My Old Man escrita por WeekendWarrior


Capítulo 20
I Do, Daddy.


Notas iniciais do capítulo

happiness 4ever? rs



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Put me onto your black motorcycle
Fifty's baby doll dress for my “I do”
It only takes two hours to Nevada
I wear your sparkle
You call me your mama
Let me put on a show for you, daddy

Yayo

Kingman – Arizona

 

Não há mais medo, não há nada entre nós agora, somente o nosso amor nos guiando. Eu me sinto completa e saciada, eu não desejaria mais nada nesse mundo. Estamos vivendo o Sonho Americano na estrada. Eu tenho a ele e ele tem a mim. O que mais precisaríamos? Sim, dinheiro!

Vou até o pequeno aparelho de som do quarto de hotel e aumento o volume da música, uma melodia doce e dançante toca, fazendo-me balançar meus quadris. Acendo meu cigarro Marlboro e tomo um gole da bebida forte que Jim comprou.

Falando em Jim, ele já saiu faz duas horas... Deve estar aprontando uma das suas como de costume, vendendo alguma droga ilícita ou armas. É incrível como ele conhece pessoas ao redor dos Estados Unidos. Estamos nessa a mais ou menos uns seis meses, viajando ao redor do país, já passamos por Mississipi, Tennessee, Florida, Nebraska, Dakota do Sul, Minnesota, Kansas, Texas e Novo México...

Sim, eu amo esse homem, eu amo o jeito que estamos vivendo. Deixamos tudo acontecer e nunca sabemos de nada, eu o amo. Claro que às vezes discutimos e quero socar a cara dele toda, mas ele sabe o poder que tem sobre mim e o usa sempre que pode, já disse que o amo?

Continuo a dançar com meu cigarro na mão, então Jim irrompe no quarto com uma mochila no ombro direito. Ele sorri pra mim e retribuo. Parece apreciar a cena, olha para minhas vestimentas: calcinha e uma regata branca colada.

— Por onde esteve? Senti sua falta! – me aproximei e o beijei rápido nos lábios – E também me preocupei, claro.

— Sem motivos para preocupações, Rainha de Nova York... – me puxou pela cintura, próximo a si e beijou-me forte.

Arqueei as sobrancelhas ao observar a mochila vermelha gasta em seu ombro direito.

— O que é isso aí? – apontei me afastando.

Ele deu um sorriso e se aproximou da cama de casal. Abriu a mochila e a virou fazendo várias notas de dólares caírem sobre a cama. Minha boca se abriu em um “O”, tapei os lábios com os dedos.

— Esqueceu que sou um homem mau? – me encarou desafiador. Eu ri.

— Sim, eu havia esquecido que os criminosos dominam o mundo – me aproximei sinuosa de Jim.

Nem me dei ao trabalho de perguntar onde ele conseguiu aquele dinheiro, na verdade nem importava.

Fui ao encontro de Jim e o beijei, passei meus braços ao redor de seu pescoço para senti-lo mais perto, pude sentir suas mãos adentrando minha regata fina, a sensação de suas mãos em minha pele é tão deliciosa.

Me afasto dele por um segundo para tirar sua camisa, a tiro e beijo seu peito e vou descendo até o cós de sua calça. Abro o cinto e depois o feixe da calça jeans, sinto o olhar de Jim em mim, mas ele me ergue e me joga na cama.

— Jim, o dinheiro... – falo meio confusa.

— Que se dane o dinheiro, Lana! – disse perto de mim – Vou ter você agora – eu sorrio e passo minhas pernas ao seu redor, ele me beija, mas se afasta e tira minha regata... Ele fixa seu olhar em meus seios. Eu sorrio maliciosa.

— Sou toda sua, Jimmyzinho.

Ele beija meus seios, o vão entre eles e depois desce os beijos parando na barra da calcinha. Sinto suas mãos puxando minha calcinha branca, mordo meu lábio inferior em expectativa. Ai, Deus!

Sinto Jim beijar meu ventre e depois seguir em direção ao meu ponto sensível. Então o sinto lá, meus olhos se fecham e arqueio meu corpo, Jim segura minhas coxas para me manter no lugar, isso é o paraíso. Gemo e digo o nome de Jim... Nada com sentido sai de minha boca. Tento agarrar o lençol, porém acabo agarrando as notas de dinheiro.

Jim volta pra cima de mim com os olhos em chamas, minhas pernas parecem gelatinas. Arranjo forças do além e o agarro, ele beija minha boca com avidez e o sinto em mim. Gemo em sua boca enquanto nossos corpos se movem em conjunto.

Sinto como se fosse só nós dois, nós dois contra o mundo todo.

