Recomeçando - Peeta e Katniss escrita por Zoey


Capítulo 11
Decisões tomadas.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!

Bem, a minha intenção era postar esse capítulo a uns três dias atrás, mas, aconteceu um imprevisto e perdir tudo. O aplicativo que uso para escrever no celular travou e o único jeito foi excluir. E o capítulo tava salvo no aplicativo só faltando revisar. Como não conseguir salvar, tive que escrever tudo novamente e só conseguir terminar agora. :(
Enfim...

Meninas, muito, muito obrigada pelos comentários.
Amo escutar vocês. ;)



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Os meus piores medos. Um dos sentimentos que mais evitei sentir durante toda a minha vida, resolveu agora aflorar em mim, de uma hora para outra, me deixando completamente confusa e vulnerável. Os dias foram passando e fiz o possível para tentar me libertar daquele emaranhado de pensamentos e sensações conflitantes que me dominavam. Mas, por mais que eu me esforce e tente esquecer, a minha mente sempre me trai. E aquela necessidade absurda, vem crescendo dentro de mim a cada instante. Eu tenho medo que essa situação saia do meu controle, e que eu acabe permitindo que as emoções venham falar mais alto do que a minha razão.

Peeta já tinha começado a estranhar o meu comportamento. Ele percebeu logo a minha inquietacao e não demorou muito para começar a se preocupar comigo. Mas, eu não poderia contar os meus motivos a Peeta. Não sei qual seria a reação dele, e o temor de que ele crie esperanças me preocupa.

Cogitei várias vezes a hipótese de telefonar para minha mãe, quem sabe ela poderia ter uma resposta lógica para me dizer sobre isso. Mas sempre desistir. Não sei como iniciaria essa conversa, afinal a nossa relação de mãe e filha continua não sendo dos melhores. Não a vejo desde o fim da guerra, e o nosso único contato são através de ligações ou cartas. Entao, só me resta a opção de resolver os meu conflitos sozinha, como eu sempre fiz.

•••

Como já fazia dois dias que eu não via nem a sombra de Haymitch, acordei decidida a passar a minha manhã na companhia dele. Aproveitando, preparei uma sopa bem nutritiva de verduras e raizes para levar, e providenciei também uma garrafa térmica para garantir que a sopa não esfriasse. Porque sei o quanto ele vai me enrolar ate decidir tomar. Haymitch, ultimamente vem se isolando ainda mas, deixando Peeta e eu preocupados com esse comportamento dele. As vezes só para não deixa-lo enfezado dentro de casa, Peeta inventa de fazer alguma coisa na cidade, na intenção de arrastar Haymitch com ele. Depois de resmungar umas duas a três horas seguidas dizendo que não vai sair, ele sempre termina indo. Mas apesar de me preocupar, eu compreendo Haymitch e entendo como ele se sente. Eu sei que podem se passar quantos anos for, sempre haverá dias que a única vontade vai ser a de se isolar do mundo. E isso, nunca vai mudar.

—Haymitch? - Eu abro a porta e entro na sala com a garrafa de sopa nas mãos.

—Aqui na cozinha! - Grita Haymitch

Atravesso a sala de vagar e quando chego na cozinha, vejo ele sentado na mesa cortando as unhas com um canivete. Eu me aproximo e deixo a comida sobre o balcão.

—Trouxe sopa.

Ele para de cortar as unhas e me olha.

—Deixe aí em qualquer canto. Depois eu como, não estou com fome agora. - Ele diz e começa a me encarar.- Não tem dormido não, queridinha?

Eu olho desconfiada para ele.

—Por que está perguntando?

Ele aponta os meus olhos com o canivete.

—As olheiras estão uma beleza. - Desdenha.

Torço a boça de lado, e raspo a minha unha em uma fenda na madeira da mesa.

—Não tenho conseguido dormir direito. Estou com algumas preocupações. Mas não é nada de mais. -Digo tentando parecer indiferente a qualquer custo.

Ele enruga a testa sem tirar os olhos de mim.

—Hum.- Haymitch esfrega o cabo do canivete embaixo do queixo. - Percebir, lindinha.

