Impulsiva escrita por Maíra Viana


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

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Capítulo 2

– Bom, você está me devendo uma resposta, não se lembra? – perguntei depois de ter devorado o almoço e com as pernas cruzadas, como um índio.

– Você ainda não me disse o seu nome.

– Mas você já sabe qual é, então por que insiste nisso? – eu estava sem um pingo nenhum de vontade para blá blá blás e ele não me respondeu, então eu perguntei: – Sobre o que vocês estavam falando, ontem?

– Pra onde você iria se eu te soltasse agora? – acho que alguém está começando a ignorar o que eu falo, ou é impressão minha? Que seja, agora seria uma boa chance de me livrar daquele babaca.

– É apenas uma hipótese?

– Definitivamente, sim.

– Ao banheiro, estou apertada faz tempo. – que soasse nojento ou qualquer coisa do tipo, eu queria apenas sumir daquele lugar.

– Por que não me avisou?

– Você vai me deixar ir? – eu estava tão empolgada que soltei aquela pergunta! Ele se levantou, foi até a porta e a trancou. Colocou a chave no bolso, tirou as algemas tanto do meu punho quanto da barra, e disse:

– Você sabe o caminho. – e concordei com a cabeça, afinal, eu fui tomar banho lá no dia anterior. Entrei no banheiro e fiquei olhando, atentamente, para todos os cantos, como um felino procurando alimento. Subi na pia e tentei empurrar a janela, mas estava emperrada. Procurei algo afiado ou forte o suficiente, mas infelizmente, não encontrei nada além de sabonetes e xampus. Me apoiei na parede descascada, ainda em cima da pia, posicionei meu corpo para trás como um impulso, e dei um chute forte.

– Já acabou? – quase me desesperei quando ouvi aquela voz se aproximando.

– Calma, eu disse que estava apertada há tempos! – inventei qualquer desculpa e vi a maçaneta ser girada.

– Por que trancou? – sua voz confirmava que ele estava confuso, e, finalmente, consegui fazer com que a janela fosse aberta. Nem foi preciso quebrá-la.

– E por que não trancar?

Considerando que a boate era no último andar e o banheiro no primeiro, não fazia muito sentido chamar o segundo andar de porão. Na verdade, o que não fazia sentido ali era a ordem com que as coisas foram construídas e como estavam seguindo.

– Eu vou arrombar se você não abrir essa maldita porta! – ele disse, bravo, mas não me interessava o que ele iria ou não fazer, porque, a partir daquele momento, eu não estava mais em suas mãos.

Nem deu tempo de sentir o vento no rosto de tão baixo e rápido que foi, e saí correndo pelas ruas, mas estava tudo tão calmo. As poucas pessoas que ali passavam me olhavam estranho, e aquilo me deixava cada vez pior. Eu teria que ser cuidadosa ao pedir ajuda, porque Karl não era o único errado na estória.

Com todos em minha volta passando por mim como se eu nem existisse, acabei indo até um bar depois de muito tempo andando, e meu corpo já indicava sinais de exaustão.

– Por favor, preciso de ajuda. – pedi com uma voz insegura por causa do cansaço, e o garçom me olhou da cabeça aos pés.

– Caso não percebeu, – e apontou para a placa – isso é um bar. Não fazemos caridade.

– Só uns trocados para o ônibus, por favor!

– Eu preciso fechar o bar. – ele pegou o pano que estava limpando o balcão e guardou. – Saia antes que eu chame a polícia. – e me retirei imediatamente.

Meus pés estavam doendo e minha barriga roncava de fome. Todas as lojas já estavam fechadas, por causa do horário. Me sentei na entrada coberta de um antigo estabelecimento e fitei o chão, cantarolando com os olhos fechados, esperando que quando os abrisse, todo aquele pesadelo tivesse acabado. Mas, em tempos difíceis, sorte seria a única coisa que estaria ao meu lado.

– Encontrei você. – e quando ergui meu olhar, lá estava ele. Mas, aquele rapaz estava diferente, e nem sempre é bom ser curiosa.

