A Mesma Face escrita por LelahBallu


Capítulo 4
Mrs. Queen


Notas iniciais do capítulo

Hello, my dear friends.
Então, eu queria muito ter respondido os comentários antes de postar, mas infelizmente não foi possível. Mas eu juro que ainda vou tomar tempo para falar com vocês individualmente. Por hora eu quero agradecer em especial a “Pratas” e a “Ka Duarte” pelas maravilhosas recomendações, Xoxo especial para as duas. Fora isso queroa avisar que ainda essa semana volto com Problem, e que não há pegadinha aqui. Bem, não vou mais atrasar vocês :)
Desejo uma boa leitura a todos!



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FELICITY SMOAK

— Então você realmente está indo embora. – Helena murmurou jogando sua bola contra a parede. Estávamos mais uma vez escondidas, dessa vez na lavanderia do hotel, bem no final, entre uma prateleira de produtos de limpezas e um cesto enorme cheio de roupas de cama.  Helena estava mais do que desanimada com minha ida. Assim como eu, ela sentia por se afastar de sua melhor amiga.

— Infelizmente.  – Respondi a sua não pergunta. – Amanhã. – Murmurei para ser mais exata. Minha cabeça dava voltas, imaginando como eu ira me adequar a essa família. Uma família que não era minha, mas que eu precisar fingir que era. Eu precisava convencer meu marido postiço de que tudo estava bem, e não dormir com ele no processo. O difícil não seria não dormir com ele, mas manter ele mesmo assim. Homem nenhum gostava de ser rejeitado, principalmente o que era casado. Agora eu tinha dois filhos postiços de que cuidar, uma cunhada que me odiava, um amante dentro da casa do meu marido, que por acaso era seu cunhado, e uma sogra que só não me odiava por que eu era sua contrabandista de bebidas. No que eu estava me metendo? - Deus, eu só espero não terminar me fodendo bonito. – Soltei. Olhei para o lado para encontrar o sorriso de Helena, seu silêncio me dizendo mais ou menos onde seus pensamentos estavam. Eu conhecia aquele sorriso.  – O quê?

— Você pode me mostrar a foto novamente? – Pediu.

— Quantas vezes você vai babar nessa foto? – Perguntei sem ânimo enquanto tirava o celular do meu bolso, meu dedo deslizando pela tela e formando a senha, após o rápido desbloqueio indo até a galeria de fotos. Eu sabia qual foto ela estava pedindo. Megan me comprou esse celular, o mesmo modelo que o seu e logo passou seus contatos e fotos atribuídas a cada um. Era a foto de Oliver que Helena queria ver.  Estendi meu braço quase golpeando o rosto de Helena enquanto mostrava a maldita foto.

— Eu queria que você fosse menos mesquinha e me mandasse essa foto. – Queixou-se. – E Felicity? Com esse pedaço de mau caminho como marido eu espero que você se foda bonito. – Sorriu amplamente. – Eu ficarei bastante triste se não acontecer. – Confessou. – Olhou mais uma vez para a foto e suspirou. - Esse homem me faz desejar que uma Helena mais rica e glamorosa apareça exigindo que eu assuma seu lugar na cama de seu marido lindo, rico e totalmente fodível.

— Não existe essa palavra. – Falei tentando não pensar no que ela dizia.

— Sexo com ele deve ser de criar palavras. – Retrucou.

— Eu não saberia dizer. – Falei dando de ombros.

— Mas pode descobrir. – Rebateu. Isso me fez revirar os olhos.

— Claro. Vou pesquisar agora mesmo no google: Maneiras de se esconder que ainda é virgem. – Murmurei ironicamente. – Certeza que o Yahoo me dará respostas bastante produtivas.

— E criativas. – Helena acrescentou. Meneei a cabeça com um sorriso divertido em meus lábios. Deus, eu ia sentir falta desse seu humor ridiculamente contagiante. – Sério Smoak, vamos ser sinceras aqui, de amiga para amiga.  – Insistiu. Lá vem. – Nunca medimos nossas palavras quando conversamos uma com a outra, sem censura. Então, como em plena consciência você vai conseguir negar fogo caso esse homem venha todo cheio de tesão para o seu lado? – Perguntou fazendo-me lhe lançar um olhar aborrecido. – Eu estou falando sério aqui, olhe esse sorriso. Ele está todo bom moço, mas imagine ele com um sorriso cretino. Como você vai conseguir resistir?

— Para começo de conversa, ele não vai estar interessado em mim. – Retruquei. – Será Megan, e segundo: Ele é um estranho para mim, Helena. Você sabe que não sou assim. Estranhos não me fazem descer minha calcinha só por que são... Gostosos? – Que outra palavra eu poderia ter usado aqui?

— E se sei. – Resmungou. – Deus sabe o quanto tentei te arranjar alguém para mudar isso.

— Você parece com Megan. – Reclamei. – Ela estava pronta para contratar um prostituto quando descobriu.

