Quarto de Hotel

Lana não sabia se as carícias de Jim amenizavam ou acendiam mais seu fogo, sua chama. A tensão daquele dia fora esquecida no momento em que Jim a tocou.

A cada toque das mãos de Jim, Lana evocava uma antecipação que a deliciava em vez de agitar.

Como uma viajante, depois de milhares de quilômetros rodados, Lana se abandonou ao prazer de estar nos braços de Jim, sem nenhum tipo de reserva.

Pelo menos naquele momento, tudo que importava eram os dois e o desejo que um nutria pelo outro.

Aconchegada nos braços de Jim, Lana se abandonou por completo às sensações que clamavam por ele. Deu-se ao homem que a fizera sentir tantas coisas novas, tanta alegria e tanta satisfação que jamais pensara existir. Emoções abrasadoras que nunca experimentara. Tudo que sabia era que esses sentimentos a tornavam vulnerável, capaz de qualquer coisa, capaz de tudo.

O amor devia ser assim, concluiu Lana.

Essa constatação a surpreendeu, mas o momento não era de refletir e nem analisar e sim de sentir.

O som da respiração de Lana, cada vez mais audível a cada movimento, excitou Jim além do seu limite. Era como se a respiração dela terminasse dentro de seus pulmões e do seu corpo, alimentando seu desejo que crescia cada vez mais.

Ele a queria por completo e com ansiedade. Uma volúpia sem dúvidas e sem medo.

Jim queria ir mais devagar para que cada movimento e cada respiração não fosse apagada de sua memória, para que durassem por toda a vida. A lembrança.

A felicidade escapara por entre seus dedos muitas vezes, para acreditar que ela fosse duradoura, para acreditar que não fosse passageira. Mas recordações podiam durar para sempre, nada poderia destruí-las.

E, naquele instante, estava construindo memórias, com a ajuda de Lana.

Pelas mãos de Jim a camisola de Lana foi caindo de seus ombros, bem devagar.

Jim não conteve o sorriso ao admirá-la, admirar seu belo corpo e seu semblante transparecendo a excitação. 

Jim a desejava loucamente.

Tinha fome de sentir seu corpo, seu gosto, seu perfume. Sentia como se estivesse a morte esperando pela salvação, e a salvação seria essa noite com Lana.

Corações disparados, começaram a se beijar violentamente, Jim a despiu com avidez.

Lana estava nua, e a simples constatação disso o fez delirar. Murmurando seu nome, Jim perdeu-se na maciez daquela pele, no gosto daquela boca e no perfume de seus cabelos.

Deitaram-se na cama.

A luxúria o consumia, e ele não deixava nenhum só detalhe das curvas dela sem ser afagado. E quanto mais tocava mais a queria, mais necessitava dela.

Lana se rendia a cada beijo e a cada carícia, alimentando as necessidades dos dois, como se dependessem disso para continuar vivendo.

A sensação de segurança que Jim lhe dava era de proporções tão grandes que até a assustava e, sem pensar nas consequências, abandonou-se ao ato do amor, descobrindo dentro de si novos territórios, que jamais suspeitara existir.

Lana queria permanecer ali, naquele lugar, com ele, para todo o sempre. E queria aproveitar cada minuto com Jim, cada nova explosão de desejo dentro de seu corpo e saborear tudo como se fosse a última vez.

Ansiosa, despiu-o, sem saber por que se comportava como uma selvagem, dominada pela força da natureza, e não como uma pessoa civilizada, com regras morais, e... isso não parecia ter a menos importância.

Lana se senti cada vez mais atordoada, transpirando e implorando por mais. As mãos, a língua, até a respiração de Jim não lhe davam trégua, e ela se arqueava, e ela se arqueava como se estivesse a beira de um abismo, tentando não cair.

Seu quadril arqueado convidava Jim a possuí-la, implorava em silêncio pela união dos dois. Não havia mais condições de esperar. Tinha de ser naquele exato momento.

O gemido que escapou de seus lábios no momento em que Jim a possuiu confundiu-se com os gemidos dele. Suas vozes se uniram na entrega total.

Jim agarrou a mão de Lana, seus dedos se entrelaçaram, e eles iniciaram a dança que os levou para o paraíso. Nada mais existia além deles.

Lana mal conseguia respirar, sua mente estava embotada. A intensidade do clímax que se aproximava a aturdia e colocava-a fora de controle, e isso a desorientou, pois deu-se conta, de uma vez por todas, de que estava apaixonada por ele. Não havia mais sombra de dúvida a esse respeito.

Jim ergueu-se para permitir que ela respirasse, mas Lana não queria que ele se afastasse, nem que se movesse. Não queria que chegasse ao fim.

Como no estupor de um sonho, Lana enlaçou Jim, feliz por estar ali com ele, saciada.

De algum lugar misterioso, tirou energia que não sabia existir.

— Bem isso foi suficiente pra passarmos uma hora, Jim. O que faremos nas restantes?

Jim a queria cada vez mais, e essa constatação o deixou atônito. Sentia-se como um espectador de sua própria vida.

Sorrindo, apoiou-se nos cotovelos e olhou para Lana. Seus cabelos úmidos, estavam um pouco colados na testa e ele sentiu seu corpo ainda ansiando por ela. Seria isso normal?

A beijou no pescoço com delicadeza.

— A palavra ''bis'' significa algo pra você?

Se alguém tivesse a perguntando, Lana juraria que um pano de pó teria mais energia do que ela. Mas alguma coisa voltava a despertar em suas entranhas como se Jim estivesse roçando os lábios por sua pele.

— Nesse caso, eu poderia completar com a palavra ''bravo''. Porém, acho que essa parte depende de você — disse passando a perna na dele.

Ele sorriu.

— Depende de nós, Lana — ele a corrigiu, com um sussurro — De nós.