Por uns segundos senti meu corpo estremecer e uma rajada de vento me fez lacrimejar. Em suas mãos, nada continha além de veias ressaltadas e ao me levantar ficando a poucos centímetros abaixo de seu nariz, tentei dizer algo. Não consegui. Meu rosto estava gélido assim como meus dedos finos. Eu buscava encontrar alguma espécie de botão mágico que me levasse a outro lugar onde meus medos não existissem.

Ele também estava igual a mim, sem voz, mas eu sabia que era por sua opção. Segurou meu punho e começou a me puxar, mas eu recuei. Usei minhas forças para permanecer ali, na chuva e na rua, só que parecia que nem estava lutando contra sua atitude, porque ele continuou andando. E eu caí, mas ele não parou.

Seus passos só aumentavam o ritmo e com essa frequência, minhas pernas e joelhos estavam virando um aglomerado de sangue. Eu continuava sem voz, apenas uns gemidos abafados ousaram sair. Eu consegui avistar a boate tocando música alta, mas ele virou a esquina e fomos até os fundos do lugar, onde eu voltaria para o porão. Ele abriu uma porta e subimos as escadas com meu corpo fazendo um movimento de sobe e desce continuamente, mas ele não parava. Então, destrancou outra porta e lá estava o “quarto” que eu já conhecia. Ele não ia parar.

Fui largada no chão e fiquei surpresa por não ter sido presa como antes, porque ele ficou me observando por um tempo, chorando e estirada, tentando estancar o sangue. Não pude evitar encará-lo, ver sua alteração e seus olhos arregalados. O homem que eu havia conhecido quando cometi meu último crime, estava na minha frente. O mesmo olhar furioso e o mesmo jeito de andar descompassado. Antes, talvez pudesse ter existido uma pequena vontade de conhecer aquele ser misterioso, mas ele tirou minha roupa e tocou em mim como nunca antes feito. Eu chorei mais, me debati, tentei fugir, correr, sumir... Mas não saí do lugar.

Minhas forças foram esgotadas e só me restava ficar deitada naquele velho colchão e pintá-lo de vermelho. Meu corpo virara pincel e meu sangue, tinta. Até que ele saiu e me deixou adormecer e sonhar com você, papai.

Eu andava pelas ruas com um vestido preto de seda, tentando te encontrar. Você estava vagando no meio dos carros, andando lado a lado dessa multidão de solidão. Eu tento me aproximar, tocar em seu braço e lhe dizer algumas coisas, mas quando percebo, metade de seu rosto é vazio e a outra, sangue. Confusa, atordoada, assim eu me encontrava, buscando por todos os lados alguém que pudesse me ajudar, mas vejo que ninguém me escuta ou olha para mim, porque, simplesmente, eles não conseguem me enxergar.

Acordei, assustada, no meio da madrugada, e rapidamente procurei algo para cobrir meu corpo nu. Saí pelo corredor buscando comida quando vejo Karl estirado no chão. Não acreditava que aquilo estava acontecendo! Aproximei-me e o cutuquei com o pé, mas não obtive sinal.

– Karl. – falei alto e me abaixei, ficando perto de seu rosto, até que a única solução foi dar-lhe um tapa, fazendo que ele se levantasse assustado e me olhasse.

– Por que fez isso? – e levou a mão na bochecha com a marca de meus dedos. Seu hálito era horrível, parecia que tinha tomado todas as bebidas do mundo em uma única noite.

– Você não queria acordar. – mesmo eu usando um lençol na tentativa de não me expor mais, ele notou minhas pernas e arregalou os olhos.

– O que aconteceu?

– Isso tem graça pra você, Karl? – respondi seca e um tanto quanto magoada. Não havia como não o olhar sem raiva ou qualquer tipo de repulsa, mas ignorá-lo seria como antecipar a minha própria morte.

– O que foi? – perguntou sem entender e não evitei uma risada! Sério mesmo que ele iria bancar o desentendido? – Quem fez isso com você, Lisa?