— Eu não acredito que ela realmente vai ter coragem de te mandar no lugar dela. – Confessou. – Eu pensei que quando acabassem essas duas semanas ela iria dizer que tudo não passou de uma pegadinha e que você estava liberada, mas mesmo sabendo que você ainda é virgem, ela ainda segue com o plano. Eu fico entre admirar sua audácia e encher sua cara de dondoca de tapas.

— Seria como bater em mim. – Falei pegando a bola de suas mãos e eu mesma passando a jogar na parede. Eu também pensei que Megan desistiria após a ligação de Oliver. Eu contei a ela que seu marido estava inquieto, impaciente e que a palavra divórcio havia acendido em minha mente inúmeras vezes enquanto eu falava com ele. Ela riu, disse que Oliver jamais faria isso, se não fosse pelo o poder dela sobre ele, seria pelo poder dela sobre seus filhos. Ela disse que tudo sairia bem se eu consertasse minha maneira de falar, deixasse de me comportar como uma maldita santa, palavras dela e não minha. Ela insistiu em “resolvermos” o lance da virgindade antes de eu ir. E chegou a fazer uma ou duas ameaças quando eu mais uma vez neguei, mas ficou de queixo caído quando eu invoquei a Megan que existia em mim e lhe lembrei de que ela dependia de mim para isso dar certo. Com um suspiro aborrecido ela se limitou a pedir que eu ao menos o seduzisse, quando a encarei confusa ela riu. Ela disse que havia maneiras de se brincar sem chegar ao ato em si.

— Eu queria poder vê-la. – Admitiu. – Quando você diz que são idênticas é tão surreal.

— Eu sei. – Concordei.

— Todo tipo de história vem em minha cabeça. – Continuou. – Gêmeas separadas em maternidades, mãe dando uma para doção, eu não sei. Nunca passou pela sua cabeça? De ela realmente ser sua gêmea má? – Perguntou sabendo que era assim que eu chamava Megan.

— Apesar do medo da resposta ser afirmativa, eu confesso que já me perguntei o mesmo. – Assenti. – Inclusive cheguei a checar seus documentos quando ela não estava vendo. Além de ter nascido milha e milhas distante de mim, Megan é três meses mais velha. – Dei de ombros. – Então vamos ficar apenas no lance sósia mesmo.

— Lis... – Helena chamou-me hesitante. – Eu sei que fiz todo o tipo de piada e brincadeira, mas, por favor, tenha cuidado. – Pediu. – Nunca cometa o erro de confiar em Megan, e sei que você tem pena da família dela, mas não confie neles. São estranhos, se qualquer coisa der errado nessa situação toda, não acho que Megan é quem vai sair perdendo, lembre-se: Você precisa ser perfeita, não por Megan, mas por você. Por que se você não conduzir essa situação direito, se você não convencê-los de que é Megan, você pode ir presa.

— Eu sei. – Repeti deixando uma parte minha sentir o medo que me cercava a noite. Eu entrei nessa situação fugindo da cadeia, mas a verdade era que eu podia muito bem estar apenas adiando a coisa toda. Respirando fundo eu passei a me concentrar no que vinha a seguir. – Eu já me despedi da minha mãe. – A informei. – Comprei remédios com o dinheiro que Megan me deu e deixei um pouco com ela, todo mês irei depositar uma quantia em sua conta, cuida dela Helena. – Pedi me erguendo. – Ela parece mais frágil. – Confessei. – Eu queria leva-la comigo, mas duvido que seria bom para minha situação, eu disse que fui contratada para trabalhar na casa de uma família rica, que o salário era muito melhor do que eu ganhava no hotel e que nessa cidade eu poderia continuar com meus estudos. – Expliquei. Era importante Helena saber disso, caso Donna Smoak quisesse certifica-se de algo. – Eu acho que ela está um pouco desconfiada, mas como nunca menti sobre algo tão importante, ela não sabe como me perguntar com delicadeza, ela resolveu confiar em mim. – Murmurei tristemente. Helena suspirou enquanto também se erguia, seu ar triste uma réplica do meu. – Está na hora.

— Espero que tudo termine bem. – Murmurou sincera.

— Eu também. – Falei antes de envolvê-la em um abraço apertado. Pela força com que retribuiu eu sabia que ela estava bem mais apreensiva do que estava se deixando mostrar. – Vejo-a em seis meses. – Murmurei ainda que não tivesse certeza. Ela assentiu me soltando. Um sorriso triste em seus lábios. E eu resisti a vontade de começar a chorar como uma criança que queria voltar para cama e se esconder dos seus medos.

— Já descobriu como manterá Oliver fora de sua cama? – Perguntou entre preocupada e divertida. O assunto Oliver e sexo voltando a me deixar nervosa.

— O casamento está desmoronando. – Dei de ombros. – Não acho que sexo vá estar em sua mente.

— Você claramente não conhece os homens. – Meneou a cabeça. – Homens sempre estão pensando em sexo. Sexo de briga, sexo de reconciliação, sexo de adeus, sexo por sexo, sempre sexo. – A encarei desanimada, ela não estava ajudando muito. - Espero que as horas no avião a ajude a pensar em algo melhor.

