Ginny olhava para Harry de forma estática. Agora sim ela tinha absoluta certeza que o homem a sua frente era um psicopata, estava sozinha com ele em uma varanda do décimo andar, caso resolvesse pular resultaria em uma morte feia.

– Não fica me olhando assim. Não vou fazer nada com você. – o moreno percebeu a cara de pânico da menina – Só que é complicado. Eu não costumo perder o controle das coisas, eu sempre domino tudo. Aí você vem e derruba minhas estruturas, sendo que eu mesmo te escolhi por achar que você não seria capaz disso.

– Está dizendo que gosta de mim?

– Tipo isso. Não sei direito. – ele disse sério antes de dar mais uma longa tragada no cigarro ainda acesso em sua mão.

– Tudo isso por que você acha que gosta de mim? – a ruiva começou a dar leves tapas nele

–Ei, olha só quem é a psicopata agora! – ele disse rindo enquanto segurava os braços da menina

– Você complica tudo. Isso é tão simples.

– Não. Não é. Pelo menos para alguém como eu. Por que eu não me apego às coisas, não me apego às pessoas...

– Dá pra gente entrar? Tá muito frio! – a ruiva o interrompeu o moreno riu atendendo ao pedido dela. – Voltando a você. – ela disse assim que se sentaram no sofá.

– Depois da morte dos meus pais eu perdi isso, de gostar das pessoas, de permitir que entrem em minha vida. Por que eu sei que elas vão acabar saindo de uma forma ou de outra. Eu prefiro não sofrer. Sempre que alguém penetra alguma barreira eu simplesmente afasto.

– Por isso você não tem amigos. – a ruiva concluiu e Harry fez que sim com a cabeça – Nem consegue para com nenhuma namorada. – ele repetiu o gesto. – Sabe que precisa se tratar?

– Eu já faço isso. – ele disse meio que rindo do modo direto que ela falou – E você tem sido meu assunto preferido se quer saber!

– Por que eu?

– Por que você é diferente. Entrou nisso sem querer nada além de prestígio, não tentou me agradar, não fez o que eu quis, brigou comigo, me provocou e fica me fazendo rir com esse seu jeito inexplicavelmente estranho. Que eu adoro, se quer saber.

– E seus tios? Onde eles entram na sua vida?

– Sirius Black é meu padrinho. Ele sabe de qualquer coisa da minha vida, mas não se intromete em nada. Tia Minerva sempre foi maravilhosa, mas precisei erguer um enorme muro de pedra entre nós quando ela decidiu que eu precisava começar a pensar nos meus herdeiros.

– E como você fica com isso?

– Totalmente perdido e sem saber para onde ir além de meu apartamento, escritório e consultas com o psiquiatra.

– Você é louco! – a menina se retirou da sala em direção a cozinha, voltando de lá algum tempo depois com uma garrafa de vinho e uma taça nas mãos. Enquanto Harry apenas a encarava – Está me olhando assim porque? Preciso beber. Ou você acha que me conta essas coisas e tudo bem? Pode beber se quiser. – o moreno aceitou

– Eu tenho uma amiga: Hermione Granger. Ela é vice-presidente da minha empresa. Não sabe desses meus segredos, mas nos damos bem. A ideia de te levar naquele teatro foi dela. Por que estava muito tendido a te dar umas rosas vermelhas.

– Sou alérgica a pólen. Já te falei isso.

– Eu devia ter te dado as rosas, assim não estaríamos aqui. – Harry disse suspirando. Ginny o olhou profundamente, se aproximou e alisou seus cabelos.

– Você é ó um homem sofrido, magoado pela vida. Algumas pessoas acreditam que essas coisas se curam com amor. Talvez se você deixasse que o amor entrasse em sua vida tudo ficaria bem. – ela disse sorrindo

– Está se referindo a você? – ele a encarou

– Me refiro a todas as pessoas que desejam o seu bem, seus tios, pessoas que trabalham com você, a Hermione e talvez eu esteja nessa lista. – a ruiva parou a mão na bochecha de Harry, alisando sua barba rala. – Me deixe entrar na sua vida?

– Uhum... – o moreno fez que sim com a cabeça. Ginny o beijou de forma delicada, mas o próprio Harry a puxou para um beijo mais forte, onde ar e espaço entre eles era a ultima coisa que precisavam.

– Harry, você precisa parar... – a ruiva afastou o moreno que lhe dava fortes mordidas e chupões no pescoço

– Desculpa. – ele deitou no sofá e puxou o ar com força – Acho que preciso de outro cigarro, por que resistir a você é muito difícil! – disse rindo

– Temos vinho. – ela apontou a garrafa pela metade, o moreno encheu a taça – Também quero, resistir a você não é nem um pouco fácil!

– Não resista. – ele sorriu para ela

– Prefiro ficar na resistência. – disse de forma provocativa

– Tem certeza? – Harry sussurrou em seu ouvido e logo em seguida lhe deu uma leve mordida no pescoço

– Não. – Ginny respondeu sorrindo

– Que ótimo! – o moreno largou a taça sobre a mesinha de centro e pegou Ginny no colo com uma imensa agilidade – Onde é o seu quarto?

– Descobre!