– Está realmente me fazendo essa pergunta? – não precisava de um espelho na minha frente, porque eu sabia que minha cara indicava que a situação não estava boa. Eu queria que houvesse uma piscina bem funda do outro lado para que ele se afogasse. Pelo menos não seria minha culpa.

– Será que dá pra você parar de me responder sempre com uma pergunta?

– Isso está te deixando bravo?

– Muito.

– Por que está se fazendo de bobo?

– Mas eu não me lembro do que aconteceu! – sua voz havia aumentado de tom e, o jeito que ele falava... parecia realmente não entender. Mas e daí? Ultimamente, todo mundo é um ótimo ator, forçando ser o que não é.

– Considere-se sortudo por fazer besteiras e depois não se lembrar. – e que se dane o que ele estava pensando ou sentindo: eu saí. Se ele queria bancar a vítima, que seja, mas não funcionou comigo. Eu me ajeitei num canto qualquer, amassando o lençol e apoiando meus braços nos joelhos dobrados que ainda doíam.

– Mas que droga é essa que está acontecendo? Eu juro que não me lembro de nada!

– Não quero saber de mais nada, Karl. Poderia me deixar ao menos em paz dessa vez?

– Você não acredita em mim, que porcaria! – e, cheio de atrevimento ele se sentou ao meu lado. Parecia que eu havia dito “chegue mais perto, meu bem” porque foi exatamente o que ele fez. – Eu só lembro que você fugiu, eu te procurei um pouco e depois que voltei para cá eu bebi muito.

– Você ainda não entendeu? Eu não tenho nada a ver com o que você faz ou deixa de fazer, Karl. Eu só preciso que você saia daqui.

– Eu não vou sair enquanto você continuar com essa pose de durona e não falar comigo. – qual era o problema dele? Era só se levantar, mover as pernas e continuar andando para qualquer lugar onde eu não estivesse... isso era mais simples do que tudo! Não entendo porque ele queria tanto que eu lhe explicasse a situação.

– Eu já estou falando com você. Só quero ir embora, entendeu? – minha voz saiu um pouco embargada na última frase. Qual é Lisa, não vá chorar!

– Eu não quero te soltar.

– Me prender aqui não faz o menor sentido.

– Pra mim faz, morena. – onde já se viu me chamar desse jeito? Nós não éramos amigos e nunca iríamos ser. Aquilo não estava nem próximo de ser um conto de fadas e por mais dura que fosse, era a realidade.

– Você é a pessoa mais babaca que já conheci, sabia? – eu disse, sincera, mas por algum motivo ou espécie de loucura de sua parte, ele riu.

– Não é uma novidade escutar isso. – e também deixei um riso escapar, e balancei a cabeça concordando. – Mas, estou tentando desde o início ser legal com você, então você podia colaborar, não é? – impressionante mesmo é a maneira como ele tenta se desviar de uma situação ruim, tentando buscar um ponto positivo. Mas a questão é: e se não houver ponto positivo?

– Então; senhor babaca, – respirei fundo e engoli aquela raiva misturada com indecisões – já teve algum sonho?

– Namorar a Megan Fox, mas hoje me dei conta de que sou bom demais para ela. – e aí sim eu consegui rir de verdade. Imbecil. – E você?

– Eu não estava me referindo a esse tipo de sonho, mas já que estamos falando sobre coisas impossíveis, eu queria poder ficar pequena e conseguir ver o que todos fazem quando estão sozinhos.

– Por que faria isso?

– Todos possuem dois lados. – comecei minha explicação mirabolante. – Um que você demonstra quando está com alguém porque acha ser um lado bom, e o outro, que você deseja esconder a sete chaves.

– E quem é a pessoa que você quer esconder?

– Você sabe muito sobre minha vida, então seria legal se você descobrisse isso também.

– Não sou um gênio, ouviu?! – falou brincalhão. Óbvio que não, Karl.