— Dê um beijo em Rene por mim. – A provoquei me afastando e finalmente lhe dando as costas. Rene havia sido o escolhido por Helena para participar da pequena representação de traição a Michael. Eu tenho certeza que ele se divertiu muito interpretando o pivô do fim do namoro.

— Rene pode muito bem beijar minha bunda. – Rebateu, sua voz me alcançando e dando-me certo conforto. Ri de sua resposta e segui andando, quando avancei poucos passos e me dei de frente com Michael, eu sorri. O bastardo parecia tremer em minha frente. Havia certa atração nisso.

— Felicity. – Murmurou pálido. – Veio visitar Helena. – Suponho que sua intenção era de fazer uma pergunta. Ele não fez.

— Me despedir. – Assenti. Ele me encarou desconfiado ao escutar meu tom simpático. – Já dei um abraço em minha amiga, agora falta você. – Completei a frase com um sorriso inocente.

—Eu? – Murmurou incrédulo.

— Você. – Assenti antes de me aproximar dele que ficou parado confuso, sem demora me aproximei bastante dele em um quase abraço. Ele estava congelado pela perplexidade do ato. Então para aumentar sua surpresa e minha felicidade lhe dei uma joelhada bem no pequeno Michael. Ele curvou-se prostrado de dor. – Você pode beijar meu traseiro. – Murmurei lhe dando as costas e adotando a frase de Helena. – Filho da puta. – Soltei erguendo o dedo do meio ainda sem encara-lo. Eu sei, não foi minha melhor fase, mas às vezes alguns atos rebeldes eram necessários.

Quando cheguei ao hotel que Megan e Ra’s estavam hospedados eu fui direto para seu quarto, como fui instruída antes de sair. Após algumas poucas batidas ela abriu a porta e me deu as costas sem dizer nenhuma palavra, sobre sua cama havia três vestidos elegantes, todos da cor vermelha, Megan adorava essa cor.

— Bonitos. – Murmurei automaticamente. Apenas por que estava incomodada com seu silêncio enquanto observava os três vestidos, sua mão apoiada no queixo. Eu sentia que não ia gostar do que vinha por aí.

— Estou decidindo com qual desse você vai viajar.  – Falou. A encarei surpresa. – Nem mesmo tente argumentar. – Cortou-me justo quando eu abria minha boca.

— Em uma viagem você supostamente deve vestir algo confortável. – Reclamei apesar de suas palavras.

— Durante esses dias eu a treinei de todas as formas possível. – Falou em tom sério. Ok, eu estava prestando atenção. – Sua maneira de falar, andar e até mesmo sorrir. A ensinei a usar os talheres certos, quais as melhores roupas a comprar, as cores certas, os calçados ideais. E as ocasiões em que usar. A fiz decorar vários nomes, desde o mais simples como o do meu marido, passando por alguns de meus amantes e amigos do meu circulo social,  até mesmo o do jardineiro da mansão. Eu ensinei tudo a você, cedi quando você decidiu que não ia dormir com meu marido, beber ou fumar, eu até mesmo me preocupei em lhe ensinar a dirigir. Em troca de tudo isso você pode muito bem abandonar sua irritante preferência em usar jeans. – Finalizou me olhando com irritação.

— Nada de jeans. – Assenti. – Entendi. Só quero deixar um ponto claro aqui, eu já sabia dirigir, não passar no teste só foi um detalhe pequeno.

— Você dirige como um bêbado com os pés amputados. – Lembrou-me. Não me dei o trabalho de responder a isso. Sem esperar por uma resposta ela pegou sua bolsa. – Aqui estão meus documentos, cartões e senhas. Tente não abusar dos últimos. – Avisou-me.

— Por que você se conteria. – Ironizei.

— Touché. – Sorriu.

— Se eu estou com seus documentos, o que lhe resta? – Perguntei confusa.

— Esses são cópias. – Avisou-me. – Muito bem feitas, mas não são os reais, os reais ficam comigo. Fora isso eu não lhe dei todos os cartões. Seria tolice, apesar de ser bancada por meu atual amante, não é bom confiar plenamente em um homem. Lembre-se disso minha querida. – Quase senti uma simpatia por ela. - Oliver me dá uma generosa mesada todos os meses. – Entrará em minha conta. – Com falso ar de desculpas completou. – Não confio em você para lhe dar acesso a isso, mas criei uma nova na qual irei transferir todos os meses, enquanto você ficar na minha casa, uma certa parte. Já depositei um pouco de dinheiro pelos serviços prestados até o momento.

— Está bem. – Assenti odiando a sensação de ser comprada, de estar fazendo parte de um esquema que iria provavelmente me levar até a prisão, tudo por conta da vaidade de uma mulher.

— Alguma dúvida? – Perguntou-me cruzando seus braços.

— Nada que eu possa me lembrar no momento.  – Confessei nervosa.

