Inazuma Eleven - Uma nova versão escrita por JapaLia


Capítulo 5
Encontro e treinamento especial


Notas iniciais do capítulo

Hey, galeru!!! TEM ALGUÉM AÍ!!!! I'M BACK!!! Já podem jogar as pedras em mim!!! Voltei com um presentinho de ano novo!!!

Eu provavelmente já tinha visado sobre a minha procrastinação, mas ainda assim, peço desculpas. Eu realmente não queria ter demorado tanto tempo assim pra postar um única capítulo. Então, novamente peço desculpa. Bem, para amenizar isso, eu escrevi um grande capítulo, espero que vocês ou quem ainda sobrou gostem/goste.

Bem, à fic!



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Intervalo de aula. Momento do dia quando é feita os almoços japoneses, além de um descanso entre as aulas para os alunos. Esse período se caracteriza pelas conversas animadas dos corredores e das salas, pelos passos fumegantes das pessoas caminhando e pelos suspiros de decepção daqueles quem aparentava querer descansar em meio do alvoroço local. Claro, alguns mais e outros menos...

– Silver!! _ O leve frio percorreu a espinha de Maya, fazendo-a arregalar os olhos brevemente e suspirar. Uma escandalosa voz focou a atenção de todas as pessoas do lugar em si, incluindo de quem estava em cima da árvore. Ela se negava a descer ou a falar. Apesar de não ligar tanto, suas roupas já se destacavam o bastante. Vestia uma roupa semelhante ao do dia anterior, exceto pelo agasalho mais leve devido ao calor do dia, mas com um costumeiro capuz. Por hora, tinha permissão para vestir outros tipos de vestimentas até o seu uniforme chegar. O momento de usar o uniforme terá os dois sentidos, bom e ruim. Então, que continue usando roupas mais confortáveis o máximo de tempo possível. – Silver, onde você está? Tenho que te contar uma coisa!

Uma veia começou a pulsar em sua testa. Endou não sabe ser discreto uma vez na vida? Riu de leve. A resposta era simplesmente evidente, mesmo para alguém que o conhecera há poucos dias. Poucos dias? Eles foram introduzidos efetivamente no dia anterior. Suspirou. A garota tornou para baixo, enxergando o jogador que permanecia procurando por ela, ele carregava aquela enorme placa novamente. Maya suspirou mais uma vez, levantando-se do galho, preparando-se para pular. Desequilibrou, mas segurou-se no tronco da árvore e sorriu ao olhar para baixo. A reação dele será interessante. Antes de saltar, cobriu a cabeça com o capuz. Pulou. Silver aterrissou, retirando o pedaço de madeira das mãos de Endou. Algo que o fez se assustar e tropeçar na raiz da árvore. Quando percebeu quem era, o goleiro mudou sua expressão de breve dor pelo impacto por uma animada novamente.

– So, por que carregas isto novamente? _ Aquela pergunta retórica tinha até um tom irônico. Takahashi sabia a razão da placa. Sem importar-se, porém, apoiou-se sobre ela, como uma bengala no chão.

– Cuidado, Silver. Você pode quebrar _ resmungou Endou, tentando recuperar a placa. Maya obteve uma expressão quase satisfeita, sorria de lado.

– Relaxe, esse pedação de porta não é frágil como o meu zíper de casaco _ Seu comentário fez Endou coçar a nuca, rindo. Ele tentava disfarçar, apesar de falhar miseravelmente. Maya não costumava guardar rancor, mas aquele era seu agasalho favorito. Um pouco de remorso ficaria, mas é claro que logo esqueceria. No final, era apenas um casaco. Ela leu a placa. – Vejo que ainda não conseguiu os membros necessários _ afirmou a garota, entregando-a ao goleiro. Assim que ouviu as palavras dela, Endou nem tocou o pedaço de madeira, somente exclamou.

– Verdade!! Eu lembrei por que eu estava te procurando! Vem comigo, Silver!! _ O goleiro disparou em outra direção.

