Pov. Edward

Odeio andar de avião, é fora da minha zona de conforto. Estou ansioso por voltar a Forks, eu até gosto da coisa lá, tem um tempo que nos permite andar bem na rua, raros são os dias em que faz sol. O que não gosto muito é da maioria das pessoas lá, do pouco que passei nas sombras vi e ouvi cada coisa que nem sequer sabia como racionar. Alias René e Charlie foram das poucas pessoas decentes que encontramos lá, até tenho curiosidade para saber se a filha deles terá puxado a generosidade e simpatia.

Fui tirado do meu transe com uma pergunta.

– Edward estas bem? – Perguntou Carlile

Olhei para ele com uma cara de desentendido.

– É que estás com uma cara preocupada. – Disse

– Isso é falta de uma coisa que eu cá sei. – Disse Emmett a rir-se.

Eu simplesmente suspirei, enquanto Esme o advertia pelo seu comportamento. Eu adorava Esme, considerava-a mesmo uma mãe. Ela desde que entrou no Clã que cuidou de nós como se fossemos mesmo filhos dela. Ela antes de ser transformada sofreu muito e mesmo assim é das melhores pessoas que conheci.

– Carlile, vamos ficar na mesma casa que da outra vez certo?- Jasper questionou

– Claro, é a mais escondida da cidade. E não podemos dar nas vistas logo assim de repente.

A casa é enorme, uma coisa obrigatória para a nossa família. Não sei porque, mas das vezes em que ficamos em casas pequenas foram das piores experiencias da minha vida, só barulho, gritos, confusões e discussões. E o pior era quando os meus “queridos” irmãos tinham noites escaldantes, e eu conseguia ouvir a km de distância.

Já pensei separar-me do clã, sinto-me tão vazio enquanto eles todos tem uma pessoa que amam, e por vezes sinto-me a mais. Dava tudo que tenho para conhecer a sensação de estar apaixonado, ter alguém para cuidar, amar.

Quando era humano nunca encontrei ninguém que me chamasse sequer a atenção, quanto mais amar. Sempre desejei ser pai, mas como é óbvio esse desejo agora é impossível. Será que Deus se esqueceu de mim? Eu não sei, já perdi a capacidade de sonhar para não apanhar desilusões.

– Preciso mesmo de caçar. – Disse Emmett em alto mesmo no meio do avião.

Mas este homem bate bem da cabeça?

– Javali claro, a época de caça é nesta altura.- Tentou disfarçar

– Emmett, controla-te senão já sabes. – Advertiu Rosalie

– Ai não Rosie, não faz isso ao ursão. – Disse fazendo beicinho

As vezes desconfio que Emmett nos mentiu acerca da sua idade, mas é um rapaz excelente, ajuda-te em tudo e as vezes a sua infantilidade é engraçada, alias foi assim que conquistou Rosalie. Ela era uma mulher fria, não a julgo, pelo que sei ela teve das mortes mais dolorosas de nós todos a seguir a Esme. E como ele a conquistou? Fazendo-a rir. Ela estava no nosso clã a quase um ano e mal falava e nunca ninguém a tinha visto sorrir. Até que um dia, o Emmett, que já me tinha confessado gostar dela, meteu-se com ela na brincadeira pela milésima vez, só que desta vez todos na casa paralisamos quando ouvimos uma risada nova. Emmett e Rosalie estão juntos desde dessa altura.

“Apertem o cinto de segurança, estamos prestes a iniciar manobra de aterragem, obrigado”