— Ligarei para seu celular, e unicamente para ele. – Alertou-me. – Mas apenas uma vez por mês, eu estou tirando férias dos Queens, não tenho disposição para ficar segurando sua mão. Se e apenas se, algo urgente acontecer ligue-me. Se eu descobrir que foi por uma besteira, será aquela conta que sentirá minha fúria. 

— Ok. – Respirei fundo.  – Só isso?

— Você se lembra de Diggle? – Perguntou.

— O motorista de Oliver. – Assenti.

— A partir do momento em que você chegue lá, será o seu. – Alertou-me. – Eu tenho um carro, mas não toque nele. Não quero voltar e descobrir que eu estou morta.

— Toca meu coração sua preocupação comigo. – Ironizei.

— A levaremos para o aeroporto amanhã. – Avisou-me.

— Com medo de que eu desvie a rota? – Brinquei.

— Você tem muito que perder se o fizer. – Lembrou-me. – Mas sim, quero me certificar de que você irá entrar naquele avião e de que não cometerá nenhuma gracinha. Oliver e as crianças estarão te esperando em casa, mas Diggle irá busca-la. Nada de fugir Felicity, lembre-se que sei que sua mãe precisa desse dinheiro e da paz de saber que sua filha não está na cadeia. – Trinquei meus dentes ao escuta-la falar em minha mãe.  – Já arrumei suas malas, quer escolher o vestido ou fica por minha conta?

— Vermelho para uma viagem de avião? – Murmurei desanimada.

— Eu quero uma boa impressão quando você entrar na casa. – Respondeu. – Lembre a todos e principalmente a Oliver de você é uma Queen. Então? – Perguntou apontando para os vestidos. Os observei por alguns segundos e rapidamente decidi.

— Este. – Apontei para o único que era folgado a partir da cintura e parava um pouco acima dos joelhos. Que ele estivesse entre outros dois bem mais curtos e justos me dizia que foi proposital.

— Boa escolha. – Assentiu. – Use com o casaco preto. – Murmurou como se eu realmente me importasse com isso. – Agora, você pode ir. Nos vemos amanhã. Já mudei meu número. Qualquer ligação de Oliver cairá no seu.  Provavelmente ele lhe ligue dentre uma hora. – Suspirou aborrecida. – Desde o dia em que você aceitou falar com Lexie, ela insiste em conversar antes de dormir.

— Eu sei. – Murmurei. Ela chegava a atender as ligações de Oliver, quando não inventava uma dor de cabeça. Suas palavras eram breves e quando Oliver informava que os filhos queriam falar com ela, ela sem demora jogava literalmente o celular em meu colo. Desde a primeira ligação que eu atendi, eu não havia mais falado com Oliver. Megan deve tê-lo irritado na ligação seguinte, por que após eu me despedir das crianças ele simplesmente desligava. Aquele casamento estava afundando e Megan era cega demais para perceber isso.

Após ser dispensada por Megan eu segui para o meu quarto, já com o pensamento de ficar atenta a ligação de Oliver. Pedi o serviço de quarto e após comer algo leve eu me preparei para ir deitar, já em minha cama eu deitei com meu pijama surrado sabendo que esta seria minha última noite vestindo algo assim. Encarei o celular esperando pela ligação que não chegou, meus olhos cansados e pesados pelo sono se fecharam enquanto minha mão ainda estava fechada sobre o aparelho.

Acordei com um leve zumbido, mal associando as vibrações em minha mão. Desorientada e ainda sonolenta levei o celular a minha orelha, esquecendo completamente quem deveria estar me ligando. Eu não sabia que horas eram, a única pessoa que costumava me chamar enquanto eu ainda estava dormindo era Helena.

— Hey. – Murmurei tentando despertar meu cérebro. Eu estava prestes a ralhar com Helena por ela estar me ligando, e não de uma forma muito graciosa quando a voz masculina felizmente foi mais rápida.

— Megan. – Murmurou simplesmente. – Eu não esperava que estivesse dormindo. – Mesmo meu cérebro lento foi capaz de associar aquela voz. Oliver. É claro que ele não esperava que sua esposa estivesse dormindo, a sua maneira ele já conhecia os hábitos de Megan, e para ser sincera ela devia estar longe de dormir na companhia de seu amante. Tentei afastar a imagem da minha mente e me concentrei em Oliver.  – Não preferiu aproveitar sua última noite na cidade fazendo algo que goste? – Perguntou com uma leve carga de insinuação. Eu não estava no clima de briga então nem me preocupei em encarnar a Megan. Eu estava com sono. Se Oliver queria briga, que me esperasse chegar lá.

— Eu gosto de dormir. – Murmurei por fim, liguei o abajur a minha direita e encarei o relógio digital. – Ela ainda está acordada? – Perguntei estranhando, eu não ia fingir que Oliver desejava falar comigo, ou melhor, com Megan. O único motivo para ele ligar era a insistência das crianças em falar com a mãe. Especialmente Lexie, que parecia mais apegada a mãe do que William.

— Não. – Negou.  – Ela demorou um pouco a dormir, estava com febre, mais já está dormindo. Eu estou aqui com ela, quero me certificar que a febre não volte.