– Hey, Mamoru! Damn it!

Takahashi correu atrás do sorridente amigo, apesar de estar meio relutante por ter que levar a placa consigo. Pensando bem... Por que ela estava fazendo isso? Ou melhor, por qual motivo perseguia o garoto? Ela poderia simplesmente permanecer no mesmo lugar de antes, não é? E ele então? Nem olhava se ela o seguia, mas lá estava ela. Seguindo o menino a sua frente sem qualquer rumo conhecido. Dramático? Talvez, mas mesmo assim... Sorriu de lado.

Endou Mamoru... Que garoto estranho.

Ela logo o alcançou quando Endou parou perto de uma das salas. Ela apoiou em uma das paredes e ofegou, largando a placa em algum lugar perto deles.

– Você demorou, Silver _ disse Endou, sorrindo abertamente. Maya olhou-o, ainda ofegante, se tivesse ar em seus pulmões, retrucaria imediatamente, mas... Mais alguns segundos de inspiração e expiração. – O que foi?

– Não so-ou exatame-ente a pessoa ma-ais atlética do mu-undo _ falou a garota, tentando respirar normalmente.

– Pensando bem, você lidou com naqueles caras de ontem e desmaiou logo em seguida. Não pensei que você fosse tão molenga _ afirmou Endou, com uma face pensativa.

— Como se eu não tivesse salvado o seu traseiro ontem também! E você ainda me fez carregar essa coisa e correr sem rumo algum! _ exclamou ela, esvaziando seus pulmões de uma vez. Ela se arrependeu da ação. Sua voz parecia meio abafada nas últimas palavras. Ela se apoiou mais na parede e deixou a placa no chão.

– É mesmo! Olha lá _ Endou apontou em direção da sala ao seu lado, com um sorriso amarelo. – Ah, é a minha sala!

Não entendeu muito bem, nem queria mover-se, contudo Maya se soltou da parede, obrigada pela curiosidade. O que seria de tão importante assim? Ela chutou de leve a placa no chão, recebendo leves resmungos de Endou, mas ignorou. Andou até a entrada da sala, apoiando na porta de madeira. Ela observou o lugar. O que tem de mais? São só os alunos conversando, nada de... Ele! Takahashi abriu um aberto sorriso, com um misto de raiva, ansiedade e animação. O garoto de blusa laranja estava sentado ao pé da janela, olhando para fora.

– Você viu que sorte nós temos?! É como se o jii-chan estivesse ajudando a gente!


Mesmo não entendendo por que falou aquilo, era nítido o quão animado ele estava. No fim, Maya havia parcialmente ignorado o amigo, apenas ouvindo-o, sem dar muita atenção em suas palavras. Ela mostrou seu sorriso mais uma vez, um pouco mais maligno. Ser atormentado por Endou o dia todo não lhe parecia ruim, claro, se não for ela o alvo.

– Você conseguiu o nome dele, certo, Mamoru? _ disse ela para o goleiro. O último mostrava uma expressão um tanto hesitante, algo que estranhou a garota. Então suspirou. – Não, não é?

– E-Então... Eu... _ Endou se auto interrompeu, coçando a cabeça, mas não era necessário ele terminar. Maya negou com a cabeça, fazendo-a suspirar por alguns segundos.

– No wonder, I guess. Então, por que me chamou aqui? _ questionou ela, meio intrigada. Aquela pergunta martelava na sua cabeça: Qual seria a razão dele procurá-la? Ela olhou Endou coçar a nuca novamente.

– Na verdade, os outros estavam meio ocupados e eu meio que percebi que esqueci o meu almoço, então não teria nada pra fazer, aí pensei que você poderia me ajudar com isso, pelo menos.

– Com o que especificamente? _ Ela levantou uma de suas sobrancelhas. Algo lhe dizia que ela não iria gostar disso.

– A descobrir o nome dele _ falou ele, rindo baixo e coçando a bochecha.

Os segundos passaram, junto com a paciência da garota. Ele está brincando, não é? Só poderia ser isso.

