Todos ainda estavam atônitos com tamanha revelação. Como assim aquela mulher chamara Naruto de “filho”? Era virtualmente impossível, não tinha como ser verdade. Mas a reação de Naruto os deixou ainda mais confusos. Como Naruto reconhecera aquela mulher? Ainda pior, como a reconhecera como mãe?

O olhar de confusão dos cinco acompanhantes do Uzumaki fora substituído por olhos arregalados ao ver a mulher correr contra os braços de Naruto, abraçando-o fortemente. O homem loiro de cabelos longos rapidamente levantou-se do trono com toda sua imponência, exalando uma aura de poder intimidante. Seus passos foram rápidos e longos ao alcance de Naruto e, assim que a ruiva notou, abriu espaço para um abraço entre os três.

Os olhos do loiro menor logo encheram-se de lágrimas. O que assustou ainda mais os amigos, mas tinham uma pose para manter e, rapidamente, voltaram para as posturas altivas e queixos empinados de antes.

— É bom ver que seu filho voltou do Templo, Minato-sama, Kushina-sama. — Um homem de roupas nobres falou, levantando uma taça de ouro com um líquido transparente dentro. — Vida longa ao Imperador! Vida longa ao herdeiro! Vida longa ao Império! — Exclamou a primeira frase sozinho, mas os outros dois vivas rapidamente foram seguidos em uníssono pelos demais naquela festa.

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— Isso não está certo, dobe. – Murmurou Sasuke, quando já estavam nos aposentos. Cada um ficara com um quarto, mas resolveram reunir-se no de Naruto, afinal, era o maior. Possuía vários e vários metros de diâmetro e de altura, tendo duas enormes janelas decoradas, que davam vista para toda a Cidade-Estado e para as pessoas daquela vila do reino, que soubera chamar de Reino do Fogo. A cama era gigantesca, tendo seus suportes feitos de madeira, um colchão de plumas e travesseiros de pena de ganso, além das cobertas extremamente luxuosas. Além disso tudo, ainda existia um guarda-roupa que usava de toda a extensão de uma parede e uma mesa com papel, pena e tinta. Na parte superior da parede da cama, ainda existia uma estante com vários livros, ocultos por uma portinha, afinal, era embutido na parede.

— O que, teme? — Indagou, embora já soubesse o que o amigo iria dizer.

— O que acha que está errado, seu grandessíssimo retard... — Foi interrompido pelo Nara. Naruto estava sentado no meio da gigantesca cama e seus amigos circundavam-no.

— Sasuke. Você já notou? — Indagou, recebendo uma negativa do Uchiha. — Nós estamos começando a ficar mais fracos. Eu, entro todos aqui, sou o que menos tenho chakra, então é mais fácil para eu notar, mas... Nossa força está gradativamente sumindo.

O Uchiha rapidamente ativou seu rinnengan e, analisando os corpos, teve a mesma conclusão. Hinata fez o mesmo com seu byakugan e, junto a Sasuke, maneou a cabeça em confirmação. Naruto apenas deitou-se nada cama, pensando. Não é como se desejasse perdidamente ir embora como antes. Mas nem se quer bateu sua cabeça contra o colchão e seu corpo começou a irradiar uma cor alaranjada definitivamente forte, que saiu em ondas de choque, jogando todos os outros cinco para os lados, totalmente surpresos.

Rapidamente Kurama tomou o corpo do jovem loiro.

— Vocês não vão ficar muito mais tempo aqui. No máximo um ou dois dias. Aproveitem enquanto podem!  — Sua voz era firme e sombria, carregada de um ódio tão gigante que destruiria tudo somente com palavras, mas seu coração há tempos que não estava tão obscuro quanto parecia. — O senjutsu está fazendo rapidamente o trabalho de eliminar o meiton, já que seu usuário não está nesse tempo. Logo, logo todo o tempo distorcerá e as coisas vão voltar ao normal... Não façam nenhuma besteira! — Logo a voz tenebrosa da Kyuubi desapareceu e fitaram o loiro desacordado.

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Menos de trinta minutos que a voz de Kurama findou, o Uzumaki loiro acordou, mas já estava sozinho em seu quarto. Rapidamente aprofundou sua mente no seu subconsciente, e logo em seguida pôde contemplar todas as nove bijuus que o fitavam interessadas com o aparecimento de seu jinchuuriki. Os olhos azuis fitaram todos profundamente e posteriormente fecharam-se para se concentrar, pois estava em busca de localizar seus amigos que já não estavam lá, afinal, a última coisa que se lembrava, fora a luz alaranjada que irradiara de si.

Localizou-os juntos há alguns quilômetros de si, mas nada tão longe assim. Aparentemente apenas queriam se manter longe da sociedade desconhecida para conversarem. O loiro voltou seu olhar para as bijuus, mais especificamente para Kurama e, com um olhar interrogador, teve sua resposta.

— O senjutsu dos seis caminhos está fazendo efeito mais rápido que o esperado, já que o usuário do meiton não está nesse tempo, assim a técnica fica mais fragilizada. Em menos de quarenta e oito horas iremos ser teleportados de volta para nosso tempo e tudo voltará ao normal, gaki. – Sua voz forte imperou e o loiro arqueou a sobrancelha, entendendo.

— Compreendo... Voltarei lá pra fora e dar uma volta por esse tempo. — O Uzumaki abriu os olhos e colocou a capa contra os ombros, cobrindo o corpo forte e imponente do Eremita. Fechou os olhos e, em segundos, usou um shunshin e desapareceu dali numa cortina de fumaça, reaparecendo fora das gigantes muralhas.

Os olhos azuis vislumbraram toda a densa floresta e, no horizonte, pôde contemplar uma gigantesca árvore. Pensou reconhece-la e, para sua surpresa, aquela imensidão emanava tanto senjutsu quanto a Shinju.

Seus olhos arregalaram-se ao perceber.

Aquela era a Shinju!

Seus passos rapidamente apressaram-se naquela direção, ignorando seu desejo de conversar com seus amigos. Precisava verificar uma coisa importantíssima!

Precisava saber se o “fruto” ainda sustentava-se na árvore.

Em menos de um minuto, percorreu a distância de cento e dez quilômetros e ficou de fronte à gigantesca árvore.

 — Kurama! — Berrou em sua mente, a voz séria, imponente. — Há quantos anos antes de Kaguya mais ou menos estamos?

— Pelo menos um milênio. — Respondeu com desdém, mas logo levantou-se exasperada. — O que pensa que vai fazer, Uzumaki Naruto?

— Pelo que eu me lembre, nasce um fruto a cada mil anos, certo? — Indagou, impondo, entrelinhas, sua resposta.

— Sabe a gravidade deste ato, gaki?

— Não mudará os fatos já acontecidos do futuro, pelo que compreendo.

— De fato, mas haverão mudanças nos fatos que ainda hão de acontecer. — Interpôs Son Goku, o Yonbi.

— Mudanças talvez desagradáveis, gaki. — Repreendeu Choumei, a Nanabi.

— No entanto... — Disse uma voz calma em sua mente, com uma figura tremeluzindo em chakra azul, rapidamente Naruto reconheceu como o chakra de Ashura dentro de si, por isso não surpreendeu. Já o havia conhecido por meio de Hagoromo. — Com tamanho poder, poderá estabilizar as coisas ante qualquer inimigo. Principalmente por um fato diferenciado, Naruto, um fato que só você tem diferente de quaisquer ‘vilões’.

— O que? — Indagou, curioso, seu olhar fixo nos olhos do homem à sua frente.

— Você tem amigos, Uzumaki, amigos que jamais lhe abandonarão. — Sua voz começou a tremeluzir, igualmente seu chakra, que começava a se dissipar. — Faça a escolha certa, Uzumaki, mas lembre-se: Kaguya, nossa avó, queria o bem, mas sua visão torpe a corrompeu. Não se corrompa, Uzumaki Naruto, meu eu das eras futuras. — E com isso, o chakra finalmente dissipou-se, voltando às reservas de Naruto.

— Bem, já temos a resposta que queremos. — E com essa última frase, deixou sua psique e fitou a imensa árvore. — Ai ai, vai demorar para escalar tudo isso. Portanto... — E logo seu corpo fora tomado pelo Manto dos Seis Caminhos, começando a voar até o fruto do chakra. Ficou frente a frente com ele e, antes de tocar, escutou o alerta de Kurama em uníssono com todos os outros bijuus.

— Isso trará, sem dúvidas, consequências gravíssimas, Uzumaki Naruto. — Ignorando os alertas e ciente dos riscos, agarrou o fruto e no mesmo segundo o devorou.

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Uma luz branquíssima exorbitante tomou conta de toda a extensão daquele hemisfério e, assim como surgiu, desapareceu.

Dez gudoudamas apareceram às costas de Naruto, um cajado feito do mesmo material das esferas materializou-se nas mãos de Naruto, assim como seus cabelos cresceram e trocaram de cor para branco; seus olhos foram tomados pelo rinnegan, desativável. Sua roupa foi desintegrada e em seu lugar um sobretudo branco com nove megatamas nas costas, além do símbolo do rinnegan sobre eles, os nove megatamas também apareceram sob os ombros e abaixo do pescoço de Naruto, como um colar. Tudo ao redor de Naruto rebombou, tremendo, assim como o continente todo.

Logo o Uzumaki desceu ao chão e, ficando em posição de meditação, avançou contra seu subconsciente, entrando na psique bijuu. Toda a escuridão que ali havia foi substituída ao estalar de dedos e revelou um campo com nove bijuus, em círculo. Naruto avançou e colocou-se entre as bestas com cauda, fitando-as.

— Achei que sumiriam. — Proferiu.

— Não vai se livrar de nós tão fácil, gaki! — Disse Kurama, indignada.

O Uzumaki sorriu, achando graça. — Ainda bem, só havia pensado na possibilidade quando já estava comendo do fruto... Que bom que estão aqui, amigos. — Seu sorriso aumentou ainda mais, mostrando os dentes brancos. — No entanto... — Seus olhos olharam para trás de si, onde um gigantesco monstro, maior que todas as bijuus, se levantou com suas dez caudas imponentes, formando um coelho.

— GRRR! – Gritou a besta, avançando contra Naruto que, simplesmente, estalou os dedos e uma enorme gaiola caiu sobre o Coelho de Dez Caudas, o selando completamente.

— Você fica aí até aprender a se comportar, Shinju.  — Sua voz saiu altiva e severa.

— Ningen! — Rugiu e silenciou-se logo em seguida.

— Quieto, logo, logo eu cuido de você, Juubi. — Deu-lhe as costas e fitou os bijuus. — Bem, está na hora de voltarmos para nosso tempo. — As bestas apenas manearam a cabeça em concordância e, posteriormente, Naruto sumiu da psique bijuu.

Naruto achou seus amigos rapidamente e, sem precisar desejar uma segunda vez, reapareceu entre eles.

— Não tenho tempo para explicar. – Suspirou. — Toquem em mim. — Assim que todos, sem questionar, tocaram-no, desapareceram e reapareceram em Konoha em meio à guerra. Naruto mirou seu olhar para o usuário de Meiton e, expondo sua gigante pressão de chakra, fez todos parassem de fazer o que estavam fazendo e caíssem no chão, ajoelhados. Os mais fracos desmaiaram.

— Não sei seu nome... Mas eu o farei deixar de existir. — Essas foram as palavras de Naruto, antes de fazer o roxo do Rinnegan brilhar como jamais brilhou.