— Por que você não ligou para mim? – Murmurei inquieta. Eu gostava de Lexie, era uma garotinha muito fofa, e conhecendo sua afeição por Megan, ela provavelmente gostaria de ter falado com a mãe enquanto estava doente.

— Eu estou ligando agora. – Retrucou.

— Mais cedo Oliver. – Murmurei o repreendendo.

— Megan, você acha que essa é a primeira vez que ela fica doente enquanto você está fora? – Perguntou em tom duro.

— É claro que não, mas... – Interrompi-me sem saber exatamente o que eu ia dizer a seguir.

— Mas... – Repetiu insistente. Mas eu me importava, talvez Megan não se importasse, mas eu me importava.

— Nada. – Falei por fim.  – Ela está melhor?

— A febre baixou. – Cedeu. – Então eu imagino que sim, se voltar a subir chamarei o médico da família, mas não foi por isso que eu liguei, só queria confirmar com você sua vinda amanhã.

— Já comprei a passagem. – Murmurei segurando um “eu não vou fugir”. Eu precisava me lembrar de que as batalhas de Oliver eram com Megan e não comigo. Ficar irritada não ia ajudar em nada. – Eu mandarei uma mensagem avisando quando sair.  – Prometi. – Isso é tudo? – Perguntei não conseguindo esconder meu tom ácido.

— Por que você está irritada comigo? – Questionou impaciente. – Você não tem o direito de estar irritada comigo, eu pedi que você voltasse logo e ainda assim você deu um jeito de sair com a sua e ter a semana que tanto queria.

— Eu...

— Você disse, na outra noite que lamentava o rumo que o nosso casamento havia tomado. – Lembrou-me. – E ainda assim, nas ligações seguintes não fez nada além de falar sobre futilidades e tentar me apaziguar falando como iria me receber a noite. Você está brincando comigo Megan? Eu não gosto mais desse jogo.

— Eu...

— Você quer saber? – Prosseguiu me ignorando completamente. – Eu dispenso o que vem a seguir, dispenso também a mensagem de amanhã, apenas pegue o maldito avião e esteja em casa, por que eu juro, que se isso não acontecer, minha próxima ligação será apenas para lhe pedir o seu atual endereço e então mandar os malditos papéis. – Murmurou finalizando a ligação bruscamente.

Por um longo momento eu não fiz nada além de respirar. Eu estava cada vez mais assustada com o que vinha a seguir, eu não tinha certeza se aguentaria os meses que passaria com os Queens. Eu não tinha certeza se o casamento de Megan e Oliver duraria tanto tempo. Antes ele tinha dado apenas indícios do que me esperava, agora estava claro que sua decisão era de se divorciar, como eu poderia lidar com isso? Como convencê-lo a continuar em um casamento quebrado, continuar com uma mulher que na verdade não o merecia?

Deitada em minha cama eu fiquei tentada em ligar de volta, mas eu duvidava que ele desejasse continuar esta ligação. Ele não atenderia, e se atendesse o que eu diria? “Por favor, não abandone Megan e complique mais minha vida”? Passei o restante da noite em claro, considerando todo o tipo de situação que poderia acontecer. Quando finalmente o dia clareou eu estava exausta e sem ânimo. Arrumei-me preguiçosamente, adiando o máximo possível o que estava por fim. Claro que Megan notou meu humor, quando eu disse que Oliver havia falado em divórcio ela me culpou, disse que eu não soube levar tudo com desenvoltura. Ela não percebia que era sua atitude que estava cansando Oliver, que era ela quem havia afundado o próprio casamento. Com um olhar firme e ameaçador exigiu que eu cuidasse de tudo assim que chegasse lá, que o distraísse, que jogasse em sua cara o amor dos pequenos por ela. Em todas as palavras ela exigiu que eu salvasse seu casamento. Quando sugeri que ela desistisse do plano, ela se aborreceu, disse que se antes não desejava voltar para casa, imagine agora que teria que lidar com marido amargurado, carente e dramático.

Sua resposta me fez desejar chegar em Oliver e perguntar onde estavam os malditos papéis para que eu assinasse e assim o livrasse se seguir vivendo com uma mulher desse tipo. Quando chegamos ao aeroporto infelizmente estávamos acompanhadas de Ra’s que parecia se divertir muito nos observando.

— Quem nos observasse agora não imaginaria os planos que passam em sua cabeça, minha querida. – Ra’s comentou encarando Megan. A verdadeira Megan, com um sorriso irônico o encarei.

— Pois é, parecemos uma típica família feliz, com seu pai levando suas filhas para o aeroporto. – O provoquei. Ra’s para minha infelicidade apenas se divertia com cada alfinetada que eu lhe dava.

— Sentirei falta de sua língua ferina. – Comentou por fim.

