia gostar muito dele.

—Eu sou Aaron e aquele é Daryl - Disse Aaron, apontando com a cabeça para o caipira.

—E você, menina? - Perguntou o moreno, se dirigindo a mim.

—Avalon. - Respondi o encarando.

—Se você vai com ele, garota você vem comigo. - Disse Daryl, subindo na moto que parecia ter sido consertada com peças diversas.

—Espera um minuto, eu não vou subir em uma moto.

—Qual é o problema?Sobe logo.

—Minha mãe era bem restrita quando o assunto era motos e estranhos. - Pensei alto.

—Então como você quer ir?Quer que eu te amarre no teto do carro? - Disse o caipira, com um sorriso irônico nos lábios cobertos pelo bigode.

Bufei, eu odiava a ironia alheia pois só eu podia ser irônica.Subi na moto com o cenho franzido.Já tinha quebrado três das quatro regras que minha mãe impunha a mim:Eu tinha falado com estranhos, seguido estranhos e subido em uma moto...de um estranho.Só o que faltava era um deles me oferecer um doce.Eu vou me arrepender?Sim, eu vou.

—Se eu morrer, minha mãe vai me matar pela segunda vez pois já estarei morta. - Disse colocando os braços em volta do torço do caipira.

—Não se preocupe, Avalon, não estamos longe e é só uma moto. - Afirmou Aaron, já dentro do carro, junto a Morgan.

—A moto não é a maior das minhas preocupações. - e sim quem a está dirigindo.

—Vamos, ele não é tão assustador assim! - disse ele, já dando partida no carro.

Ele não é assustador, pensei, apenas...caipira.E esse é o problema.Daryl ligou a moto e deu partida, aquela sensação era estranha, a de estar montada em uma moto, quero dizer, era como se eu estivesse levantando no ar.Nós fomos na frente do carro de Aaron, de acordo com o homem de casaco pesado não estávamos longe e isso me dava uma ansiedade estranha.

Barulhos abafados vinham do céu e gotículas de água caíam sobre nossas cabeças.O vento estava realmente frio e eu não estava com roupas pesadas para me aquecer.Daryl estava todo vestido de preto com um casaco de couro e o colete por cima;o fato de o colete ser igual ao da minha mãe e ele ser um tanto...caipira demais me incomodava.Sem chanceé muita idiotice pensar em uma coisa dessas agora.Fato, era uma idiotice não pensar naquilo.

—_____ ______

A noite caiu e a temperatura também, o nosso trajeto não foi tão rápido como Aaron tinha previsto mas também não foi muito longo.Andar na moto do caipira não foi tão ruim, mas eu tenho certeza de que se minha mãe tivesse visto me daria um belo de um sermão.

—Quem foi que fechou essa droga? - Perguntou Daryl a ninguém em específico.

—Por que a pergunta? - Perguntou Aaron, ainda dentro do carro.

—Porque essa merda está aberta. - Respondeu o caipira abrindo o portão por inteiro e voltando para a moto.

Quando a moto passou pelo portão eu pude ver, o lugar era imenso e lembrava...o passado, muitas casas enfileiradas e pareciam novas.Nada de corpos ou sujeira, era apenas grama bem aparada e uma rua bem cuidada.Meu queixo caiu com aquela vista, eu até poderia chorar se eu ainda conseguisse; Aaron estacionou o carro perto do portão e Daryl fez o mesmo com a moto.

—Parece que estão tendo uma reunião. - Disse Aaron, apontando com a cabeça para uma luz alaranjada não muito longe - Alguma coisa séria aconteceu.

—Só tem um jeito de descobrir. - Concluiu Daryl, me ajudando a descer da moto e logo indo em direção à luz alaranjada.

Ahem...Só para lembrar que tem um idoso, machucado, dentro do carro. - Avisei, com os braços cruzados.

—Ah!Claro. - Aaron voltou ao carro - Desculpe.

—Onde está o Rick? - Perguntou Morgan, ainda segurando firmemente o bastão.

—Com sorte ele está na tal da reunião. - Respondeu Daryl.

—Calma, calma! - Gritou Aaron.

Ashton tinha acordado e estava com olheiras terríveis, tinha agarrado o colarinho da camisa de Aaron e não parecia feliz.

—Ei, ei, calma aí velhote. - Disse apressando o passo até Ashton.

—Q-Quem são...? - Perguntou Ashton com a voz rouca, eu senti falta daquela voz.

—São a ajuda, confie em mim. - Afirmei, já a frente dos dois - Agora solta ele.

Ash demorou um pouco para fazer isso e ainda fez com o cenho franzido.

—Agora vamos, se apoia em mim. - Mandei, já ajudando-o a se levantar.

—Certo...

Ele realmente era pesado para um idoso, mas julgando pela altura era mesmo para ser.O furo em seu ombro tinha parado de sangrar, por sorte, mas parecia pior do que antes; eu estava conseguindo ajudar ele a se estabilizar quando escutamos um grito.

—Droga. - Disse Daryl, pegando o outro braço de Ash, passando pelo ombro e andando depressa, comigo ao lado.

Aaron foi na frente seguido por Morgan, que parecia muito calmo.Com Daryl ajudando não demorou para chegarmos lá, pois ele era um bocado mais forte do que uma menina de dezesseis anos, e eu não sabia se chegar lá rápido era muito bom pois conseguimos ver uma coisa.

Um homem, com o rosto coberto por sangue escuro e curativos, apontava a arma para a cabeça de um outro homem, esse tinha um facão em mãos, que tinha acabado de ser estourada.

—Rick...? - Perguntou Morgan, parecia muito mais aliviado.


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Notas finais do capítulo

Quem diabos era Rick?E porque Morgan estava vagando as estradas para encontrá-lo?Avalon não sabia dizer.
O fato de o pai desaparecido de Avalon ser muito caipira, e o fato de Daryl ser caipira e usar um colete igual o da mãe da menina era como se as duas coisas estivessem ligadas, mas não podia ser...podia?E por que diabos aquele lugar era tão normal?
Não perca no capítulo 6!
P.S.-Todas as imagens dos capítulos anteriores foram atualizadas ^^