– Só espere até as aulas voltaram. Provavelmente algum professor irá introduzir ele _ afirmou simplesmente.

– Mas a gente poderia já convencer ele a jogar com os outros! E, eu meio que não estava prestando atenção quando falaram o nome dele.

– Como se isso afetasse o seu "discurso" no final _ disse Maya, pondo as mãos nos bolsos e caminhando a outra direção.

– Espera, Silver! Por favor, não é nada de mais! _ implorou Endou, seguindo-a. - Nós só temos que ir até ele e perguntar.

– Nós, uma ova! Você pode muito bem fazer isso sozinho _ disse ela, sem virar-se.

Ela pensou em apertar o passo, porém, Endou, quem estava andando atrás dela, adiantou-se e a fez parar. Maya suspirou fundo. Retrucaria, poderia somente ignora-lo, mas observou os olhos de Endou. Sérios? Pensou e suspirou novamente. Como ela havia se metido? Isso estava começando a irritá-la.

– Vamos logo acabar com isso.

Takahashi entrou na sala, deixando o goleiro surpreso com a atitude dela, porém copiou a ação feita, logo, a viu ir de encontro com o "conhecido" deles. O outro olhou meio surpreso para a garota, provavelmente não esperasse encontrá-la. Mas logo voltou a apoiar a face na mão, com um olhar entediado.

– Não me diga que essa é a escola de vocês... _ murmurou ele, o suficiente para fazê-la bater as mãos contra a mesa do garoto, chamando sua atenção. Esse levantou uma das sobrancelhas, mas sem mudar sua expressão. Maya tentou manter a calma. Ela não levantou a voz, forçou um sorriso.

– Poderíamos conversar, por gen-ti-le-za?

– Não _ respondeu-a rapidamente, tornou para a janela onde observava nada aparentemente, tampouco parecia interessado com nada que ela dissesse.

O ar de seus pulmões ainda não havia retornado totalmente após todas essas frustrações. Porém mesmo isso não a impediria de responder com igual grosseria. Puxou delicadamente o braço do garoto com quem "conversava" para longe de seu apoio, fazendo-o olhá-la de novo. Ele franziu o cenho e a encarou com a mesma expressão.

– Parem com isso, vocês dois.

Endou colocou a mão no ombro de Takahashi e impediu que ela segurasse por mais tempo o braço do outro dessa forma. Maya percebeu os olhares sobre eles e não decidiu retrucar. Ambos olharam o goleiro, tentando amenizar a situação. Como se quisesse apartar uma briga entre duas pessoas. Porém, ainda cruzou os braços, irritada. Endou sabia que isso era culpa dele, não é? E mesmo que eles parassem com aquela algazarra, a placa que o goleiro carregava continuaria chamando atenção.

– Meu nome é Endou Mamoru, essa é... _ Endou se interrompeu quando escutou o som mal humorado de Maya atrás de si. – Err... É um prazer ser seu colega de classe _ O garoto virou-se, meio aborrecido, parece ter reconhecido a voz do goleiro. Endou, surpreendentemente para Maya, foi até formal, introduziu-se como se nunca tivesse visto o garoto antes. - Desculpe por isso, mas-

– Mas você é um desgraçado _ Maya interrompeu o animado goleiro.

Maya encarou-o novamente. E ele respondeu o olhar um pouco mais irritado. Endou coçou a bochecha sem saber o que fazer. Esse último aparentava aumentar seu nervosismo. Era para eles conseguirem ser amigos, não? O goleiro olhou suplicante para Takahashi que entendeu seu pedido, meio hesitante. Ela suspirou. Os outros alunos continuavam observado os três.

– Vamos discutir isso em outro lugar _ disse ela, sem animação. Maya ia tocar o ombro do garoto a sua frente, porém, recebeu um protestante tapa na mão.

– Me deixa em paz! Não sou obrigado a nada disso _ O garoto se levantou e saiu da sala sem mais ou menos.

