Apaixonado Por Um Poste! escrita por bubbigless


Capítulo 14
Escola sem Joshua


Notas iniciais do capítulo

Adivinha quem voltou? EEEEH! Nem foi tão difícil esperar, foi?
É a primeira vez que eu entro no Nyah! nessa semana, por isso, ainda não deu tempo de responder os lindos comentários



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— Aí! — grunhiu de dor (mais uma vez) quando passei encostei o gelo em sua cabeça.

— Pare de reclamar — ordenei completamente irritado e sem paciência, enquanto pressionava mais a água congelada em seus fios escuros.

— Mas está doendo, Sebastian — choraminga.

— Você que inventou ir apanhar, Charlie, agora aguenta! — bufei, pegando sua mão e levando-a até a própria cabeça, para que segurasse o gelo. Depois, me joguei sentado ao seu lado no sofá e fechei os olhos, cansado.

— Você está bravo comigo por que teve que faltar a aula? E ficar aqui...? — indagou delicadamente. — Por que, você não precisava, sei me cuidar muito bem sozinho.

— Não é por isso — suspirei, sem mexer um músculo do meu corpo. Passei toda a madrugada cuidando do moreno. Dormimos na mesma cama e ele gemeu de dor até pegar no sono, que foi mais ou menos quatro horas da manhã. Além disso, tive que inventar uma desculpa bastante convincente para minha mãe; e, por mais estranho que pareça, mentir para ela me deixa com uma enorme culpa. — Na verdade, não estou bravo. Só cansado.

— Eu só não podia ficar parado ouvindo aqueles imbecis falando merda — range os dentes, apertando o punho, e, em seguida, como sua mão estava machucada, sussurra um murmuro de dor.

— Era só ignorar — murmurei, um tanto contrariado com minhas próprias palavras. Não, definitivamente não dava apenas para ignorar. Eu mesmo lutei com minha vontade de ir lá bater naqueles idiotas. Porém, se eu o tivesse feito, terminaria dez vezes pior que o Ducan. — Além disso, eram seis contra um... Dois, se você tivesse me deixado ajudar. Que tipo de pessoa tranca a outra no carro?

— Você iria se machucar.

— E você se machucou — finalmente abro os olhos para encara-lo.

— A sua situação seria diferente — ele suspira. — Eu já estou acostumado.

— E quem disse que eu não? — minto descaradamente.

— Esse seu rostinho lindo e inocente.

Coro instantaneamente.

— Não sei se considero isso como elogio — afirmo. — Mas, não mude de assunto! Olha só como você ficou! Está parecendo uma uva de tão roxo!

— Eu vou melhorar logo, não se preocupe — sorri fraco.

✆✆✆✆✆✆✆✆

— Olá, senhor-não-respondo-mensagens — Amie foi a primeira a se dirigir á mim, com os braços cruzados e a cara emburrada. Esfrego os olhos, pela décima vez naquela manhã, e me sento-me à mesa ao lado da garota. Sam sentava na cadeira á minha frente, com o corpo totalmente virado para trás.

— Bom dia Seb! — Samanta cumprimenta mais educada.

— Olá garotas — sorri. O fato de o professor Joshua ter faltado naquela terça-feira melhorou meu humor quase cem por cento. Se, por acaso, tivéssemos aula dele, eu piraria.

— Por que faltou ontem? — a ruiva indagou, colocando o cabelo para trás da orelha.

— E não avisou? — completou a outra, irritada.

— Desculpem — cocei a cabeça. — Tive que cuidar de um amigo...

— Ele está bem? — Sam pergunta totalmente inocente, enquanto Amie me lança um olhar desconfiado. Torço para que ela não descubra que foi de Charlie. Afinal, ela sabia que eu estava andando com ele e os irmãos ultimamente.

— Melhorando — sou sincero. — Mas então, como foi o final de semana?

— Eu fui á duas festas épicas, e fiquei com dois garotos lindos — a mais animada bate palmas. — O problema é que até agora não encontrei meu admirador secreto — faz biquinho.

— Ainda está nessa? — franzo a testa.

— Claro que sim, as cartas que recebo são lindas... — suspira apaixonada, fazendo com que Amie fizesse uma cara de enjoada.

— Eu apenas escrevi no meu blog — informa a garota gordinha. — E baixei mais trinta músicas para minha playlist.

— Sua vida é tão desinteressante, Amie.

— Melhor que ir numa festa e abrir as pernas para todo mundo — cospe totalmente insensível, fazendo com que eu arregalasse os olhos. Samanta também não respondeu nada, acho que ficou um pouco assustada. — E você, Sebo, o que fez?

1- Descobri que Charlie estava interessado em mim;

2- Beijei o Charlie;

3- Beijei o Charlie;

4- Beijei o Charlie;

5- Agarrei o Charlie;

6- O Charlie me agarrou;

7- Conheci minha família chata;

8- Saí com Charlie;

9- Fui chamado de “viado”;

10- Tive que ver o Charlie apanhar.

— Nada de interessante — sorrio amarelo. — Apenas conheci uns parentes caretas.

— Você tem parentes por aqui? — Sam indaga.

— Hum... Tenho. A família da minha mãe mora aqui — respondo. — Não contei?

— Acho que não — Amie murmura.

— É — a outra dá ombros. — Como foi?

— Eles são meio idiotas, sabe?

— Toda família é assim — a ruiva sorri.

— Infelizmente — passo a mão pela nuca. — Então, me conte destas festas! E dos garotos.

— Eu vou ao banheiro — Amie anuncia se levantando e saí, batendo o pé em direção á porta.

— O que deu nela? — Sam sussurra. — Está mal-humorada desde ontem, quando estávamos conversando sobre esse mesmo assunto!

— Eu não tenho a mínima — admito. — A semana deve ter começado ruim... Talvez queira um tempo a sós.

Ela dá ombros e começa a falar animada:

— Então, os universitários uma vez por mês, festejam o fim de semana inteiro! São as melhores festas de toda a cidade! E poucos colegiais têm essa oportunidade. Sou muito sortuda por ter sido convidada, e, até agora não sei o porquê. — peitos. — Lá, eu conheci um garoto de outro país, que é primo de um dos mais populares da faculdade e passava as férias aqui. Ele era tão lindo... Olhos verdes folha-seca, a pele bronzeada e cabelo castanho escuro. E tinha uma pegada — abanou-se, tirando algumas risadas de mim. — No outro dia, eu nem vi esse menino mais. Porém... Um garoto da nossa escola mesmo veio falar comigo. Eu não estava muito afim, mas, ele foi tão fofo, que não teve como resistir. Acabou que ele beijava muito, muito, muito bem.

— Você pegou um fofo e um safado? — acabo rindo e perguntando rapidamente, assim que terminara de contar. — Ah, danada.

— Foi incrível! — ela sorri.

Ficamos conversando mais um pouco sobre seu final de semana, e toda vez que ela tentava falar de mim, eu desviava o assunto e voltava a falar sobre ela. Sam, como tem o ego e a língua de um elefante, não viu problemas nisso e continuou a tagarelar. Perdemos a noção do tempo, e só fui me lembrar de Amie quando faltavam cinco minutos para bater o sinal.

— Hum... Vou atrás da berinjela — declaro, me levantando.

— Tá, espero vocês aqui — ela pegou o celular no bolso e começou a trocar mensagens. Dou ombros e ando desconfortável até a porta; sempre achei ruim ficar perambulando sozinho por aí, principalmente na escola.

No caminho do banheiro, encontro os corredores completamente vazios, e aí me lembro que minha sala é a única que está sem aulas nesse horário, que as outras, estão, para infelicidade dos alunos, aprendendo coisas inúteis e chatas. Quando passo pelas portas, alguns adolescentes me encaram com uma feição mista de desdém, sono e preguiça. Suspiro e continuo me aproximando cada vez mais dos toaletes. Ao chegar lá, me surpreendo totalmente.

— Amie? — murmuro, me ajoelhando do seu lado. A roxinha estava sentada no chão, perto das portas dos banheiros, chorando como um bebê que perdera seu doce. — Amie, o que aconteceu?

— Nada...

— Está suando com os olhos, é isso? — resmungo. — Anda, fala.

— Não posso contar — ela funga, passando as costas das mãos nos olhos vermelhados.

— Claro que pode, somos amigos — afago seus cabelos, me sentando de vez ao seu lado e passando meu braço entorno de seus ombros. — Não somos?

— Sim — soluça. — Mas... Eu não contei para ninguém, e... Você...

— Eu sei guardar segredo! Você estava esse tempo chorando aqui?

— Não queria chorar na sua frente — choraminga. — Garotas fortes não choram... Só as fracas.

— Na frente dos amigos pode tudo, Amie... Não precisa ter vergonha de mim, tudo bem?

— Tá — assente. — Mas também tem a... Samanta.

— Ela também é sua amiga — digo um pouco hesitante. — Mas, me conte o porque do chororó.

— Jura que não vai contar para ninguém?

— Juro! — confirmo sem nem pensar duas vezes.

— Eu... Eu estou apaixonada pela Samanta.


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