Atingimos nossos paraísos e ficamos ali jogados na cama sobre os dólares. Parecia surreal. Me virei e abracei Jim.

— Isso foi... bem selvagem. Era uma fantasia sua, Jim? Transar em cima de dólares? – ele gargalhou.

— Qualquer coisa com você, Lana, é uma fantasia completa – corei.

Me aconcheguei mais a Jim e um silêncio tomou o quarto.

Já fazia um bom tempo desde o acontecido com Sid, e confesso que isso ainda me abalava... A sua morte e tudo mais, porém não havia mais o porquê de pensar nisso. Às vezes à noite eu sonhava com ele, com seu olhar, o olhar que ele me direcionou ao morrer.

Apertei os olhos para afastar as lembranças. Então os momentos felizes que vivemos em Nevada vieram a minha mente. Eu e Jim naquele trailer em Las Vegas, era um sonho. Era o Paraíso dos Gangsters. Eu realmente gostaria de voltar e recomeçar tudo. Mas, não digo nada, pois está tudo tão perfeito que me sinto num sonho.

Jim percebe minha feição tristonha e pensativa.

— O quê foi, Lana? Não gostou do sexo no dinheiro? – agora era minha vez de gargalhar.

— Não, não foi isso! Gostei muito, tá bom? – ele riu – Mas é que...

— É que...?

— O que você acha de voltarmos a Las Vegas? Só leva duas horas até Nevada – fiz uma pausa, fitei seus olhos claros – O que acha, Rei de Las Vegas? – ele esboçou um sorriso.

— Seu desejo é uma ordem, minha torta de cereja – beijou meu pescoço – Mas quando nós nos casarmos...Aerrompi, me apoiando nos cotovelos – Vamos nos casar? – arqueei as sobrancelhas.

— Você quer? – abri um sorriso do tamanho do mundo.

— É o que mais quero nesse mundo, Jim – o abracei com toda força que tinha, depois o beijei, ele sorria também – Mas espere aí...

— Algum problema? – ele perscrutou minha face.

— Pensei que quando uma mulher fosse pedida em casamento ganhasse um anel de noivado – brinquei fazendo biquinho.

— Eu te dei uma cama cheia de cem dólares, não acha que foi o bastante? – brincou Jim.

Olhei pro lado como se pensando.

— Bom, talvez... – o beijei – Mesmo assim, Jim, quero o meu anel – fechei a cara de brincadeira.

— Te compro esse anel e os outros milhões que você quiser – sorri para meu homem.

— Amo você! – o abracei e o beijei pela milionésima vez.

— Te amo, Lana.

**

Uma semana depois – Las Vegas – Nevada

— Ah, meu Deus! – exclamou Stefani ao meu lado no carro, ela havia vindo para meu casamento – Nem acredito que você vai se casar, amiga! – me abraçou.

— Ai, nem eu! – exclamei nervosa – Não acredito que o Elvis vai me casar – nós duas rimos.

Ia me casar numa das muitas capelas que haviam ao redor de Las Vegas.

— E seus pais, Lizzy? – perguntou-me Stefani. Suspirei alto.

— Eles não virão... Você sabe, minha mãe é super contra meu relacionamento com Jim, ela acabou fazendo a cabeça do meu pai como sempre, e ele não vem – rolei os olhos para evitar as lágrimas.

— Oh, eu sinto muito amiga – me abraçou novamente – Agora o que mais importa é que seu noivinho esteja no altar quando chegarmos! – rimos.

Nem em um milhão de anos esperaria por isso, casar-me com Jim.

Chegamos até a capela e meu coração parecia que ia explodir.

Taylor – marido de Stefani – veio ao nosso encontro com a filha no colo, ele abriu a porta do carro, Stefani saiu e me ajudou a sair.

— Pronta, noivinha? – perguntou-me Taylor brincando – Um cara lá dentro está te esperando – rimos.

— Ai, meu Deus, sinto borboletas no meu estômago – disse franzindo o cenho enquanto nos aproximávamos da entrada.

— Calma, Lizzy! – tentou me acalmar Stefani.

Arfei o peito ao suspirar, era agora.

As portas estavam fechadas, quando eu entrasse o tal do cover do Elvis começaria a cantar.

— Me dá ela aqui, Taylor – disse Stefani pro marido, se referindo à filha – Você está amassando toda a roupa da Lisa – pegou a filha no colo – Lizzy, vou entrar e avisar que você está aqui...

Vi Stefani e Taylor entrarem pela porta traseira da capela e segundos depois as portas foram abertas... E é aí que o começo do fim começou. Talvez o nosso para sempre?

“Sim, eu aceito”.