– Olha. – e apontei para a janela que mostrava o sol nascendo, e ele veio até mim para olhar também. – Daria uma boa foto.

– Eu tenho uma câmera, quer tentar? – e concordei esperando ele se levantar e abrir uma gaveta, tirando uma Nikon Coolpix P600.

– É realmente uma boa câmera – e quando ele menos notou, o click informou que eu havia tirado a foto. Um amanhecer foi registrado, e estaria ali para sempre.

– Meu irmão me deu no meu aniversário do ano retrasado, mas nunca soube usar direito.

– Então admitiu que tem um irmão.

– Cheque mate. – respondeu rindo apesar de não ter graça alguma. – Do jeito que eu deixo escapar informações, daqui a pouco você saberá até meu CPF.

– Você? Que isso! Imagine! – ironizei rindo e prossegui: – Eu é que sou uma adivinha muito boa, aliás, aposto que seu irmão deve ser mais novo e gosta de correr pelado.

– Errou! Ele é mais velho, mas... por que correr pelado?

– Não sei, eu correria pelada, você não?

– Sabe, nunca parei para pensar nisso. Mas, nesse exato momento, minha resposta é não.

– Você é um medroso! – disse, brincando, e ainda sem acreditar que dessa vez nós estávamos conversando normalmente, sem qualquer tipo de insinuações ou ameaças envolvidas. Algo me dizia que não era seguro eu me aproximar dele.

– E você é uma completa maluca!

– A maluca aqui está tremendamente com fome.

– Parece que você está sempre com fome, – e fui obrigada a concordar – se levante que talvez ainda tenha algum bar aberto nessa hora – ele pegou as chaves em cima da mesa e nós descemos as escadas indo até seu carro. Não precisamos rodar muito tempo para que encontrássemos um estabelecimento antigo e famoso na região. Parecia que aquela cidade não dormia. Me deixou esperando dentro do carro e foi até o balcão conversar com o atendente, até que um grupo de amigos que estava sentado na mesa do lado de fora, gritou para ele:

– Karl?! – e então ele olhou para trás e deu um enorme sorriso, feliz por vê-los ali. Havia cinco pessoas sentadas, comendo, e Karl as cumprimentou e logo se juntou ao pessoal que parecia estar se divertindo. Não me importava com o fato de eles serem amigos ou de conversarem, mas ficar esperando por mais de 40 minutos não estava nos meus planos. O tempo continuava passando e minha paciência se esgotando cada vez mais. Será que Karl havia esquecido o real motivo que o levara aquele lugar? A loira que estava sentada à sua direita começou a jogar os cabelos, e a via cada vez mais se aproximando de Karl. Ele era tão paspalho, que nem havia notado, ou se havia, disfarçou muito bem, tanto que a mulher é quem teve que puxá-lo e lhe dar um beijo.

Eles que fizessem o que bem entendessem, mas eu não era obrigada a esperar aquele tempo todo com cara de idiota, dentro do carro e, ainda por cima, ver os dois se beijando. A chave prateada ficava balançando por causa do vento, como se clamasse pelo meu nome a cada tilintar, e sem pensar duas vezes, pulei para o banco do motorista e saí do lugar.

Aumentava a velocidade e depois a diminuía, com medo de provocar algum acidente. Não sabia para onde estava indo, apenas queria me desligar de meus pensamentos, mesmo sabendo que era uma ideia um tanto quanto impossível se tratando de mim. Dirigir o carro do homem do qual eu deveria estar fugindo era tão ridículo que me atrevi a rir da situação. Afinal, eu poderia, simplesmente, me esconder em algum beco, mas fiquei dando voltas no quarteirão. Eu queria fugir era de mim mesma.

Parei em frente a uma rua sem saída e fiquei olhando as redondezas, tentando encontrar alguma porta secreta onde eu pudesse entrar e nunca mais precisasse sair. Deveria estar a umas cinco quadras do bar, mais ou menos, e uma casa na vizinhança comemorava um aniversário, enquanto enterrava minhas mãos no rosto, pensando no grande nada em que eu havia me tornado. Ou sempre fui. Será que é normal se sentir vazia mesmo quando há uma festa bem ao seu lado?

