Como recuperar o tempo perdido? escrita por bells


Capítulo 41
CAPÍTulo 40 Final


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Desculpa pela demora, meu computador deu um surto e tive que levar para concertar, só consegui ele de volta ontem e corri para terminar o capitulo.

Então chegamos ao final! Não foi do jeito que eu planejei, mas espero que vocês gostem. Lembrem que ainda tem uns bonus por ai, por enquanto pensei em dois e já que ninguem deu ideia vai ficar por isso mesmo. Aqui estão minhas ideia:

1. Pheebe aparece
2. A verdade sobre a paternidade de Sofia (sei que não ficou claro na fic, mas algumas pessoas já suspeitavam que ela não era filho do Chris)

Por enquanto é isso. Obrigada à todos os leitores, comentarios e recomendações. Quando comecei a escrever não espera nem ter comentarios, então muito obrigada, o apoio de vocês me insentiva a seguir escrevendo, talvez comece outra fic.

Beijos!



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Cinco meses e meio depois...

—Ana? – Ouvi Christian me chamando do corredor.

—Estou aqui. – Respondi

—O caminhão já chegou. Está tudo bem? – Disse quando entrou no quarto.

—Sim, só estava terminando de pegar algumas coisas.

—Não andou carregando nada, né? – Perguntou sério.

—Amor, mesmo que eu quisesse, com a barriga deste tamanho eu não conseguiria. – Christian sorriu e se aproximou levando suas mãos para minha barriga, como fazia sempre.

—Oi, pequeno Teddy, está deixando a vida da mamãe difícil. Imagina quando estiver aqui com a gente.

Christian e eu descobrimos que teríamos um menino aos cinco meses. Noah ficou muito feliz em saber que teria um irmão com quem brincar e foi ele quem escolheu o nome. Não sabemos de onde ele tirou o nome, mas um dia ele começou a chamar o bebê de Teddy, Christian e eu achamos fofo, então decidimos chama-lo de Theodore, assim o diminutivo seria Teddy.

—Ele está agitado hoje. – Disse sentindo meu filho se mexendo dentro de mim.

—Estou vendo. – Christian riu. _Calma filho, assim vc vai machucar a mamãe.

—Já estou acostuma com os chutes. Emma e Noah eram piores, chutes ao dobro. – Disse sorrindo, mas Christian sorriu de forma amarga. Eu sabia que ele se culpava por não ter estado lá. _Hey, vamos logo, os meninos estão ansiosos para ver a casa nova. – Disse passando minha mão em seu rosto, tentando tirar a dor em seu olhar.

—Sim, foram eles que me pediram pra te chamar, estão enlouquecendo lá em baixo.

—Então vamos, precisamos colocar os três nas cadeirinhas.

—Daqui a pouco vão ser quarto. Ainda bem que comprei um carro maior.

—Sentindo falta dos carros esportivos, amor? – Perguntei levantando uma das sobrancelhas. – Alguns meses atrás Christian comprou uma SUV com sete lugares, podia não ser um carro esportivo, mas continuava sendo luxuoso. E agora que teríamos mais um membro na família, era necessário.

—Nem um pouco. Não achei que fosse possível, mas eu gosto daquele carro, é seguro para vocês e os meninos. – Christian beijou minha testa e saímos do quarto. Passamos pelo corredor e chegamos na sala, tudo estava normal, nem parecia que estávamos nos mudando, mas Christian decidiu deixar o apartamento do mesmo jeito e comprar moveis novos para a casa, assim teríamos um segundo lar para emergências, ou um esconderijo para nos dois. Palavras dele. Estávamos levando apenas as coisas pessoais e os brinquedos dos meninos.

A casa nova era enorme. A primeira vez que Christian me levou lá fiquei chocada com o tamanho daquele lugar. Eu sabia que Christian queria o melhor para os meninos, mas as vezes ele exagera um pouco. Os meninos ainda não tinham visto a casa nova, ele queria que fosse uma surpresa e eu tenho certeza que vai ser assim que eles vissem seus novos quartos.

