Melissa P.O.V

Estava eu dormindo tranquilamente, quando uma musica do Paramore começa a tocar na minha cabeça. Levantei-me da cama e fui procurar da onde vinha a musica.

Vinha de baixo da cama. Era o despertador do meu celular, que apontava 05h30min da manhã.

Minha mãe achava um absurdo de cedo, mas mesmo assim, eu cismava em acordar 05h30min da manhã.

Fui tomar banho. Quando sai do banho já era 06h00min, então fui me trocar e secar meu cabelo. Arrumei-o do jeito que eu mais gostava, fui tomar café da manhã e liguei pra tonta da Camy.

- Alô? – dizia ela do outro lado da linha.

- Já está pronta, capeta? – disse num tom irônico.

- Porque você me chama de capeta? Eu num sou capeta não! Mas sim, pessoa ignorante, eu estou pronta.

- Então estou indo pra sua casa. Tchau, beijos. – Desliguei o celular.

Eu estava com o uniforme podre da escola: saia xadrez rosa e preta, blusa rosa de botões e um casaco básico preto por cima. Estava com meu all star todo fudido, rasgado, sujo, e pixado. Mas ainda sim eu o amava de paixão.

Peguei minha mochila roxa e meu mp3 e fui para a casa da Camy, que era a dois quarteirões da minha.

Minha escola não está nem aí para os alunos, podemos levar celulares e mp3 que eles não confiscam e nem ao menos se importam se deixarmos ligado durante a aula.

E mais: eles servem todo tipo de porcaria na escola, como por exemplo, pizza, batata frita e qual quer coisa não-nutritiva que você possa imaginar.

Cheguei à casa de Camy e apertei a campainha.

- JÁ VOU BESTA! – Gritava Camilly.

Alguns minutos depois a louca apareceu na porta com a mochila pendurada em um braço só.

- Pra que isso, garota? – Pedi.

- O que? Ah tá. É que eu estou meio atrasada. – Disse ela, já andando em direção a escola, que estava a quatro quarteirões.

- Mas você disse que estava pronta! – Gritei seguindo-a.

- Sabe como que é, meu cabelo não estava pronto. Não estava achando minha pomada.

- E encontrou na ultima hora?

- Exatamente! A pirralha da minha irmãzinha Agatha pegou.

Agatha é a irmã mais nova da Camy. Ela tem apenas 6 anos, branca como leite azedo, tem cabelos castanhos, olhos cor de mel e já apronta muito. Ela e Camy sempre brigam, pois Agatha empresta tudo da garota e depois não devolve. Ou perde.

- Dá um jeito nessa garota, Camy. – Eu disse.

- Não, ela não tem jeito. Acredita que ela odeia Simple Plan!? Isso é uma tragédia, essa menina tem que morrer e nascer de novo, pra concertar o gosto musical. – Brincou Camy.

Caí na gargalhada. Depois parei de rir, quando avistei uma pessoa não muito querida. Na verdade, nada querida.

Camy percebeu que eu não ria mais e pediu:

- O que aconteceu?

- Olha só, o Taylor. – Fuzilei-os com o olhar.

- E o Bruno também. Esses gays. – Disse Camilly estralando os dedos.

- Calma Camy, não vai matar eles hoje! Já não basta o barraco que você fez sexta passada?

- Já se passaram dois dias, necessito quebrar a cara deles!

- Garota, você precisa de um calmante! – Gritei.

Os dois olharam para traz, e deram uma risadinha. Aquilo me irritou muito. Me distraiu tanto, que ao atravessar a rua, quase fui atropelada. O carro buzinou tanto que os capetas olharam para traz e caíram na risada.

- Espera só pra ver, quem vai precisar de calmante agora. – Rangi os dentes.

- Calma amiga. Se concentra no caminho, antes que um cachorro te “atropele”.

- Vai tomar no seu cú Camilly!

- Calma velho! – Gritou ela.

- Estou calma. Aliás, chegamos. Graças a Deus.

A escola é simplesmente linda. É enorme e os corredores são super longos. Toda a escola era pintada de verde. As portas eram brancas, e na frente tinha um belo jardim, com arvores com lindas flores roxas. Normalmente os alunos davam uma de vândalos e estragavam todo o verde que tinha lá, mas com o absurdo que pagávamos para estudar nessa escola, o diretor sempre arrumava.

Fiquei admirando por um tempo, a beleza que minha escola tinha, e eu nunca percebi, e nem valorizava. Não que eu estragasse, mas sempre ofendia a escola, pois nunca gostei dos funcionários daqui.

Camilly P.O.V

Do nada Mely parou no meio do caminho e ficou observando o gramado e as arvores que balançavam com o vento.

Ela ficou uns 5 minutos lá, até que o palhaço do Taylor aparece:

- Que foi arara-azul? Ficou cega?

Ela voltou à atenção para o mundo real e respondeu friamente:

 - Não sou arara-azul, seu gay. Não, eu não fiquei cega, eu estava admirando o gramado da escola, porque ao contrario de você, sou uma pessoa culta. -Virou-se e foi embora.

Fui atrás da minha amiga, queria saber o que aconteceu com ela. Normalmente ela responde “ vai fazer chapinha, vai!” ou “ sai daqui quatro olhos! “ e até “ vai procurar um óculos melhor e para de me encher!”. Mas dessa vez foi diferente.

- Hey, Mely, volta aqui!

Ela parou de andar e se virou:

- Diga amiga. – Disse ela com um sorriso no rosto. Quando ela dizia “ diga amiga “ é porque ela estava se sentindo bem. Me senti aliviada.

- O que aconteceu? Respondeu tão bem o gayzinho de quatro olhos!

Mely caiu no riso.

- É que eu estou cansada dessa atitude infantil dele! Na verdade ele é infantil... Mas poxa, nossa escola é tão bonita e os outros ficam estragando. Não gosto disso sabe? – Respondeu.

- Sei amiga.

Estavamos no meio do gramado quando bateu o sinal, todos entraram na escola.

- Começou o inferno Camy.