“É uma obrigação aprender com os nossos problemas para que a vida valha à pena.” As palavras da minha avó me vieram, repentinamente e, era assustador ouvir isso aos nove anos de idade e pensar que nunca iria conseguir fazer algo tão incrível como pisar na lua, mas, olhe para mim! Continuo apavorada só de saber que me encontro da mesma maneira. Quando recebi a notícia de sua morte, eu não consegui chorar. Nascemos para morrer, e isso deveria ser o suficiente para abraçar o próximo e amá-lo como nunca antes feito, mas não é.

Gotas de chuva caíram no vidro e pude ouvir vaias daquela casa que festejava, tirando assim, a música. Quanto egoísmo! Minha vontade era de correr e bater no portão, apontar o dedo na cara de alguém e dizer “isso é uma comemoração, então aproveitem enquanto podem!”, mas eu não tinha esse direito.

Liguei o rádio e fiquei procurando uma estação que não estivesse chiando, até encontrar uma música apropriada para o momento: Everybody Wants to Rule the World. Coloquei no volume máximo, sem me importar se alguém iria se incomodar e saí do carro, deixando minha pele ser tocada pelos pingos frios. Fui para o meio da avenida com pouco movimento, olhando para o céu negro e andando em círculos.

Começo a dançar, fazer movimentos leves com as mãos e com meus pés, fechando os olhos e me balançando no ritmo do barulho dos poucos carros que passavam. Uns até buzinavam e aquilo me divertia ainda mais; eles também estavam convidados a dançar comigo. Agora, a música já era uma desconhecida, então começo a correr e pular com a mão estendida para o alto, até que vejo pessoas se aproximando.

– Lisa, o que você está fazendo? – uma voz distante me perguntou e não me importei que me vissem daquele jeito. Eu estou vivendo, e você, o que está fazendo?

– Olhe só para o céu! – eu sentia a chuva caindo em mim. – Ah, se eu pudesse tocar... – e percebi que mais gente começou a se aproximar.

– Vocês podem ir, ela vem comigo. – reconheci aquela voz e logo me virei, encarando todos aqueles rostos debochando de mim, como sempre. Ele me colocou no carro e deu partida.

– Muito obrigado pela vergonha que passei na frente dos meus amigos! – ele falou me olhando no banco de trás, pelo retrovisor, como se a culpa fosse minha. Ah, Lisa, a culpa sempre é sua!

– E por que se importa tanto com o que aqueles idiotas pensam? – eu ainda não estava crendo no que ele disse. Então essa era a preocupação, o que os amigos iriam pensar? Era muita estupidez pra uma pessoa só! – Não me lembro de ter combinado de ir até aquele bar para ficar esperando sentada, enquanto você se divertia. Acha que sou quem? – ele me olhava normalmente, talvez estivesse esperando eu acabar de falar pra dizer que sou ridícula. – Desculpe se estava esperando outra resposta.

– E como sabe que eu estava esperando outra resposta? – ergueu as sobrancelhas, como de costume ao me dirigir a palavra e, dei-lhe um sorriso falso.

– Você é previsível, apenas arrisquei.– e um silêncio tomou conta de nós. Vamos aos fatos: estávamos sendo apenas legais um com o outro, porém, via claramente uma inimizade se formando. Quem visse aquilo de perto acharia engraçado, mas era mais complicado do que qualquer forma de explicação possível.

Não é simples encontrar o pai morto e muito menos, matar outras pessoas. Parece que estou carregando um peso enorme em minhas costas, porque o fardo se torna maior a cada instante. Qualquer sinal que Karl desse, de mera compaixão, seria um aviso que eu estava sendo fisgada e aos poucos levada até sua rede.

Pescadores podem ser cruéis.


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Notas finais do capítulo

Nos vemos amanhã, no próximo capítulo! E não se esqueça de comentar o que achou! :D