Colocamos os meninos em suas cadeirinhas e fomos guiando o camião de mudanças à nossa nova casa. Ela ficava um pouco afastada da cidade, em um condomínio fechado e muito seguro, o que me pareceu ótimo, sempre quis um lugar assim para os meninos, um lugar onde eles pudessem brincar sem me preocupar com carros ou pessoas estranhas perto deles.

—Chegamos! – Gritou Christian quando passamos pelo portão do condomínio. Os meninos começaram a ficar agitados e a olhar pelas janelas do carro em busca da nova casa. Christian estacionou o carro em frente a casa e os dois tivemos que correr para tirar os meninos do carro, porque eles estavam enlouquecendo.

—Não saiam correndo por ai, OK? Fiquem por perto, nós vamos mostrar tudinho, - Adverti antes de deixá-los sair. Os três balançaram a cabeça, mesmo estando mais preocupada com Emma e Noah, apesar de já andar muito bem, Sofia era mais ligada a nós, por isso sempre ficava por perto.

—Os moveis chegaram aqui ontem, Mia e Kate ajudaram a arrumar tudo. – Disse Christian ao ver minha cara de espanto por encontrar a casa mobiliada e pronta. Eu esperava ter que receber os moveis e organizar tudo.

—Elas não me falaram nada.

—Queriam que fosse uma surpresa. Com o final da gravidez você não deveria fazer nada, mas eu sei como você é teimosa, por isso pedi um pouco de ajuda. – Disso sorrindo pra mim. _ E nem pense que vai arrumar o resto da mudança, já contratei uma equipe de empregados para isso, eles vão ficar com a gente, são de total confiança. A casa é enorme e Gail não conseguiria sozinha.

—Você pensa em tudo, senhor Grey. – Me virei em sua direção e beijei seus lábios de leve.

—Vamos logo! Quero ver meu quarto. – Gritou meu filho desesperado. Christian e eu nos separamos rindo.

—Vamos mostrar a nossa nova casa aos nossos filhos, senhorita Steele?

—Vamos! – Peguei sua mão e fomos ao segundo andar com as crianças.

Passamos o dia todo organizando a mudança e correndo atrás dos meninos para que eles não se machucassem, a casa era grande e era fácil perder um deles. Christian e eu sabíamos que precisávamos de uma babá, com quatro crianças em casa as coisas ficariam difíceis, mas ambos tínhamos receio sobre deixar um estranho perto dos nossos filhos de novo. Foi aí que Gail apareceu com uma ideia, ela tinha uma sobrinha precisando de emprego, então Christian e eu decidimos dar uma oportunidade, ela chegaria na próxima semana, antes que Teddy nascesse.

No final da tarde pedimos uma pizza e sentamos na sala para comer juntos. Noah e Emma não paravam de falar sobre o quanto tinham gostado da casa e dos quartos novos. Sofia apenas concordava com eles e falava alguma coisa de vez em quando, minha pequena era tímida e ainda não falava muito.

—Acho que já está na hora de dormir. – Disse Christian se levantando.

—Não, papai. Ainda ta cedo! – Respondeu Noah. Eu sabia que seria difícil coloca-los na cama depois de toda aquela agitação.

—Não, não está. Está na hora de crianças dormirem e mamãe precisa descansar. – As crianças pareciam chateadas, mas não responderam. – Bom, vamos. Tem que escovar os dentes e botar pijama.

—Mama, mi Mema? – Disse Sofia puxando meu vestido.

—Quer dormir com Emma, amor? – Perguntei e ela balançou a cabeça. Sofia tinha começado a dormir sozinha em seu quarto, mas a mudança atrapalhou um pouco. _Mas seu quarto é tão lindo, meu amor. – Tentei convencê-la. Mas ela balançou a cabeça em negação.

—Deixa ela dormir lá por enquanto, depois a gente começa com o processo de adaptação de novo. – Disse Christian pegando ela do meu colo. _E já falei para não ficar carregando ela, é muito peso. – Me reprendeu.

—Exagerado... – Falei mas ele me ignorou. Andamos com as crianças até o quarto e as colocamos para dormir, a pesar de terem reclamado inicialmente, os três dormiram quase que instantaneamente, o dia foi muito agitado. Assim que deixamos os meninos andamos até o nosso novo quarto que, por incrível que pareça, era maior que o anterior.