— Eu não sentirei nem um pouco sua falta. – Retruquei. Não era apenas o fato dele ser amante de Megan que me fazia odiá-lo. Era o papel dele nisso tudo, ele a ajudou, eu não podia me esquecer da noite em que fui forçada a concordar com esse maldito plano.  Deixei minha concentração se desviar dele para a ardilosa Megan. – Você não deveria estar disfarçada com um boné e óculos escuros? – Brinquei.

— É claro, esqueci que todo o FBI estava atrás de mim. – Retrucou.

— Cuidado minha querida, você acabou de soar exatamente como eu. – Murmurei admirada, e impregnando seu tom na frase dita. Ela sorriu em resposta. Pela primeira vez um sorriso desprovido de malícia e descaso.

— Eu acho que duas semanas forçada a conviver com você pode fazer isso. – É claro, por que fui eu quem a forcei. – Vamos a uma última rodada de instruções, quando chegar em casa passe o máximo tempo possível com os pivetes, tire algum tempo para conversar com Moira e fingir que se importa com ela. Evite Alex por um tempo, Thea está em cima de seu marido, desconfiada e profundamente irritada, eu tenho certeza de que ela está por trás da desconfiança de Oliver. Agora sobre Oliver, evite-o. – Pisquei surpresa. – Ao menos até chegar a noite, não estou dizendo para você sair correndo fugindo de sua presença, apenas não fique sozinha com ele. Se ele realmente está tão irritado como você falou, ele precisa de um tempo para melhorar seu humor. Ou vocês terão outra conversa relacionada a divórcio. Lembre-se Felicity, eu ainda quero ter um marido para voltar. – Alertou-me. – Quando finalmente estiverem sozinhos, seduza-o. – Notando o aborrecimento em meu rosto ela se apressou em me cortar. – Há maneiras de seduzir um homem sem leva-lo para cama, eu acho que na atual situação, o sexo infelizmente não ajudaria muito, então prolongue o máximo que puder o jogo de aproximação e logo se afastar. Conquiste-o.

— Mais alguma coisa? – Perguntei não querendo me aprofundar nisso.

— Você se lembra de Isabel? – Perguntou direta.

— Uma prima distante que deseja ser a próxima senhora Queen. – Assenti.

— Tome cuidado com ela. – Alertou-me. – Se você me acha uma cobra, você não tem ideia de como Isabel pode ser. – Em minha opinião as duas devem ter frequentado o mesmo curso de vadia, mas não seria eu a dizer. Todavia, algo em meu rosto denunciou, por que Megan inclinou a cabeça, seu olhar atento me observando, um sorriso de conhecimento brincando em seus lábios. - Você não gosta muito de mim, não é mesmo? – Perguntou sem parecer aborrecida com isso.

— Você me ameaçou, chantageou e forçou a fazer parte de um plano para enganar uma família inocente. – Comecei erguendo uma sobrancelha. – Está me afastando da minha única família, amigos e me fez ser despedida, além de desistir do meu curso. Estou indo para uma família quebrada, que me tratará ou com profundo ódio ou descaso. Seu marido, “nosso” marido, não vê a hora de se divorciar, provavelmente por que não é tão tolo quanto você o julgou e suspeita que o esteja traindo, eu em contrapartida, preciso convencê-lo de que ele está enganado, que o amo profundamente e nunca olharia para outro, isso é claro enquanto penso em uma justificativa boa o suficiente para explicar de que apesar de todo o meu amor por ele, eu não posso compartilhar de nossa cama. Você é egoísta, egocêntrica, e má. O que há para não se gostar? – Completei com ironia. – Para deixar claro aqui, eu não a julgo por ter uma vida ativa, por gostar de sexo e ter vários parceiros, se você gosta de viver assim, se isso a deixa feliz? Vá em frente. Uma mulher tem o direito de amar quem quiser, quantos quiser. O meu problema nessa situação toda é sua desonestidade. Se você não fosse casada eu apenas daria de ombros e até mesmo admiraria essa força que existe em você, se você e seu marido vivessem em um relacionamento aberto, em que ele não ligasse o mínimo? Eu estranharia, mas igualmente daria de ombros por que esse não é um assunto meu, mas você o engana, e ele é bom. Ele é bom para você. Você me trouxe para esse mundo, então sim, eu acabo te julgado por ter tudo que qualquer mulher adoraria ter e não aproveitar. Oliver merece mais, os Queens merecem mais do que você está dando a eles.

— E pelos próximos meses, ele será seu. – Declarou sem se abalar.

— Tanta paixão em defender um homem que ainda nem conheceu. – Ra’s comentou fazendo-me lembrar de que ele ainda estava presente. Seu olhar ardiloso me avaliava com interesse. E deixando-me inquieta.

— Do meu ponto de vista, eu estou lhe dando um enorme presente. – Megan murmurou séria. - A partir de hoje você é a Srª Queen. Aproveite minha querida. Faça o que eu não o fiz, ame-o, faça-o feliz, seja o motivo de seu sorriso antes de dormir e logo ao acordar. Seja você também feliz, mas não esqueça. Oliver é meu, e no final dessa brincadeirinha de família feliz, eu o quero de volta.