– Bem, nós tentamos _ falou Endou, colocando os braços atrás da nuca. Ele ficou meio aborrecido por não terem conseguido de novo, mas ainda não desistiu. - Silver?

O jogador a questionou devido a seu silêncio. Principalmente depois daquele tratamento, Endou esperava a resposta imediata dela. Maya parecia estática. Ela nem mesmo piscava. Ninguém havia a tratado desse jeito antes. Ela tremeu um pouco. Somente aquela vez.

– Hey, Silver! _ Endou passou brevemente a mão na frente dos olhos da garota. Funcionou. Ela voltou a si. - Tudo bem?

– S-Sim, estou bem _ Maya parecia meio cabisbaixa ou mesmo perdida. Como se algum impacto tivesse acertado-a.

– Certeza? _ indagou o goleiro, incerto. Até mesmo ele pôde notar a brusca mudança dela.

– Não foi nada _ murmurou ela, desviando seu rosto. Não era possível dizer se foi uma afirmação para Endou ou para si mesma. Ela sorriu levemente. - Bem, tenho que ir, Mamoru. Até mais.

Endou pensou em impedi-la, contudo, permaneceu no mesmo lugar que estava. No final, sentia que ela deveria ficar um pouco sozinha por enquanto. O sinal do fim do intervalo tocou e os alunos de dirigiram para suas respectivas aulas, incluindo o próprio Endou. Ele entrou na sala, mas, ao se aproximar de sua cadeira, viu o semblante de Silver deixando o prédio da Raimon. Ela tornou para trás e notou o garoto pela janela que ele estava, como se pressentisse alguém a observando. Mostrou algo semelhante a uma folha, porém o outro não pôde ler pela distância. Claro, podia deduzir o que estaria escrito. Antes de ele imaginar o sentido do pedaço de papel, Takahashi se conduziu para fora de sua vista. Endou pensou em segui-la, mas entrada do professor impediu esse procedimento. A aula começou e ele foi se sentar.

...

Final de aula. Todos os alunos se levantaram e saíram animados das salas. Endou foi um deles. Aki o seguia de perto. Afinal, faltavam três dias até o grande jogo. Ele precisava achar mais jogadores e continuar o treinamento. Hum... Cruzou os braços e fechou os olhos. Isso o lembrava de alguma coisa... Treinamento...

– É isso! _ exclamou ele, animado. Surpreendeu brevemente Aki ao seu lado. – Kino, você poderia reunir todo mundo perto do depósito?

Aki apenas assentiu. Ela confiava em Endou mais que o suficiente para se esforçar nas tarefas do clube, então agora não seria diferente. O garoto correu em direção à diretoria. Agora que conseguiu lembrar o que havia pensado antes, não podia esquecer novamente. Precisava se apressar.

– Hey, Natsume! _ gritou Endou, abrindo a porta da sala. Havia poucas pessoas no lugar, dentre elas, Souichirou, Fuyukai-sensei e Natsumi discutiam acerca de algo, mas, logo, observaram o ofegante jogador entrar pela porta. – Preciso da sua ajuda com uma coisa!

A princípio, Natsumi arregalou os olhos pelo jeito que ele entrou, porém entendeu a seriedade dele assim que encarou seus olhos. Tornou para o professor e técnico do time, Fuyukai, que apresentava certo nervosismo novamente; seu pai, por outro lado, sorriu pela determinação do goleiro. Ela seguiu a ação do diretor.

– O que gostaria, Endou-kun? _ perguntou ela, sem ironia ou arrogância.

– Quero que a escola permita o uso de alguns materiais _ disse, sem mudar sua expressão. Talvez apenas ansiedade por saber a resposta da direção.

– Especifique _ Agora ela dizia mais seriamente. Normal. Qualquer um iria querer entender a razão ou como parte da propriedade seria utilizada.

– O treinamento que vamos fazer precisa de pneus, cordas, tábuas, essas coisas! Por isso, peço permissão para usar os materiais do depósito.