—Está cansada? – Christian perguntou enquanto eu tirava meus sapatos.

—Só um pouco, nada que uma boa noite de sono não resolva. – Respondi sorrindo. _Isso se o pequeno Teddy deixar.

—Ele está se mexendo muito? – Perguntou se aproximando.

—Quase não parou hoje, dever ser por causa da agitação da mudança. – Meu pequeno Teddy se mexeu o dia inteiro, me deixando desconfortável, mas não demostrei isso ao Christian, não queria que ele se preocupasse.

—Podemos cancelar o almoço de amanhã, assim você pode descansar mais um pouco. – Christian e eu tínhamos marcado um almoço com nossos amigos para apresentar a casa nova, mesmo alguns deles já terem conhecido a casa, a maioria deles na verdade.

—Não será necessário, Teddy se mexeu tanto hoje que eu tenho certeza que vai dormir. – Não, eu não tinha certeza.

—Tudo bem, mas se você acordar se sentindo mal a gente cancela. Agora, o que você acha de um banho? Assim vocês dois relaxam. – Disse segurando a minha mão.

—Ótima ideia, senhor Grey. – Christian me levou até o banheiro e preparou a banheira, assim que esteve pronta se aproximou de mim e me ajudou a tirar minhas roupas. Me sentou dentro da banheira e ele sentou atrás de mim logo em seguida. Christian começou a massagear meus ombros, subindo e descendo por eles.

—Quer que eu massageie seus pés?

—Não, assim está bom. – Suas mãos começaram a descer, passaram por meus seios e desceram até minha barriga. _Huuuum... – Ronronei grudando meu corpo mias ao dele.

—Pode para senhorita Steele. Hoje é só uma massagem. – Disse em meu ouvido.

—Porque? Poderia ficar bem melhor. – Disse virando meu rosto em sua direção.

—Você está cansada, precisa dormir.

—Posso dormir depois. – Christian riu e grudou seus lábios nos meus. O beijo começou a esquentar, estava sentada em seu colo, o mais próximo possível, o que não era muito, devido a barriga.

—Vamos para a cama. – Disse se levantando da banheira e me pegando no colo logo em seguida. Christian me levou até a cama e me depositou nela. Eu agarrei seu pescoço e o beijei. _Ainda estou te devendo uma massagem, espera aqui vou pegar o óleo.- Disse separando nosso corpos e me dando um beijo na testa logo em seguida. Eu me ajeitei na cama da forma mais sexy que conseguia e esperei por ele, mas em apenas alguns segundos comecei a sentir meus olhos pesados e cai no sono.

CHRISTIAN POV

O dia da mudança tinha chegado e estava sendo uma loucura. Eu queria ter mudado antes, para que Ana não tivesse que passar por isso no final da gestação, mas tivemos problemas na renovação da casa, mesmo com a ajuda de Mia e Kate. A pesar do atraso conseguimos arrumar tudo antes do nascimento de Teddy e sem que Ana tivesse que fazer nada. Eu sei que no fundo ela ficou irritada com isso, mas era para o bem dela. Desde que fiquei sabendo da gravides fiz de tudo para que Ana ficasse tranquila e segura, como tinha prometido. Queria que ela tivesse uma boa experiência desta vez, queria que ela só tivesse boas lembranças desta gravidez. Talvez tenha exagerado um pouco, mas não me arrependo.

A mudança foi feita de forma rápida com a ajuda de uma equipe que contratei. A casa era grande e Gail precisaria de ajuda e eu não queria que Ana fizesse o que não devia. Passamos o dia arrumando algumas coisas e brincando com os meninos. Já de noite percebi que Ana estava incomodada, ela não falava nada, mas eu sabia que Teddy estava agitado e isso devia ser desconfortável. Então decidi ajudá-la a descansar depois de colocar os meninos na cama. Mas minha linda namorada esperava outra coisa. No começo me afastei um pouco dela, com medo de machuca-la ou machucar o bebê, mas assim que a médica esclareceu que eu só precisava ser cuidadoso, nossa vida sexual voltou ao normal e tem sido assim desde então. Mas hoje eu sabia que ela estava cansava e precisava dormir. Até tentei faze-la entender mas ela é teimosa e não desiste quando quer alguma coisa. Sem poder resistir à levei para nossa cama, mas antes de começar queria deixa-la confortável com uma massagem, por isso voltei ao banheiro para pegar o óleo. Quando voltei Ana estava dormindo profundamente. Eu apenas sorri e me deitei ao lado dela.