Arrasto uma cadeira da mesa, e me sento do lado dele, mas um cheiro podre invade meu nariz. Uma mistura ordinária de lodo, suor, vomito, álcool e alguma outra coisa que não conseguir distinguir, faz o meu estômago girar. Começo a farejar no ar, na tentativa de encontrar um rato morto ou alguma outra coisa apodrecida. Tentei forçar a minha mente a não querer acreditar que esse cheiro repugnante e nojento vem de alguém que está sentado ao meu lado. Mas como eu poderia negar o óbvio? Quando proximo o meu rosto de Haymitch, tenho que fazer um grande esforço para não cair da cadeira.

—Você já viu como está fedendo? - Grito abismada. - Quantos dias ja tem que você não toma banho?

Ele da de ombros.

—Não lembro. E se não estiver gostando, tape o nariz ou vá embora. - Haymitch olha os dentes no reflexo do canivete.

Ele está me provocando.

Eu o olho com raiva, mas ele faz questão de continua me ignorando. Uma chama de fúria surgi em mim, e mordo o interior da minha boca para tentar manter o meu "equilíbrio". Ou pelo menos o resto que sobra dele.

—É assim que você quer fazer? - Pergunto, mas ele não da a minima. Joga um perna sobre a mesa e começa a raspar as unhas que estão nojentas, e encardidas com algum tipo de sujeira escura nos cantos. Eu torço o meu nariz com nojo.

Eu sei que deveria deixá-lo desse jeito, fedendo. Porque é o que ele merece, mas como eu sei que não vou conseguir ficar quieta, preciso fazer alguma coisa que de alguma maneira o obrigue a tomar banho.

Mas o que?

Com as minhas bochechas já queimando, levanto calmamente da mesa e caminho pela cozinha procurando alguma coisa que me seja ultil. Abro a geladeira, e reconheço imediatamente uma jarra cheia de leite que Peeta trouxe semana passada. Eu cheiro o conteúdo e me esforço para não vomitar. Está completamente azedo e talhado.

Sorrio. Isso deve servir. Pelo menos espero que sirva.

Segurando firme entre os meus dedos, pego a jarra e faço o meu caminho de volta a Haymitch. Eu paro do lado dele na mesa, e como estivesse pressentindo os meus próximos movimentos ele ergue a cabeça.

—O que você está pensando em fazer com esse leite? - Ele me olha com os olhos arregalados.

Eu lhe dou um sorriso cínico.

—Bem, eu pensei, já que você não se incomoda de está tão imundo, não vai se incomodar também com um pouco de leite estragado. Leite faz bem para pele, Haymitch. Você não sabia? - Digo tranquilamente.

Haymitch franze as sobrancelhas.

—Você não ousaria.

—Então, não me tente. -Digo.

—Pare já com isso, Katniss!

Sorrio, levantando a jarra.

—Katniss, não faca isso! - Ele grita. -Katniss...!

Quando os primeiros pingos molham a testa de Haymitch, ele inclina toda a cadeira para trás, caindo diretamente no chão. O estrondo da pancada ecoa por toda a cozinha. No início eu sobressalto e me assusto, mas em seguida cubro a minha boca para abafar o riso. Haymitch levanta de quatro, gritando coisas terríveis e por um instante eu penso que ele vai puxar a jarra da minha mão, mas não faz.

—Eu já disse o quanto não gosto de você?! - Ele grita por último, muito furioso.

Eu do de ombros, mas ná falo nada. Se eu abrir a boca, eu sei que vou acabar rindo de novo.

Ele me fuzila com os dois olhos. Cerrando os punhos ele se vira subindo os degraus, e bate a porta do quarto com força. Tento subir atrás dele para continuar com a missão: Fazer Haymitch tomar banho. Mas quando chego na metade da escada, eu sou obrigada a parar abruptamente quando escuto a água do chuveiro caindo. Levanto as sobrancelhas abismada pelo som. Ele esta tomando banho? Eu conseguir fazer Haymitch tomar banho? Eu fico pasma, mas mordo o meu lábio para conter o riso de satisfação. Acho que deveria fazer isso mais vezes, já que teve um resultado tão positivo. Eu penso e começo a rir sozinha.

