Como recuperar o tempo perdido? escrita por bells


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouco, mas chegou! Espero que gostem! Quero agradecer os comentario e as recomendações, cada uma delas me incentiva a continuar escrevendo. Obrigada!



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Não esperei que o detetive falasse, apenas peguei meu celular do bolso e liguei para Taylor, queria começar a investigar e precisava proteger meus filhos e Anastásia.

_Taylor? – Disse assim que ele tendeu o telefone. _Preciso que faça algumas coisas pra mim. Quero seguranças para meus filhos e para Anastásia o mais rápido possível. Também quero que você ligue para Welch, quero as imagens das câmeras de onde a Ana e os meninos foram atropelados, preciso de toda a informação que você conseguir.

_Sim, senhor. – Respondeu rapidamente, desligando o telefone.

_Senhor Grey? – Perguntou o detetive ao meu lado. _Ainda precisamos conversar e gostaria de falar com a senhorita Steele e com seus filhos. Talvez eles possam nos dar algumas informações.

_Tenente Cliff, não acho que isso seja possível no momento. A senhorita Steele ainda está em cirurgia e meus filhos estão assustados de mais, não acho que seja bom para eles responder a sus perguntas no momento.

_Senhor, eu só quero ajudar, se queremos descobrir o que aconteceu preciso de todas as informações que conseguir coletar.

_Eu entendo, e acredite eu também quero saber o que aconteceu e quem é o responsável, mas não acho que este seja o momento. Peço que espere um pouco, entrarei em contato com o senhor, assim que seja possível. - O detetive pareceu não aceitar muito bem a minha decisão, mas não havia nada que ele pudesse fazer.

_Espero por sua ligação, senhor Grey. – Disse acenando com a cabeça e saindo da sala.

_Por que diabos você não ligou! – Disse me segurando para não gritar com o Elliot.

_Minha bateria morreu. – Disse levantando os ombros.

_Droga, podia ter avisado de algum jeito! – Disse frustrado. _Agora não importa mais. Alguma novidade? – Perguntei nervoso.

_Uma enfermeira informou que a cirurgia já terminou, mas que não podia dar nenhuma informação. Estamos esperando que o médico saía.

_Como os meninos estão? – Perguntou Kate preocupada e pude ver que Leo se aproximou para ouvir.

_Eles deram um pouco de trabalho para comer e dormir, mas o cansaço acabou vencendo, deixei eles com Gail, minha empregada. Estão em boas mãos.

_Que bom, estava preocupada com eles. – Disse Kate. Leo parecei querer dizer alguma coisa, mas antes que pudesse se pronunciar um médico apareceu na sala.

_Parentes de Anastásia Steele? – Perguntou e todos nós nos aproximamos. _Bom a senhorita Steele passou por uma cirurgia um pouco complicada. Chegou com uma grave hemorragia interna e demoramos para encontrar a fonte. Além disso tem fraturas em três costelas e a perna direita. Já fizemos testes para ver se existe algum trauma na cabeça e até ter uma resposta preferimos mantê-la desacordada.

_Mas ela está bem? A cirurgia deu certo? – Leo fez as perguntas que eu queria fazer.

_A senhorita Steele teve muita sorte. A pesar da gravidade de sua condição, conseguimos parar a hemorragia e estabilizar sua situação. Vamos esperar o resultado dos testes para decidir se devemos mantê-la em estado de coma ou parar com a medicação.

_Podemos vê-la? – Perguntou Kate.

_Podem, mas ela está em uma sala de cuidados intensivos então só pode entrar uma pessoa por vez. Assim que tiver o resultado dos testes eu volto para comunicar a decisão. O quarto é o 304. – Disse antes de sair da sala.

Estava prestes a andar em direção aos quartos, mas a voz de Kate me deteve.

_Acho que você deveria ir primeiro, Leo. – Você está de brincadeira! Porque ele tem que ir primeiro? Por que ele é o namorado, seu idiota. – Me reprendi automaticamente.

_Obrigado. – Disse Leo e saiu da sala.

Eu me sentei irritado em uma das cadeiras. Queria ver a Ana, queria ver com meus próprios olhos que ela estava vem, sentir sua pele e seu coração batendo. A ansiedade estava acabando comigo e agora, com a aparição do tenente, tudo piorou. Saber que meus filhos e a Ana tiveram um acidente tinha, provavelmente, a pior notícia que já recebi. Mas agora que sei que o acidente pode ter sido, na verdade, um atentado me deixa airado. Queria encontrar logo o filho-da-puta que fez isso, queria tê-lo na minha frente e poder acabar com ele eu mesmo.

_O que o tenente falou? – Perguntou Elliot se sentando no meu lado. Percebi que Kate não estava mais na sala. _Kate foi pegar uns cafés. Mas o que foi que ele disse? – Insistiu.

_Disse que o “acidente” pode ter sido planejado. Ele acredita que alguém tentou matar a Ana e meu filhos. – Respondi travando os dentes com força. Elliot ficou surpreso com a notícia, e respirou profundamente parecendo preocupado.

_E o quê você pensa fazer?

_Já fiz. – Respondi rapidamente e Elliot levantou uma das sobrancelhas. _Liguei para Taylor, ele vai conseguir seguranças para meus filhos e para Ana. Welch e ele já estão investigando, tenho certeza que vão encontrar algo antes que a polícia. – Disse orgulhoso de minha equipe, eu sabia do que eles eram capazes.

_Vejo que pensou em tudo, mas você acha que Anastásia vai concordar com os seguranças? – Perguntou Elliot.

_Não me importo se ela concordar ou não, estou fazendo isso para mantê-los seguros. São meus filhos, ela não pode me proibir.

_Ela pode ter que aceitar segurança para os meninos, mas isso não quer dizer que aceite a segurança pra ela. – Olhei pra ele tentando entender. _Pelo que você já me contou, Ana parece ser uma mulher teimosa e orgulhosa, que não aceita ajuda tão facilmente. O que te faz pensar que ela vai aceitar isso assim tão fácil? – Elliot tinha razão, Ana era difícil, mas eu faria o que fosse necessário para convence-la. Ela tinha que entender que só estava fazendo isso para mantê-la a salvo.

_Eu darei um jeito quando a hora chegar, por enquanto eu só estou preocupado em mantê-los à salvo.

_Sabe que se precisar de ajuda, pode contar comigo.

_Obrigado, irmão. – Disse provocando um sorriso no Elliot. Eu não dizia isso com muita frequência, mas Elliot era como um irmão para mim.

_Aqui está seu café. – Disse Kate estendendo um copo para ele. _Christian você quer um? – Perguntou me estendendo outro copo.

_Muito obrigado. – Disse recebendo o copo.

Kate se sentou ao lado do Elliot e apoio a cabeça em seu ombro. Os dois realmente faziam um lindo casal. Ficava feliz vendo meu amigo desse jeito, desde que o conheço nunca o vi namorando sério, nunca ficava com a mesma garota por mais de um mês e sempre deixava as coisas bem claras, ele não estava procurando nada sério. Mas eu podia ver que com a Kate era diferente, ele estava completamente apaixonado por ela e não tinha volta atrás.

Ficamos em silencio por alguns minutos, eu estava batendo o pé no chão e quase arrancando meus cabelos pela ansiedade, mas tinha que esperar que o idiota do Leo saísse para poder ver a Ana, o que eu queria fazer mesmo, era entrar e empurrar ele pra fora para poder ficar com ela. Mas no momento só podia esperar. Se passaram mais uns minutos e comecei a achar que a aquele idiota não fosse sair, mas logo vimos ele entrando na sala.

_Como ela está? – Kate foi a primeira a se levantar e correr na direção dele.

_Ela ainda está desacordada. – Disse com pesar. _Está cheia de hematomas, parece tão frágil. – A voz dele foi desaparecendo no meio da frase. Kate colocou a mão na boca e as lagrimas voltaram a seu rosto. _Vai lá, fique um pouco com ela. – Mas que droga! Será que eu seria o último?

Kate não esperou muito e saiu da sala em direção ao quarto da Ana. Minha ansiedade apenas aumentou, estive perto de empurrar a Kate e correr na frente dela, mas isso seria muito infantil e ridículo. Desta forma tive que espera ainda mais, cada minuto parecia ficar mais longo. Ouvimos a porta da sala de espera se abrindo eu pulei da cadeira pensando que era Kate, mas quem entrou foi o médico que estava atendendo a Ana. Elliot, Leo e eu nos levantamos e nos aproximamos dele.

_Já tenho os resultados dos exames. – Disse fazendo uma pausa. Isso me deixou nervoso. _Aparentemente não houve nenhum trauma. Os resultados estão limpos e acredito que a senhorita Steele não apresente nenhum sintoma, mas precisamos esperar que acorde para ter certeza disso.

_Então vão parar com a medicação? – Perguntou Elliot, já que eu e Leo parecíamos não conseguir formular uma pergunta.

_Sim, mas acredito que a senhorita só acorde amanhã. A medicação é muito pesada e ela está sobre o efeito de muitos analgésicos.

_Quer dizer que amanhã saberemos se ela não tem nenhuma sequela do acidente.

_Os mais importantes, sim. Mas vamos precisar fazer exames periódicos, algumas complicações podem surgir depois de algum tempo.

_Mas ela vai ficar bem? – Perguntei agoniado.

_Sim, seguindo as indicações e mantendo um controle ela vai ficar bem. – Respondeu o médico.

_E quando ela vai poder sair daqui? _Perguntou Leo.

_Bom depende de como a situação progredir, mas pelo menos uma semana. Despois disso ela vai precisar de repouso, por pelo menos um mês. Fraturas nas costelas costumam ser complicadas e dolorosas. – Explicou. _Bom a gora eu preciso voltar, tenho outros pacientes. Tem mais alguma pergunta?

_Sim. – Disse rapidamente. _No momento ela está na UTI. Quando ela vai sair de lá? Também queria saber se posso trazer as crianças para visita-la.

_Vou deixar ela na UTP por mais 24 horas, só por precaução. Depois disso será levada a um quarto normal. As visitas são autorizadas, dentro do horário permitido. Não recomendamos a presença de crianças, mas se for necessário, podem fazer visitas curtas. – Não iria demorar muito – pensei. _Outra coisa, a senhorita Steele vai dormir à noite toda, então recomendo que vão pra casa descansar, não tem muito o que fazer. – Recomendou o médico.

_Tudo bem, obrigado doutor. – O médico acenou com a cabeça e saiu da sala. Assim que o médico saiu, Kate entrou pela porta.

_Vi o médico saindo. O que foi que ele disse? – Perguntou apressada. Seus olhos e nariz estavam vermelhos, indicando que ela esteve chorando recentemente.

_Ela vai ficar bem. – Disse Elliot abraçando a namorada. Kate pareceu aliviada com a notícia.

Aproveitei que Kate estava falando com Elliot e decidi, finalmente, ir ver a Ana. Estava saindo pela porta da sala de espera, quando senti alguém segurando meu braço.

_A onde pensa que vai? – Perguntou Leo, segurando meu braço.

_Me solta. – Disse com os dentes fechados.

_Você não vai entrar lá, não tem o direito. – Exclamou.

_Direito? – Perguntei debochando. _Você não pode estar falando sério!

_Eu estou sim! Você não é ninguém pra ela, não tem direito nenhum de entrar lá.

_Tenho tanto ou mais direito que você de entrar naquele quarto! Ela é a mãe dos meus filhos e eu vou entrar! – Disse quase gritando. Leo pareceu não saber o que responder, apenas soltou meu braço e me deixou ir. De vez em quando penso que Leo não é tão ruim assim, mas no segundo seguinte me chuto mentalmente e lembro que ele é o imbecil que está com a mulher que amo.

Saí da sala e fui até o corredor dos quartos. Fiquei de pé na frente do quarto da Ana, eu estava com medo de entrar e ver o estado dela, tinha medo de me deparar com algo que não pudesse suportar. Criei coragem e abri a porta, mas eu não estava preparado para cena na minha frente.

Estava deitada em uma cama cheia de fios presos nela, mas isso não era o pior, tinha uma perna engessada e suspensa, enquanto seu lindo rosto estava cheio de hematomas e arranhões, mal podia acreditar que aquela mulher deitada na cama era minha Ana. Nesse momento senti muita raiva, mais raiva do que eu jamais senti. Mesmo quando meu pai me forçou a me separar dela, a pesar de ter doido muito, eu acreditava estar fazendo a coisa certa. Mas agora as coisas eram diferentes, alguém tinha machucado a mulher que eu amava. Ana estava deitada nessa cama, naquele estado, por culpa de alguém. Alguém que eu ia achar e destruir.