—Boa noite me amor. – Dei um beijo em sua testa e me deitei ao seu lado, tentando puxa-la para mais perto.

Na manhã seguinte acordei cedo e levantei da cama enquanto Ana ainda dormia. Queria ir adiantando algumas coisas antes que ela acordasse, assim não teria tanto trabalho. Fui ao banheiro e me arrumei, desci as escadas e encontrei a Gail junto com as outras empregadas na cozinha.

—Bom dia, senhor Grey. – Disseram juntas.

—Bom dia.

—O café da manhã está quase pronto, senhor. – Disse Gail. _Quer que eu sirva na mesa?

—Pode servir, mas antes queria ajuda com os meninos, Ana ainda está dormindo e não quero acorda-la.

—Sim, senhor. Minha sobrinha ligou, ela deve estar chegando hoje de noite.

—Muito bem, por de pedir para um dos seguranças ir busca-la.

—Obrigada, senhor.

Gail e eu fomos até o quarto dos meninos, precisavam tomar banho e café da manhã. Eu fiquei responsável por Emma e Sofia e Gail foi dar banho no Noah, a parte mais difícil foi acordar Noah, já que ele sempre quer dormir mais. O banho foi rápido, evitei brincadeira para não demorar muito. Assim que terminamos descemos para tomar café da manhã.

—O que acham de levar café da manhã na cama pra mamãe? – Perguntei assim que os meninos terminaram de comer.

—SIM! – Responderam os três juntos. Gail preparou uma bandeja cheia das comidas favoritas de Ana. Peguei três rosas que estavam em um vaso e entreguei uma para cada uma das crianças. Peguei a bandeja e subi as escadas cos meninos, Sofia ia no colo de Gail já que ela ainda não podia subir sozinha. Quando chegamos na porta no quarto, Gail deixou Sofia no chão e se retirou para nos dar privacidade.

—Vamos ver se a mamãe já acordou. Sem fazer barulho. – Falei baixinho abrindo a porta. Entramos e encontramos Ana deitada na cama, do mesmo jeito que a tinha deixado. Botei a bandeja na mesinha do lado da cama e ajudei os meninos a subir. Eu sabia que Ana já estava acordada, os meninos não conseguiam ser silenciosos, mas ela fingia para não estragar a surpresa. Contei até três e gritamos todos juntos.

—BOM DIA! – Ana abriu os olhos e sorriu.

—Bom dia, meus amores. Que surpresa linda.

—A gente trousse seu café, mamãe. – Disse Noah pulando na cama.

—Serio? – Ana olhou para o lado e encontrou a bandeja. _Muito obrigada, mas a que se deve isso tudo?

—Precisamos de um motivo para te fazer uma surpresa? – Perguntei me aproximando.

—Bom dia. – Ana sorriu pra mim. Eu me inclinei para frente e beijei seus lábios. _Vocês já tomaram café?

—Sim, acordamos já tem um tempo.

—Meu Deus! Que horas são? – Perguntou desesperada. _Precisamos arrumar as coisas para o jantar.

—Calma, amor. Ainda é cedo, além do mais as meninas já estão trabalhando no almoço. Tomé seu café e se arrume com calma. – Disse para deixá-la mais calma. _Crianças, porque não vão pegar um filme para assistir?

—Sim! – Os três saíram do quarto correndo.

—Agora quero meu beijo de bom dia de verdade. – Antes de que Ana pudesse reagir tomei seus lábios com os meus iniciando um beijo mais intenso.

—Deve ficar preocupada com tudo isto? – Perguntou quando nossos lábios se separaram. Eu olhei pra ela sem entender. _Veja bem, não estou reclamando, só estou achando estranho essa atenção toda. – Ana falou sorrindo, mas eu fiquei um pouco chateado com isso. Ela falava como se eu nunca tivesse feito algo assim. Bom, nunca tinha sido com tanta frequência, mas sempre tentava deixa-la feliz com pequenas coisas.

—Assim você me ofende, amor. – Ana riu da minha cara e eu não consegui ser serio. _É só que você anda muito cansada e quero que você descanse um pouco. Já que você é muito teimosa preciso me adiantar e fazer as coisas como supressa. – Em parte era verdade, mas havia outo motivo para tudo isso...

—Tudo bem, você ganhou. Agora vamos terminar logo, porque daqui a pouco tenho que me arrumar.

—Ainda podemos cancelar o almoço. – Falei sorrindo. Nada contra receber nossos amigos, mas eu preferia passar o dia só com a minha família.

—Já disse que não. As meninas ajudaram muito com a arrumação da casa e o reste nos apoiou em tudo. Não podemos simplesmente desmarcar.

—Tudo bem, só não exagera. – Disse lhe dando um selinho.

Assim que terminamos de falar nossos filhos apareceram e deitaram na cama para assistir um filme. Enquanto isso Ana terminava de tomar café da manhã e se arrumar. Quando estávamos todos prontos, descemos para ajuda na arrumação e no almoço, até os meninos ajudaram, eles basicamente me avisavam quando viam a mãe fazendo algo que não deveria, eles eram meus maiores cumplices. Eu, por outro lado estava ocupado com minha própria festividade, estava quase tudo pronto e eu estava me roendo de ansiedade.

Os convidados chegaram lá pelo meio dia e fomos nos juntando na varanda, onde seria servido o almoço. O ambiente era calmo e confortável, nunca me imaginei vivendo dessa forma, desde o dia que perdi Ana, só via tristeza e solidão na minha vida, onde minha única luz era Sofia. Agora tenho três filhos, mais um em caminho, amigos, uma casa linda e Ana, o melhor que já me aconteceu. E se eu tinha certeza de algo, era que seria assim para sempre.

—Vou pegar mais gelo. – Disse ficando de pé. Me vez de ir para a cozinha corri até nosso quarto, sem ninguém perceber. Entrei rapidamente e corri até o nosso armário, na última gaveta, lá no fundo, achei o que estava procurando. Uma caixinha azul bebê que já estava guardada lá há muito tempo, tempo demais...Desci as escadas devagar, tentando não chamar a atenção, mas quando estava no último degrau, aquela criatura apareceu.

—Já tem tudo pronto? – Perguntou Mia.

—Sim, mas... – Comecei a falar.

—Mas o quê? Não me venha com besteiras Christian.

—Eu estou me arrependendo... – Ela não me deixou continua, de novo.

—Se arrependendo? Você é maluco? Achei que amasse a Ana! E ela está esperando outro filho de você – Disse quase gritando.

—Fala baixo. – Briguei com ela. _Claro que ama a Ana e quero me casar com ela. Estou me arrependendo de fazer isso com todos vocês aqui. Preferia fazer isso só com nos dois e os meninos.

—Deixa de ser idiota! Já esperou tempo demais! Além do mais eu quero ver a reação dela. – Disse o final batendo palminhas. Mia podia ser muito infantil as vezes. _E eu já contei pra todo mundo... – Soltou baixinho.

—Mia! Falei pra não contar.

—Desculpa, mas não consegui me conter. Contei pro Ethan, porque não temos segredos entre a gente. – Mia e Ethan começaram a namorar há uns quatro meses. _E ele contou para Kate, você sabe, coisa de irmãos. Ai Kate contou pro Elliot.

—Eu poderia matar você agora. Sorte sua que ajudou com a mudança.

—De nada! Agora vamos, vão estranhar nossa demora.

Me contive para não estrangular minha prima e andei com ela de volta a varanda. Ana continuava sentada no mesmo lugar, mas eu podia ver que ela estava desconfortável, se mexendo de um lado ao outro, nosso pequeno Teddy não para mais quieto.

—Você demorou. – Disse Ana quando cheguei perto da mesa. Esperava que ela não notasse meu nervosismo. Mas no final das contas por que eu estava nervoso.

—Estava procurando o gele, mas acho que ele acabou. – Inventei.