A minha tarde não foi toda perdida. Afinal, eu conseguir me distrair e mesmo que tenha sido por pouco tempo os meus pensamentos não tentaram me assombrar. E o principal: Conseguir deixar Haymitch limpo e cheiroso, mesmo que tenha sido por um dia. Não posso dizer o mesmo sobre a sobriedade, mas de qualquer maneira estou mais do que satisfeita com o que conseguir hoje. Depois do meu plano "suicida" de ameaçar Haymitch com leite azedo, a melhor coisa a se fazer agora, é voltar para casa.

°°°

Acordo assustada depois de um pesadelo. O quarto está escuro, e Peeta não está aqui. Será que ele ainda não veio dormir? Eu penso e olho o despertador, já passa da meia noite. Afasto as cobertas do meu corpo e decido levantar da cama. Desço as escadas devagar, segurando no corrimão e quando chego na sala, vejo Peeta sentado no sofá. Eu paro por um momento na entrada, e fico admirando ele. A luz da mesinha ilumina todo o rosto e os olhos de Peeta, enquanto ele esta concentrado com o seu caderno de desenhos em cima das pernas. Quando percebe a minha presença na porta, ele levanta a cabeça e fecha rapidamente a capa do caderno. Por alguma razão, esse gesto de Peeta não me agrada.

—Você não vem deitar? - Pergunto.

Ele sorrir com o canto da boça.

—Desculpe, acabei perdendo a noção do tempo. Que horas são?

—Já passa das doze. -Digo e ele ergue as sobrancelhas surpreso.

Caminho até o sofá e sento do lado de Peeta, apoiando a minha cabeça no seu ombro.

—Tarde, hein? O que você está desenhando?

Peeta me olha com um sorriso desengonçado. O que ele está me escondendo?

—Só algumas imagens que estavam na minha mente, e hoje resolvir passar para o papel. Nada de mais.

—Posso ver?

Ele hesita um pouco, mas acaba me entregando. Eu olho a primeira folha, e imediatamente me arrependo da minha maldita curiosidade. Lentamente, eu começo a passar todas as outras paginas e engulo em seco. Em todas as folhas tem um desenho meu, segurando a filha de Delly nos meus braços. Eu sinto um frio no meu estômago e viro o meu rosto olhando para Peeta. Os nossos olhos se fixam.

— Não se chatei. Mas foi uma das cenas mais lindas que já vi na minha vida. -Peeta sorrir. -Eu não queria que essa imagem ficasse presa somente na minha memória. Precisava eterniza-la de alguma maneira - Murmura colando um mecha de cabelo atrás da minha orelha.

Nossa, de todas as coisas eu não esperava por isso.

—Eu não estou chateada. Só...surpresa, eu acho. -Falo

—Não está chateada? -Pergunta franzino o cenho.

Eu me viro para encara-lo. Será que Peeta realmente pensou que eu ficaria chateado? Só por ele me desenhar com uma criança?

—Não, não estou. - Digo suavemente.

Eu olho para Peeta confusa e frustrada comigo mesma. E por um instante, comecei a sentir uma imensa vontade de conta-lhe tudo que está se passando em minha cabeça durante todos esses dias. Mas isso não seria justo com ele.

—Então, você gostou dos desenhos?

Eu mordo o meu lábio, e olho mais uma vez os desenhos que estão em minhas mãos.

—São lindos, Peeta. - É a verdade, são realmente lindos. Mas cada vez que olho para eles, uma especie de dormência cai sobre a minha pele. É estranho me ver desse... jeito. Parecendo uma mãe, segurando o seu bebê.

Tento olhar novamente os desenhos, e sinto uma aflição tocando em mim. Então, entrego o caderno nas mão dele e levanto rapidamente do sofá. Eu não consigo continuar olhando para a arte de Peeta.

—Eu vou subir para o quarto, estou com dor de cabeça. - Digo, fazendo menção de sair da sala. Mas antes que eu perceba, Peeta puxa inesperadamente a minha mão e caio sentada em seu colo. Ele me abraça e começa a fuçar o meu cabelo com o nariz, descendo para a pele do meu pescoço.

Meu coração dispara.

—Ei, o que foi? - Ele murmura suavemente na minha orelha. -Tem alguma coisa incomodando você, eu já percebir isso. Há dias que vejo você pensativa e triste. O que está te deixando desse jeito Katniss? - Peeta beija o meu ombro, e depois estica a mão segurando o meu queixo, virando o meu rosto para olha-lo.

Do de ombros.