– Que treinamento exatamente? _ Foi a vez do diretor perguntar. Ele estava visivelmente animado com as ideias de Endou.

– Bem... É um que meu avô escreveu no caderno dele e... Bem... _ falou Endou, meio incerto. Não sabia nem se esses métodos ajudariam a equipe, mas ele sentia uma boa sensação quando lia o livro de seu avô. Na verdade, mesmo algumas das histórias dele o enchiam de

– Endou Daisuke? _ murmurou Souichirou, fazendo ambas as pessoas ao seu lado escutarem. Natsumi estranhou. Seu pai nem parecia que estava agindo como o diretor de um colégio. – Entendo. Bem, permitirei então.

– Esper- _ A garota foi interrompida pelo mesmo. Suspirou. Esperava que ele tivesse um bom motivo de contribuir com os planos de Endou por meio dos recursos do colégio.

– Muito obrigado! _ agradeceu ele, curvando-se. - Mais uma coisa. Eu vi a Sil- Err... Takahashi Maya deixar o prédio antes do fim das aulas...


– Ah, Takahashi-san tem um passe livre para isso _ afirmou Souichirou, mais sério. Isso chamou a atenção de até mesmo do goleiro. – Não me entenda mal, Endou-kun. Isso é um assunto pedido apenas pela família dela. Claro, restrito, portanto.

Endou entendeu o sentido daquelas palavras. Em algumas situações, era realmente melhor não anunciar tais informações por aí. Isso valia também para Natsumi. Como aluna, mesmo ela não possuía algumas informações do que ocorria na escola para manter o sigilo e ética entre os alunos. Todavia, isso não tirava a curiosidade de alguns assuntos, sobretudo os realmente incômodos que a estranhavam. Endou novamente agradeceu e saiu da sala.

...

– Diz logo o que tá pegando, Endou! _ exigiu Someoka, impaciente. Ele já não aguentava mais esperar. Isso só deixava-o mais irritado cada vez mais.

O goleiro pegava alguns objetos no depósito, sem falar nada pela concentração de Endou em procurar “os materiais certos”. Ninguém estava entendendo nada tampouco os alunos que passavam por lá. Todos estavam em uma mistura de confusão, vergonha e nervosismo.


– Pronto! _ Todos se aproximaram de Endou, mas só encontraram um monte de entulho na frente dele. – Agora podemos treinar.


– Você não explicou o que é tudo isso ainda, capitão! _ disseram Shishido, Kurimatsu e Shourin juntos. Assim como eles, ninguém estava mesmo entendendo nada.

– Vocês ainda não entenderam? Esse é o nosso material de treinamento! _ Após uma pausa animada para observar a reação de seus companheiros, que faziam uma expressão interrogativa no rosto, o jogador decidiu explicar melhor. - É um método que meu avô inventou para ficar mais forte! Ele foi um grande técnico e goleiro da Raimon há muito tempo atrás.


– Mas como uns pneus são o treinamento, Endou? _ questionou Handa, normalmente ele tentava o máximo entender o meio que algo aconteceria, mas não funcionava agora.

– É simples: eles podem ser usados como obstáculos, jeitos de aumentar a força e resistência e são ótimos para substituírem as bolas!

“Será mesmo que funcionaria?” era o que todos se perguntavam, mas consentiram com os métodos e instruções do capitão de time. Contudo, por duvidarem, mesmo que um pouco, o rendimento não parecia ser o melhor. Aos poucos, os jogadores foram se dispersando até que sobresse apenas Endou no campo do lago.
Ele estava deitado no chão, exausto. Um pneu estava amarrado em suas costas enquanto outro se apoiava no morro de grama. Ele olhou para cima e percebeu que o Sol iria se pôr em breve. Precisava se animar novamente. Sozinho daquele jeito, nem mesmo ele encontrava qualquer inspiração para isso. Teve uma ideia. E sorriu imediatamente. Pegou os dois pneus que estava usando enquanto os carregava em direção do melhor lugar que poderia ajudá-lo. Porém, antes de chegar lá, avista um semblante conhecido.

