Memoirs escrita por Xokiihs


Capítulo 4
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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– Pior que fez. De qualquer forma, depois daquele dia, nem eu, nem você falamos sobre o assunto. Morreu ali. Até o dia em que você tomou coragem. – eu disse, sorrindo ao ver surpresa em seus olhos verdes.

– Eu?

– Sim. Você. – dei uma risada, lembrando do dia. – Eu sei que é um pouco difícil de acreditar, afinal você sempre foi dura na queda, mas acho que você não aguentou muito tempo.

– Hm... continue. – se recostou na maca, com um sorriso matreiro.

– Sim, senhora. Bem, como eu disse, nós ficamos um bom tempo sem tocar no assunto. Você inventou que faltava uns beijos um pouco mais quentes, o que me deixou completamente envergonhado, apesar de saber que era mentira.

“Depois disso, você foi embora, dizendo que tinha trabalho para fazer. Já eu, fiquei em casa, pensando em toda a nossa situação. Eu te amava como amiga, nós éramos como unha e cutícula, e teve um momento em minha vida em que imaginei como seria se fossemos namorados.

Eu achava que seria muito mais fácil, pois já nos conhecíamos muito bem. Eu sabia tudo o que você gostava e não gostava, suas manias e defeitos, coisas que até mesmo você não percebia. E eu gostava de cada particularidade sua; você era aquela menina gentil, alegre, que, com apenas um sorriso, iluminava tudo. O oposto de mim, que era mais recatado, na minha, só era legal com quem conhecia. E era incrível que, por mais chato que as vezes eu fosse, você nunca me deixou.

Por outro lado, eu pensava que, se nada desse certo, nós nunca mais iriamos ser amigos. Eu tinha medo de nunca mais poder ver o seu sorriso, ou ouvir sua risada; nunca mais poder jogar com você, ouvir seus desabafos sobre suas amigas patricinhas, e seus medos de não conseguir passar na melhor universidade do estado. De não ouvir seus gritos, suas reclamações ou puxões de orelha. Eu tinha muito medo de não ter você mais na minha vida, de você sumir.”

– Ainda tenho, até hoje. – eu disse, vendo seus olhos marejarem um pouco; algo passou por eles, mas, como sempre, ela conseguiu disfarçar.

– Não se preocupe. Eu nunca vou sumir, nunca vou te deixar. Isso é uma promessa. – sorriu, aquele sorriso que iluminava, o qual eu tanto amava.

– Espero que cumpra essa promessa. – eu murmurei, suspirando e voltando a história. – Eu não tinha percebido, mas também tinha me apaixonado por você.

“No entanto, guardei no fundo do meu coração, e continuei com Karin. Contudo, você terminou com Sasori, para a minha alegria e alivio. Eu era egoísta, eu sei, pois continuei com Karin mesmo sabendo de seus sentimentos. E eu percebi que você ficava triste quando me via com ela, mas, ainda assim, você fazia de tudo para ser legal com ela e a enturmar. No fim das contas, vocês acabaram virando amigas, acredita?

E, por causa disso, alguns meses depois, eu e Karin terminamos. Quer dizer, ela teve coragem de fazer o que eu nunca tive, porque ela que terminou, dizendo saber dos meus sentimentos por Sakura e dos dela por mim. E, por incrível que parece, ela continuou sendo sua amiga e até nos dava suporte. Era uma menina boa.

Bem, mesmo sem Karin ou Sasori no meio, nós continuamos só na amizade. Até o dia do baile da escola chegar. Nós sempre íamos juntos, todos os anos, e aquele não foi diferente. O tema era “Estrelas de Cinema”, e você foi de Marilyn Monroe e eu de James Dean.

Eu fui te buscar em casa, como era de praxe em bailes. Meu pai tinha emprestado o carro, podíamos voltar as uma da manhã, e Suigetsu tinha inventado de levar cerveja e cigarros da sua mãe. Tudo seria perfeito. E realmente foi.

Você estava linda, vestindo aquele vestido branco, rodado, marca registrada de Marilyn. Seus cabelos, que naquela época já tinham mechas cor-de-rosa, estavam perfeitamente alinhados, no mesmo penteado da Marilyn. Além disso, você usava maquiagem, algo que nunca tinha visto você usar. Dizer que eu estava surpreso seria pouco.

– Mãe, to indo. – você gritou, fechando a porta de casa e vindo em minha direção. – Olá, James Dean. – disse, divertida.

Levaram alguns segundos até eu sair do meu transe, e eu sorri sem graça.

– Oi, Marilyn. Vamos? – eu mostrei as chaves, e você assentiu.

No carro, fomos ouvindo Frank Sinatra, para entrar no clima. A música que tocava era “Strangers in the Night”, e não poderia ser mais perfeita para a situação. Você cantava com o rádio, e sorria, enquanto eu apenas observava.”

– Como é essa música? – me interrompeu, com os olhos curiosos.

– Ah, você vai querer que eu cante?

– Claro!

– Bem, já aviso que minha voz não é muito boa. – ela riu, assentindo, e eu comecei a cantar, tocando o ritmo em minha mente. – Strangers in the night exchanging glances. Wondering in the night, what were the chances we'd be sharing love, before the night was through. (Estranhos na noite, trocando olhares. Imaginando, na noite, quais eram as chances de nos apaixonar, antes da noite acabar.)

Eu cantei, até terminar e ela me aplaudir, com um enorme sorriso no rosto.

– Nossa, você tem razão. Era perfeita para a situação. – disse, entusiasmada, como há muito tempo eu não via. Não pude deixar de sorrir, assentindo.

– Sim. Naquela noite, percebi que eu te amava muito mais do que um amigo.

“Nós chegamos ao baile, e você saiu correndo em direção a entrada, enquanto me puxava. Todos estavam vestidos como personagens famosos, mas poucos estavam como casais famosos.

Uma banda tocava músicas famosas da época, e todo mundo dançava. Nós fomos pegar um pouco de ponche e beliscar algumas comidas. Não foi surpresa quando percebemos que o ponche estava batizado; começamos a rir.

A noite estava ótima. Nós dançamos, brincamos, conversamos com alguns conhecidos nossos. Fizemos várias coisas, até você reclamar que seu salto estava machucando seu pé e que estava um pouco tonta, devido ao álcool que tinha ingerido. Fomos para fora do salão, para que você pudesse respirar.

Eu, inocente naquela época, mal sabia quais suas reais intenções. Estava um pouco frio ao lado de fora, já que no salão estava abafado. Nos sentamos na calçada, e você tirou os sapatos brancos de salto.

– Ah, que alivio. Nossa, estava acabando com o meu pé. – reclamou, enquanto fazia uma massagem no calcanhar.

– Ainda bem que não tenho que usar essas coisas. – eu resmunguei, deitando na calçada e encarando o céu. Estava estrelado, com uma lua cheia. Típico de uma noite romântica.

– Tem sorte, garoto. – você disse, largando os saltos no chão e se deitando ao meu lado, sem se importar com o fato de estar de vestido. – Ahhh, o céu está tão lindo hoje.

– Verdade. – eu ri, vendo sua cara de boba. Você olhava para o céu, com os cabelos caindo ao redor de sua face, e seus olhos brilhavam. Eu queria dizer que você estava linda também, mas as palavras não saiam.

Ficamos em silencio, cada um perdido em seus próprios pensamentos. O único som que podia ser ouvido era o da música alta vinda do salão, e os grilos cantando. Chegava a ser incomodo.

– Sabe Sasuke, - de repente você começou a falar, e eu me virei para te olhar. Você sorria, ainda olhando para o céu. – Estou apaixonada por você.

Seus olhos verdes me fitaram, e você continuou sorrindo. Minha boca abriu, e eu piscava rapidamente para tentar entender que você tinha acabado de se declarar.

– Faz muito tempo, na verdade. – continuou, sem parar de me olhar.- E eu não consigo mais reprimir isso dentro de mim. Sei que você já sabe, mas que tem medo de nossa amizade acabar, e eu não te culpo por isso. Às vezes, eu também tenho. Porém, sou incapaz de guardar isso para mim mesma, por isso resolvi falar. Eu te amo, Sasuke.

Eu permaneci quieto, e você, percebendo isso, voltou a olhar para as estrelas. Mas dessa vez, não sorria.

– Você não precisa retribuir, que fique bem claro. Eu só queria-

– Eu te amo, também. – As palavras saíram da minha boca, sem que eu percebesse. E, dessa vez, quem ficou surpresa foi você.

Ficamos nos olhando por bons minutos, até que você se levantou e ficou acima de mim. E foi naquela hora, 00h35, que nós demos nosso primeiro beijo.

E quem tomou a iniciativa foi você, claro. Quando paramos de nos beijar, você sorriu, ainda em cima de mim. Seus cabelos caiam sobre a minha face, fazendo cosquinha em meu nariz.

Strangers in the night, two lonely people we were strangers in the night, up to the moment, when we said our first hello. Little did we know… (Estranhos na noite, duas pessoas solitárias, nós eramos estranhos na noite, até o momento em que dizemos nosso primeiro "Olá". Mal sabíamos...)- você começou a cantar, e eu, também sorrindo, terminei.

Love was just a glance away, a warm embracing dance away. (O amor estava a um olhar de distancia, um abraço caloroso ao dançarmos.)”

– Nem preciso dizer que essa se tornou nossa música, não é? – perguntei, me lembrando claramente daquela noite. Sakura sorriu, assentindo.

– Eu imaginei.


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Notas finais do capítulo

Olá a quem chegou até aqui! ^^
Bem, aqui está mais um capítulo. Espero que gostem!
A música usada foi do Frank Sinatra, quem eu amo de todo o coração, e aqui está o link: http://www.vagalume.com.br/frank-sinatra/strangers-in-the-night.html
Coloquei a tradução ao lado, como podem ter visto.
Obrigada a todxs os comentários, favoritos e acompanhamentos.
Bjs e até mais!



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