Acho que peguei o caminho errado, não?

—Hannah Hook

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—Ops... – Foi tudo que Carmim conseguiu pronunciar antes que o casulo de abelhas da árvore onde Ally bateu a cabeça caísse no chão. Ela não tinha imaginado um casulo. Por que cargas d’água ele estava ali? De qualquer modo, não demorou muito para que Chris parasse de correr em direção a namorada para correr na direção oposta, fugindo das abelhas.

—Nada bom – falou Gart, que ela já tinha até esquecido que estava ali de tão silencioso que estava – Então, se eu for lá comprar uma pipoca enquanto você resolve isso tudo?

—Você. Fica. – ela falou, dando um gritinho assustando quando as abelhas alcançaram Chris. Ela pensou no que Becky tinha dito sobre o pânico dele de abelhas, e começou a entender quando a pele dele começou a inchar feito um balão – Isso é ruim.

—Ah vá? – Gart a encarou de forma reprovadora – Eu disse que isso era uma má ideia. Eu deveria ter ido procurar Rebecca em vez de ouvir a Hannah e vir com ela atrás de você. Para de reclamar Gart, ela disse, a gente tem que impedir que ela faça alguma besteira. Como se alguém conseguisse impedir... Olha lá, a diretora!

—Se abaixa – grunhi Carmim, puxando o outro para baixo - Droga, acho que estamos um pouco encrencados, não?

...

“TODOS OS ALUNOS DO ÚLTIMO ANO POR FAVOR COMPAREÇAM NA ENFERMARIA” A voz da Fada Madrinha ecoou nos alto-falantes “JAY E CARLOS, POR FAVOR COMPAREÇAM NA ENFERMARIA”

—Isso não é nada bom – gemeu Jay – O que será que aqueles cinco aprontaram?

—Talvez não tenham sido eles... É, bem... Certo... – ele suspirou – Cinco pratas em que a culpa é da Hannah.

—Cinco que é da Carmim – falou Jay, enquanto os dois se levantavam e iam correndo para a enfermaria, mas pararam no meio do caminho – Droga.

—O que foi?

—A Audrey tá aqui – ele grunhiu, apontando para a garota saindo de uma sala – Ela anda meio estranha ultimamente, desde que a gente terminou e... 

—Certo, enfermaria – Carlos falou, puxando o ouro pelo braço.

...

Droga. Pensou Hannah, correndo pelos corredores tentando lembrar onde ficava a enfermaria. Eu sabia que isso não ia dar em boa coisa.

—Hey, calma ai – riu Will, quando ela quase esbarrou nele ao virar um corredor – Fugindo do diabo?

—Er... Indo para a enfermaria – ela falou, corando, e rapidamente acrescentou – Mas acho que peguei o caminho errado, não?

—Ou o caminho certo - ele falou, e os dois coraram - A Enfermaria – Will riu, segurando o ombro dela e a virando para que visse a grande placa a algumas portas do outro lado do corredor – É ali.

—Ah, certo. O-obrigada – ela falou, depois começou a resmungar algo como “como eu não vi aquilo antes?”

—Então, ela sua pressa eu diria que você sabe por que estamos aqui – ele começou.

—Sinceramente, eu não faço a mínima – ela deu os ombros – Mas acho que não é nada bom...

—Então...

—Então... – ela imitou, enquanto os dois ficavam parados um de cada lado da porta.

Will abriu a boca para falar algo, mas antes que pudesse de fato faze-lo Becky apareceu correndo do mesmo corredor onde Hannah havia saído.

—E então? O Que que ouve? – perguntou a loira, puxando os cabelos para um lado.

—A gente ainda não sabe – falou Will – Não entramos ainda.

Nesse minuto uma confusão começou a se ouvir dentro da sala, e então alguém começou a gritar.

—Ally – Will e Becky falaram ao mesmo tempo, e entraram correndo deixando Hannah no corredor. Em poucos segundos uma sensação de solidão e abandono tomou conta da morena, de uma forma que ela não soube explicar. Ela balançou a cabeça e empurrou a porta.

...

—FOI ELA! – gritou Ally, sentada em uma cama na enfermaria, apontando para Carmim – EU VI ELA! Estava no terraço com aquele ali!

Carmim engoliu em seco, não por causa das acusações de Alison, é claro. Ela parecia tão louco que nem mesmo Carmim acreditava que era ela que tinha feito aquilo. O que a deixou tão perturbada foi o braço vermelho e inchado de Chris, sentado na cama após a da loira. Eles haviam dado algo para ele passa no rosto, que apesar de ainda ter alguns pontos vermelhos não estava mais inchado, mas seus braços estavam se recuperando mais lentamente enquanto ele espalhava o remédio.

—Eu? Por favor, você provavelmente tomou uma poção mágica ou algo do tipo – gemeu Carmim, como se tudo aquilo fosse uma grande besteira.

—VOCÊ ESTAVA LÁ! EU VI!

—Por favor Alison, se acalme – pediu a diretora – Carmim, você e Gart estavam no terraço?

—Er... Sim – falou ela, dando um passo atrás e se aproximando de Gart, que passou o braço pela cintura dela.

—E com qual objetivo? – perguntou a diretora.

—Gart me levou lá pra ver a vista... – ela falou, na melhor atuação de garotinha tonta possível – A gente queria ficar um tempo a sós... Pra, namorar.

As reações não foram exatamente como Carmim esperava. Becky e Will tinham os queixos caídos agora, a boca em 0. Alison gargalhava. Hannah parecia se segurar para não fazer o mesmo, tentando parecer tão chocada quando Becky. Hugo revirou os olhos, mas não disse nada.

