Amandil - Sombras da Guerra escrita por Elvish Song


Capítulo 2
O primeiro dia


Notas iniciais do capítulo

Agora, começa realmente a viagem da Companhia de Thorin! O que esperam para esse primeiro dia de viagem?



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Quando todos deixaram a casa de Bilbo - na hora em que o céu a leste se tingia de rosa com os primeiros raios de Sol – e desceram a colina para buscar suas montarias, encontraram a jovem elfa já pronta para viajar, vestida com camisa, calça e colete negros, usando por cima destes uma capa cinza-esverdeada com o broche de Lothlorien; tinha consigo uma bolsa grande, e as armas atadas ao corpo. Acariciava um cavalo cinza-claro de crina e cauda negras, que resfolegava com prazer ao toque dela; o animal se inquietou ao ouvir os passos pesados dos anões, mas ela tratou de acalmá-lo:

– Calma, Nevoeiro. São apenas nossos companheiros. Está tudo bem.

– Então – começou Thorin, aproximando-se e começando a colocar as rédeas em seu pônei – você veio realmente. Pensei que os elfos sabiam reconhecer o perigo, para fugir dele o mais rápido possível.

A elfa pretendia permanecer em silêncio, mas não suportou fazê-lo; voltando-se para o líder da comitiva, falou em tom sério:

– Vamos ser bastante sinceros, Thorin: você não gosta de mim, e tampouco eu tenho qualquer apreço por você. Mas estamos juntos nesta missão e, gostando ou não, precisamos um do outro; não torne tudo mais desagradável do que já é.

– Vocês dois vão montar, ou pretendem passar o resto do dia discutindo como crianças? – interpelou Balin, que já encilhara e montara seu pônei. Bilbo hesitara e pensara mesmo em ir à pé, mas Fili e Kili simplesmente o ergueram no ar e puseram sobre outra montaria. A fila se organizou depressa, com Thorin à frente e Dwalin por último. Gandalf e Amandil seguiam logo atrás do hobbit, no meio do grupo; apesar do franco desagrado do rei anão, os demais pareciam ter aceitado que a princesa seria sua nova companhia, e esta se mostrava mais do que disposta a uma convivência pacífica, mesmo amigável.

O caminho para fora do Condado foi feito no maior silêncio possível, evitando chamar a atenção... É claro que dezesseis viajantes com vários pôneis e dois cavalos certamente se destacavam na paisagem, mas não havia vivalma para vê-los deixar o lugar, tão cedo assim. Foi só depois que deixaram as florestas da Quarta Leste, já no começo de entardecer, que Bilbo se atreveu a quebrar o silêncio; aproximando-se de Amandil, perguntou:

– Então... A senhorita é mesmo a princesa de Lothlorien?

– Pode tratar-me por você, Bilbo – falou a moça – mas respondendo sua pergunta, sou sim. Filha mais jovem da rainha Galadriel e do rei Celebörn...

– E a Senhora da Luz deixa que sua filha se arrisque, andando sozinha pelo mundo?

Amandil riu baixinho, divertindo-se com a surpresa do menor dos viajantes, antes de lhe responder:

– Ela sabe que eu não preciso de proteção. – e voltando-se para o mago – de qualquer modo, tenho Mithrandir comigo!

– De que isso adianta, se você nunca ouve o que eu digo? – ralhou o mago, em brincadeira. Vendo a apreensão do hobbit em deixar o único lar que conhecia, continuou – tente relaxar, meu caro Baggins! Não poderia estar cercado de guerreiros mais capazes e valorosos. Nem com um exército poderia ter melhor proteção.

De repente um dos anões, bastante forte e de farta cabeleira e barba vermelhas – Glóin, se a princesa se lembrava corretamente dos nomes – adiantou seu pônei até emparelhar com Gandalf; com cara emburrada, voltou-se para o mago:

– Ganhou a aposta. – e jogo uma bolsinha cheia de moedas para o ancião, que a pegou sorridente.

– O que estão apostando? – quis saber Bilbo.

– Se você assinaria ou não. – um assobio chamou a atenção do mago, e outra bolsinha voou em sua direção, arremessada por Fili – e essa aqui foi por apostar com Fili de que Thorin não conseguiria te impedir de vir, Amandil.

– Agora sou alvo de apostas, também? – perguntou a moça, com aparente indiferença, mas quase incapaz de conter o sorriso; ao lado de Mithrandir, era impossível não se sentir feliz.

À medida que a viagem prosseguia, alguns anões se aproximaram da moça, tentando conhece-la; principalmente entre os mais jovens – como Fili, Kili e Ori – havia grande curiosidade acerca daquela mulher linda e estranha, vestida como um homem e carregando armas, montada sem arreios num animal fogoso que a obedecia ao menor comando; curiosidade o bastante para superar qualquer animosidade, e leva-los a trocar algumas palavras vazias, como reapresentações e tentativas de conversa, às quais ela parecia bastante receptiva, embora pouco ou nada falasse de si.

Quando o Sol começava a se esconder atrás das montanhas, tendo progredido bastante, a companhia parou momentaneamente; alguns eram a favor de acampar ainda dentro dos limites do Shire, enquanto outros preferiam prosseguir o máximo possível, antes de parar. Ouvindo as sugestões de todos – todos exceto Amandil, que se mantinha convenientemente calada, desejosa de evitar confrontos com o líder da expedição – Thorin levou os fatos em consideração: por um lado, o Condado ainda era uma terra segura, mesmo nas fronteiras próxima a Bree, onde ocorria a ação de eventuais salteadores e ladrões oportunistas... Por outro, ainda tinham bem duas ou três horas de crepúsculo, que lhes permitiriam avançar consideravelmente pela velha estrada leste-oeste. Gostaria mesmo de, forçando a marcha, alcançar Amon-Sûl, se possível.

– O que acha, Gandalf?

– Acampar perto de Bree é certeza de sermos vistos, e rumores vão correr. Melhor seria prosseguir e chegar a Amon-Sûl, mesmo que isso nos leve parte da noite.

– Preocupa-me o que pode estar oculto na noite – declarou Óin – anões enxergam bem no escuro, mas esta é uma região acidentada, onde qualquer coisa poderia se esconder facilmente. Quem garante que Amon Sul está vazio?

– Estava vazio, quando o usei como acampamento, apenas dois dias atrás – era a primeira vez que Amandil tomava a palavra – a região está praticamente deserta, a não ser por uns poucos mercadores usando a estrada principal.

Thorin franziu o cenho, mas seu desagrado pessoal em relação à mulher elfa – ela parecia mais irritante do que o todo o resto de sua raça – não poderia afetar seu julgamento. Se ela dizia ter estado lá, e afirmava ser o lugar segurou para o repouso, não havia motivos pra não acreditar. Ele duvidava muito que fosse haver uma armada de elfos esperando para detê-los naquela região... Não. Se aquela elfa fosse cometer alguma traição, certamente seria mais para frente, mais perto das terras dela. Por hora estavam seguros... Por hora, ele podia confiar.

– Vamos em frente, para Amon Sul. – decidiu o líder da comitiva, incitando seu pônei a prosseguir. Surpresa, Amandil perguntou baixinho a Gandalf:

– Ele realmente aceitou minhas palavras sem qualquer discussão? Isso foi algum feitiço seu?

– Não... Ele está poupando fôlego para brigas melhores. Espere para ver as garras de Thorin quando tivermos de cruzar a Floresta Negra. – riu-se o mago. Quando a elfa meneou a cabeça e se adiantou um pouco, o Istari se voltou para Balin – isso vai ser muito interessante, mestre Balin. Vejamos até onde esses dois conseguem ir...

*

Chegaram a Amon Sul por volta da dez da noite, já com a escuridão intensa a envolver o mundo. Fili e Kili ficaram responsáveis pelos cavalos, mas Nevoeiro se recusava a ser tocado por outra pessoa que não sua dona; irritado após quase levar um coice do garanhão cinzento, Kili esbravejou:

– Qual é o problema com esse animal?

Amandil compreendeu qual era o problema e, correndo para junto do anão mais jovem, tirou-lhe a corda das mãos, explicando:

– Nevoeiro fica nervoso com cordas; não precisa de cabresto para ficar por perto, e se irrita quando alguém se aproxima com amarras. – ela tocou o focinho do corcel, que resfolegou satisfeito contra sua palma. – Seja gentil com Kili, Nevoeiro: ele é nosso amigo, agora.

