- Não vai me dar uma explicação, Pansy? Não vai nem ao menos dizer que eu vi entendi errado e que não era nada daquilo?

- Você sabe o que viu, e não aceitaria explicações ainda que as desse.

- Vou sair, preciso espairecer.

- Se não quiser me ver novamente, mande um elfo buscar suas coisas, Blaise.

Para ela, aquilo era apenas mais um caso; Harry estava sozinho, ela bêbada. Talvez algumas flores e um pedido de desculpas em um jantar à luz de velas o reconciliasse com sua esposa, afinal Ginny era uma daquelas garotas que perdoa tudo por amor. Para ele, aquilo era o fim, traição não é algo que se perdoe. Eles estavam noivos, moravam juntos, ele merecia respeito.

Ele fazia uma pintura enquanto ela estava na cama com outro homem. Pintar havia se tornado seu hobby, e ele passava a noite com seus quadros e ela saia, sozinha, para beber, acompanhada por maço de cigarros e raiva por ter que sair sozinha. Ele ficava sempre na companhia dela, pintando-a em segredo, um presente pelo um ano de noivado.

A vida dele sempre fora cheia de tons verdes e prateados, mas desde que eles haviam assumido um compromisso sua estética passara a ser preta e branca, pelo próprio contraste que causava. Aquele quadro, no entanto, recebia os últimos retoques no vestido violeta – a surpresa que ele havia preparado para ela, que tanto amava contrastes – quando Ginny Potter ligara para ele, chamando-o para ir com urgência até sua casa e surpreenderam seus parceiros na cama. Talvez ele pressentisse o que viria a acontecer quando escolheu a cor para o vestido.

Ele sentia ódio; talvez o ódio se amenizasse se ele soubesse quantas lágrimas ela derramou, sozinha, sabendo que ele nunca as veria. Tampouco ela queria que as visse, afinal ainda tinha seu orgulho como todo bom Slytherin. Ele não poderia perdoá-la ainda que a amasse, e todo aquele orgulho que eles tinham se transformaria no maior obstáculo para sua reconciliação.

Talvez eles nunca mais se reconciliassem e suas vidas mudassem, assumindo novas cores. Talvez algum dia eles voltassem a se relacionar, quando estivessem mais velhos e suas vidas fossem realmente calmas como um preto-e-branco e não mais tivesse as cores vivas que preenchiam a vida dela, fazendo-a tão livre e libertina.

Mas, independentemente do que viesse a acontecer, de uma coisa Blaise tinha certeza: ele sempre odiaria violeta.

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N/A: Ainda bem que o chall foi adiado, senão não daria tempo de participar. Mas aí está, minha primeira BP! Mas, definitivamente, não será a última, garanto. Hehe.

Agora, façam uma autora feliz e mandem reviews. :shifty: