Escarlate escrita por yulia_Belle
Amélia acordou com o raiar do dia.
Levantou e foi até uma mesa de madeira com um espelho e vários utensílios espalhados por ela.
Lavou o rosto repetidamente, depois secou-o com uma toalha que estava pendurada ao lado.
Batidas leves na porta, que após alguns segundos abriu-se lentamente.
Ela olhou de soslaio para a porta aberta.
Era Rosa, sua empregada. Rosa fechou a porta e sorriu para a menina à sua frente.
- Como acordastes, menina?
- Muito bem, Rosa...
- Vim arrumar-te, pois teu pai a espera junto de tua mãe. Disseram-me que Dom Afonso está para chegar.
- Não quero vê-lo.... não quero ter com ele Rosa... - disse entristecida
- Tu não tens saída, Amélia...
- Pois te digo que tenho!
Amélia sorriu. Confiava o bastante em Rosa para contar-lhe o plano de fuga.
Já tinha tudo esquematizado. Sabia para onde iria.
- Fale-me!
- Se meu pai não deixar sair sozinha para o vilarejo... fugirei.
Rosa olhou-a assustada. Como fugiria se não há lugar para ficar? Amélia estava ficando maluca? Nunca que seu pai permitiria! .
Mas... não iria impedi-la.
Gostava daquela menina e queria vê-la feliz. Ajudaria no que fosse preciso.
Sua expressão assustada, tornou-se um belo sorriso acolhedor.
- Bom... vamos arrumá-la. Acho que Dom Afonso chegou.
- Tudo bem...
Amélia escolheu o melhor vestido que tinha e com a ajuda de Rosa, colocou-o.
Foi encontrar-se com Dom Afonso na mesa do café.
Chegara onde estavam os pais, entristecida.
Ao lado estava um moço louro, de cabelos lisos grandes e sedosos, trajando um belo e caro terno português.
Amélia corou com os olhos verdes do rapaz olhando-a.
- Olá Amélia, como estás?
- Estou bem, Afonso. E tu?
- Bem.
- Amélia, deixarei tu andares com Dom Afonso.
- Por quanto tempo?
- Até o pôr-do- sol.
- Trarei-a no horário combinado, Dom Luís.
Luís sorriu para Afonso e deixou que levasse sua filha.
Amélia e Afonso foram para um belo campo. Ambos andavam cabisbaixos. Ela daria tudo para sair dali... e ele... a mesma coisa faria.
- Minha doce Amélia... sinto que não estás contente.
- Estou sim, Afonso.
- Não estás. Nos conhecemos de pequenos. O que houve?
- Nada. Temos apenas de conversar.
- Sobre nós não é?
- Sim. Olha Afonso... eu não estou mais a gostar de ti como gostava antes.
- Eu sei. Sinto isso também.
- Sentes? - assustou-se
- Sim. Mas só estou ainda contigo por nossos pais. Tu sabes que querem nos casar.
Amélia não sabia o que dizer. Aquilo era praticamente um milagre. Afonso sempre gostara dela.
- De quem tu gostas?
- Só lhe conto se nos tornarmos apenas amigos.
- Mas sempre fomos. Me contes de quem gostas, que eu lhe conto por quem estou apaixonado.
Ela sorriu para o rapaz. Nunca estivera tão feliz. Passaram à andar depressa para o vilarejo e conversar.
- Na verdade... Não sei se gosto mais de Miguel ou de Manuel...
- De quem tu sentes mais falta?
- De Manuel. À tempos não o vejo... sinto saudades... Vi Miguel noite passada.
- Tu tens de decidir, Amélia... não podes ter os dois para si. Gula é pecado. - riu
- Ah! seu bobo! - riu também - Eu não sei de quem gosto. Mas conte-me. Tua vez. Quem é a rapariga de sorte por quem está fisgado?
- Ah! Ela é tão linda Amélia... tens de ver... tu és parecida com ela, mas ao invés de cabelos claros... ela tem eles da cor do vinho. O mais doce vinho... Seriam boas amigas!
- Como é o nome dela?
- Se chama Ana. A conheci numa festa.
- Ah... que bom estares apaixonado....
Continuaram conversando e andando... Entraram no vilarejo. Poucas pessoas circulavam....
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
reviews????