O jovem anão permaneceu alguns segundos observando a moça conversar com o animal, que parecia compreender o que ela lhe dizia! Seus olhos se demoraram nos dela – aquela cor de céu noturno, com milhares de estrela de prata, o intrigava tanto quanto a profundidade daquele olhar – antes de percorrer cuidadosamente o rosto e, então, o corpo da dama. Ela tinha um porte nobre, e postura de guerreira; pelo silêncio e fluidez de seus modos, Kili sabia ser a delicadeza da dama apenas aparente, e que ali estava uma assassina experiente. Apesar disso, agira gentilmente com todos os que tentaram se aproximar, ainda que fosse bastante reservada.

– Avaliando uma futura conquista, irmão? – provocou Fili, que amarrava o cabresto de um pônei a uma árvore, bem ao lado de Kili – esta aí é um pouco demais para você, não acha?

– Pare com isso, Fili! – ralhou o mais moço – só estou intrigado com ela. A coragem que teve, ontem, enfrentando Thorin... Tratou-nos com gentileza por todo o dia, e agora trabalha como se fosse uma de nós... Ela é diferente de tudo o que pensei sobre os elfos.

– Então vá meditar a respeito enquanto termina de prender os cavalos, está bem? – falou o mais velho, entregando um cabresto nas mãos de Kili – logo vamos ter uma refeição quente, e poderemos descansar um pouco.

O príncipe moreno dedicou-se a prender e cuidar dos últimos pôneis, e quando voltou para perto dos outros, o jantar estava pronto. Amandil e Bifur haviam caçado três lebrões, que agora integravam o cozido feito por Bombur; só o cheiro da comida fez o estômago do rapaz roncar, e correr para se juntar aos demais.

Enquanto os anões cantavam, riam e trocavam fanfarronices em volta do fogo, como se tudo fosse uma festa, Bilbo fazia o possível para conhecê–los melhor; contudo, estava cercado por guerreiros, e as menções a batalhas e combates punham o hobbit bastante nervoso. Gandalf resolveu o problema, oferecendo ao pequeno algumas tragadas de seu cachimbo... Não tardou para o halfling relaxar e começar a fazer parte da brincadeira, na medida do possível.

A única que se mantinha afastada e sem tocar na comida era a princesa elfa; solitária, entalhava um tronquinho onde começara a delinear um dragão; a angústia lhe apertava o peito como uma garra de aço: nunca fora uma seguidora contumaz das regras, mas nunca cometera tamanha transgressão às ordens de sua mãe e rainha. Ao mesmo tempo em que sabia estar agindo do modo correto, a lâmina da culpa abria profundos cortes em seu coração, fazendo-a imaginar como poderia encarar outra vez Galadriel e Celebörn, especialmente se a missão falhasse. De repente passos pesados a tiraram de sua meditação, e uma vasilha com um pouco de cozido foi posta à sua frente; erguendo os olhos, Amandil se deparou com Thorin, que lhe falou com certa indiferença:

– Coma. Não quero nenhum integrante deste grupo doente ou fraco.

– Pensei que não se responsabilizava por mim... – comentou a jovem, aceitando o prato deixado diante de si.

– Um combatente fraco é pior do que um combatente morto. – devolveu o anão – a menos que nossa comida não esteja à altura de sua nobreza, é claro. – e assim dizendo, voltou as costas à moça, que não pôde se impedir de sorrir: por detrás da carranca de raiva, o anão era um bom homem, e aquele era seu modo rude e agressivo de dizer que se preocupava também com ela. De certo modo, considerava-a parte do grupo – uma parte irritante e desagradável, decerto, mas o pensamento a deixou um pouco mais feliz.

Provar carne pela primeira vez foi algo totalmente inusitado, para a dama de Lothlorien; o sabor não era totalmente desagradável, mas parecia agredir o paladar, e certamente era um alimento muito substancial, pois logo a saciou tanto quanto se houvesse comido três lembas inteiras! Bifur pareceu perceber as expressões de surpresa da garota ao descobrir aquele novo sabor, pois perguntou:

– Nunca comeu carne, antes, princesa?

– Nunca tinha provado. – respondeu ela – Ah, e... Pode tratar-me por Amandil.

O anão sorriu e passou um cantil para ela, dizendo:

– Cerveja. É forte, mas mata a sede e aquece o corpo. Aceita?

Com um sorriso agradecido, ela bebeu um gole do líquido amargo, que serviu para limpar o gosto – para ela não muito bom – da carne; devolvendo o odre a Bifur, perguntou:

– Vocês não parecem tão incomodados com a minha presença, nesta companhia.

– Minha jovem, ouvi muitas coisas ruins sobre seu povo, é verdade... Mas muitas coisas ruins também são ditas sobre o meu, e nem todas são verdade, afinal. O que realmente sei sobre os elfos? Que são arrogantes, mas extremamente inteligentes, excelentes guerreiros, e muitos possuem talento para a magia. Ficarei feliz em descobrir mais pelo convívio com alguém desta raça, pelo menos enquanto a companhia se mostrar agradável. – ele se levantou – não tive nenhum motivo para pensar o contrário, até agora.

Aquelas palavras deixaram a garota com um sorriso nos lábios, e quando ela foi se juntar a Gandalf, isso não passou despercebido ao mago, que comentou:

– Continue assim, e vai ganhar a amizade deles bem depressa.

– De todos, menos de Thorin.

– Ele não vai matar você, e isso é o que interessa.

– Queria ter tanta certeza – brincou a jovem, voltando-se então para Bilbo – como está se sentindo, Bilbo?

– Cansado, meu nariz está coçando por causa do pelo de cavalo... Mas o jantar foi muito bom. Queria era que parássemos mais vezes para comer.

– Acho que vai ter de se contentar com menos conforto do que já conheceu, meu querido hobbit – disse ela – mas você irá se acostumar, logo. Creia em mim: verá coisas por este mundo que farão cada dificuldade valer à pena.

O hobbit sorriu, enrolando-se numa capa de viagem para se manter aquecido. Todos improvisaram camas com seus cobertores, e Thorin tratou de fazer as escalas de vigília:

– esta noite, Fili, Kili e eu ficaremos de guarda. Faço o primeiro turno, depois Kili e então Fili.

– Posso dividir a vigília, e fazer um turno. – ofereceu-se Amandil, de boa vontade.

– Não abuse de minha boa vontade, elfa – devolveu Thorin – deixar que nos acompanhe não quer dizer que eu confie em você. Contente-se em descansar, para conseguir acompanhar nosso ritmo durante o dia.

A vontade da elfa foi de estapear o anão, nem tanto por desconfiar dela, mas por ousar sugerir que ela não aguentaria a marcha que faziam. Arrogante, estúpido, desconfiado idiota! Ajeitando-se para dormir – elfos raramente dormiam de verdade; em geral, entravam num transe semiconsciente que lhes permitia descansar sem deixar de saber o que ocorria em volta – ela reparou que Bilbo deitava-se de frente para ela; estava furioso, e sussurrou:

– Não é justo ele lhe tratar assim. - Tentando confortar o halfling, a elfa segurou-lhe a mão e respondeu, também em murmúrios:

– Não faz diferença, meu amigo. Acredite: está sendo bem mais fácil do que esperava.

– Sabe que pode contar comigo, não é, Amandil?

Um lindo sorriso iluminou o roto da moça, que apenas respondeu:

– Vamos dormir, seu bravo e honrado hobbit. Temos uma longa viagem pela frente, e este foi só o primeiro dia.

Bilbo não tardou a cair no sono, assim como Gandalf – deitado logo acima da cabeça da moça; sem nada a fazer, ela se deixou deslizar suavemente para aquele revigorante estado de semiconsciência, sem suspeitar que Thorin a fitava fixamente, com chamas ardendo no olhar.

Sentado na rocha áspera, o lorde anão encarava sua “adormecida” companheira de viagem: nunca conhecera ninguém mais desagradável do que aquela garota. Parecia que cada respiração dela era uma afronta à memória de seus ancestrais, à memória dos que só haviam morrido porque os elfos não haviam cumprido a palavra dada. É certo que a garota nada tinha a ver como o que se passara quase trezentos anos atrás, mas um fruto nunca cai longe de sua árvore... Certamente seria igualmente propensa às mentiras e traições tão facilmente cometida pelos demais elfos; mas ele não seria pego de surpresa, desta vez.