Cassino após o casamento

 

— Tá bom, Stefani – disse Taylor tirando a taça de Martini da mão da esposa – Você já bebeu o bastante – todos nós rimos.

— Ei! Não tire a taça de bebida de uma mulher, nunca! – ela fez uma pausa – A não ser que ela esteja nua... – rimos de novo.

— Lana, deixe-me ver seu anel novamente – disse Aline ao meu lado, estendi a mão para ela sorrindo – Meus olhos ofuscam! – brincou e eu ri.

— Deborah pirou ao ver – ri alto, depois me arrependi, acho que foi efeito da bebida, estava bebendo pra valer hoje. Ainda bem que a ruiva não estava aqui, nem ao casamento foi – sim, eu a convidei.

— Aposto que sim... – Aline sorriu – Mas agora preciso achar Mike. Por onde esse danado anda? Com licença – e saiu em busca do marido.

Sim, agora eu dei por falta de Jim, meu marido. Olhei ao redor, não o encontrei, olhei para meu lado esquerdo e vi Stefani e Taylor de namoricos, ri da cena. A mesa que no começo estava cheia de amigos, agora se esvaziava, mas o Cassino continuava cheio.

— Oi – Jim apareceu ao meu lado e sentou-se, beijou-me rápido nos lábios – Fui ver algumas coisas, desculpe pela demora.

— Sem problema, meu amor – o abracei e coloquei meu rosto perto do seu – Hoje é o dia mais feliz da minha vida – revelei.

— Saiba que o meu também – nos beijamos, não nos preocupando se nos olhassem.

— Calma aí, pessoal! Lua de Mel só amanhã – disse um sempre brincalhão Taylor. Eu e Jim rimos.

Pra falar a verdade nem havíamos pensado em Lua de Mel, casar-me com Jim já era o paraíso.

— Pra onde você quer ir, Lana? – indagou Jim.

— Agora? – franzi o cenho.

— Não, na Lua de Mel – um sorriso brotou em meus lábios. Era isso real?

Me aproximei de seu rosto o abraçando e disse em seus lábios:

— Me leve a Paris.

 

Depois de dançarmos como loucos, como se ninguém estivesse nos olhando eu e Stefani fomos em direção ao bar para pedir uma bebida. Pedi uma que o barman me indicou, o mesmo a serviu. Tomei um gole e um enjôo se apossou. Fiz uma cara feia, Stefani percebeu.

— Algo errado, Lizzy? – Stefani parecia séria – O quê foi?

— Não sei, a bebida me deu um enjôo – cheirei o líquido, era de laranja, um bolo se formou na minha garganta, corri a procura de um banheiro feminino.

Botei tudo pra fora, Stefani estava ao meu lado segurando meus cabelos.

— Comeu algo de diferente hoje, amiga? – recapitulei o dia em segundos.

— Não, nada – me levantei, fui até a pia e tomei um gole da água dali mesmo. Mirei o reflexo de Stefani atrás de mim, parecia estática.

— Já aconteceu isso antes? – perguntou-me ainda séria.

— Sim, duas vezes... – minha voz falhou, nos miramos pelo espelho.

— Elizabeth, você está grávida? – ela arregalou os olhos.

Instantaneamente coloquei minha mão direita no ventre, fiz uma conta mental... Não podia ser. E agora? Ah, meu Deus! Me apoiei na pia, Stefani veio em minha direção e me abraçou.

— Amanhã iremos a uma farmácia e compraremos um teste, ok? – assenti.

Eu estava em choque, não sabia se sorria ou chorava.

— Não comente nada com Jim, até ter certeza, ok? – assenti novamente – Agora refaça sua cara de Rainha da Beleza e volte àquele Cassino e aproveite o resto da noite... Sem beber, claro – rimos. 

Abracei Stefani, como sentia falta dela! Sempre me ajudando com tudo, me dando apoio.

— Obrigada, amiga – a agradeci – Por tudo.

— Ai, amiga, eu que lhe agradeço! Mas agora vamos voltar pra lá antes que eu chore – rimos mais – Nossos maridos devem estar sentindo nossa falta – assenti positivamente e sorri, talvez não tão convincente como pretendia.

Ao voltar para nossa mesa, abracei Jim e ficamos assim até irmos embora do Cassino.


 

My old man is a thief
And I'm gonna stay and pray with him 'till the end
But I trust in the decision of the Lord to watch over us
Take him when he may, if he may
I'm not afraid to say that I'd die without him
Who else is gonna put up with me this way?
I need you, I breathe you, I'd never leave you
They would rue the day I was alone without you

Off To The Races

 


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Notas finais do capítulo



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