– Hey, Silver!! _ gritou Endou escandalosamente enquanto acenava para ela, sorrindo. – Tudo bem?

Takahashi parou de andar e tornou para o conhecido. Ela não aparentava nenhuma mudança desde manhã. Na verdade, aparentava estar mais estranha que antes, mais abalada fisicamente. Isso o fez lembrar como ela reagiu mais cedo. Foi então que Endou se decidiu mais ainda se animar. Maya também. Ele puxou-a consigo para a mesma direção de antes. Embora Maya tenha protestado de inicio, sabia o quão teimoso era Mamoru. Portanto, só o seguiu.
Sinceramente não queria conversar com ninguém no momento. Nem com um colega ou parente. Não queria se lembrar de certas lembranças que a assombravam. E novamente lá estava ela, perseguindo alguém que mal conhecia... Realmente. Ele é...

– Chagamos! _ Ela observou o lugar e arregalou os olhos.

Da colina, era possível ver a cidade inteira. Bem, grande parte dela. O vento deslizava graciosamente por entre todo o ambiente. Uma brisa retirou o capuz de Takahashi, mas ela não a impediu. De fato, Maya até mesmo afastou o tecido do pescoço para sentir o refrescante ar contra a pele. Era suave e aconchegante. A sensação realmente é boa.

– Esse é o meu lugar predileto desde criança. Ele me anima bastante também _ disse Endou, sorridente. – Aqui é um ótimo lugar para pensar e fazer o que quiser! Achei que seria o lugar perfeito para eu treinar! Claro não toda hora, só quando eu sentir que preciso!


Maya não sabia o que exatamente diria. Um desabafo? Um obrigado? Uma pergunta? Riu de si mesma. Ela própria se considerava bem racional, mas também reconhecia seus limites.

– Vou usar esse local para refletir também então, Mamoru _ avisou ela, sorrindo de lado.

Um lugar assim a faria bem, mesmo que não admitisse. Ele deu outro sorriso amarelo. No final, aquilo havia sido uma das razões para ir lá. Endou começou a coçar a bochecha, sem saber como dizer. Takahashi notou isso. De fato, meio que sabia o que ele iria perguntar.


– O que me aborreceu foi o modo que o seu... Sabe “colega de sala” tinha agido _ falou, revelando brevemente isso. Ela caminhou em direção de Endou, mas passou por ele. Apesar de dizer para o garoto, era como se quisesse apenas falar, sem qualquer objetivo aparente. - O tapa e as palavras dele me fizeram lembrar um pouco de alguns ressentimentos que tenho com meus pais.


– Seus pais? _ indagou o goleiro. No entanto, repensou e achou que já estava se intrometendo demais. – Desculpa, Silver. Você não precisa me dizer nada.

– Tem razão, não preciso. E não vou dizer _ falou ela, sorrindo. Maya tornou para Endou e se dirigiu para o banco. – Algumas coisas, eu prefiro manter elas do modo que estão, pelo menos, por enquanto. Um dia, posso ver se conto a você.

Endou ficou feliz pela atitude de Takahashi. Podia sentir que ela já estava bem melhor. Abriu a boca para falar as novidades de treinamento para ela, mas viu alguém se aproximando dos dois. De olhos afiados e cabelos levantados, o outro garoto parou adiante de ambos. A antes descontraída conversa se tornou mais uma vez tensa. Principalmente entre Maya e o novo garoto.
O garoto pensou por alguns instantes até suspirar pesarosamente, surpreendendo a garota ao lado de Endou. O primeiro não parecia confortável com a situação assim como Endou e Maya, mas finalmente abriu os olhos, meio hesitante.

– Gouenji Shuuya _ sussurrou ele.

Um vento balançou os galhos de árvore naquele momento, mas não evitou o nome de chegar aos ouvidos dos dois. Ambos continuaram olhando o dito Gouenji, estranhando. Sobretudo Maya. Por que ele diria o nome dele tão de repente e por nenhum motivo?