Apenas uma reação chamou atenção de todos. Christian, que bebia um copo d’água, engasgou com o líquido, derrubando o copo no chão. Todos se voltaram para ele, e depois voltaram a olhar para o “casal”.

—Isso é verdade sr. Gart? – perguntou a diretora.

—É sim senhora – falou Gart, com seu melhor sorriso galanteador – Sabe, desde que saímos da Ilha eu e a Cacá aqui não ficamos a sós. Um garoto tem que passar um tempo com sua namorada.

—Certo, certo... – suspirou a diretora – Sr. Hugo, estava na biblioteca certo? Alguém pode comprovar isso?

—Os gêmeos White estavam comigo, acho que estavam planejando um projeto de ciências – ele deu os ombros.

—E eu estava ajudando na cozinha – falou Willian.

—Rebecca?

—Eu... Er... Estava assistindo o treino dos meninos na quadra – ela gaguejou, como se se envergonhasse disso, mas Hannah lhe deu um sorriso amigável e cochichou algo em seu ouvido que lhe fez rir.

—Hannah?

—Eu estava procurando Hugo – ela deu um olhar acusar para o outro – Charlotte Red me viu, ela pode confirmar se quiser.

—Não precisa. Certo, estão dispensados. Vamos levar isso como um infeliz acidente – suspirou a diretora – Podem ir.

—Melhoras – Cantarolou Carmim, acenando para os dois antes de sair da enfermaria e gargalhando assim que virou o corredor com Gart e Hannah.

—Bate aqui – riu Gart, estendendo a mão – Não acredito que nos livramos dessa.

—Nem eu. Você mandou bem – ela sorriu, e depois o encarou – Mas se me chamar de Cacá de novo eu mato você!

Os três começaram a gargalhar, parando apenas quando viram Queenie no corredor.

—O que ouve? – perguntou a menina, e sua cara confusa só fez com que eles tivessem outra crise de risos.

...

Mal só voltou para seu quarto a noite. Bella havia tomado mais tempo do que ela imaginava enquanto tomavam chá, a futura sogra parecia radiante com a ideia do filho se casar.

—Boa noite – falou Mal, entrando no quarto e se jogando na cama. Evie estava costurando freneticamente na sua máquina de costura, haviam dezenas de folhas de papel amaçados em volta dela. Evie só tinha esses ataques de inspiração frustrada quando estava realmente irritada. – O que ouve?

—Nada – grunhiu Evie – Só não tenho o que vestir hoje.

—Evie, você tem centenas de roupas que nunca usou guardadas – falou Mal, rindo, mas parou quando a outra se virou para ela. Ela olhou o vestido – Esse é bonito.

—Vou sair com o Doug hoje – a morena começou a mexer na sua caixinha de joias.

—Desde quando você fica nervosa para sair com Doug? – perguntou Mal, folheando o livro de feitiços enquanto a amiga se escondia atrás do biombo e saia com um lindo vestido azul com sinto preto, botas de salto, e parava na frente do espelho para fazer a maquiagem – Está linda.

—Quem sabe, se eu ficar bonita o bastante eu não arranje um pedido de casamento também? - ela falou, jogando uma bolsa sobre os ombros e pegando um casaco nas costas da cadeira – Não me espere acordada.

—Evie! – gritou Mal, mas a morena tinha batido a porta – Evie , espera!

Mas quando Mal chegou no corredor, ele já estava deserto. Ela suspirou, entrando para o quarto e batendo a porta com força.

...

—E ai? – Audrey perguntou, entrando na enfermaria e se sentando ao lado de Ally na cama – Eu soube do que ouve, onde está o Chris?

—Liberaram ele agora pouco, depois que as manchas sumiram – ela deu os ombros – Mas a enfermeira quer esperar para ver como está minha cabeça, ela disse que eu bati com força.

—Sim, ouvi falar nisso também... Quem você acha que foi? – perguntou Audrey.

—Carmim, a garota de cabelo vermelho – falou Ally, com cara de coitada – Ela me odeia, Audry. E todos acham que eu sou louca, nem mesmo Chris parece acreditar em mim.

—Eu não acho que você é louca – sorriu Audrey – Eu sei bem que as crianças da ilha dos perdidos tem seus... Truques.

—E você? Como está com toda a história do casamento? – perguntou Ally.

—É tão estranho. A um ano eu tinha tudo para ser a próxima rainha, e agora... Ben vai se casar com a Mal, e eu tenho que começar a procurar alguém para reinar ao meu lado – ela suspirou – Nem acredito que tudo acabou assim. Uma garota da Ilha dos Perdidos virando rainha? Eu riria se alguém e dissesse isso a um ano.

—Eu sei – grunhiu Ally – tem alguém em mente?

—Não, ninguém ainda – a morena jogou os cabelos para trás – mas isso não é tão importante, desde que esteja casada até os dezenove anos... E você, está preparando as garotas? Eu quero a melhor das apresentações mês que vem no aniversário de Auradon.

—Não sei como vamos conseguir isso sem você – gemeu Ally – Ainda espero que você apareça do nada nos dizendo exatamente o que fazer!

—Você é a capitã agora, precisa ser forte – falou Audrey – Eu tenho que ir, mas estou esperando um show, certo? E quanto essa garoa Carmim, se ela fez mesmo isso com você...

—O que? – perguntou Ally, com os olhos brilhando.

—Acaba com ela! – ela sorriu simpaticamente.