Acordei as 3 horas da manhã pela terceira vez essa semana com batidas na porta do meu quarto, me levantei da cama, abri a porta e o vi novamente com aquela cara de alívio quando me viu.

— Oque aconteceu Rafa? - perguntei sonolenta encostando na porta.

— Eu...eu preciso lhe dizer oque você irá fazer amanhã. - Ele me respondeu meio envergonhado.

— Entra. - disse dando espaço para ele entrar. - Senta ai na cama. - falei fechando a porta.

— Desculpa, eu não queria te acordar.

— Eu sei que você tem pesadelos. - disse sentando ao lado dele dando tapinhas no meu colo para ele se deitar. - Pode me dizer Rafael, a gente se conhece faz tempo, somos amigos e sócios. Pode confiar em mim. - Disse olhando em seus olhos e fazendo carinho em seus cabelos.

— Eu... Eu não tenho pesadelos. - ele disse desviando o olhar.

— Rafa, por favor, me conta, eu sei que você tem. E esse pesadelo alguma coisa deve acontecer comigo, por que você me acorda pra saber se eu ainda estou aqui, sei disso por que quando eu abro a porta você me olha aliviado. - Disse agora fazendo carinho em seu rosto e colocando uma mecha do meu cabelo atras da orelha.

— Ok, no sonho você está dirigindo, como se estivesse fugindo de alguém, você estava com medo, apavorada na verdade. Quando de repente você olha pelo retrovisor e vê que tem alguém no banco de trás, e esse cara está com uma faca. - ele fechou os olhos e respirou fundo. - ele atravessa a faca no banco e ela sai pela sua barriga, você acaba perdendo o controle do carro e vai para a outra faixa só que estava vindo um caminhão e acaba batendo no seu carro. É nessa hora que eu acordo e venho ver se você está aqui ainda...comigo. - Ele disse sussurrando a ultima parte pegando na minha mão e brincando com meus dedos.

Não sabia oque falar, ele se levantou do meu colo e eu agarrei seu braço.

— aonde vai?

— vou pro meu quarto, acho que eu ja te incomodei demais. - Ele me disse com um sorriso triste.

— não, dorme aqui. Você não vai conseguir dormir no seu quarto, vai ficar pensando no que me falou. - Ele me olhou nos olhos e acenou com a cabeça.
Nos ajeitamos na cama e ele ficou encarando o teto.

— tenta dormir. - disse olhando pra ele.

— não vou conseguir.- ele disse olhando pro outro lado do quarto.

— vai sim.- disse me aproximando, o abracei e coloquei a cabeça em seu peito. - aquilo não vai acontecer, foi apenas um pesadelo. Eu vou estar aqui quando acordar.

Ele respirou fundo, correspondeu meu abraço, beijou minha testa e disse:
— é, foi apenas um pesadelo.