– Se vai perguntar o motivo, então é porque eu acabei ouvindo a conversa de vocês _ disse ele, simplesmente, de ombros.

– Então, isso quer dizer que você aceitou entrar no time? _ indagou Endou, animado. Takahashi olhou aborrecida para o goleiro. Ele não para de pensar em futebol por um segundo sequer? Espera, então, ele escutou a parte dele também!

– Você, com certeza, fala demais, não é? _ disse ele, fechando os olhos. Suspirou. - Eu deixei de jogar faz um tempo. Essa foi uma das razões para eu ter abandonado a Kidokawa Seishuu _ revelou Gouenji, sério. O estranho é sentir certo ressentimento nas palavras dele, mesmo mostrando isso somente em seu rosto, ou melhor, expressão.

– Deixou o futebol... _ Isso era o que Endou murmurava, sem acreditar. - Impossível! Se você tivesse deixado completamente o futebol não seria possível você fazer um chute como o de ontem!


Sinceramente era como se também concordasse. Fazia certo sentido. Mesmo após pouco tempo, um atleta afastado teria perdido parte das habilidades físicas, se for o caso, esse tal de Gouenji também perderia a própria vontade de jogar. Porém, ele aparenta continuar, pelo menos, praticando. Ademais, qual seria o motivo para ajudá-los ontem? Ele poderia ter chamado ajuda, como a polícia, ou mesmo tê-los ignorado. Algo... Curioso?

– Agora que eu já falei o que vocês queriam, me deixe sozinho _ falou Gouenji, saltando sobre a cerca da colina. Ele pousou do outro lado.


– Por que você nos ajudou afinal? _ perguntou Maya, franzindo o cenho. Gouenji a olhou, contudo, ele parecia um pouco perdido em seus pensamentos.

– Por nenhum motivo aparente _ respondeu ele, pensativo. Assim, colocou as mãos nos bolsos e começou a andar. Gouenji nem fitou os dois atrás de si.

Maya franziu o cenho. Mesmo sendo difícil de avaliar, a resposta foi um pouco rápida demais, como se já esperasse essa pergunta ou não quisesse dizer mais nada. Para falar a verdade, os dois.

– Eu quero jogar com você!! _ exclamou Endou, segurando a madeira da cerca nas mãos. Depois com um sorriso amarelo na face, ele formou uma “concha” com mãos na boca. - Pensa no que eu disse, tá, Gouenji!?


Takahashi sorriu de lado. Esse menino realmente é peculiar... Isso realmente é interessante.

– Não vai seguir ele? _ questionou ela apesar de já saber qual seria a “próxima fala” dele. Ela continuava sorrindo de lado, até parecia estar desafiando o outro.

– Não. Já consegui o nome dele e ele não recusou diretamente dessa vez _ afirmou Endou, pondo os braços por cima da cabeça.

Ele estava visivelmente animado e esperançoso. Após isso, Endou se espreguiçou e iniciou uma série de alongamentos. Realmente. Ele veio começar seu treinamento. Bem, desde que ele não exagere... Maya ouviu uma pessoa se aproximando. Alguém que ela não conhecia. Era um garoto com rabo de cavalo azul petróleo, usando o uniforme do colégio Raimon. Ele sorria.

– Kazemaru? _ disse Endou assim que percebeu o outro se aproximando, abrindo mais um sorriso. Ele foi em direção do amigo. - O que faz aqui?

– Estava passando por aqui e o vi de baixo. Achei que não faria mal vir e dar um oi _ afirmou ele, também retribuindo o sorriso de Endou. Quando notou a presença de outra pessoa junto do menino, Kazemaru a estranhou, não a conhecia.

– Silver _ Ela assentiu com a cabeça. Não sabia ser amigável. Mas nada que a incomodasse no final. – Na verdade, o nome é Maya. Takahashi Maya.

– Eu sou Kazemaru Ichirouta. É um prazer _ ele se apresentou, com gentileza. Ele tornou novamente para Endou, um pouco mais sério. - Endou, quero saber por qual razão você joga futebol.