Algum tempo se passou, e a noite permaneceu tranquila; o uivo ocasional de um lobo solitário soava à distância, mas não havia qualquer sinal de perigo para o grupo. De repente, contudo, Amandil se sentou de supetão, arfando e tremendo. Como se despertada de um pesadelo; ela se voltou com olhos aflitos para Thorin, e avisou:

– Temos que prosseguir. Alguma coisa está vindo atrás de nós, e se aproxima rápido.

– Viu isso num sonho? – ironizou ele – ninguém sabe sobre esta Companhia, além dos que dela participam. O que quer que tenha visto, foi apenas um sonho, senhorita; volte a dormir.

– Thorin, foi uma visão, não um sonho.

– Eu não vou discutir isso, Amandil – afirmou o guerreiro, irredutível – se houver qualquer perigo, eu os acordarei. Agora, volte a seu descanso.

Praguejando, a mulher se levantou e deixou a roda de camas improvisadas; o anão franziu o cenho e tentou pará-la:

– Aonde você vai?

– Lavar o rosto no regato aqui perto. – respondeu ela. Não era exatamente a verdade, mas não chegava a ser uma mentira. Sem esperar a resposta de Thorin, ela caminhou até o regato, a pouco mais de vinte metros do acampamento, e curvou-se sobre a água corrente, que refletia as estrelas acima. Se ao menos pudesse conjurar um encantamento para lhe mostrar o que estava havendo! Mas isso exigiria uma energia que não poderia perder, se algo realmente fosse acontecer. Voltando-se para o céu, a jovem respirou fundo e se concentrou; desde pequena conseguia ouvir a voz das estrelas, e estas chegavam a lhe dar pequenas visões, ocasionalmente. Talvez conseguisse ouvir algo, se ficasse em silêncio!

A princesa ficou ali por quase uma hora. Já estava quase desistindo de tentar obter alguma resposta quando ecoou em seus ouvidos o inconfundível sussurro de um milhão de vozes a murmurar:

“cuidado, Amandil! Vocês estão sendo caçados! Proteja-se! Cuidado!”

A angústia tomou conta do coração da elfa, que se viu obrigada a beber alguns goles de água e molhar o rosto e pescoço na água gelada, a fim de se acalmar. Não fora apenas um sonho: algo grande e perigoso os estava caçando, mas de nada adiantaria contar isso a Thorin... Ao amanhecer, contudo, trataria do assunto com Gandalf. Talvez ele soubesse o que fazer.

A garota voltou para junto dos demais, e ouviu a censura na voz de Fili:

– Quanta demora para simplesmente lavar o rosto! Saiu antes que eu despertasse, e só voltou agora. – havia desconfiança na voz do jovem - O que foi fazer?

– Talvez eu tenha ido convocar um exército invisível de fantasmas, para matar cada um de vocês antes de chegarmos à montanha, de modo que eu enfrente sozinha um dragão cuspidor de fogo do tamanho de uma montanha. – ironizou a moça, indo se deitar – eu tive um pesadelo, e fiquei junto ao regato até me sentir melhor. Satisfeito?

Fili deu de ombros, antes de responder:

– Você é muito agradável companhia, Amandil, mas nem pense em nos trair.

Discutir não levaria a nada, então a mulher deu de ombros e se deitou sobre o cobertor, usando a capa para se cobrir; teria tempo para conquistar a confiança daqueles desconfiados guerreiros. Isso se não fossem alcançados por quem quer que os estivesse caçando, antes.

Pelo resto da noite a princesa apenas contemplou as chamas da fogueira, que lentamente foi se apagando; a sensação de urgência em seu peito só fazia crescer.


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Notas finais do capítulo

E agora? Thorin não acredita nas palavras de Amandil, mas há um perigo rondando. O que pode acontecer?
Espero muito que tenham gostado; como estou de mudança, pode ser que os capítulos deem uma parada, mas retomo assim que puder, ok?
kisses, flores do meu jardim!



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