Abri minha boca para protestar, para lhe dizer que não tenho nenhum interesse em conquistar Oliver, mas nesse exato momento escutei a chamada do meu avião.

— Eu preciso ir. – Murmurei para mim.

— Perdoe-me se não a abraço. – Retrucou. – Vejo-a em seis meses Megan. – Murmurou com seu habitual sorriso felino. Resisti a vontade de revirar meus olhos, assenti e então olhei para Ra’s que mantinha os braços cruzados atrás de si.

— Felicity. – Murmurou ganhando um ponto comigo. Ele não me negou o direito de por uma última vez possuir minha própria identidade.

— Satã. – Acenei minha cabeça quase respeitosamente e lhe dei as costas recebendo seu sorriso.

Estava na hora.

Felicity Smoak a partir de agora não mais existia, no lugar dela estava Megan Queen.

OLIVER QUEEN

Cumprimentei minha secretária com um aceno breve e entrei em minha sala na Queen Consolidated com rapidez. Minha mente estava inquieta hoje e não havia dúvidas que isto estava relacionado a volta de Megan para casa. As crianças também acordaram agitadas, ansiosas pela volta da mãe, foi um trabalho para a babá arruma-los e leva-los para a escola. Eu tive que responder todo o tipo de pergunta de Lexie que mais do que William não conseguia conter sua alegria. Também tive que aguentar o mau humor de Thea que nunca apreciou ou aprovou o fato de que eu tenha casado com a melhor amiga da minha falecida esposa. Thea estava especialmente mais azeda hoje. Seu mau humor se direcionando até mesmo a minha mãe, quem ela a todo custo evitava aborrecer. Alex seu pomposo e idiota marido resolveu que não ia aparecer na empresa hoje. Alegou não se sentir bem, mas eu tinha certeza de que ele sofria profundamente de uma crise alérgica a trabalhar.

Eu por minha vez estava irritado.

Ontem eu havia me precipitado e excedido em minha conversa com Megan. Eu não devia ter falado em papéis, não por telefone, e não daquela maneira, mas tê-la tão irritada comigo me deixou furioso. Agia como se estivesse indignada por minha demora em ligar para ela, e aborrecida por tê-la deixado de fora da do episódio de Lexie. Não parecia justo que ela agisse assim justo agora, só após de eu ter deixado claro que não estava contente com o nosso casamento. Não após agir de forma tão diferente após a única ligação em que ela pareceu realmente disposta a pensar menos em si mesma e mais em nosso casamento.

Então, assim como Thea eu também estava muito mal humorado. O que parecia piorar cada vez mais.

— Alguém acordou do lado errado da cama hoje. – Levantei meu rosto da pasta que eu havia jogado bruscamente sobre minha mesa e na realidade não havia sequer aberto ainda e encarei a figura feminina vestida sedutoramente com um vestido vermelho justo. Isabel Rochev, uma prima distante que tinha sua parte da empresa e fazia questão de estar presente nos negócios da família. Isabel também nunca escondeu o fato de que estava mais do que aberta a ideia de entrar em um relacionamento extraconjugal comigo. - Ou melhor dizendo, na cama errada. – Acrescentou enquanto se aproximava impregnando o ritmo certo que atraia qualquer olhar masculino para seus quadris estreitos.

— Agora não Isabel. – Murmurei encostando-me em minha cadeira, minha mão esfregando minha barba.

— Claro. – Sorriu sem, no entanto, deixar de aproximar. Logo ela estava entrando em meu espaço pessoal e segurando os braços da cadeira, cercando-me com seu cheiro picante e feminino. Mais de uma vez me vi tentando a aceitar o que ela oferecia, e hoje era um dos dias em que eu mais me sentia tentado.  – A grande questão para mim sempre foi “Quando”. – Sua mão acariciou meu rosto. - Quando você irá deixar de ser um tolo que persiste em sua fidelidade para com uma esposa que tão pouco se importa com você. Diga-me Oliver, você nunca se fez a mesma pergunta? Você assim como eu sabe que é só uma questão de tempo? – Seus olhos me avaliavam cheios de promessas. - Então, quando? – Perguntou aproximando seus lábios perigosamente dos meus, vi-me concentrado em seu rosto, especialmente naqueles lábios, seria tão fácil me perder em suas promessas de alívio e esquecimento momentâneo. Deixar de lado o desastroso casamento em que me encontrava apenas por alguns momentos. Era tentador de mais, e muitos outros homens já teriam aceitado seu convite.

Eu queria.

Bem agora, eu queria.

Então, por que não?

Mas antes que eu pudesse vencer a pequena e quase inexistente distância entre nossos lábios, escutei um pequeno toque em meu celular. Rápido e curto, apenas uma aviso que teve o poder de me despertar da névoa de desejo que Isabel havia me envolvido, segurei seus braços a afastando e recebendo de volta um olhar aborrecido.

— Hoje não. – Murmurei antes de pegar meu celular do bolso e com rapidez verificar a mensagem que havia nos interrompido.