—Estranho, achei ter viste uma sacola no congelador na despesa. Vou lá ver. – Disse Ana se levantando.

—Não, você não pode ficar fazendo essas coisas. – Tentei evitar, mas ela continuou andando em direção à porta.

—Não seja bobo, só vou dar uma olhada. – Droga! A teimosia de Ana ia estragar tudo, precisava fazer isso agora.

—Ana! – Gritei me colocando de joelhos. Quando Ana se virou ficou muito surpresa.

—Christian? – Perguntou botando a mão na boca.

—Ana... – Tive que limpar a garganta antes de falar. Estava me sentindo um pouco ridículo de joelhos na frente de todo mundo. _Eu sei que talvez não mereça, na verdade, eu tenho certeza que não mereço. Te fiz passar por coisas que ninguém deveria vivenciar, te fiz sofrer e me odiar por isso. Mas uma parte e mim acreditava que eu conseguiria seu perdão e assim foi. Não consigo imaginar uma vida sem você... – Olhei para o chão tentando achar as palavras certas e ao mesmo tempo tentando esconder meu nervosismo. _Só de pensar em te perder sinto que o ar me falta e espero que você sinta o mesmo por mim, por que se depender mim você vai ter que me aturar para sempre e não vou parar até você ser a senhora Grey. Ana você aceita casar comigo. – Disse finalmente. Quando levante a cabeça encontrei a Ana chorando, eu já esperava por isso. O que eu não esperava era vê-la curvada para frente com cara de dor.

—Christian, acho que vai nascer! – Ana falou e em seguida soltou um grito. Vi Kate e Mia se aproximarem dela. Elliot gritava alguma coisa atrás de mim e Ethan parecia não sabe o que fazer. Eu apenas permaneci de joelhos no chão.

—CHRISTIAN! – O grito de Ana de tirou do transe. Me levante rapidamente e corri em sua direção.

—Mas ainda está cedo. Tem certeza? – Perguntei nervos. Ainda faltava uma semana para a data marcada.

—Aahhh! – Gritou mais uma vez. _Acho que nosso filho não se importa com datas!

—Merda! O que eu faço? – Comecei a andar em círculos. Já tínhamos treinado isso antes, mas minha mente estava em branco.

—Christian! Você precisa ficar calmo. Ana precisa de você. – Mia estava na minha frente segurando meus ombros. _Onde está a bolsa para o hospital?

—No quarto do Teddy.

—Tudo bem. Ethan vai pegar a bolsa. Kate e Elliot vocês levam os meninos para o hospital. Eu vou com Ana e Christian no carro. – Ethan saiu correndo pelas escadas enquanto Kate e Elliot pegavam os meninos. _Vamos.

Saindo do transe, peguei Ana no colo e saímos em direção à garagem. _Vai ficar tudo bem, amor. Você e Teddy vão ficar bem. – Mia e Ethan, que já tinha pego a bolsa vinha logo atrás de mim.

Coloquei Ana no banco de trás e entrei no carro. _Acho melhor o Ethan dirigir. – Disse Mia segurando minha porta. _Você está muito nervoso, acho melhor sentar atrás com a Ana. – Fiz o que ela mandou sem discutir, ficar perto da Ana era o que eu mais queria fazer no momento.

—Está doendo muito! – Disse Ana segurando minha mão.

—Eu sei, amor. Tenta respirar como falaram nas aulas. – Ana começou a respirar que nem um cachorrinho cansado.

—Christian, tem o número da obstetra? – Perguntou Mia do banco da frente.

—Sim. – Peguei meu telefone e passei para ela. Mia ligou e avisou que estávamos a caminho.

Chegamos ao hospital e fomos recebidos pela equipe da doutora. Elliot e Kate chegaram logo atrás de nos.

—Papai! Mamãe tá bem? – Perguntou Emma preocupada, os três pareciam preocupados pela mãe.

—Sim, amorzinho, ela está bem. O irmão de vocês está chegando. – Falei e eles mudaram de assustados para emocionados. _Agora eu preciso que vocês fiquem coma tia Kate enquanto eu vou cuidar da mamãe e do irmão de vocês. OK? – Os três balançaram a cabeça e eu corri segundo a Ana.