—É impressão sua, Peeta. Estou ótima. - Digo, tentando parecer convincente ao máximo. Mas Peeta me olha com uma expressão preocupante no rosto. Eu sei que não estou cconseguindo convencer ele. E agora? O que eu vou dizer?

—Você mente tão mal, Katniss. -Peeta passa a mão pelo cabelo frustrado. - Eu sou seu marido, não me deixe no escuro. Por favor, me conte o que está preocupando você.

Ele não vai desistir. E definitivamente não estou disposta a conversar com ele sobre as minhas "preocupações". Peeta estreita os olhos me olhando e quando ele abre a boca para continuar a falar, eu o silêncio com um beijo. Ele não recusa, ele aceita o meu contato e imediatamente sinto as suas mãos acariciando as minhas costas. Em resposta o meu corpo se aperta ao toque de Peeta.

Quando afasto os nossos labios, os olhos de Peeta estão escuros. E ele respira com dificuldade pela boca aberta. Se eu pudesse me ver no momento, diria que estou do mesmo jeito.

—Isso foi golpe baixo. - Ele murmura quase ilegível.

Eu sorrio, sem conseguir ficar seria.

—Eu não sabia que beijar o meu marido, agora era golpe baixo.

—Você entendeu o que eu quis dizer, Katniss.

Eu giro os meus olhos e seguro o seu rosto entre as minhas mãos.

—Está tudo bem, Peeta. Não tem com o que se preocupar. Eu juro. - Minto.

Ele me olha em silêncio, ainda duvidando de mim. Não posso culpa-lo, realmente não estou bem. Mas se eu posso poupar Peeta, dessa minha nova confusão, então vou mentir se precisar.

—Não se preocupe. Eu não tenho nada. - Repito.

Ele continua calado, então eu me aproximo e o beijo novamente. Vendo que já tinha perdido a batalha, Peeta desiste de continuar conversando. Em um gesto rapido, ele gira o meu corpo para que possamos ficar frente a frente. Eu passo as minhas pernas em volta dele e sinto as mãos firmes de Peeta sobre o meu corpo. Devagar eu começo a despi-lo, sentindo a respiração dele ainda mais irregular.

—Eu sou louco por você. - Ele sussurra entre os dentes e volta a me beijar.

Em resposta, eu o beijo com tudo o que tenho para oferecer a ele. E a última coisa que eu quero naquele momento, é pensar em qualquer outra coisa que não seja nos dois.

Caminho descalça por um imenso prado. O vento vem suave de todos os lados, baguncando levemente o meu cabelo. Eu fecho os meus olhos e uma sensação de paz me invade. Volto a abri-los e me abaixo tocando na grama verde. Arranco um punhado e encosto no meu nariz sentindo o cheiro de mato fresco. Olho admirada as montanhas rochosas cercando toda a campina. As flores silvestres, estão por todo o lugar, dando ainda mais vida com as suas cores exuberantes.

Sigo ate uma arvore que não está muito distante de mim. Eu passo a mão sobre a casca áspera e encosto as costa no tronco para descansar. Levanto o meu rosto para olhar as folhas balançando com o vento, quando um movimento sobre os galhos chama a minha atenção. Eu levanto rapidamente e estico a minha cabeça na tentativa de ver, seja lá o que for que tenha se mexido lá em cima.

Então, ele aparece. Um pequeno pássaro marrom. Ele vôa do galho para o chão. Parando bem na minha frente, soltando pulinhos sobre a grama. Eu olho para ele e começo a sorrir.

—É lindo né?

Eu viro rapidamente a cabeça na direção da voz, e vejo aquele sorriso de menina rindo para mim. Um sorriso que está marcado para sempre na minha memória.

—Rue?

O sorriso dela se tornou ainda maior quando eu sussurrei o seu nome. Rue correu até a mim, e me abraçou. Quando os bracos pequenos apertaram o meu pescoço, eu sentir o aroma doce e fresco que era único dela.

Eu aperto o corpo magrinho em meus braços, e ela inclina a cabeça para trás me observando com seus olhos castanhos brilhantes.

—Senti tanto a sua falta, pequenina. -Digo e pisco com os olhos embaçados.

—Também sentir a sua. -Ela responde. -Eu quero te dizer um coisa.

Sorrio, e passo os meus dedos no delicado rostinho de Rue. Ela fecha os olhos e inclina a cabeça sobre o meu toque.

—Vai ficar tudo bem, Katniss. - Rue murmura abrindo os olhos.

—Como assim? Tudo bem com o que?

Rue sorrir.

—Não precisa ter medo.

Franzo a minha teste confusa.

—Medo de que, Rue?

Ela levanta os braços e deposita as duas mãos abertas sobre a minha barriga.

—Quando chegar a hora, você será uma mãe maravilhosa, Katniss.

Acordo. Os meus olhos estão fixos no teto da sala e o meu coração está descompassado. Mas eu não choro e nem grito. Mas, o que eu acabei de ter não foi um pesadelo para ter choros e gritos. Foi um sonho, um sonho com Rue.

Eu inclino a minha cabeça para baixo e vejo Peeta dormindo sobre o meu peito, sereno e tranquilo. Respiro fundo e volto a olhar para o teto.

Eu, sendo uma mãe maravilhosa? Sacudo a minha cabeça negando.

Por que sonhei com Rue me dizendo aquilo? Eu, mãe? Mas essa sempre foi uma ideia tão absurda para mim. Eu penso e peso a palavra "mãe" na minha mente.

Suspiro. E as lagrimas queimam os meus olhos.

Por que eu comecei a mudar esse conceito agora? Será que é isso que está me deixando tão inquieta? Eu realmente mudei?

Os meus pensamentos giram e giram na minha cabeça e eu não consigo chegar a uma conclusão. Eu lembro da filha de Dally, lembro do sonho que acabei de ter com Rue e principalmente, eu lembro de Peeta. Ele sempre quis ter um filho. E ele merece ter um filho, mas eu nego isso a ele. Quinze anos. Quinze anos dizendo não. Mas eu tinha os meus motivos para dizer não. Só que agora...

É uma ideia tão dificil de aceitar, e não sei se quero isso realmente. Coloco a minha mão pressionada sobre a minha têmpora e Peeta se mexe. Ele levanta a cabeça me olhando sonolento.

Sorrio para ele, na tentativa de conseguir disfarça a minha perturbação.

—Volte a dormir. -Digo acariciando o seu cabelo.

Peeta sorrir.

Ele pisca os olhos algumas vezes e volta a deitar a cabeça sobre o meu peito, fechando os braços em volta de mim.

Eu suspiro nervosa, já com dificuldades de continuar raciocinando e com raiva da minha indecisão. Eu fico com isso na minha cabeça remoendo e chego a uma conclusão. Eu não sei se estou cometendo um grande erro ou se realmente quero isso, mas por Peeta... eu vou da uma chance a essa possibilidade. Eu fecho os meus olhos tentando controlar a minha aflição.

Eu ainda não acredito que vou fazer isso.

Eu, me tornando mãe de alguém? Meu Deus, como eu farei? A verdade é que não tenho ideia. Mas eu penso, penso e penso até chegar em um acordo comigo mesma. Bem, eu farei um teste. Um teste com um tempo determinado. E o primeiro passo é que Peeta não precisa saber sobre nada disso. Eu não quero que ele sonhe com algo que possa a vim a não da certo. Então, passarei um tempo sem usar nenhum tipo de prevenção contra gravidez. Se eu ficar...grávida, Peeta saberá. Caso não aconteça, ele seguirá normalmente e nunca vai saber sobre o meu plano.

Se não acontecer nada durante esse tempo, vou desistir completamente dessa ideia e nunca mais voltarei a pensar nessa hipótese. Eu olho mais uma vez para Peeta dormindo, e suspiro fundo. Então é isso, a minha decisão já está tomada.

•••

Algumas semanas se passaram e comecei a agir de acordo como eu tinha planejado. Não estava usando nenhum meio de contracepção. Procurei não pensar muito sobre o assunto para não acabar surtando e desistindo antes de tentar. Se estou disposta a fazer essa tentativa, os meus fantasmas precisam permanecer adormecidos o máximo possível.

Não voltei a sonhar novamente com Rue. Os únicos que estão vindo me visitar durante a noite, são as mutações da capital, ou os meus amigos mortos, decapitadas ou mutilados pelos bestantes. Quando esses pesadelos aparecem, me sinto sobrecarregada e extremamente exausta.

Eu não sei o que está acontecendo comigo, mas de uma semana para cá, só tenho vontade de dormir o dia inteiro. Já tem dias que fui caçar na floresta e mal tenho saído de casa.

Depois de passar mais uma tarde cochilando pelos cantos, eu me esforço a subir as escadas e entro no meu quarto muito mal-humorada pelo meu comportamento.

Eu paro olhando o meu reflexo no espelho da penteadeira, e tento achar algum sinal de doença no meu rosto para tentar explicar a minha fadiga, mas aparentemente estou normal.

Subo frustrada na cama, e enquanto puxo o lençol para cobrir as minhas pernas, começo a me sentir estranha. Tenho a ligeira sensação de que o quarto começou a girar e as paredes começaram a se mover, crescendo e diminuíndo lentamente. Estou zonza? Sacudo a minha cabeca enquanto apoio as minha duas mãos sobre o colchão, tentando dispensar a tontura. O que é isso? Estou doente?

Mas não tive tempo de pensar em uma resposta. De repente a tontura ficou ainda mais forte e tudo escureceu.

Eu acordo em um quarto de hospital. A primeira coisa que tenho consciência é de Peeta me olhando aflito, sentado em uma cadeira do lado da maca que estou deitada.

—Katniss, como você está se sentindo? - Ele diz acariciando o meu rosto.

—Estou bem. Porque estou aqui no hospital?

—Você não lembra de nada?

—Não. E de que eu deveria lembrar?

—Quando eu cheguei em casa, te encontrei inconsciente sobre a cama.

Oh, agora eu lembro. A tontura.

—Eu sentir uma tontura estranha, só me lembro disso até a minha visão escurecer. Deve ter sido alguma coisa que comi, Peeta. - Digo e tento me levantar, mas Peeta me obriga a deitar novamente.

—Nada disso. Você vai esperar a médica chegar

—Pelo amor de Deus! Estou bem - Grito. -Não preciso de nenhum medico. Eu só quero ir para casa.

Peeta sacode a cabeça negando. Ele está irredutível. Eu franzo as sobrancelhas e faço uma careta de desaprovação.

Ele rir.

—Sua careta não vai me assustar.

—Eu não disse que queria te assustar. Mas estou brava, você sabe que odeio hospitais. -Digo zangada.

—Eu sei, mas foi necessário. E só vamos embora depois que você for liberada pela médica.

A porta da sala se abre, e uma medica de cabelos grisalhos e jaleco branco entra interrompendo a nossa conversa.

—Que bom que já acordou. - Ela diz sorrindo para mim. - Já estou com os resultados do seu exame.

—Exames? - Pergunto surpresa.

Eu olho para Peeta, que escuta atentamente cada palavra da doutora.

—Sim, eu colhi o seu sangue enquanto estava inconsciente, senhora Mellark.

—E a minha esposa ficará bem doutora?

—Sim, ela ficará ótimo. -Ela sorrir. - Só precisará de muito repouso e algumas vitaminas. Isso só vai durar alguns meses, não se preocupe é perfeitamente normal.

—Eu vou demorar meses para me recuperar de uma tontura? - Pergunto assustada. -Então, estou realmente doente?

—E o que ela tem doutora? -Peeta insiste nervoso.

Ela me olha cautelosamente com os seus profundos e enormes olhos azuis. Me deixando ansiosa e preocupada.

—O seu teste deu positivo.

—E isso significa o que? -Pergunto sem entender.

Então, por ultimo ela responde.

—A senhora está grávida.


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Notas finais do capítulo

Então foi isso.

Gente, diga o que acharam. Comentem suas opiniões, por favor!
E se estiverem gostando realmente, recomendem. Eu ficarei muito feliz! :D

Vocês já compraram os seus ingressos? Eu vou pegar o meu dia 19! :) Não vejo a hora de senti-lo em minhas mãos!
E depois do filme vou plastificar o canhoto pra guardar de recordação. (Fã doida)
Mas é sério, eu tenho essa mania. Quando é um filme que sou apaixonada eu faço isso. Kkkkkkk
Eu sou cheia de manias! Uma pior que a outra.
Manias, manias ,manias...
Eu não vivo sem elas. Kkkkkkkkk

Beijaoo galera! :)