O Nosso Amor escrita por ElaineBDQ


Capítulo 4
Minha Vida em Tuas Mãos.




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"(...) Salve-me então, pois a minha vida está em tuas mãos,

O ar que respiro está sempre contigo,

E o teu destino minha maior razão.”

Tudo o que mais precisava naquele momento era sentir a brisa fresca da noite bater em seu rosto, por isso ela sentou sentar em uma das espreguiçadeiras espalhadas à beira da piscina onde por alguns minutos se deteve em observar o céu estrelado.

Naquela noite estava sendo presenteada por uma belíssima lua e foi impossível não ser absorvida pela beleza e acabou por não notar a presença de mais alguém junto a ela.

_ Aproveitando a vida de milionária?

Assustada levantou de um salto e olhou para Rafael que estava parado à sua frente com um riso cínico em seus lábios.

_ Estou apenas apreciando a noite, mas já estou indo. Boa noite.

Era impossível não se sentir nervosa na presença dele, apesar de sua tentativa em se manter o mais séria possível. Quando ela tentou se afastar Rafael não deixou que ela saísse e segurou com força em seu pulso, no mesmo local onde Antonio havia deixado o hematoma e foi inevitável ela gemer ao sentir a dor.

Rapidamente o olhar dele pousou em seu braço e ele a soltou.

_ Vocês tem um modo muito bruto de amar.

O modo como ele falou foi como se tivesse repulsa por isso ela recolheu o braço em sinal de timidez. Rafael percebeu e começou a rir, pois duvidava que ela estivesse com vergonha.

_ Timidez não combina com você, Helena!

Entendia o fato dele não gostar dela, mas não aceitaria ser insultada sempre daquele jeito! Era como se todo tempo Rafael quisesse lhe ferir com palavras e aquela revolta lhe dava coragem para encará-lo com confiança, afinal não tinha nada do que ter vergonha.

_ Por quê? Alguma vez dei a entender que seria diferente?

_ Decidiu mostrar sua verdadeira face?

Ele cruzou os braços parando bem em sua frente.

_ Rafael, vamos resolver nossos problemas de uma vez por todas porque eu sou casada com teu pai querendo você ou não!

Belíssima realidade pensou Rafael enquanto a fitava fixamente.

_ Existem algumas coisas que acontecem e nós não podemos mudar, mas outras sim.

_ Do que você esta falando?

Enquanto falava ele se aproximava cada vez mais dela e pressentindo um sinal de ameaça ela recuou para trás lentamente.

_ Do fato de você está casada com meu pai. Alguma coisa pode acontecer e você desaparecer da história.

Naquele momento sentiu a respiração ficar alterada e foi como se tivesse sendo pressionada contra a parede.

_ Porque você sente tanta raiva de mim?

_ Ainda quer saber?

Helena percebeu que ele fazia força para conter sua raiva e sentiu medo naquele momento.

_ Além de se uma interesseira e se meter no casamento da minha mãe...

_ Eu nunca fiz isso!

_ Cala boca hipócrita! Você era a vagabunda com quem meu pai saia toda noite! Eu sei de tudo Helena, eu procurei me informar bem e descobri tudo sobre vocês!

Agora entendia o porquê de toda aquela raiva... Rafael pensava que ela fosse a mulher com quem Antonio traiu a esposa durante muito tempo.

Maura é que tinha sido amante de Antonio durante muitos anos, ele sempre foi um dos seus maiores clientes. Lembrava das vezes em que ele esteve naquela casa durante a noite e só saia pela manhã. Como ela era garota, só ficava calada e não se metia nos assuntos da mãe.

Mas a idade chegava para todas as mulheres da noite e depois de não conseguir mais clientes vieram às dívidas, pois Maura sempre fez questão de viver na ostentação. Só que com pouco dinheiro seria difícil então para sair daquela situação recorreu ao seus mlelhor cliente. O homem mais rico daquela região! E o resultado disso e que agora para recuperar seu maior patrimônio e quitar as dividas de sua mãe tinha entrado naquele maldito casamento!

_ Eu não sou vagabunda! Nunca me meti no casamento do teu pai. Quando a gente se conheceu ele já estava separado da tua mãe.

Isso era verdade! Quando ela praticamente foi coagida a aceitar aquele casamento com Antônio, ele já estava separado da esposa há alguns meses.

_ Mas eu sei que toda noite ele ia se encontrar contigo.

Como poderia contar para ele que na verdade a mulher se tratava de sua mãe?

_ Eu...

_ Eu disse pra você calar boca!

Dessa vez ele não apenas falou com fúria, mas também segurou seu braço pressionando seu pulso com muita força de modo que nem o gemido de dor o fez parar.

_ Tua voz me dá náuseas! Você faz idéia do quanto eu te detesto?

Não, ela não fazia idéia, mas agora entendia muita coisa, e de certa forma até daria razão, mas ela jamais tinha sido amante de Antonio e por mais que tentasse se defender tinha certeza que ele não acreditaria por isso se limitou a não falar nada.

O modo como ele a fitava fazia com que ela sentisse culpada por tudo, apesar de não ter culpa, por isso sussurrou primeira frase que veio aos seus lábios:

_ Desculpa.

_ Guarde suas desculpas falsas pra você!

Rafael virou para ir embora, mas ela tentou segurá-lo, pois ainda tinha coisas para falar com ele, só que ao sentir a mão dela sobre seu braço ele desvencilhou se soltando. O movimento brusco fez com que ela se desequilibrasse e caísse na piscina que para seu desespero era de uma grande profundidade e como ela não sabia nadar começou a se debater e gritar desesperada:

_ Rafael me ajuda, por favor, eu não sei nadar...

Por um milésimo de segundo vários pensamentos vieram na mente dele e um deles foi deixá-la ali para que fosse sucumbida pela água. Ele olhou para Helena que se debatia desesperada e o pânico tomava conta do seu rosto e naquele momento decidiu que por mais que a odiasse, não poderia deixar que ela morresse afogada.

Então pulou na água e a alcançou rapidamente de modo que manteve seu corpo junto ao dele, mas ela se debatia pelo fato de temer a morte, mas ele a fixou junto a si nadando até onde estava a escada e ajudou ela a subir e a sentou na beira da piscina.

Helena estava desesperada e chorava muito tanto que seu corpo tremia muito e apesar das desavenças ele sentiu preocupação naquele momento então a fitou e viu que os lábios dela estavam roxos por causa do frio e alguns fios de cabelo grudaram em seu rosto. Tomado por um sentimento de cuidado ele afastou os fios um a um.

O olhar dela em sua direção era de surpresa, pois não conseguia afastar a visão do rosto de Rafael que se mantinha concentrado ajudando-a se manter aquecida.

Apesar de detestar aquela mulher, ele não era cego! Já tinha notado que Helena era uma mulher bonita, de feição inocente e tímida, mas ao encará-la como estava fazendo agora era a primeira vez. Notou que ela era muito mais bela do que imaginava.

Seus olhos eram verdes, de uma tonalidade diferente de tudo ao que já tinha visto, mas que fazia dela uma mulher ainda mais linda! Todo aquele conjunto era mais acentuado por causa de sua pele clara e os lábios carnudos avermelhados. Definitivamente aqueles lábios não precisavam de batom, pois já era lindo ao natural! Reconhecia o porquê de seu pai ter caído de encantos por ela.

Eles foram surpreendidos pela aparição de Armando que ficou admirado ao vê-los juntos como se fossem amigos.

_ O que esta acontecendo?

Como que sendo pego num flagrante ele rapidamente se levantou e voltou a realidade deixando de lado os devaneios e encarou o irmão.

Armando se aproximou e estendeu a mão para Helena levantar e ela agradeceu com um sorriso e disse:

_ Eu cai na piscina e o Rafael me ajudou porque não sei nadar.

O olhou dele para o irmão foi como se não acreditasse naquele gesto que havia feito e Rafael percebeu e rebateu:

_ O que foi? Ta me acusando com esse olhar por quê?

Armando nada respondeu apenas tirou o casaco e colocou sobre o ombro de Helena em um gesto de educação. Aquele pequeno ato causou dentro dela um sentimento tão belo, pois não estava acostumada a ser tratada assim com tanto afeto, ainda mais depois que veio fazer parte daquela família, mas ao olhar para Rafael viu que ele tinha riso cínico nos lábios.

_ Mais um idiota que vai cair...

Ele apenas viu o irmão sumir em meio a vegetação que cercava o jardim da casa, então se pôs a acompanhar Helena até chegar a seu quarto. Quando pararam em frente a porta ela o agradeceu pelo gesto de educação .

_ Obrigada Armando... Eu me sinto uma boba por não saber nadar. Na verdade, eu nunca aprendi porque cresci num orfanato e lá nós não sabíamos o que era ter uma piscina.

Enquanto Helena falava um riso suave se formou em seu rosto jovial demonstrando sinal de timidez. Ela se despediu e em silêncio entrou no quarto porque não queria que Antonio a visse. Já no banheiro trocou de roupa e deitou para dormir, mas a noite não parecia sua amiga, pois só conseguia pensar no o momento em que esteve junto com Rafael.

Por um momento sentiu medo de que Rafael a soltasse ali dentro daquela piscina. Não queria nem pensar o que poderia ter acontecido já que sua vida ficou nas mãos dele, mas da mesma forma pôde sentir segurança enquanto seu corpo foi tomado pelas mãos dele e quando ele a fitou nos olhos sentiu seu corpo gelar.

Era melhor afastar aqueles pensamentos malucos, pois ele queria mais é que ela desaparecesse de sua vista então virou de costa para o marido e logo foi tomada pelo sono e dormiu.

*****


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Notas finais do capítulo

Deixo à vocês mais um capitulo , logo mais apos revisão estarei postando os demais.
Qualquer duvida pergunte nos comentários.



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