“Desculpe, não pude fazer o que me pediu, não pude não mandar essa mensagem. Espero que entenda que ainda desejo retomar nossa antiga conexão, melhora-la até. Eu falei sério quando lamentei o rumo que nosso casamento havia tomado, espero que minha volta possa aplacar isso, que nos dê uma nova oportunidade. Você merece mais, e eu me esforçarei por dar a você e a nossa família o que você precisa. Vejo-o em breve.”

— Quem é? – Isabel perguntou ficando em frente a minha mesa, eu por minha vez relutava em tirar meus olhos da mensagem. Querendo desvenda-la. Questionando-me por que suas poucas palavras pareceram significar tanto.

— Megan. – Respondi prontamente. Ela não havia assinado é claro, mas mesmo que o próprio celular não tivesse dito, o conteúdo da mensagem sim. – Ela está voltando. – Murmurei tão baixo que mesmo eu fiquei em dúvida se realmente havia dito algo. Eu não tinha certeza se ela ia vir hoje afinal, temia que ela prolongasse sua estadia, ainda mais depois o momento em que perdi o controle. Eu estava confuso. Havia momentos em que eu tinha certeza de seu descaso, certeza de que queria o divórcio, mas então ela dizia algo como isso, e eu passava a me questionar se divórcio não era uma decisão extrema.

 - É claro que é Megan. – Isabel meneou a cabeça. – Essa aí sempre teve um ótimo senso de proteção.  – Levantei meu olhar para Isabel. – Quando você vai perceber que esta mulher não te merece Oliver? Ela é...

— Minha esposa. – A interrompi. Não importava a que pé eu estivesse com Megan, enquanto ela fosse minha esposa eu não poderia ficar quieto enquanto uma pessoa a ofendia. – E você é necessária em sua sala.

— Você sabe o que ia acontecendo aqui. – Respondeu. Seu olhar se tornou gélido.  – Basta uma mensagem para ela te ter de rabinho abanado novamente?

— Eu quero ficar sozinho, Isabel. – Falei entredentes. – Saia, e por favor, quando sentir a necessidade de vir até minha sala, peça para minha secretária verificar se eu estou disponível antes. – Ela ficou tensa antes e fechou os punhos mostrando-me sua irritação, mas logo se controlou e ergueu o queixo, um sorriso chegando aos lábios perfeitamente pintados.

— Eu lhe dou um mês. – Murmurou por fim. – E logo estará em minha cama, sua esposinha irá cometer algum deslize, e você se cansará de tentar salvar esse casamento, e será em meus braços que você buscará consolo. – Falou antes de com toda calma se retirar. Talvez ela estivesse certa, talvez eu realmente cedesse e não conseguisse salvar meu casamento, mas hoje não.

Hoje eu tentaria.

Matei o tempo me envolvendo com pequenas questões na empresa, eu não queria ficar em casa esperando por Megan, mas também não queria começar algo que me atrasasse muito, então não entrei em nenhuma reunião, falei brevemente com Tommy que abordou o assunto Megan com delicadeza, ele sabia sobre minhas dúvidas, apoiou-me sem interferir muito, e após uma breve despedida eu chequei meu relógio pela milésima vez deduzindo que por fim já estava na hora de voltar para casa, Megan logo estaria chegando.

Cheguei em casa antes do que eu esperava. Mal abri a porta e William me recebeu com um enorme sorriso enquanto abraçava minhas pernas.

— Olá campeão. – Murmurei bagunçando seus cabelos. – Esse abraço realmente era para mim ou pensou que era sua mãe?  -Perguntei me agachando. – Você pode ser sincero. – Pisquei.

— Era para você. – Ergui meus olhos encontrando os de Thea que se aproximava com braços cruzados. – Ele te viu pela janela. Seus filhos te amam independente de Megan, Ollie. – Não precisei refletir muito para perceber o que ela queria dizer. Para ela Megan era desnecessária.

— Mamãe ainda não chegou. – Will murmurou com o semblante sério.  – Ela ainda vem hoje?

— Ela vem. – Respondi o encarando com igual seriedade. – Ela me mandou uma mensagem antes de entrar no avião. – O acalmei. – Onde está sua irmã?

— Ela está se arrumando. – Respondeu desanimado. – Ela disse que quer estar perfeita quando mamãe chegar. Garotas só pensam em vestidos. – Reclamou.

— Não é verdade. – Uma voz feminina murmurou com certa diversão atrás de mim. Eu a reconhecia é claro, mas ainda assim demorei um pouco para assimilar a figura de minha esposa, virei-me apoiando um joelho no chão de forma a encara-la. - Nós pensamos em uma ou outra coisa também. – Piscou para William de forma brincalhona, então seu olhar se concentrou no meu. Hesitante e surpreendentemente avaliativo, passando por meu rosto como se o tivesse vendo pela primeira vez. – Olá Oliver.

— Megan.


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Notas finais do capítulo

Como sempre, espero que tenham gostado e fico no aguardo do feedback.
Vejo-os em breve.
Xoxo, LelahBallu.



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