Passei alguns minutos de pé, sem conseguir dar um passo, paralisado pela raiva. Mas eu precisava chegar perto dela, precisava senti-la. Me aproximei da cama e me sentei no sofá ao lado. Tinha medo de toca-la, parecia que qualquer toque poderia piorar seu estado. Com delicadeza segurei sua mão e comecei a fazer movimento circulares com o polegar.

_Eu estava tão assustado. – Disse baixinho, esperando que ela estivesse me ouvindo. _Não lembro de ter estado tão assustado na minha vida, por um segundo pensei que tivesse perdido as pessoas mais importantes da minha vida. – Disse acariciando sua mão. _Os meninos estão bem, estão em casa com a Gail. Estão muito preocupados com você, mas eu disse que você e forte e que vai ficar bem, por que você vai ficar bem. Preciso que você acorde. Preciso escutar seus insultos e sentir sua indiferença, por que só assim eu vou saber que você está bem e vou poder ficar tranquilo. – Disse sentindo algumas lagrimas descendo pelo meu rosto.

_Eu sei que eu já te fiz sofrer muito, meu amor. Mas tudo o que eu fiz foi pro seu bem, pelo menos eu pensava que era. – Nesse momento eu queria contar tudo. Pode parecei idiota contar tudo agora que ela estava desacordada, mas parecia ser a única forma de poder abrir meu coração pra ela, pelo menos por enquanto. Por isso continuei. _Preciso que você saiba de uma coisa. Venho tentando te contar isso desde que nos encontramos, mas você nunca me deu uma chance. – Comecei. _Eu sei que você pensa que eu te larguei porque sou um completo babaca e que apenas estive brincando com você. Mas não foi bem assim. Na época eu só conseguia pensar em uma coisa: ficar com você pro resto da minha vida, casar e ter uma família. Mas meu pai pensava diferente. Quando eu contei meus planos ele ficou irado, disso que não aceitava nosso relacionamento e que jamais aceitaria ver seu filho casado com uma mulher como você. Eu tentei convence-lo e quando vi que ele não mudaria de ideia, disse que não me importava o que ele pensava e que ficaria com você, mas isso não foi o bastante. Ele me ameaçou, isso não me importava, ele podia tirar tudo de mim, mas logo em seguida ele ameaçou você, disse que faria da sua vida um inferno e eu sabia que era capaz disso. Eu me senti uma merda, não queria ser o responsável pela dor da pessoa que mais amava, não queria que sua vida fosse afetada por minha culpa. Por isso tomei uma decisão, aceitei o casamento que meu pai tinha arrumado e me mudei para Londres como ele tinha pedido, com a condição de que deixasse você e paz. – Parei um pouco para limpar as lagrimas que continuavam a cair.

_Eu precisava que você me odiasse. Eu sabia que se você soubesse a verdade, você não desistiria, me forçaria a lutar sem se importar com o que pudesse acontecer com você. Eu não podia permitir isso, não podia deixar que você se sacrificasse por minha causa. Foi por isso que disse aquelas coisas e acredite, foi a coisa mais dolorosa que tive que fazer. Ana, se eu soubesse que você estava gravida, tudo teria sido diferente, eu jamais teria te deixado sozinha, eu teria arranjado um jeito. – Nesse pondo minhas palavras saiam com dificuldade pelo nó formado em minha garganta.

_Me perdoa Ana. Eu preciso que você me perdoe. Eu prometo que vou contar tudo quando você acordar, não me importo se você não quiser ouvir, mas eu vou falar e você não vai poder me deter. Eu deveria ter feito isso antes. Mas o medo de te perder, hoje, me fez perceber que não posso mais perder tempo. As coisas vão mudar quando você acordar, meu amor. – Disse dando um beijo em sua testa e saí da sala.

Quando voltei pra sala de espera, todos continuavam lá, mas fomos convencidos pelo médico de que não adiantaria nada ficar ali, seria melhor ir pra casa, descansar e voltar no dia seguinte. Eu não queria ir, mas tinha que pensar em meus filhos, queria estar lá quando eles acordassem e contar as novidades.

Assim como o resto, segui para minha casa. Deitei na minha cama e comecei a pensar nas decisões que tinha feito. Amanhã as coisas iriam mudar, não seria mais o Christian passivo, disposto a dar o espaço que a Ana precisava, tomaria controle da situação e diria tudo o que precisava dizer.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo!