Acordei mega animada, nunca tinha me sentido tão bem. Hoje será um dia importante! Já se passou uma semana desde que meus companheiros de trabalho e o Leo me deram o dinheiro para o tratamento da Emma. No dia seguinte fui falar o médico responsável pelo caso da Emma. Ele aceitou receber uma parcela do dinheiro e iniciar o tratamento, depois eu poderia pagar o resto aos poucos.

A primeira etapa estava marcada para hoje e eu estava muito nervosa, mas não podia transmitir isso para minha pequena. Já que o tratamento seria de manhã, a Emma teve que faltar à creche, mas o Noah foi de qualquer jeito, depois de reclamar muito, é claro.

FLASH BACK ON

_ Mas mamãe, não é justo. Polque a Emma pode falta e eu não?! Disse Noah choramingando depois de ter contado que só ele iria à escolinha.

_ Porque sua irmã precisa ir ao médico. Lembra que a gente já falou disso?

_ Sim eu lembo, mas a Emma é minha irmã e eu tenho que ir pla podé cuidar dela! não podia não me sentir comovida depois disso. Agachei-me à altura dele e falei com calma.

_ Meu amor, eu sei que você quer cuidar da sua irmã, mas a mamãe vai estar lá e eu vou cuidar muito bem dela. Além disso, você precisa ir pra escolinha pra depois poder contar pra Emma tudo que você aprendeu, assim ela não perde nada.

_ Tudo bem, mas você promete que ela vai ficar bem?

_ Prometo. Agora vamos saindo, que não podemos chegar atrasados!

FLASH BACK OFF

Após ter deixado um Noah, ainda rabugento, na escolinha, me dirigi ao hospital com a minha princesinha. Chegamos até a sala do médico e nos sentamos para que ele pudesse nos explicar o que seria feito.

_ Bom eu já tinha explicado à senhora como seria o tratamento. Ele é feito à base de uma série de medicamentos especializados para o caso da Emma, mas uma vez por semana ela terá que fazer terapias inalatórias. O hospital tem equipamento especial que facilita e acelera o tratamento, é isso que vamos fazer hoje. No final eu entregarei os remédios junto com os horários adequados. Alguma dúvida?

Eu já tinha pesquisado sobre o tratamento e tinha enchido o médico de perguntas antes, então estava segura sobre o que iria acontecer, mas uma vozinha veio da cadeira ao meu lado.

_ E isso vai doer moço? Minha filha perguntou com cara de medo.

_ Não Emma, não vai doer nada. No máximo vai ser um pouco chato porque você vai ter que ficar sentadinha por algum tempo, mas eu prometo à você que você não vai sentir nada.

Eu ficava feliz por isso, não suportaria ver minha pequena sofrendo. Claro que existiam efeitos colaterais à nova medicação, mas eram basicamente os mesmos que os outros remédios causavam, então Emma já estava acostumada.

_ Bom então sem mais perguntas, podemos começar?
Antes de responder me agachei e olhei pra minha filha.

_ Está pronta meu amor? ela ainda parecia um pouco assustada. _ Eu prometo que vou ficar do seu lado o tempo todo.

_ Estou plonta mamãe.

_ Tudo bem, então vamos. Disse o médico nos guiando dentro do hospital.

Chegamos à uma sala cheia de maquinas. O equipamento, do qual o médico falou, era pequeno e estava ao lado de uma cadeira de couro, que parecia muito confortável. Ligado à máquina havia uma máscara, que, certamente, seria colocada no rosto de minha filha,

_ A enfermeira ficará com vocês durante o procedimento, se precisar de alguma coisa e só falar com ela.

Agradecemos ao médico e ele saiu pela porta.

_ Então pequena pronta? Perguntou a enfermeira par a minha filha. Ela só balançou a cabeça confirmando. _ Vamos lá então, olha, você só tem que ficar quietinha respirar normalmente, tenta não falar muito ok? de novo minha filha balançou a cabeça.

O tratamento durou apenas 30 minutos, mas para uma criança de 3 anos pareceu uma eternidade. Faltavam 10 minutos e Emma começou a ficar impaciente, mas eu consegui distrai-la contando uma história. Finalmente saímos do hospital. Leo mudou o meu dia livre para que eu pudesse levar a Emma aos tratamentos, então eu não teria que ir trabalhar esse dia.

Emma e eu fomos fazer compras, mesmo Kate insistindo de que não era necessário, eu me sentia mal morando na casa dela e não ajudando economicamente. Então achei bom encher a despesa. Com as coisas lá dentro ela não poderia fazer mais nada.

Estávamos com o carrinho cheio; legumes, carnes, vegetais e algumas guloseimas para meus pequenos. Já que teríamos que levar isso tudo pra casa, achei melhor ir de taxi, um dos empregados da loja nos ajudou a levar tudo até e taxi e chegando em casa o porteiro do prédio nos ajudou a subir tudo. O resto do dia foi tranquilo, almoçamos, fui pegar o Noah na creche e fiz o jantar. Kate chegou tarde e eu ainda tive que ouvir suas reclamações sobre as coisas que comprei.

[..]

Hoje minha rotina voltava ao normal. Emma estava tomando a nova medicação e o médico falo que em algumas semanas veríamos as melhoras. Mal podia esperar para ver minha pequena completamente saudável. Emma ainda não apresentava nenhum efeito colateral e eu esperava que continuasse assim. Assim como todos os dias, deixei as crianças na creche e corri para o trabalho. Chegando lá contei a todos sobre o início do tratamento, todos eles ficaram muito felizes, já que era graças a eles que isso estava acontecendo.

_ Meu Deus! Todo mundo decidiu almoçar aqui hoje? Reclamava Kate enquanto entrava na cozinha.

_ Pois é... hoje temos muitos clientes. Mas isso é bom né!? MAIS GORJETAS! A duas rimos.

_ Você tem razão. Falando em gorjeta... tem dois caras sentados em uma das suas mesas e eles parecem ser muito ricos, além de bonito. É melhor você correr.
Pela hora pensei que mais ninguém entraria na minha seção, mas pelo visto, tinha pessoas atrasadas para o almoço. Ainda bem que o Leo não notou. Não é porque sou sua namorada que posso me livrar das broncas.

Sai correndo na direção da minha mesa, mas antes que pudesse chegar perto meu corpo se deteve abruptamente. Eu não estava acreditando no que estava vendo. Não tinha mais controle sobre meu corpo, eu queria correr, gritar e sumir, mas minhas pernas não respondiam. Desejei com todas as minhas forças que aquilo fosse apenas um pesadelo, que eu pudesse acordar na minha cama e que nada disto estivesse acontecendo.

Senti alguém segurar meus ombros e quase dei um grito. Virei-me rapidamente assustada, mas lá se encontravam aqueles olhos verdes que foram a minha força, todos estes anos.

_ Ana, você está bem? Ficou pálida. O que está acontecendo? Perguntou assustado.

_ Eu... eu preciso sair daqui... agora! _ disse soluçando.

_ Ok, vem vamos. Disse me guiando para a porta da cozinha

_ Kate cuide da mesa da Ana, por favor. Escutei o Leo falando, mas eu continuei andado o mais rápido possível.

_ Claro, mas ela está bem? O que aconteceu?

_ Eu não sei. Respondeu Leo e seguiu andando junto comigo.

Cheguei até a sala do Leo e desabei, escorreguei pela parede até e chão e comecei a chorar. Chorava por vario motivos, raiva, medo... medo de perder meus filhos. O que eu faria se ele quisesse tirar eles de mim? Eu não podia permitir isso!

_ Ana, amor? O que aconteceu? não conseguia responder. _ Você está me assustando. Por favor me diz o que aconteceu.

_ Ele... ele...

_ Ele quem? Anastasia, de quem você está falando?

_ Chris... tian!

_ Christian?

_ Sim, o... o... o pai dos meus filhos. Depois disso comecei a chorar novamente.