Endou arregalou os olhos. A pergunta era simples e complicada ao mesmo tempo. Ele tinha muitos motivos para querer jogar: o “incentivo” do avô falecido, a boa sensação que sente quando chuta uma bola, os amigos que ele conheceu... A resposta era muitas. O goleiro sorriu mais ainda.

– Eu me divirto, jogando futebol! _ exclamou Endou, convicto. Maya não conseguiu segurar a inexpressão de seu rosto por muito tempo. Aquilo é realmente algo de se esperar vindo dele.

– Entendo... _ disse Kazemaru em um sussurro. Ele estendeu a mão em direção ao confuso amigo a frente. Sua expressão foi relaxando ao sorrir novamente. – Será um prazer jogar com você!

– Obrigado, Kazemaru! _ exclamou Endou, segurando a mão do amigo.

Endou gritou em agradecimento a Kazemaru. Ele nunca havia cumprimentado tanto alguém antes, deixando mesmo Kazemaru sem jeito. Algumas pessoas foram se aproximando do local. A princípio, estranhando, mas logo os reconhecendo, Maya tocou o ombro do goleiro, chamando sua atenção para elas.

– Acho que decidiram aparecer _ afirmou Kazemaru, olhando-os também. - Eles estavam aqui antes mesmo de eu chegar.

Endou não acreditava o que seus olhos lhe mostravam. Os outros membros do time estavam todos ali, incluindo a assistente Aki. Maya sorriu novamente. Pensou se deveria cobrir a cabeça com o capuz e sair, mas abandonou a ideia logo. Mesmo ela se sentia comovida pela união de Endou e seus amigos. Decidiu apenas observá-los.

– Nós pedimos desculpas, Endou-kun. Não acreditamos no seu treinamento aquele momento _ disse Aki, meio cabisbaixa. Ela e os outros se curvaram diante de Endou.

– Que isso, gente. Não precisam fazer isso _ afirmou ele, coçando atrás da cabeça. Eles olharam-no surpreso. Ele sorria abertamente. - Eu mesmo pensei em desistir do treinamento, mas aí eu lembrei como eu gosto de jogar!

Os membros do time se olharam e copiaram a ação de Endou. Alguns até estavam com lágrimas nos olhos. Provavelmente emocionados com as palavras animado capitão. Em poucos instantes, os jogadores correram em direção de Endou, demonstrando sua afeição desde abraços até leves cascudos na cabeça dele. Ele, é claro, resmungou. No entanto, eles riram da situação no fim. Logo, os integrantes pediam para Endou os ajudar no tal treinamento ou exercício. Como se eles tivessem ganhado animação para continuarem seguindo em frente. Seria isso o que chamam de “time”? Essa união exasperada e mesmo assim saudável? Takahashi sorriu de lado. Talvez sim, talvez não. Quem seria ela a questioná-los afinal? Ela tocou o ombro de Aki.

– Avise o Mamoru que eu tive que ir _ Kino tentou indagar o porquê de ela ter que ir embora, mas foi ignorada. Ela, por sua vez, apenas acenou de leve a mão. – Boa sorte com o treino.

Maya caminhou de volta para onde pretendia ir antes de Endou encontra-la. Ela estava agradecida por suas ações, mas permanecia meio incerta com os recentes acontecimentos a sua volta. Seria isso realmente o melhor? Olhou para trás. Eles continuavam treinando na colina, berrando durante suas atividades. Ela suspirou e continuou seu caminho.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo.

O lado bom é que eu estou de férias o/ Então, terei mais tempo para escrever. Já tenho algumas ideias para os próximos capítulos.

Dicas, opiniões, questionamentos? Escreva um comentário para eu saber!

Thank you pelo carinho de vocês. Vocês realmente me ajudam bastante nos momentos difíceis da minha vida. ^//-//^

Obrigada mais uma vez e até o próximo capítulo ^-^



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