Havíamos combinado de nos encontrar no saguão do Grande Hotel Las Sirenas, e eu já estava lá a quase quarenta minutos esperando o casal de pombinhos, bom, e nada deles!

Eu fitava a escadaria e o elevador de cinco em cinco segundos na esperança de ver Stefani e Taylor chegarem, iríamos almoçar juntos, era o que eu achava. Sabia que vir juntos a eles, casados há duas semanas, não seria boa ideia.

Mas de repente senti algo estranho, alguém me observava, eu pude sentir isso, olhei ao redor rapidamente e não vi ninguém, o saguão realmente estava cheio e eu estava estrategicamente em uma mesa no canto para ficar não tão perto daquela movimentação toda, tinha pessoas de todas partes do mundo, loiras, ruivas, negras, pessoas lindas.

Mas então, passando meus olhos pelo saguão o avistei, o bendito homem que me observava, ele estava sentado no balcão do bar com um copo de whiskey na mão e ainda me observava, virei o rosto, não queria flertar com ninguém, mesmo que ele fosse um dos homens mais atraentes que já vi. Ele aparentava estar na casa dos trinta, tinha barba e bigode, cabelos mais compridos do que o normal, um tanto bronzeado e não muito forte, porém em forma. Mas não me contive, algo me atraia e o olhei de relance, ele ainda me observava, fiquei vermelha no mesmo instante, estava começando a me deixar desconcertada toda essa situação, decidi olhar pela terceira vez com o olhar de ‘’Perdeu algo aqui, querido?’’,ele somente sorriu me deixando ainda mais nervosa.

Olhei para o lado e vi que tinha algumas revistas, procurei uma de meu idioma e tentei me concentrar na leitura, finalmente encontrei um artigo que me interessasse e quando já estava quase terminando de lê-lo sinto alguém sentar a minha frente, já estava pronta para receber mais uma desculpa de Stefani e Taylor quando me deparo com o barbudo sentado de braços cruzados, sorrindo torto sem mostrar os dentes, meu coração veio na garganta, ele era muito, muito bonito. Droga!.  Coloquei a revista de volta em meu rosto, não antes de fuzilá-lo com os olhos, estava ficando ainda mais nervosa. Abaixo a revista alguns minutos depois e o vejo pedindo uma bebida ao garçom, ele parecia falar em espanhol, seria seu idioma?

Já não aguentava mais essa situação, quando ia pedir para ele se retirar da mesa,  Stefani e Taylor chegam, olham pra mim e em seguida para o desconhecido com cara de intrigados.

— Me desculpe pela demora, Lizzy — se desculpava Stefani, enquanto passava a mão em seus fios louros platinados — Taylor é impossível! – Ela deu um sorrisinho olhando para o marido.

— Agora decidiu me culpar? — interrompeu Taylor, rindo para noiva — Mas realmente nos desculpe pela demora, Lana, prometemos não nos atrasar mais.

 — Sem problemas, nem esperei tanto assim — menti.

Stefani olha para o lado avistando o estranho e diz:

 — Não parecia estar tão sozinha assim… – ela levanta as sobrancelhas.

 — Não troquei uma palavra sequer com ele — disse baixinho chegando perto dos dois.

Quando terminei de falar isso o estranho logo pediu licença e saiu da mesa, olhando, claro, pra mim.

 — Eu acho que ele gostou de você Lizzy – sacudi negativamente a cabeça.

 — Ele ficou me comendo com os olhos desde que cheguei, sentou-se aqui e não deu nem um mero oi.

 — Estranho!  — disse Taylor intrigado — Tio Taylor cuida de você.

Nós três rimos.

 — Muito obrigada ‘’tio Taylor’‘, mas acho que sei me cuidar.

Ele deu de ombros.

Logo após o almoço decidimos descansar um pouco e a tarde nos encontrar na praia, não poderíamos desperdiçar esse tempo maravilhoso, o verão estava realmente esplêndido!

Chegando a praia, com certeza tive que aguentar os namoricos de Taylor e Stefani, eu sabia que isso aconteceria... Mas estava feliz pela minha melhor amiga. Ela havia encontrado alguém, e uma pontinha de inveja cutucou o meu peito.

Stefani interrompeu meus pensamentos.

 — Vamos dar um mergulho, quer vir?

 — Não, não. Estou bem aqui — enrugava a testa enquanto olhava pra Stefani que estava de pé contra o sol.

Ela deu de ombros, pegou na mão do noivo e foram em direção ao mar. 

Fiquei ali sentada na areia sozinha, sentido o sol quente sobre minha pele um tanto pálida, me lambuzei de protetor solar, não queria ficar tão bronzeada assim, gostava do meu tom de pele.

Quando de repente me peguei olhando para os lados, procurando alguém? O desconhecido? ‘’Ah me poupe!’’ disse a mim mesma, você veio para tirar um tempo de descanso, ok? Não pra flertar com alguém ou achar um romance de verão. 

 À noite marcamos de nos encontrar do restaurante do hotel, sabia que eles não desceriam tão cedo, então decidi sair uns vinte minutos depois do combinado e mesmo assim chegando lá me deparei com o obvio.

Atravessei o restaurante no meu vestido longo vermelho, com os cabelos jogados para trás.

 Escolhi uma mesa no canto, sentei ali e observei o movimento, que era bem menor do qual ocorria no saguão. Havia uma banda clássica qual tocava músicas que muito me agradavam e casais dançavam no meio do salão, um lugar muito aconchegante. Mas alguém tirou-me de meus devaneios.

 — Boa noite, será que posso me sentar aqui?