—Senhor Grey, precisa trocar de roupa. – Disse uma enfermeira.

—Tudo bem. – Ela me entregou uma roupa estranha que vesti rapidamente. Quando saí a mesma enfermeira me esperava do lado de fora.

—Pode vir, senhor Grey. A doutora já está na sala de cirurgia, sua mulher já está com 10 de dilatação, então não vai demorar muito. – Eu não entendia muito bem o que ela estava falando, mas andei atrás dela.

Entramos na sala e Ana estava deitada em uma cama coberta por panos azuis. A equipe consistia de umas 5 pessoas, uma delas um pediatra. Assim que me viu, Ana esticou o braço em minha direção e eu andei até ela.

—Christian eu... desculpa, estraguei seu pedido. – Disse sorrindo.

—Não precisa se desculpar, nosso menino é mais importante. – Ana ia falar mais alguma coisa, mas um grito surgiu no lugar.

—Vamos lá, Ana. O pequeno Theodore está pronto para sair, mas precisa de sua ajuda. Quero que faça força quando sentir uma contração chegando. OK? – Falou a medica que estava posicionada no meu das pernas de Ana. Ana balançou a cabeça e não demorou muito até uma contração chegar. _Muito bem Ana, já estou vendo a cabeça. Mais uma vez! Ana gritava e apertava a minha mão com força. Vê-la dessa forma me machucava, mas eu sabia que era necessário para ter o nosso Teddy em braços. _Vamos Ana! Só mais uma. – Ana puxou com força, gritando alto e no segundo seguinte o grito foi substituído por um choro baixinho. Levantei o olhar e vi meu filho nas mãos da medica.

—Senhor Grey, lhe apresento seu filho. – Disse virando Theodore na minha direção. _Deseja cortar o cordão? – Theodore se contorcia e chorava, banhado em uma mistura de sangue e uma substancia esbranquiçada, eu não via mais nada, apenas aquela coisinha pequena, pela qual esperei tanto tempo. _Senhor Grey? – Ouvi a médica me chamando e logo em seguida um aperto na mão. Ana me olhava com amor nos olhos.

—Vai conhecer nosso filho. – Disse sorrindo. Eu dei um beijo em sua mão e andei até Theodore. A medica me deu um par de tesouras e me disse onde cortar. Minha mão termia muito, mas consegui coma ajuda de uma enfermeira.

—Parabéns papais, tem um menino lindo e saudável. – Disse a médica me entregando Teddy nos braços. Ele era tão pequeno, que tinha medo de machuca-lo. Eu carreguei Sofia com um dia descida, mas não desta forma, isto era diferente, novo.

—Christian, deixe-me vê-lo. – Ana me chamou baixinho. Andei até ela e coloquei Teddy perto de seu rosto. _Ele é lindo. – Disse com lagrimas nos olhos.

—Lindo como a mãe. – Podia sentir lagrimas caindo dos meus olhos da mesma forma.

—Senhor Grey, precisamos levar Teddy para ser examinado e limpo. Pode esperar lá fora. Daqui a pouco alguém vai chama-lo. – Disse uma das enfermeiras, que pegou o bebê de meus braços e o levou.

—Daqui a pouco a gente se vê. – Disse para Ana. Ela também precisava de atenção.

—Te amo, Christian.

—Também te amo.

Saí do quarto, mesmo contra minha vontade e andei até a recepção onde meus amigos e filhos esperavam. Mia, Kate e Elliot estavam sentados nas cadeiras, enquanto Ethan estava sentado no chão, brincando com meus filhos, estava começando a gostar dele. Quando entrei no campo de visão deles, ficaram de pé e andaram na minha direção, seguidos pelas crianças que correram e pularam em meu colo.

—Então? – Perguntou Mia.

—Theodor nasceu saudável e forte. – Respondi orgulhoso. Mia e Kate gritaram e pularam juntas. Elliot se aproximou e me abraçou dando os parabéns, Ethan fez o mesmo. _Agora você é oficialmente uma irmã mais velha, Sofia. – Disse pegando minha filha no colo.

—Cadê o Teddy? – Perguntou Noah.

—Ele ainda está com os médicos, mas daqui a pouco vocês vão poder conhece-lo.

Ficamos na recepção falando sobre o Theodore, todos queria saber como ele era e como tinha sido o parta e a sensação de cortar o cordão umbilical. Se passaram uns quarenta minutos, quando uma das enfermeiras apareceu para nos chamar. Teddy já estava no berçário e podia ser visto pela janela, Ana ainda estava sendo atendida, então decidimos ir ver Teddy primeiro.

—Meu Deus como ele é lindo! – Disse Kate. Parece muito com o Noah quando nasceu. – Esse comentário me deixou incomodado, era assim sempre que alguém comentava sobre a vida dos meus filhos antes que eu os conhecesse, me sentia alheio e essa parte da vida deles.

—Olha como ele é rosinha! – Disse Mia.

—Parabéns irmão, você consegue fazer crianças bonitas. – Brincou Elliot me fazendo rir.

—Papai, ele não faz nada? Só fica ai deitado? – Perguntou Noah e eu não contive uma risada.

—Por enquanto não. Ele é ainda muito pequeno, vocês já foram assim também, mas daqui a pouco ele está correndo e brincando com vocês. – Respondi da forma mais clara possível. Ficamos mais alguns minutos observando meu filho até, a mesma enfermeira, nos avisar que Ana estava já estava instalada em um quarto.

Como tinha sido parto normal a recuperação de Ana seria rápida, daqui a dois dias estaríamos em casa, por isso a medica nos deixou entrar no quarto mesmo com as crianças, eu os teria levado mesmo sem autorização... sabia o quanto Ana gostaria de vê-los.

Entramos todos no quarto e Ana ficou muito feliz de nos ver, as meninas encheram ela de perguntas, assim como as crianças. Mais tarde levaram Theodore para se alimentar e ficar com a gente e todo mundo babou nele. No meio da tarde nossos amigos decidiram ir embora, já que Ana precisava descansar. Kate se ofereceu para cuidar das crianças, por que eles não poderiam ficar no hospital, eles resistiram um pouco, mas não tiveram opção e foram com ela.

—Ele é lindo. – Disse Ana enquanto passava a mão em sua cabecinha. Ela estava amamentando Theodore pela segunda vez, demostrando ser muito guloso.

­_Ele parece com você e acho que vai ter o apetite do Noah. – Ana e eu rimos, mas Teddy pareceu não gostar, já que resmungou e se remexeu no colo da mãe.

—Acho que ele não gosta de barulho enquanto come. – Disse Ana baixinho. Eu ri baixo e depois ficamos admirando nosso filho comendo. Assim que ele terminou de mamar o botei para arrotar e o coloque no berço em que trouxeram ele. Ana se ajeitou na cama e abriu um espaço para que eu pudesse deitar com ela.

—Não acho que seja uma boa ideia, você acabou de dar à luz ao nosso filho. – Tentei argumentar.

—Deixa de ser bobo. Você falou algo parecido quando tive aquele acidente e acabou deitando do mesmo jeito. – Fiz uma careta, não gostava de lembrar daquela época. _Vêm, deita comigo. – Pediu mais uma vez e eu, como sempre, não consegui me negar. Deitei na cama, tentando não machuca-la e Ana se ajeitou no meu peito. Ficamos em silencio por um tempo, apenas desfrutando da presença um do outro, até achei que ela tivesse dormido, mas ai ela falou. _Christian? – Me chamou.

—O que, amor?

—Sim. – Disse apenas.

—Ah? – Perguntei confuso.

—Sim, eu aceito casar com você. – Respondeu sorrindo. Um sorriso enorme se formou em meu rosto e, sem me conter, a beijei.

—Obrigado. Obrigado por me dar mais uma chance e iluminar meus dias. Eu prometo que você não vai se arrepender.

—Eu sei que não vou. Te amo, Christian Grey.

—E eu te amo Anastácia Steele, futura Grey. – Ambos sorrimos e ficamos assim até dormir.

FIM


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Notas finais do capítulo

NÃO ESQUEÇAM DE LER AS NOTAS INICIAIS! MUITO OBRIGADA POR TUDO!